TEMPO DE ELEIÇÕES: HORA DE LEVANTAR MULTIDÕES
Por Francisvaldo Mendes
O desafio colocado para nós, socialistas, defensores da radicalização da democracia e da liberdade humana, é a ampliação da consciência. Convictos que somos que ninguém ou nenhum grupo faz para os coletivos e que são justamente os grupos sociais que devem se tornar sujeitos da política e da vida, construir a consciência de classe é um dos grandes desafios nas eleições. O PSOL é um instrumento da classe, com toda a diversidade e multiplicidade que tem e, portanto, o debate sobre projeto político e humano deve nos orientar todo o tempo, ainda mais nesse tempo das eleições.
O que marca nossa disputa? Não há dúvidas e não pode haver para nós que somos psolistas: disputamos uma vida com dignidade em todos os sentidos e nas múltiplas dimensões. Uma disputa eleitoral que coloca a cidade em questões e a parcela do Estado que comanda esse espaço, mais próximo da vida das pessoas, com muitos desafios. Que fique evidente e o mais esclarecido possível: disputamos sim espaços no Estado para garantir e ampliar direitos; disputamos sim o comando jurídico institucional das organizações na cidade para que a vida seja mais importante que quaisquer lucros; disputamos sim condições para avançar na consciência de classe, coletiva, criativa e múltipla, para superar todas as mazelas do capitalismo: o machismo, o sexismo, o racismo e avançar contra as múltiplas dominações desse capitalismo tardio e anacrônico que nos é imposto.
Já é comprovado e não há mais dúvidas que a mobilidade física na cidade, nos transportes que a multidão utiliza, precisa respeitar o meio ambiente, nesse meio, a vida humana, e ser sustentado pelo Estado. Não se trata de estatizar ou não as empresas. Estado, estatização, sociedade, são questões profundas para a revolução, alterando o processo de produção, circulação e a manutenção da natureza que precisamos transformar, mas não podemos esgotar. Assim, uma proposição como passagens em ônibus, trem e metro sustentadas pelo Estado é possível, realizável e necessária. São os transportes das multidões e a cidade é o espaço para olhar diretamente.
Assim é também importante quando pensamos em SAÚDE E EDUCAÇÃO. Todas as pessoas com casa, todas as pessoas com água, todas a pessoas com saneamento, são medidas possíveis e necessárias. Tão necessário e possível é a garantia de todas as pessoas nas escolas. Todo o território das cidades precisam, podem e devem ter o investimento do Estado em condições equânimes, democráticas, com participação e atuação como sujeitos da polis em todas as suas dimensões. Sim, são ações que potencializam a consciência e fazem com que o trabalho coletivo seja uma ação criativa e não uma corrida de mercado para a sobrevivência, como hoje predomina.
Certamente há vários exemplos de ações a serem avançadas, pois, se há vida precisa haver sustentação para viver e não política de morte. As vidas são diminuídas pela guerra permanente que é imposta pelo poder do lucro. As vidas são diminuídas pela saúde impedida e pela educação que não é disponível para todas as pessoas. A vida é diminuída pelo trabalho que oprime, existe para garantir a sobrevivência e é impedido de ser instrumento de criação pelos poderosos. Portanto uma proposição evidente, assertiva e comprometida como a RENDA BÁSICA INCONDICIONAL E UNIVERSAL é mais que necessária, além de ser possível. Para isso taxar as grandes fortunas e os altíssimos lucros é mais que necessário em escala internacional e nacional.
Mas agora, no tempo atual, o que precisamos fazer é respirar o oxigênio dos ventos potentes que surgem na América. A maioria das pessoas no Chile derrubaram a constituição autoritária e querem nova embalada pela democracia. A maioria das pessoas na Bolívia escolheram quem tem a cara do povo, inclusive com um senado que tem maioria de mulheres indígenas. A maioria nos EUA barrou a pior faceta do capitalismo e trouxe energia para amaciar a política de morte que é feita pelo Estado Imperialista, decadente e decrépito que força a maioria das pessoas no mundo a viverem menos. Então vamos nos embalar nessa mesma energia e força.
É sim simbólico, estrutural e materialmente para as pessoas em São Paulo viverem melhor, ter Boulos e Erundina no segundo turno. Uma resposta que amplia os ventos positivos da América. Uma resposta que anima multidões a se organizarem e se sentirem sujeitos da vida. Uma resposta que altera com dignidade, potência e criatividade a correlação de forças no país. A resposta Boulos e Erundina impacta diretamente de forma favorável para a maioria das pessoas que vivem na cidade de São Paulo. Mas é fundamental que tenhamos profunda nitidez que o impacto é favorável na consciência e na vida da grande maioria das pessoas que vivem no Brasil. Essa multidão de explorados, oprimidos e dominados que são sujeitos e como tal precisamos coletivamente nos construir.
Esse é o desfecho de uma campanha que disputa as cidades: vamos garantir, coletivamente – em uma grande unidade pela vida, pela dignidade humana e pelos direitos – que Boulos e Erundina disputem o segundo turno. Isso será um processo coletivo, amplo, é fundamental que não temos dúvida, com essa resposta favorável, o dia 15 de novembro terá outra marca. A conquista da dignidade e de transformações radicais a favor da vida é necessária e possível!
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