PAULO FREIRE CENTENÁRIO, ETERNO!
Por Chico Alencar
O educador Paulo Freire, nascido em 19 de setembro de 1921, é o brasileiro com mais títulos Doutor Honoris Causa: 41, entre esses o de universidades como Harvard, Oxford e Cambridge. É reconhecido no mundo por sua pedagogia da leitura crítica e amorosa da vida, expressa em 19 livros (alguns traduzidos inclusive em coreano e russo): Paulo frère, Paulo free!
O professor Paulo Freire dá nome a 302 escolas municipais, estaduais e particulares no Brasil, em todos os estados. 31 praças e ruas do país também têm seu nome, além de muitos assentamentos de Sem Terra e ocupações dos Sem Teto. Paulo é símbolo de justiça social. Foram também 31 as escolas que inaugurou, junto com a admirável prefeita Luiza Erundina (gestão 1989-1991), como Secretário de Educação do município de São Paulo.
Paulo repetia que “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: as pessoas se libertam em comunhão”. Paulo sabia que “a educação não transforma o mundo; ela transforma as pessoas, e as pessoas mudam o mundo”. Paulo, atento aos outros e à cultura popular, nunca pretendeu ser dono da verdade: “não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”.
Paulo Freire consolidou, com sua obra, uma mudança na concepção da educação brasileira, iniciada com os pioneiros da Escola Nova, nos anos 30 do século passado, sob a liderança de Anísio Teixeira. Para que ela se tornasse mais crítica e não repetitiva, de reflexão e não mera memorização, mais vinculada à vida real, e não à idealizada. No lugar de “Ivo viu a uva”, entrava “Maria cozinha o feijão” ou “João assenta o tijolo”. Uma educação que questiona tanta coisa de “não”: privação, desigualdade, exploração, opressão. Uma educação que, ensinando a olhar para fora e para dentro, objetiva e subjetivamente, gera conscientização. No Brasil, os anacrônicos, obscurantistas e estúpidos querem banir Paulo e apagar sua obra. Não conseguirão. Nós, educador@s que tanto aprendemos com ele, seguiremos, em sua memória, vivendo “docentemente”. Os autoritários, os opressores passarão. Paulo Freire passarinho!
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