ESTAMOS ULTRAPASSANDO O LIMITE DA BARBARIE

ESTAMOS ULTRAPASSANDO O LIMITE DA BARBARIE

Por Francisvaldo Mendes, presidente da FLCMF

Podemos reafirmar que no grau de civilização atual que predomina no mundo, ainda mais nas Américas, a Barbárie é uma realidade. Vivemos ainda nos lamentos da pré-história e, a cada dia, somos forçados e enterrados ainda mais nos foceis da barbárie. Por vezes sentimos que todas as conquistas acumuladas são massacradas pelo sistema de exploração que é progressivamente imposto no capitalismo.

As cenas de pessoas procurando por alimentos no lixo quase todos os dias em todo o país amplia os sentimentos de repulsa e indignação em quem aposta ou deseja alcançar a dignidade humana. As pessoas que aparecem nas notícias e mensagens postadas recolhendo a sobra estragada de comida, encontram-se em tal situação devido a uma política imposta, principalmente pelo governo federal aqui no Brasil. A garantia do lucro ganha perfil ainda mais indigno no executivo do governo brasileiro. Para que seja garantido o lucro das empresas, dos bancos e de um grupo seleto de oportunista de burgueses, a vida é massacrada, diminuída e tirada sem qualquer pudor.

O sistema capitalista é direcionado para saquear todas as formas de sobrevivência do ser humano em um contínuo e progressivo modelo de necropolitica que é imposto para a maioria das pessoas. Os burgueses que controlam as coisas e a grande maioria de homens e mulheres agem, com auxílio da maioria dos “chefes de governos”, eleitos ou não, para degradar, cada dia mais, a dignidade, o corpo, a mente, a esperança e a relação humana. E, neste processo, o governo atual que há no Brasil atua saqueando a vida e exterminando com a dignidade.

A maioria das pessoas que existem no Brasil são violentadas por dentro e por fora, sentem os mais pesados golpes da exploração e o que muda é apenas a escala das opressões e golpes. Isso exige que os sujeitos, trabalhadores e trabalhadoras, enfrentem com altivez e determinação esses cenários bárbaros que indicam um total desrespeito pela maioria das pessoas.  e pelas leis existentes no Brasil e, até mesmo, pela Constituição (dita lei máxima).

Registra-se que é sim por obra da política hegemônica, principalmente do atual Governo Federal, a imposição da atual situação de doença e morte que massacra a maioria da população brasileira. Mas, a desumanidade e cada dia mais latente e quando temos um sistema que garante mesmo que com amparo da lei que recebam salário cerca de 50 vezes superior ao salário-mínimo atual, e apareça como se fosse natural tais ações absurdas. E não se trata do compreensível, muito menos aceitável, que a grande maioria das pessoas seja brutalizada na sociedade.

A política atualmente imposta, no contexto da necropolitica, atinge como alvos pessoas que estão em condição de rua, nas favelas e periferias das cidades brasileiras e são as que mais sofrem o impacto arrasador da política para forçar a manutenção e ampliação do lucro, com ampliação progressiva do sistema da relação social de exploração. É neste contexto de morte aberta, no qual mais de 600 mil pessoas já padeceram, que o Ministro da Economia “brinca” de paraíso fiscal a custas do dinheiro público. Deputados, viajam, confabulam e negociam emendas para se beneficiar, e os corporativismo se aproveitam do momento para resguardar ou ampliar suas “mamatas”.

Assim, o governo aprofundando a lógica do sistema, diverte-se com a retirada da vida como se fosse comédia diária para as pessoas que já tiveram a vida diminuída e para as pessoas que terão a vida furtada efetivamente, seja com a humilhação de colher comida no luxo, seja de enfrentar o desemprego crônico e estrutural para que a versão do capitalismo em curso, tendo na linha de frente o Governo Federal garanta o lucro e a diminuição do tempo de vida dos pobres.

São pessoas que distantes de qualquer “salário”, independente que qual força de trabalho e que trabalho concreto pode executar, estão infinitamente distantes da vivência mínima com dignidade, do acesso educação, moradia, e dos organizadores do poder no Estado. Afinal, as desigualdades que chegam em todas as esferas humanas não chegam nos organizadores do poder que tomam o governo central brasileiro.

Frente tais condições pelas quais passamos ações contundentes para organização, mobilização, formação com composições coletivas são fundamentais para fazer valer quem somos e o lugar da dignidade para a maioria das pessoas. Precisa-se exigir e conquistar que o Estado assuma a vida como valor universal e não seja impositor da morte. Para além de atuar contra a atuação do governo federal atual, precisamos ser as pessoas que organizadamente se colocam como artífices para garantir e ampliar a dignidade humana.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *