É HOJE, MAIS QUE SEMPRE OU NUNCA, O TEMPO DA UNIDADE E DA TRANSFORMAÇÃO

É HOJE, MAIS QUE
SEMPRE OU NUNCA,
O TEMPO DA
UNIDADE E DA
TRANSFORMAÇÃO

Por Francisvaldo Mendes, presidente da FLCMF

É tempo de unidade de todas as pessoas que vivem da venda da força de trabalho. É justamente esse movimento, o da unidade, que pode mudar o amanhã. As pessoas que já acumularam níveis de consciência para fazer da cidade, do país e do mundo ambientes para viver melhor, já identificaram a importância da unidade do maior grupo social que existe no planeta. A multidão que vende sua força de trabalho para viver para um grupo de poucas pessoas que compra e lucra com a exploração da venda dessa força de trabalho; e para além disso submete todos e todas à ideologia recheada com as piores mentiras para manter a dominação das pessoas e o culto a ignorância, faz desse grupo minoritário uma maioria na política. Assim move-se o capitalismo.

O que vivemos no Brasil de hoje, experiência que quase a totalidade das pessoas do mundo estão se lamentando e atormentando, contra o inimigo comum, um vírus, o COVID-19, que coloca a saúde e a própria vida de todas as pessoas em risco. Mas não coloca da mesma forma, nem com o mesmo peso, muito menos com os mesmos riscos. O mundo sofre pela grande mancha branca das desigualdades. Os maiores pesos, os grandes riscos da perda da saúde e da perda da vida, pressionam, como poucas vezes na história, a cabeça e os sentimentos das pessoas que vivem da venda da força de trabalho, ou seja, trabalhadoras e trabalhadores. E nesse processo há escala diferentes, certamente, mas todas essas pessoas podem perder suas vidas nessa evidente situação de exceção.

Quaisquer análises do momento atual, desse tempo do medo para quem vive ainda, exige identificar as desigualdades em todos os seus aspectos. Não é verdade que quem possua maiores recursos, passe pela pandemia que nos toma o dia a dia, do mesmo jeito que as pessoas que buscam todos os dias recursos para se alimentar, para viver, para se sustentar. O risco universal de perdas de vida e saúde não é igual, ao contrário, é desigual também na pandemia e impõem, para todos nós trabalhadoras e trabalhadores, desafios e fardos do tempo histórico poucas vezes vivido.

Nas diferentes escalas dos acessos aos recursos há as pessoas iguais, as diferentes, as desiguais e as antagônicas. Grupos distintos que exigem tratamentos distintos do Estado para que a vida, de fato, seja garantida. Mas essa compreensão demanda, principalmente, a maior unidade de todos os tempos dos iguais e diferentes, de todas as escalas de quem vende a força de trabalho para manter a vida, esteja onde estiver na cidade.

A disputa política do momento nos exige o desafio de mostrar e conquistar que as grandes riquezas e o avultantes lucros sejam taxados para investir no combate do vírus. Por outro lado, também nos é exigido, neste tempo, a superação das ideologias do individualismo e do consumo que sempre nos foram impostas.

Estamos no Brasil, país no qual o Estado organiza a vida a favor dos que vivem do lucro de forma ampliada, com um capitalismo tardio esmagador e com nutrições constantes da ignorância, haja vista o comportamento do atual Presidente da República, que privilegia a desinformação e menospreza a ciência. Nosso desafio aumenta e nossa unidade é mais que urgente e necessária para demonstrarmos as contradições e antagonismos do sistema para, coletivamente, superá-lo.

A disputa em pauta nos exige romper com todas as propagandas mentirosas que o sistema capitalista produz, tais como a taxação de salários, sejam de trabalhadores pagos pelo Estado ou pela iniciativa privada, a tributação regressiva que existe, e a garantia de livre aplicação na Bolsa de valores. Na contra mão do que afirmam o presidente e chefes do executivo federal, essa logica que o Brasil sempre viveu fragiliza a vida de milhões de pessoas, como os já ainda mais fragilizados que vivem nas periferias, favelas e nas ruas dessa imensa geográfica física que desenha o Brasil.

Superar todas as ideologias de consumo, de correr aos montes em farmácias, mercados e shoppings, do desejo obtuso de ter a melhor TV, carros novos e a melhor roupa, as várias mercadorias que não trazem a felicidade, só nos coloca como alimentadores do lucro. Faz-se necessário superar o individualismo mentiroso que, em tempos de confinamento necessário, amplia o isolamento humano e esmaga a vida. É tempo que a solidariedade clama com força aos nossos corpos e sentidos. Para isso a unidade de todas as pessoas que vivem da venda da força de trabalho é um movimento fundamental e estratégico para a ação política democrática e revolucionária, principalmente no tempo atual.

Que seja visto como exceção, que seja tralhado como momentâneo, que seja para o tempo em que a vida precisa, de fato ser garantida para todas as pessoas: é hora de taxar as grandes fortunas e os aviltantes lucros para que saiamos vivos desse processo. O Estado, organizado pelos sujeitos que se ajoelham ao lucro e ao capital, não fará isso espontaneamente, muito pelo contrário. E essa é a hora de assumir a organização, a unidade, o companheirismo e a solidariedade, como um grande ato de mãos dadas para que nosso direito, de fato, se amplie naquilo que foi sempre roubado do suo do trabalhador para o bolso dos exploradores.

Somos unidade. E o conhecimento será mais forte se coletivo e as ações mais assertivas nos encontros de identidades que garantirão a vida e a dignidade. Vamos apostar na unidade e superar, juntas e juntos, esse momento com a vida acima do lucro e de todas as ideologias que nos isolam e nos afastam. Nós somos os sujeitos principais para garantir e conquistar a vida em todos os aspectos e dimensões. Sabemos o caminho da solução, sempre investindo no conhecimento e no sistema educacional e do fazer assertivo, o Estado precisa assumir com sabedoria, conhecimento e ações que preservem a vida e a dignidade humana, com direitos para todas as pessoas, o combate dessa epidemia desastrosa. Esse é o desafio político do nosso tempo e, da nossa parte, vamos construir uma grande unidade que garanta essa direção de transformação deste sistema que não atende a humanidade e deste vírus que chegou e deixou o conteúdo mesquinho e opressor do sistema mais evidente.

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