O POVO NÃO ACEITARÁ GOLPE NO BRASIL – Por Francisvaldo Mendes

O POVO NÃO ACEITARÁ GOLPE NO BRASIL

Por Francisvaldo Mendes – Presidente da FLCMF

O inominável presidente da república, após derrotas consecutivas na política de morte imposta, esclarecida pela atuação da CPI da COVID e a negação do funcionamento das instituições do Estado brasileiro, recorre a tentativa de golpe. Como o desejo busca reunir os sentimentos mais autoritários e retrógados que existem em algumas pessoas da sociedade que cultivam a ideologia mais fascista no Brasil, fica cada vez mais nos limites das possibilidades. Mas o golpe, ainda bem, não passa do desejo do atraso, cultura impregnada no desnível educacional implementado por anos no Brasil.

Não há, até o momento, quaisquer apresentações de base social e muito menos de poder superestrutural para realizar um golpe de Estado. Muito pelo contrário, há um movimento em toda a superestrutura brasileira – que nunca foi a favor dos trabalhadores – colocando a presidência em conflito com o legislativo, o judiciário e as unidades federativas e prefeituras, sem o abraço unificado e completo dos militares, que se subordinam aos poderes constituídos. Não há, por outro lado, nenhuma ação com expressão pública que apareça para além das motocicletas instituídas por poucos “endinheirados” de ultradireita, com alguns pobres desavisados. Ou seja, o Governo atual não consegue fazer com que o discurso de golpe ressoe para além do desejo anacrônico de governo autoritário que almeja em seu mandato.

A rejeição cada dia crescente na sociedade na perspectiva de 2022 é, sem dúvida, um aspecto positivo no meio do cenário negativo de mortes, fome e opressão, que predomina no Brasil. Passamos por um quadro que pode ser desenhado como o pior da trajetória do país em um tempo tão curto, com menos de dois anos. Há sim, neste período, o impulso da pandemia inventada e imposta. Mas a junção entre a pandemia e a necropolítica faz ampliar as piores consequências da exploração amalgamada ao racismo, preconceito e autoritarismo que encarnam na presidência atual.

Evidente que muito há o que fazer e que uma conquista que mais nos fortalece – como setor em condições de organizar uma política popular em defesa da vida, com participação dos setores organizados – clama por retirada agora do atual presidente. Mas, muito mais que isso, somos convocados para organizações, mobilizações e formações que ampliem os setores populares favoráveis à democracia e ao crescimento da qualidade de vida.

O Brasil vem vivendo a imposição da onda mais dura da exploração, com a retirada de direitos dos trabalhadores e da sociedade, com forte influência do peso patrimonialista, patriarcal e racista que foram impostos em nossa história. Este cenário obtuso e regressivo nos impõe uma inconsistência de condições de vida em todos os aspectos. A maioria das pessoas no Brasil não possui onde trabalhar, são aterrorizadas pela fome, pela ausência de saúde, pela imposição da inexistência de condições de vida e moradia mínimas. Basta identificar os números amplamente divulgados por organismos oficiais do descaso desse desgoverno genocida.

O IPEA já demonstrou que a quantidade de pessoas em situação de rua é muito maior que uma impressão. Principalmente, nesta fase que a política de exploração, repressão e discriminação imposta pelo governo se unifica ao transcorrer do vírus. Para além da divulgação de mais de meio milhão de mortes, que com certeza atinge as pessoas que menos possuem para comer e viver, há uma ampliação de todos os números regressivos para a vida.

Pode-se sim afirmar que houve ampliação do número de pessoas que sofrem a imposição forçada da situação de rua, sem condições de se manterem nos aluguéis. Nessa mesma onda há também ampliação das pessoas sem comida, sem remédios, sem saneamento, sem a condição mínima para a sobrevivência, no cenário de doença e morte que predomina em escala nacional.

O discurso anacrônico e sem sustentação, favorável a um golpe, feito pelo presidente da república e seus “ignorantes” seguidores, infelizmente é uma jornada ideológica para ampliar o número de pessoas que desesperadas aprovem a experiência mais retrógada já eleita na história do país. Na verdade, todo discurso presidencial, na maioria das vezes sem respeito e explicitamente descompromissado com qualquer colaboração para a vida das pessoas, não passa de expressão de isolamento, de desespero. Não há condições objetivas ou de sustentações subjetivas para o golpe no país, o que há é o desejo de alguns poucos em ampliar um ambiente autoritário e retrógado.

Da nossa parte, por sua vez, com o respeito que temos com a vida e a dignidade humana, devemos apostar na organização popular e na conquista de direitos. Por isso, devemos ir às ruas no próximo dia 07 de setembro contra toda forma de golpe, que só serve para ampliar o retrocesso e a morte. Vamos atuar, mobilizar e nos levantar coletivamente pelas conquistas que virão, com nossas ações e lutas, favoráveis ao BEM VIVER e a dignidade humana!!

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