A importância das trabalhadoras e trabalhadores dos CORREIOS que fazem a comunicação existir

A importância das trabalhadoras e trabalhadores dos CORREIOS que fazem a comunicação existir

Por Francisvaldo Mendes, presidente da FLCMF

As trabalhadoras e os trabalhadores da empresa CORREIOS estão em greve contra mais um ataque à classe trabalhadora. E o bom senso, que está em falta nesse momento, nos orienta a apoiar os trabalhadores que estão em luta.

Neste tempo que há pessoas morrendo por falta de vacina e remédios, de água, de moradia, de acesso ao básico da seguridade, não falta o lucro na empresa, ainda que estatal. Infelizmente nada de empresa pública que deveria ser sob o controle da sociedade civil e com direcionamento do lucro em beneficio da sociedade.

A defesa dos direitos e das condições para que a empresa CORREIOS seja efetiva em suas responsabilidades é evidente no documento enviado, pelos trabalhadores, para o STF:  “O catálogo de direitos constante da sentença normativa já figurava nos acordos coletivos celebrados em anos anteriores. Em nenhum momento, contudo, tal circunstância constituiu fator impeditivo para a obtenção de lucros pela ECT em 2017 (R$ 667 milhões), 2018 (R$ 161 milhões), 2019 (R$ 102 milhões) e, em 2020, até maio, lucro na órbita de R$ 383 milhões”. Ou seja, não se trata de prejuízos financeiros em questão para essa empresa do Estado. Trata-se sim de não permitir que retirem os direitos conquistados das pessoas que vendem sua força de trabalho para o CORREIOS e que fazem a empresa existir.

Devemos ressaltar que os correios, e sua importância, existem desde quando o mar, e não o ar como é hoje, era o grande meio de encontro para as pessoas no mundo. Remonta-se assim ao século XV e XVI para pensar a importância dos correios. E mesmo aqui, nessa terra chamada Brasil, o tema estava local desde que o Alferes João Cavaleiro Cardoso foi nomeado Assistente de Correio-mor do Rio de Janeiro, em 1660.

Os correios chamam muitos assuntos, variadas lembranças, múltiplos sentimentos, recordações e comunicação, surpresas, intimações; e na atualidade objetos, presentes, flores e até animais, mas o importante é esse meio de comunicação deve ser preservado. E assim será por meio de seus trabalhadores e por isso não é concebível que retirem um só direito de todas as pessoas que vivem da venda da força de trabalho para tal empresa estatal.

Seja qual for o trabalho executado pela força humana que é vendida como mercadoria, não é, admissível, que os poderosos dos sistema transformem a condição humana em uma mercadoria. Seja onde for, seja como for, para além da exploração não pode haver a redução humana às coisas e é nossa vocação defender a potência humana criativa em todas as suas dimensões.

Então é importante dizer que estamos ao lado das trabalhadoras e dos trabalhadores da empresa ECT, ou só CORREIOS. E que se registre que se trata de um trabalho fundamental que faz a comunicação assumir o potencial de mobilidade simbólica e, que apesar da internet, continua necessária e mais que isso, fundamental para que cada uma das pessoas chegue a todos os locais do mundo, com seus desejos e sentimentos, ainda mais no tempo de pandemia.

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