A/C Marielle Franco
Por Laura Marques
Oi Marielle, tirei essa foto sua, no caminho do meu trabalho até em casa. Hoje seu homicídio foi notícia de manhã, mais uma vez.
Mulher, negra, periférica e homossexual botando medo em um monte de gente engravatada. É uma pena mesmo não ter a certeza de que você está vendo tudo isso… ontem conversei com minhas amigas sobre isso, sobre como funcionávamos antes do nosso nascimento, a ideia de não existência é muito cruel pra mim.
É uma pena que sua presença física não acompanha mais aqueles que te tem no coração. Mas eu garanto que você transcendeu esse caminho incerto, Marielle, aqui você ainda existe!
Você não só ganhou o carnaval, você foi o carnaval todinho! Desfilou de São Paulo a Rio. Você foi o dia das mulheres todo, o quanto você foi aclamada, lembrada e homenageada não está escrito. Não quero que meus filhos te leiam nos livros de história do Brasil, quero que eles te vivam, assim como te vivo como mulher, assim como os negros, periféricos e homossexuais te vivem!
Ainda não tenho a certeza de que você vê, ouve ou lê todo esse estardalhaço que você está fazendo, mas a contradição de que você ainda existe nessa terra nunca me fez tanto sentido quanto hoje!
Desejo que sua existência nunca pare de ouvir por nossos ouvidos, olhar por nossos olhos e gritar por nossas bocas.
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