FLC participa da construção da FLIPEI
Evento tradicionalmente dominado pelo estreito círculo das editoras mainstream, a Festa Literária Internacional de Paraty será invadida por piratas em 2018. O ato chama-se Flipei, Festa Literária Pirata das Editoras Independentes, e reunirá autores e personalidades políticas de perfil progressista, como Djamila Ribeiro, Esther Dwek, Gregório Duvivier, Guilherme Boulos, Jessé Souza, Laura Carvalho, Manuela D’Ávila, Marcelo Freixo, Marcelo Semer, Marcia Tiburi, Roberta Estrela D’Alva, Sabrina Fernandes, Sonia Guajajara, Suely Rolnik, Tatiana Roque e Wagner Schwartz, entre dezenas de outros.
A iniciativa é da editora Autonomia Literária e da plataforma cooperativa Rizoma (“o vietcong das editoras independentes” contra “a ilha colonial de Paraty”) e conta com o apoio da Fundação Lauro Campos.
A Fundação Lauro Campos considera o acesso à cultura e ao conhecimento um bem fundamental e imprescindível a todas e todos. Infelizmente, perspectivas culturais muitas vezes são política e ideologicamente apropriadas em prol de alguns. Mas, felizmente, quando isso acontece, surgem outras possibilidades, por caminhos antes não trilhados – ou navegados. O barco da FLIPEI – Festa Literária Pirata das Editoras Independentes traz a efervescência cultural do campo progressista brasileiro por águas d’antes navegadas. Traz perspectivas e visões com autores, debatedores, políticos, ativistas sociais para um Brasil mais justo, igualitário e tolerante.
Estar em uma feira literária como a FLIP neste momento de Brasil, é muito importante, pois ali se apresentam e debatem conteúdos, fundamentos. Com o acesso cultural facilitado pelas tecnologias digitais, a difusão via redes dos mais diferentes produtos e ideias, a questão que se apresenta, a nosso ver, é a do conteúdo.
A expressão de ódio nas redes sociais, na internet, muitas vezes é muito mais ação performática que visa a forma para atingir maior número de pessoas do que a identificação com o conteúdo da mensagem. Pessoas expressam opiniões em frases vazias de senso e sentido, somente em prol de um alcance vazio. Trazer poesia, mostrar a forma, o formato da língua portuguesa e sua linguagem literária é fundamento. Por isso que aqui estamos, em prol de um mundo mais político-poético solidário e livre.
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