Impeachment já! Com organização e mobilização popular
Por Francisvaldo Mendes . Presidente da FLCMF
Os limites de todas as possibilidades para manutenção do atual presidente do Brasil ultrapassaram todas as fronteiras. O pior presidente escolhido pelo voto que o país já viveu é também o mesmo que, sem qualquer compromisso institucional, rasga a constituição todos os dias. Para além de atos irresponsáveis, quando a vida das pessoas está em risco e o Brasil ultrapassa violentamente 225 mil mortes causadas por um vírus que atua nas vagas de uma política irresponsável, cínica, que despreza a vida e qualquer noção de governo, ainda brinca com os recursos do cofre nacional. Recorde seguido de recorde de óbitos e é pouco afirmar que o genocídio em curso é incitado “por um vírus sem controle”. Tal situação é provocada pela política que cultua a morte e vem do principal cargo do Estado nacional, encharcando brasileiras e brasileiros de isolamento, medo e desespero. Piadas e desprezo, de um presidente eleito, tomam o cenário com declarações e ações absurdas que fazem a vida deixar de existir. A irresponsabilidade chega a ponto de atrasar, claudicar e vacilar com medidas óbvias: a vacina é necessária e é o principal investimento que deve ser gratuito e praticado imediatamente para todas as pessoas.
Nenhuma voz pode gritar que em 2022 haverá eleição, e se pode ou deve esperar. Não, não se pode esperar. Para defender os direitos, para defender a dignidade, para defender a verdade, para defender a constituição, para defender que as pessoas possam viver e sentir a vida em seus corpos, não há mais tempo a perder: IMPEACHMENT JÁ!
O presidente atual conseguiu ser o Bonaparte com as marcas do patrimonialismo e com maior desprezo às pessoas, inclusive as que nele votaram. Não é tempo de esperar, é tempo de fazer acontecer as condições para a vida viver. É evidente que de nós, que somos a maioria, precisamos ainda de mais, pois, necessitamos cobrar e sustentar a retirada do atual presidente, ao mesmo tempo que será tarefa nossa ampliar a organização e a mobilização popular por uma alternativa que defenda a vida. Para ter uma eleição que coloque projetos em debate, é necessário que a vida esteja garantida, mantida, defendida e não se torne uma ação necessária de disputas eleitorais. Vamos disputar projetos de como, porque e em que condições brasileiras e brasileiros devem viver e não se devem ou não viver, como ocorre nos tempos atuais.
Ainda que a “brasileirice” tenha o impacto da criatividade, em versões de risos e choros nas variadas paródias com as lamentáveis situações, qualquer comédia hoje só tem formato de tragédia. O que se amplia a cada 24 horas ultrapassando números absurdos de mortes, enquanto as cenas são das bizarrices máximas de todos os tipos de irresponsabilidade inconstitucional. Chega-se ao ponto do vice-presidente, um General, admitir a possibilidade do impeachment e assumir que o presidente cometeu erros. E isso não se dá apenas porque o vice assume e mais uma vez um general estará na coordenação direta do poder e no maior controle do Estado, mas porque não é possível quaisquer defesas que possa afirmar que não há erros, que não há razões, que não há fatos e fotos que justifiquem tirar o atual presidente do cargo. Há sim! E ainda que tenha sido lamentavelmente eleito pela maioria das pessoas que votaram, não é possível seguir sem respeito algum pelas pessoas existentes no país. O Brasil vive um ambiente no qual morrem-se pessoas de todos os locais, de todos os grupos sociais, de todas as religiões. Mas não há dúvidas que as que morrem são aquelas que vivem nas piores condições estruturais. Nosso grupo – que é a maioria no país e que toma a periferia brasileira -, é o que mais sofre o impacto e é o que tem o desafio de não deixar qualquer dúvida em cena. Agir como sujeitas e sujeitos, tirar o presidente, constituir ambiente de convivência e com frestas para a vida e a dignidade humana são tarefas fundamentais.
E atenção, tal afirmação que vem do general e vice-presidente demonstra o tamanho do governo de insegurança e que aposta no desrespeito nacional: “é óbvio que se um presidente colocar em risco a integridade do território, a integridade do patrimônio, o sistema democrático e a paz social do país, ele tem que ser parado pelo sistema de freios existente”. E quais são tais freios nesse momento? Não temos dúvidas. O IMPEACHEMENT É URGENTE E NECESSÁRIO! Assim, podemos debater sobre projetos, políticas e caminhos, sem politizar remédios e vacinas, mas politizando o que precisa ser politizado: o fazer das pessoas.
O IMPEACHEMENT é o grande desafio do momento, mas para nós trabalhadoras e trabalhadores, que apostamos na politização, na conscientização, na organização e na luta coletiva, sabemos que precisamos mais. O processo precisa ser social, participativo, com movimentos e não um ato institucional afastado das pessoas. Para que isso ocorra precisamos construir tal ambiente que reforça a democracia. É desafio nosso apostar no ambiente da organização e mobilização popular no processo de tirar o atual presidente e de manter, com firmeza, as condições para que a vida fique acima de lucros, irresponsabilidades e cinismos vil. Dessa forma, vamos dar o primeiro passo e seguir ampliando a solidariedade e a organização coletiva para mudar o país.
Neste momento político pelo qual passa o país, quaisquer processos de mudança precisam afirmar: IMPEACHMENT JÁ!
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