O PSOL SE MOSTROU CONSISTENTE E CRESCEU

O PSOL SE MOSTROU CONSISTENTE E CRESCEU

Por Francisvaldo Mendes, presidente da FLCMF

No lago volátil que predomina na política pela disputa de vagas no Estado brasileiro, o PSOL se mostrou consistente e cresceu. Onde isso mais ficou evidente aos sentidos das pessoas, principalmente como alternativa real ao governo central nacional, a vitória foi significativa em volume, adesões, mobilizações e votos. Os maiores, mais vibrantes e simbólicos exemplos disso foi a eleição de Edmilson em Belém e a ampliação de 2 para 6 cadeiras na Câmara Municipal de São Paulo, no grande arco de mobilização e participação que Boulos e Erundina agitaram na cidade. Números apresentam uma evidência por vezes incontestável, mas para entender é necessário peneirar a história. O crescimento de 2 para 5 prefeituras, com uma capital e com a empolgante e volumosa campanha de São Paulo, são fotografias que brilham aos sentidos. No entanto, há mais para se refletir e pensar.

O crescimento do PSOL em espaços no Estado – executivo e legislativo municipais – precisa ser uma inspiração de ampliação do projeto político em todo o país. Frases repetidas em ambiente de esquerda, por vezes, como agora, precisam ser lembradas e recuperadas. Não existe vitória eleitoral sem vitória política, mas existe vitória política sem vitória eleitoral. Essa é uma das frases que serve para lembrar que o PSOL é um partido para defender a vida das pessoas e não apenas para as eleições, e que ganhar eleições significa ampliar o comprometimento com o povo, se aproximar e avançar politicamente para destruir com o capitalismo e acumular forças para criar uma nova forma de organização entre as pessoas e a natureza, contra essa forma que só visa o dinheiro e o lucro. Portanto, ampliar a presença no Estado na esfera municipal, a mais próxima fisicamente das pessoas, nos coloca com grandes desafios. É necessário saber o que, com quem, como, e para que estaremos nas prefeituras e no legislativo das várias cidades.

Devemos construir, com adversidade, a defesa da vida em detrimento do lucro, em uma nova forma de vida e de vivência social, contra a exploração que o capitalismo nos impõe. Seguimos firmes contra a retirada de direitos, contra o desmonte do Estado em favor das privatizações e assim, no dia a dia, apostaremos no empoderamento do povo sobre a política, as quais devem entrelaçar os nossos compromissos de DEFENDER A VIDA E ALTERAR AS CONDIÇÕES VIDA DO POVO.

Pois bem, foi justamente nos locais onde esse método da política, fundamental para o projeto de socialismo e liberdade, obteve liga e sustentação de apoio firme, que foi possível avançar. São Paulo é uma demonstração de um espaço geo-político no qual obtivemos vitória, embalados por Boulos e Erundina que protagonizaram a mais linda campanha realizadas no país. Belém contribuiu na afirmação contundente e assertiva de Edmilson que se unificou com uma grande frente em defesa da vida e conquistou a parcela do Estado em disputa. Parabéns para as duas ações que são dois exemplos de avanço, organização e desafios que temos pela frente.

Pensar e agir para radicalizar a democracia exige enfrentar e superar os pontos de desigualdades, que são muitos no país. Avançar em saneamento, água potável, moradia, mobilidade, educação, renda básica e expressões culturais em toda cidade são ações necessárias e possíveis. Sejam nas formulações de leis, seja nas cobranças dos executivos, seja nos exercícios de gestão, o que precisa predominar é a organização, a mobilização, a formação e as conquistas para que a vida das pessoas melhore. Essa multidão que só tem a venda da força de trabalho para viver e vende para manter a vida, são sujeitos mais potentes que podem realizar a transformação em larga escala da cidade e do país.

Isso é o PSOL! Somos um partido comprometido em superar as desigualdades em todo o país, não de uma só região ou de apenas um território. Somos um partido nacional e queremos ser os sujeitos enquanto partido das mudanças no mundo, queremos mudar o mundo como diz Erundina, enquanto sujeitos da classe trabalhadora. Portanto, somos uma organização sustentada na diversidade estética e cultural que se manifesta na classe trabalhadora, ou como gostamos, no povo, nessa grande multidão de sujeitos. Organizamos e somos organizados por trabalhadoras e trabalhadores, negras e negros, LBTQI+, indígenas, estudantes, jovens das múltiplas referências socio-históricas, que são os personagens centrais na mudança desse mundo.

Após as eleições municipais, além das comemorações, o que temos são muitas tarefas. Precisamos chegar em cada espaço conquistado no Estado nas dimensões das cidades para afirmar e fazer com que a vida das pessoas melhore e que as pessoas sejam elos centrais dessa grande corrente de direitos. Vamos chegar nas prefeituras criando frestas de renda, trabalho, educação, saúde, transporte e dignidade. Vamos chegar nos legislativos municipais recuperando o papel das câmaras municipais de fiscais dos contratos e acordos do executivo, lutando para as câmaras deixarem de ser apêndices do executivo ou casa de negociatas políticas. Vamos apresentar projetos para dialogar com os setores organizados, com os movimentos sociais, com a sociedade civil organizada na periferia e construindo força para aprovar leis que sejam a favor da maioria das pessoas, deixando de ser a casa de interesses de alguns. Vamos fazer o que é necessário para que nosso projeto político possa ter volume e condições para mudar o Brasil e tirar o projeto político que vigora e que apresenta o pior presidente da cronologia do Estado brasileiro.

Organização, Formação, mobilização e ação, são ideias que nos unificam em favor da vida, da dignidade humana, dos direitos e da força necessária e criativa para superar o capitalismo em nossa história.

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