DIMINUIR AO MÁXIMO A CURVA
DO CONTÁGIO: NOSSA META SOLIDÁRIA
Por Francisvaldo Mendes, presidente da FLCMF
O presidente do Brasil tem como objetivo ampliar a curva de contágio na pandeia pela qual hoje passam as pessoas no país. Tal objetivo, por sua vez, não é um produto de uma questão moral, muito menos psicanalítica. Trata-se de uma política para garantir os interesses de grupos econômicos que, nos tempos atuais, manejam o capitalismo. E tal movimento de rota levará muitas pessoas a morte, principalmente as que são de grupos sociais que sofrem o maior peso do capitalismo, com baixos ou quase nenhum recursos para manter suas vidas.
Tudo que é produzido, vendido e comprado, torna-se mercadoria e a força de trabalho é uma dessas propriedades. Desde que o lucro se mantenha, se amplie e tenha seus vetores sempre na alta, as pessoas podem sofrer consequências e não importa os direitos, condições de viver, condições de existir. Ao contrário, levando-se em consideração o momento para quem vive dos lucros, a tendenciosa inexistência dessas pessoas pouco importa. Mas as pessoas vivem precisando comprar coisas para a vida ser mantida e os preços muitas das vezes são inalcançáveis para essa grande maioria de pessoas, que vivem da formação do capitalismo tardio ocorrido no Brasil. São justamente as pessoas que vendem a força de trabalho para sobreviver, em condições mais precarizadas, que amargam as situações de pauperizações mais profundas existentes no mundo. São essas as pessoas que precisam dar saltos importantes de consciência para serem sujeitos da profunda transformação na qual o mundo atual precisa passar.
Não se pode considerar que o vírus seja responsável por toda essa situação que coloca a saúde e a vida em risco a cada segundo. A responsabilidade está totalmente nos ombros de quem organiza o poder por meio do controle do Estado. São essas pessoas que abraçaram o capitalismo como sistema e projeto político que fazem escolhas de vida e morte por interesses absolutamente econômicos. E nesse cenário devastador as pessoas não morrerão apenas de CORONAVIRUS, mas de todos os tipos de doenças, em um quadro no qual 95% dos leitos de hospitais já estão ocupados. E trata-se dos hospitais chamados popularmente de públicos, que são propriedade do Estado e que a grande maioria das pessoas precisa e pode fazer uso. Ou seja, não são os leitos dos hospitais privados que, diga-se de passagem, nesse momento, deveriam estar todos a disposição das pessoas que precisam, independente se tenham ou não plano de saúde.
Que se registre: estes hospitais que normalmente são chamados de hospitais públicos, mas que de públicos nada possuem, são propriedades do Estado que os grupos sociais dominantes organizam o funcionamento de acordo com seus interesses econômicos. Baixos salários, poucos investimentos, quantidade insuficiente de leitos e de equipamentos para o trabalho de profissionais da medicina, grandes filas e tristes situações, tomam os cenários desses locais. Evidente que tais ações aparecem como interesses políticos, mas motivados pela produção sustentada na exploração e pelo lucro, principalmente, nesse caso, dessa grande indústria que lucra com as doenças e com as violências.
Mas há o que ser feito? Certamente há e já estamos indicando isso nos textos apresentados aqui. Faz-se necessário taxar os super ricos, os bilionários em geral, e planejar uma ação emergencial de assistência aos trabalhadores, com medidas distributivas, até que a curva da doença tenha baixas evidentes. E, certamente que neste processo, deve-se manter os trabalhos essenciais, com investimentos para que se sustente a produção básica e com a suspensão de todos os impostos. Essas são sim medidas políticas que possuem lado e, que nesse momento, sem sombra de dúvidas, estão ao lado da vida. Evidente que para isso precisamos uma grande e forte unidade das pessoas que vivem da venda da força de trabalho, que são maioria na sociedade e precisam se fazer maioria política para colocar a vida acima de todos os cofres dos bilionários.
Há sim, nesse momento, impulsos exógenos ao Brasil, mas absolutamente cultivados no interior do capitalismo. A estratégia estadunidense de desestabilizar o país no qual vivemos, ao ponto de sucumbir ao comando dos EUA, que é hoje um império em declínio, é evidente. As pessoas bilionárias que nunca nem vimos os rostos, assim como não enxergamos aos olhos nus o vírus, manipulam a sociedade em um acordo pelo lucro infinito no país e para fortalecer os seus aliados bilionários dos EUA. Nesse processo não há problema, para os grupos sociais dominantes, com ajuda dos lacaios do poder que dominam o Estado, matar centenas de milhares de trabalhadores.
No nosso caso, para além da raiva, dos xingamentos, das exaltações, precisamos mesmo de proposições que sejam assertivas e nos unifique em favor da vida. Taxar as grandes riquezas, criar condições para que as pessoas que vivem da venda da força de trabalho sobrevivam, investir em saneamento, garantir água para todas as pessoas em todos os territórios, suspensão de impostos e congelamento de preço das mercadorias para alimentação e para a higiene formam nossa estratégia emergencial. Vamos nos unificar com solidariedade e potência para manutenção e criação da vida e superar as barreiras que cultivam a destruição e a morte. Vamos ficar em casa e mudar, com ações coletivas, este mundo no qual vivemos! Vamos conquistar um Brasil que defenda a vida, a saúde e faça da seguridade uma cultura que transpasse vigorosamente todo o Estado e toda a sociedade. Vamos então, abraçados, trabalhadoras e trabalhadores, de toda a sociedade, unificando as periferias e os territórios da cidade, garantir a diminuição da curva de contágio do vírus e viver para potencializar a nossa existência.
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