PARA SUPERAR A BARBÁRIE: SOCIALISMO E LIBERDADE
Francisvaldo Mendes de Souza, Diretor-Presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco
Apresenta-se aqui a revista SOCIALISMO E LIBERDADE, número 28. O tempo de pandemia nos consome, mas, além disso, as surpresas do desgoverno no Brasil nos assustam. Até onde pode piorar? As atitudes do governo federal em pleno século XXI, se alterna entre comédias e tragédias de demissões e renúncias com falas e frases feitas e desfeitas. Lamentavelmente, essas são as marcas do tempo que misturam as margens do capitalismo atual com a situação política no Brasil. E, para provocar os desafios, um inimigo à vida que não é visto a olho nu, chega com doenças e mortes.
Neste momento que a superação exige ainda mais unidade, solidariedade e companheirismo, contribuições para formação, organização e pistas de ações são alimentos para o vazio de alternativas políticas à esquerda. Aprendemos e precisamos aprender mais, que o socialismo é a alternativa para a superação da barbárie que o capitalismo cria à vida das pessoas. É necessário aprender mais e sempre mais coletivamente, pois, principalmente neste tempo de pandemia, é fundamental saber e nos apoiar em organização para que todas as trabalhadoras e trabalhadores tenham certeza de que não estão só. Fazer ampliar a energia de transformação neste momento é um desafio que precisamos abraçar, por isso esta edição apresenta insumos de reflexão, debates, formação, organização e ação.
Ficar em casa é uma necessidade de saúde pública. Não podemos aceitar a utilização dos efeitos da pandemia para explorar, ainda mais, os trabalhadores, garantindo os ganhos dos milionários.
É urgente ir além, por isso, em nossa pauta, taxar os milionários em geral para que o Estado invista na defesa da vida, faz-se necessário. O programa emergencial para enfrentar a pandemia ainda é insuficiente àqueles que vivem na informalidade do mercado de trabalho. Acabar com o vírus e assegurar saúde à população, exige medidas firmes em defesa da vida da maioria das pessoas e, por esse motivo, pensar a economia a parte da situação das pessoas é excluí-las ainda mais da sociedade.
Certamente, o Estado já está seguindo a cultura da propaganda da morte e a prática do extermínio de trabalhadoras e de trabalhadores, o que não é uma novidade da pandemia. Todavia, com a situação atual, os setores dominantes apostarão em retirar a responsabilidade da política e colocá-la no vírus. Isso é mais uma mentira que só pode crescer com desconhecimento e com informações falsas.
Trata-se, portanto, de radicalizar a democracia e reforçar os setores que defendem a vida acima do lucro em todos os momentos. Nós, do PSOL, convencidos da barbárie criada pelo próprio capitalismo, acreditamos que apenas o socialismo, com liberdade e democracia, pode ser a superação. Porém, somos conscientes que este momento precisa ser ampliado com formação, organização e ações democratizantes. Dessa forma, nosso desafio é fazer com que a solidariedade e a força coletiva sirvam como baldes inspiradores da consciência em favor da vida, hoje e sempre.
O imperialismo está em disputa que ameaça o atual bloco histórico de dominação e o governo do Brasil apoia a hegemonia decadente dos EUA, este com poder de organização da exploração e dominação no mundo. Nós temos que curvar essa vara por completo. A defesa da vida precisa sair vencedora e trazer oxigênio para a política crescer com raios de esquerda e revolução transformadora.
São bem-vindas todas as contribuições que forem apresentadas para o crescimento da consciência e atuação na formação e ampliação da organização para ações coletivas vitoriosas, hoje e amanhã. Não podemos cair no discurso fácil em troca da defesa da democracia. Dessa forma, seguiremos apostando na transformação da maioria social política no Brasil.
Portanto, seguiremos coletivamente e firmes com nossa estratégia socialista para um mundo que a potência humana criativa seja algo real e verdadeiro, com respeito às diferenças e com a mais plena convivência entre as pessoas que atuam para a transformação. Somos nós, os que vivem da venda da força de trabalho, os sujeitos estratégicos para alargar as vagas abertas a favor da maioria das pessoas.
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