BH realiza Seminário do Núcleo de Negras, Negros e Indígenas Rosa Egipcíaca no Julho das Pretas
No último sábado, 27 de julho aconteceu em Belo Horizonte o Seminário do Núcleo de Negras, Negros e Indígenas Rosa Egipcíaca dentro das comemorações Julho das Pretas e da Década Internacional dos Afrodescendentes, organizado com apoio da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco.
O seminário foi pensado para discutir a promoção da igualdade racial no cenário de retrocessos e o enfrentamento ao racismo. Contamos com uma mesa de abertura protagonizadas por Andreia de Jesus, deputada estadual pelo PSOL/MG que nos deu a dimensão da solidão da mulher negra nos espaços do poder institucionalizado, mas também do otimismo que nos move ao reconhecer que as mulheres negras vem sobrevivendo ao longo dos séculos, construindo resistências e processos revolucionários por fora do sistema. Avelin Buniacá da etinia Kambiwá nos prestigiou com um letramento racial e indígena fundamental para construção de agendas comuns de resistências entre a população negra da diáspora e os negros da terra.
Finalizamos com a contribuição da psicóloga Thalita Rodrigues que tem por objeto de estudo os impactos psicossociais do racismo nos indivíduos que sofrem o racismo. Levantando um debate importante do ponto de vista da saúde e do bem viver que esta para além das necessidades materiais. Na mesma roda tivemos a Vanessa Beco que abordou sobre as dificuldades das mulheres negras participarem na elaboração da agenda política e na construção de políticas públicas específicas, fomentando importante debate com vistas a diminuir a baixa representação das mulheres nos espaços de direção dos movimentos sociais, partidos e parlamento, principalmente das negras e indígenas.
Essa primeira edição do Seminário do Núcleo Rosa Egipcíaca realizado em um espaço importante para o movimento negro da cidade, o Tambor Mineiro, como espaço de referência cultural e resistência no meio da cidade, também nos mostrou que diálogos e debates estratégicos são necessários para a superação do racismo estrutural que “segregar prefere, por questão de tom, de cor, de pele” como escreve lindamente Nívea Sabino, poetiza querida de Belo Horizonte. Sairemos multiplicadores dessa luta, que antes de tudo é uma luta antissistêmica contra toda forma de opressão e exploração de nossos corpos. Nossas Vidas Importam!
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