Autor: Redação Lauro Campos

  • Baixe a revista Socialismo e Liberdade n.25

    Baixe a revista Socialismo e Liberdade n.25

    EDITORIAL – 25ª Edição . Revista Socialismo e Liberdade . FLCMF

    A revista Socialismo e Liberdade, nº 25, destaca as grandes mobilizações que ocorreram no último período em defesa da Educação e contra a reforma da Previdência, com ruas cheias, pessoas reivindicando direitos, educação, avanço democrático e com muita energia e garra. Uma grande demonstração de que somos sujeitos de nossas vidas e que é possível superar as condições de tentativa de retrocesso nos dias atuais. Impulsionar as mobilizações é, portanto, o desafio que apoiamos e abraçamos, com a convicção que é uma contribuição significativa na defesa da democracia rumo à radicalização.

    O que apresentamos nesta edição são insumos para pensar e agir com condições necessárias para superar esse período difícil e repleto de desafios a todas as pessoas. O governo atual amplia as limitações, aposta na individualização, apresenta saídas que interessam aos grandes banqueiros e investidores. Nós apostamos em organização e temos convicção de que ações coletivas para ampliar as mobilizações são as bases para superar o momento pelo qual vivemos.

    Assim, apresentamos contribuições para agir coletivamente, para atuarmos na economia e nas condições de vida superando as desigualdades brutais que existem em nossa sociedade. Já demonstramos que retomar as mobilizações é possível e estaremos unificados e apostando no crescimento organizativo. Não aceitaremos o comportamento machista, autoritário e preconceituoso contra nossas companheiras, a exemplo do que ocorre com a deputada Renata Souza-RJ, que tem sofrido ataques brutais.

    Enfrentaremos e superaremos todas as ameaças e ações contra a liberdade e seguiremos assertivos a favor da vida com dignidade para todas e todos.
    O governo federal vem se mostrando um desastre. Não apresenta qualquer perspectiva frente ao que marcou as próprias promessas de campanha. Longe de quaisquer aspectos de crescimento econômico, está piorando a vida das pessoas, principalmente das que mais precisam, as que mais sofrem o peso da exploração. O que se vive é um Estado de instabilidade, crise, desacertos e um rumo preocupante, que acabará por afogar o país em problemas cada vez maiores.

    Devemos superar essa ordem de caos que, se mantiver o caminho atual, afundará cada vez mais o Brasil. Somos convictos que a radicalização democrática, com maior participação popular e envolvimento da sociedade em todos os aspectos, ampliando e melhorando as condições de trabalho e de direitos pode melhorar a vida de todas e todos, sendo esse o caminho necessário para o momento. E essa superação do caminho em curso virá com o crescimento e fortalecimento das mobilizações e não da expectativa falsa e vã da melhoria deste (des) governo.

    Dessa forma, ampliar as mobilizações, contribuir para fortalecer a organização popular, fazer valer a educação de qualidade e investir em formação são as apostas para superar este retrocesso que estamos vivenciando. E será assim que avançaremos, pois, nenhum governo entreguista, covarde, submisso e medíocre, que aposta no medo ou na individualização das pessoas, sairá vencedor nesse processo.

    Portanto, não temos dúvidas que apresentamos nesta edição da revista, insumos para ampliar a organização dos setores populares, contribuir para o avanço democrático e fortalecer as mobilizações. Somos convictos que com organização, mobilização, formação e informação de qualidade construiremos uma vida melhor, junto às pessoas e fortalecendo a nação. Assim, seguirá sendo o nosso compromisso e investimento políticos.

    Boa leitura!

    Francisvaldo Mendes de Souza
    Diretor-presidente da Fundação
    Lauro Campos e Marielle Franco

    BAIXE AQUI a revista Socialismo e Liberdade n.25

     

  • FLCMF promove curso sobre interatividade nas redes sociais

    FLCMF promove curso sobre interatividade nas redes sociais

    FLCMF promove
    curso sobre
    interatividade
    nas redes sociais

    A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco (FLCMF) promoveu um curso com “A Máquina” sobre o funcionamento e interatividades nas redes sociais. Entre as redes abordadas estão o Facebook, Instagram, WhatsApp e o Twitter.

    Durante oito horas, os participantes conheceram em detalhes quais são as melhores estratégias para uma melhor performance nas redes e algumas dicas para que os conteúdos tenham maior alcance. 

    O curso, realizado na sede da fundação, teve a participação de comunicadores, assessores de imprensa e ativistas da comunicação. 

  • OFENSIVA OU FUGA PARA FRENTE? A DIVISÃO DA DIREITA EM MEIO À CRISE

    OFENSIVA OU FUGA PARA FRENTE? A DIVISÃO DA DIREITA EM MEIO À CRISE

    OFENSIVA OU FUGA PARA
    FRENTE? A DIVISÃO DA
    DIREITA EM MEIO À CRISE

    Por Gilberto Maringoni

    Jair Bolsonaro retomou a ofensiva ou pratica fuga para frente? É uma questão importante para se perceber as possibilidades da oposição na conjuntura.

    O presidente tem pelo menos quatro abacaxis de grosso calibre diante de si: a saraivada de denúncias do Intercept, o estreitamento político de seu governo, a 16ª. revisão para baixo da expectativa do PIB de 2019 e a entrada em cena do descontentamento popular ativo.

    EM UMA SEMANA, Jair Messias demitiu três generais – Santos Cruz (Secretaria de Governo), Franklimberg Freitas (Funai) e Juarez de Paula Cunha (ECT) – e um banqueiro – Joaquim Levy. Além disso, Bolsonaro atacou o STF, afirmou precisar do povo “mais do que do Parlamento” e voltou a defender a entrada do Brasil na Otan, mesmo sabendo que o tema é controverso dentro das Forças Armadas. Tais ações provocam faíscas em aliados de primeira hora.

    Bolsonaro não age e não pensa como militar tradicional, apesar de alardear a ideia a todo momento. Abre diversas frentes simultâneas de atrito, ao invés de concentrar ataques em um ou dois alvos de cada vez, para consolidar terreno. Seu apelo exacerbado a um senso comum reacionário mais confunde que esclarece e, sem a menor cerimônia, às vezes recua da palavra empenhada quando se vê em apuros. Suas ações parecem ter a finalidade de levantar poeira e açular a belicosidade de sua base de apoio, para facilitar avanços pontuais.

    HÁ MÉTODO NESSE CAOS? Para responder a essa questão, é preciso separar as coisas.

    Bolsonaro não toca mais a pauta econômica principal, a reforma da Previdência. Esta é tarefa de Rodrigo Maia, no Congresso, que desidrata o projeto de Paulo Guedes para, possivelmente, completá-lo e aprová-lo mais adiante. E, embora tenha alojado Gustavo Montezano, pistoleiro financeiro no BNDES, com o objetivo de demolir o principal pilar do desenvolvimento brasileiro dos últimos 70 anos, a receptividade da alta finança não é boa. É mais um lúmpem incumbido de depredar patrimônio público.

    Cumpre-se lembrar que a outra estaca do ultraliberalismo econômico foi fincada pelo STF, no último dia 7. Naquele dia, a Suprema Corte julgou legal a venda de subsidiárias de estatais pelos Conselhos de Administração das empresas, sem licitação ou exame de viabilidade. Abriu-se a porta para dissolver todo a lógica que possibilitou ao Brasil ser o único país da periferia capitalista a completar toda a cadeia produtiva – indústrias de bens leves, duráveis e de produção – até os anos 1980.

    ESSES SÃO OS MOVIMENTOS PRINCIPAIS da coalizão reacionária, que separam momentaneamente a direita tradicional – que pilota a agenda econômica – da extrema-direita fascista, que faz malabarismos na política. Usando-se de alguma licença poética, pode-se dizer, como Leon Trotsky, que são articulações desiguais e combinadas.

    Há, além disso, duas vias de acúmulo de tensões na conjuntura. A primeira se dá de baixo para cima com as mobilizações populares de 15 M, 30 M e com a greve geral de 14 de junho. A segunda é perceptível nos atritos entre governo e partes de sua própria base (Congresso, Supremo, grandes bancos, setores do alto comando militar e empresariado ligado à produção). Mas não há ainda um ponto de ruptura visível por qualquer um desses dois flancos. Ou seja, o governo não cairá ou se inviabilizará no curto prazo.

    As nomeações feitas por Bolsonaro no BNDES e na Secretaria de Governo indicam um endurecimento de sua coalizão, ao mesmo tempo em que se estreita sua base de apoio. Há – repetimos – descontentamentos sérios no mercado financeiro e no que resta do setor produtivo com a destruição do BNDES.

    Jair Messias abandonou a tática empregada há duas ou três semanas, um recuo organizado para recomposição de forças e (re)conquista de aliados. Partiu para ofensiva – ou fuga para a frente – multifronte buscando força no próprio avanço, lastreado no bolsonarismo raiz. Movimentou-se publicamente – com apoio tácito do Jornal Nacional, carro chefe da desqualificação dos vazamentos do Intercept – para reafirmar quem dá as ordens em palácio. Enquadrou Hamilton Mourão, o assanhado vice, que voltou à discrição que o cargo exige. E convocou suas hordas de assalto virtuais para infestar as redes com artilharia pesada.

    QUAL A SAÍDA para esse quadro pra lá de complexo?

    É difícil sustentar a ideia de que haverá “fechamento do regime” ou algo assim, a contraface da noção de que “Bolsonaro vai cair”, mencionada acima. O governo não conta com apoio popular suficiente – como a ditadura, em 1968 – para uma aventura autoritária. Nos tempos da decretação do AI-5, a economia começava a crescer, após dois anos de recessão. A situação atual é oposta. Há uma impopularidade crescente em progressão geométrica, que vai da decepção e da irritação e que já redunda em ação social organizada. Ao mesmo tempo, Bolsonaro atua com provocações contínuas para desorientar quem está pela frente.

    Para todos os efeitos – e essa é uma arma poderosa para a oposição – a Constituição de 1988 segue em vigor.

    Em síntese, dois fatores de contenção dos arreganhos autoritários estão em pé: as possíveis novas denúncias do Intercept e as mobilizações de rua. A ampliação dessas últimas depende fundamentalmente da percepção – que ainda não ocorre – de que a desgraça na vida cotidiana – falta de emprego, salário, saúde e comida na mesa – não será revertida por Bolsonaro. Ao contrário: sua ação corre para aprofundar o abismo social. A ação de massas organizada é decisiva para um desenlace positivo e democrático deste cenário.

    A crise é muito séria. Mas a ação destrambelhada do capitão e de sua milícia opera aceleradamente para isolá-lo.

    (Conversas com Artur Araújo, sem responsabilidade dele nas insuficiências do texto)

  • Presidente da FLCMF visita gabinete do vereador Ivan Moraes do PSOL/PE

    Presidente da FLCMF visita gabinete do vereador Ivan Moraes do PSOL/PE

    Presidente da FLCMF visita gabinete do vereador Ivan Moraes do PSOL/PE

    O presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, Francisvaldo Mendes, visitou o gabinete do vereador Ivan Moraes (PSOL/PE), em Recife, capital pernambucana. O presidente do PSOL/PE, Severino Alves, também acompanhou a visita.

    Durante a visita, Francisvaldo Mendes, Severino Alves e Ivan Moraes conversaram sobre a conjuntura local da cidade e sobre possíveis parcerias entre a fundação e o gabinete do vereador para atividades de formação no estado. 

     

  • Rillo à gente diferenciada: Quem é mais violento, o batedor de carteira que vocês prendem no tronco, ou os vendilhões da Lava Jato?

    Rillo à gente diferenciada: Quem é mais violento, o batedor de carteira que vocês prendem no tronco, ou os vendilhões da Lava Jato?

    Rillo à gente diferenciada: Quem é mais violento, o batedor de carteira que vocês prendem no tronco, ou os vendilhões da Lava Jato?

    por João Paulo Rillo

    Onde mora a violência?

    Uma das imagens que sintetizam a hipocrisia, a cegueira social e a disposição para a violência dos últimos tempos é aquela de um menino negro preso a um poste, nu, exposto ao escárnio público nas ruas da cidade maravilhosa, por supostamente ter furtado uma bolsa ou carteira de alguém.

    Cenas similares de justiçamento passaram a ser frequentes no novo Brasil de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, os justiceiros.

    As aulas dos deuses da moralidade pública eram transmitidas todos os dias durante anos pelas grandes emissoras de rádio e TV do país. Sem o mínimo de reparo crítico de boa parte da patota de jornalistas tropicais.

    E o monstro foi crescendo ao embalo de aplausos e panelas histéricas. Não havia sangue, prisões, vazamentos, sofrimentos, delações e condenações suficientes para saciar a gana dessa gente diferenciada que tem a certeza de serem a salvação desse país.

    Dessa gente que reza de noite e sonega de dia. Que palestra sobre moralidade, família e bons costumes em suas instituições maçônicas e filantrópicas em um dia e, no outro, trai suas esposas e filhos.

    Dessa gente que se vestiu verde e amarelo com panelinhas na mão dizendo que não aguentava mais trabalhar e pagar impostos para o governo, mas, na verdade, não engolia o fim da escravidão das empregadas domésticas proporcionado pelos governos Lula e Dilma.

    Dessa gente que hostilizou médicos estrangeiros que vieram com a missão extraordinária de amenizar o sofrimento de mais de 50 milhões de pessoas que não conseguiam ser atendidas a contento, devido ao escandaloso déficit de saúde que temos com nosso povo.

    Essa gente diferenciada, infelizmente, fez muita gente trabalhadora votar nesse lixo, nessa síntese de violência, fascismo, estupidez, burrice e ignorância que atende pelo nome de Jair Bolsonaro.

    Não se trata aqui de passar o pano em esquemas de corrupção descobertos pela Operação Lava Jato. Muito menos de defender a anulação completa dos processos em investigação. Não! Trata-se de expor seus erros, contradições, desvirtuamento e nocividade ao devido processo legal.

    Será que ninguém dessa gente diferenciada nunca se permitiu desconfiar de uma operação que deixa milhares de corruptos lacaios soltos e prende, sem provas, justamente o político mais popular do país que venceria as eleições (segundo todos os institutos de pesquisa)?

    Nunca pareceram estranhos os vazamentos, a ausência de provas, os sucessivos erros e crimes processuais e a atípica agilidade processual no caso desse político, enquanto qualquer outro processo demoraria décadas para se concluir? Não, né? Eu sei que não.

    A ausência de compreensão histórica e a cultura escravagista cegam essa gente diferenciada e a colocam em uma dimensão de superproteção, de achar que as violências e os abusos processuais só acontecem contra os pobres e contra os políticos do campo democrático popular.

    Por isso que vocês continuam praticando preconceito, racismo e violência contra os pobres. Vocês são covardes, medíocres e capachos de uma ordem econômica cruel e assassina. Vocês são cúmplices e coautores do desmonte do país.

    Vocês são bons para exigir autocrítica dos outros, mas jamais reconhecerão o equívoco gigantesco de terem engrossado o caldo do movimento mais irresponsável da história recente do país: o golpe em uma presidente eleita pela maioria do povo.

    Vocês metralharam nossa jovem democracia, atearam fogo em nosso frágil estado de direito. Elegeram um sociopata presidente, que nomeou um vendilhão como super ministro da Justiça, treinado pela CIA para entregar nossas riquezas ao império.

    Agora não tem mais como disfarçar. Não são mais teorias conspiratórias e convicções dos ”baderneiros” de esquerda, que gritam desesperadamente os escândalos da Lava Jato.

    O conluio criminoso desses canalhas foi desmascarado, está em pratos limpos, está tudo lá, escrito, assinado, com suas inconfundíveis digitais criminosas.

    Esses trânsfugas tocaram o terror no Brasil para evitarem a continuidade de um projeto de soberania nacional e nos enfiaram goela abaixo uma agenda ultraliberal, que saqueou o Pré-sal, destruiu nossos marcos legais de respeito aos trabalhadores, disparou o preço do gás, óleo e gasolina, aumentou o desemprego, quer saquear os fundos de pensão e destruir nossa seguridade social, e por fim, liberar todas os crimes e  tragédias ambientais possíveis e imagináveis.

    Foi exatamente esse o papel de Moro, Dallagnol e cia.: destruir o que o povo e os trabalhadores construíram.

    Pergunto a essa gente diferenciada quem é mais violento: o batedor de carteira que vocês prendem no tronco ou os vendilhões da Lava Jato? Quem causa mais dano ao país?

    Só espero que essa gente diferenciada não encontre o jornalista Glenn Greenwald e o prenda pelado em um poste por ter roubado a falsa ilusão que carregavam em suas bolsas de luxo.

    Nos encontramos nas ruas!

  • Flávio Bolsonaro propõe emenda contra a função social da terra

    Flávio Bolsonaro propõe emenda contra a função social da terra

    Flávio Bolsonaro propõe emenda
    contra a função social da terra

    Conceito está na Constituição de 1988 e é crucial para a reforma agrária; proposta assinada por 27 senadores, entre eles três tucanos, abre brechas para desqualificar desmatamento e trabalho escravo como motivos para desapropriações

    Por Priscilla Arroyo

    A política fundiária e a reforma agrária correm o risco de serem inviabilizadas caso a 80ª Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de 2019, de autoria do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seja aprovada no Congresso. A proposta apoiada por um terço do Senado abre brechas na legislação que caracteriza a função social da propriedade. “No ambiente rural, se trata do principal caminho de desapropriação para o programa de reforma agrária”, diz Fernando Prioste, advogado popular da ONG Terra de Direitos.

    Um dos pontos do projeto é a modificação do artigo 186, sobre a propriedade rural. A Constituição prevê que, para ter função social, ela precisa apresentar todos os quatro requisitos básicos: ser produtiva, utilizar os recursos naturais de maneira adequada, respeitar as relações de trabalho e favorecer o bem estar dos proprietários e colaboradores.

    A PEC de Bolsonaro propõe que apenas um desses pontos passe a ser considerado para dar à propriedade status de função social. Na prática, uma fazenda produtora de soja que mantenha trabalhadores escravizados será considerada cumpridora da função social por apresentar um dos requisitos básicos: ser produtiva. Além da questão trabalhista, a norma pode causar danos irreversíveis ao ambiente. “Os ruralistas querem colocar o plantio de soja na área toda, na beira do rio, no topo do morro”, diz Prioste.

    O projeto teve Flávio Bolsonaro como primeiro signatário, mas leva o nome de outros 26 senadores. Apenas dois deles, além de Flávio, são do mesmo partido do presidente Bolsonaro, o PSL: Juíza Selma (MT), Soraya Thronicke (MS). Três deles são tucanos: Tasso Jereissati (CE), Roberto Rocha (MA) e Antonio Anastasia (MG). Os partidos com mais signatários, com cinco senadores cada, são o Podemos e o PSD. Entre os senadores do Podemos estão Romário (RJ) e Álvaro Dias (PR). No PSD destaca-se Irajá Abreu (TO), filho da senadora e ex-ministra Kátia Abreu (PDT). O “socialista” Jorge Kajuru (PSB) também assinou o documento.

    A lista traz pelo menos um deputado constituinte: José Maranhão (MDB). No passado, ele cerrou fileiras a favor da reforma agrária. É dele a apresentação de livro de Francisco de Assis Lemos de Souza sobre as ligas camponesas e o golpe de 64 (UEL, 1996 ), onde lamenta a condição de vida dos camponeses e fala dos “privilégios desfrutados pelos latifundiários”. Em 2018, Maranhão teve uma fazenda ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

    PEC AUMENTA ENTRAVES PARA A DESAPROPRIAÇÃO

    O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é responsável por fazer a fiscalização das propriedades e a avaliar a existência da função social. O proprietário que não concordar com a posição do órgão pode entrar com um processo administrativo. Mas se o Incra entender que a propriedade realmente não atende aos quatro requisitos básicos – que consideram condições trabalhistas e respeito às leis que protegem o meio ambiente – e decidir pela desapropriação, ainda é preciso que essa medida seja autorizada pelo presidente da República por meio de decreto.

    A assinatura desse decreto, prevista na Constituição desde 1988, já é um entrave. Mas a PEC propõe ainda mais burocracia ao apontar que, além da autorização do presidente, seja necessário também o aval do Judiciário ou do Legislativo para desapropriar.

    Um processo dessa natureza pode levar anos. E no Congresso, onde a bancada ruralista tem força significativa, seria difícil aprovar uma medida dessa natureza. “Essa mudança, se concretizada, vai tornar quase impossível a desapropriação de uma propriedade que descumpra a função social”, afirma Prioste.

    Em outro ponto do texto, Flávio Bolsonaro diz que a proposta quer “assegurar o direito de propriedade”. Em nenhum momento ele cita os territórios dos indígenas, quilombolas e camponeses. Isso tende a manter a atual concentração fundiária de origem colonial. De acordo com o último censo agropecuário, 1% dos proprietários rurais detém 49% das terras aptas à agricultura.

    “A nova regra reafirma essa concentração fundiária e dificulta aos indígenas e quilombolas terem as terras demarcadas”, diz Prioste. Mas o maior impacto será sentido pelos sem-terra, que perderão o principal instrumento de desapropriação no programa de reforma agrária.

    CONFIRA VÍDEO SOBRE O TEMA NA CONSTITUINTE

    Outro projeto de Flávio Bolsonaro elimina as reservas florestais em áreas rurais, como prevê o Código Florestal. O UOL publicou nesta quinta-feira informações que desmentem post no Twitterdo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – irmão de Flávio – sobre agricultura e ambiente.

    O pai deles foi eleito com o apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A então presidente da FPA, Tereza Cristina (DEM-MS), virou ministra da Agricultura e nomeou o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, como secretário especial de Assuntos Fundiários.

    Durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1987-88, a UDR foi a principal voz contra a reforma agrária, consagrando a própria utilização da palavra “ruralista”. Na época a organização era liderada pelo atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

    Confira vídeo da TV Senado sobre a discussão da reforma agrária na Constituinte:

    via De Olho nos Ruralistas
  • O que é o Movimento Policiais Antifascismo?

    O que é o Movimento Policiais Antifascismo?

    O que é o Movimento Policiais Antifascismo?

    Antes de tudo é um movimento que luta pela cidadania do policial.

    Áureo Cisneiros

    É precisa esclarecer à população e principalmente aos próprios policiais que o policial é um TRABALHADOR. E como qualquer outro trabalhador tem direitos e deveres.

    O Movimento dos Policiais Antifascismo usa a informação como arma. Onde o inimigo a ser abatido é o sistema que joga policiais contra população, além de colocar uma trava para que o policial não exerça sua cidadania, não se reconheça enquanto trabalhador e para que a população não enxergue o lado humano do policial.

    Policial não é mamulengo. Policial pensa!

    O Movimento dos Policiais Antifascismo luta para que os policiais tenham sua dignidade humana e seus direitos respeitados e respeitar a dignidade humana de todos.

    O Movimento dos Policiais Antifascismo luta para que a sociedade não enxergue o policial apenas como instrumento de força para manter um sistema de desigualdades. O Movimento luta para que a sociedade participe do debate e da construção de políticas públicas de segurança. O policial não está sozinho no mundo.

    O POLICIAL PRECISA LUTAR CONTRA DESIGUALDADES QUE ELE E OS DEMAIS TRABALHADORES SOFREM

    O POLICIAL NÃO PODE FICAR CALADO E MUITO MENOS ISOLADO

    É preciso entender que o sistema não quer o policial pensando e tendo consciência política. O sistema deseja um policial acrítico, serviçal e sem cidadania.

    O sistema divide as polícias. De um lado uma polícia militarizada para impedir, pela força da hierarquia, a sua consciência cidadã. Mantém o soldado sem direitos e o Coronel com privilegios.

    O sistema engessou a Policial Civil a um ordenamento de 211 anos. Onde não existe condições mínimas de trabalho, não existe formação contínua , carreira única e sequer, em alguns estados, Lei Orgânica.

    Chegou a hora de reestruturar as polícias. De trazer dignidade aos policias. De unir trabalhadores. Policial não é capataz, capitão do mato, de um sistema que só massacra um lado: Do preto e favelado. Policial é trabalhador.

    O Movimento Policiais Antifascismo entende que o estado deva ser ocupado pelos trabalhadores. E que ele se mova para atender aos interesses do povo e não ser um instrumento para garantir privilégios aos mais ricos.

    Diariamente noticiam diversos dispositivos “legais” de benesses , de perdão de dívidas, de facilidades , de privilégios para os mais ricos. Por que o estado não pode ofertar os serviços mínimos ao povo pobre, trabalhador e contribuinte ?

    O policial não pode continuar a ser o chicote da opressão aos mais pobres. O policial precisar ser o servidor que luta pela cidadania, paz e ordem social.

    O Policial é um trabalhador e precisa ter consciência de que é trabalhador. Lutar por um mundo melhor é obrigação de todos, inclusive dos policiais . Essa é a essência do Movimento dos Policias Antifascismo.

    Participe. Vamos juntos lutar por um Brasil com segurança pública e cidadania para todos e todas.

  • FLCMF apoia o V Salão do Livro Político

    FLCMF apoia o V Salão do Livro Político

    O Salão do Livro Político, um dos mais importantes eventos das editoras de São Paulo, iniciou com casa cheia no Tucarena (PUC/SP) para debater o “Governo Bolsonaro – como o Brasil pode superar essa encruzilhada?”  A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco é parceira do Salão, que ocorre neste ano de 27 a 30 de maio.

    Confira a programação:
    V Salão do Livro Político
    Quatro dias de debates, cursos, slams, performances e muitos livros!
    Em 2019, o  Salão do Livro Político homenageia o educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire e conta com debates que discutem a educação, a cena política nacional e suas intersecções globais.
    SEGUNDA-FEIRA (27/05)
    17:00 – A opressão da mulher: família, propriedade privada e Estado.
    Com: Flávia Biroli (UNB), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Maria Cláudia Badan Ribeiro (USP). MEDIAÇÃO:  Maria Lucia Barroco (PUC-SP).
    19:00 – Governo Bolsonaro – como o Brasil pode superar essa encruzilhada?
    Com: Celso Amorim  (Ex-ministro da Relações Exteriores), Erica Malunguinho (Aparelha Luzia e PSOL), Fernando Haddad (PT) e Flávio Dino (PCdoB). MEDIAÇÃO: Ivana Jinkings.
    TERÇA-FEIRA (28/05)
    10:00 – Imprensa: a hora da autocrítica?
    Com: Carla Jimenez (El País), Eleonora de Lucena (Tutameia) e Natália Viana (Agência Pública). MEDIAÇÃO: Fabio Cypriano (Jornalismo PUC-SP).
    14:30 – Curso: A relevância e a atualidade do pensamento freiriano.
    Com: Sonia Couto (Instituto Paulo Freire).
    17:00 – Educação ou barbárie: a volta da Idade Média?
    Com: Carina Vitral (PCdoB), Carlos Giannazi (PSOL), Fernando Cassio (UFABC) e Maria Amalia Andery (Reitora PUC-SP). MEDIAÇÃO: Alípio Casali (PUC-SP)
    19:30 – Atividade Cultural  – Peça Quando Quebra e Queima
    21:00 – Atividade Cultural – SLAM da Guilhermina: antifa e feminista
    QUARTA-FEIRA (29/05)
    10:00 – Previdência: o fim da aposentadoria?
    Com: Eduardo Fagnani (Unicamp), João Sicsu (UFRJ), Leda Paulani (USP) e Nelson Marconi (PUC-SP). MEDIAÇÃO: Maria do Socorro (PUC-SP).
    14:30 – Aula-Teatro – Com: Ana Saul (PUC-SP) e Luciana Saul (USP).
    17:00 – Do tráfico a milícia: o estado paralelo que mata Marielles todos os dias.
    Com: Camila Nunes Dias (UFABC), Douglas Belchior ( Uneafro-Brasil), Henrique Carneiro (USP) e Luiz Eduardo Soares (UERJ). MEDIAÇÃO: Hudson Corrêa.
    19:00 – Atividade Cultural – Cabaré Feminista.
    21:00 Atividade Cultural – Espetáculo O Capital – Arlequins – Apresenta Marx.
    QUINTA-FEIRA (30/05)
    10:00 – Venezuela, Bolívia e a restauração conservadora no resto da América Latina.
    Com: José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), Fábio Luis Barbosa dos Santo* (Unifesp), Reginaldo Nasse* (PUC-SP) e Igor Fuse* (UFABC). MEDIAÇÃO: Laura Capriglion* (Jornalistas Livres).
    14 – 16h – Hegemonia cultural, antifascismo e a defesa da educação: mesa de encerramento e concentração para o ato #30M.
    Com: Acácio Augusto (Unifesp/ Nu-sol PUC-SP), Edison Urbano (Edições ISKRA), Pedro Monzón (embaixador de Cuba), Peter Pál Pelbart (PUC-SP) e Sabrina Fernandes (Tese Onze). MEDIAÇÃO: Pedro Fassoni (PUC-SP).

    Serviço:
    V Salão do Livro Político
    Dias 27, 28, 29 e 30 de maio,das 10h às 22h.
    Teatro Tucarena (PUC-SP) – Rua Monte Alegre, 1024, São Paulo, SP.
    Instagram: https://www.instagram.com/salaodolivropolitico/ #salaodolivropolitico
    Promoção e realização: Editoras Alameda, Anita Garibaldi, Autonomia Literária, Boitempo, EDUC, Geração Editorial e Veneta.
  • Impeachment, o descarte dos peões?

    Impeachment, o descarte dos peões?

    Impeachment, o descarte dos peões?

    A vulgarização do impeachment, a sua naturalização como método de apear governos eleitos será sempre usado impiedosamente contra administrações de esquerda quando as condições lhes permitirem e contra governos da direita quando estes se tornarem disfuncionais. É de luta de classes que se trata.

    José Luís Fevereiro

    A figura do impeachment, tal como inscrito na legislação brasileira, por crime de responsabilidade, submetido à interpretação politica de uma maioria parlamentar qualificada, não é um mecanismo de aprimoramento democrático. Desde o impeachment de Collor, passando pelo de Dilma e agora no Rio de Janeiro o processo aberto de impedimento do prefeito Marcelo Crivella demonstram que este mecanismo tem servido á burguesia para que esta se livre de governos que se tornaram disfuncionais aos seus interesses.

    A analise da luta institucional entre as forças populares e a burguesia, de 1988 para cá, mostram que é possível para a esquerda vencer eleições para o Executivo, mas que é virtualmente impossível constituir maiorias parlamentares de esquerda. É difícil até mesmo constituir bases parlamentares ideologicamente sólidas superiores ao terço necessário à defesa dos mandatos executivos. A “governabilidade” depende da manutenção de sólido apoio popular e de acordos pragmáticos nos Legislativos, esses voláteis em cenários de crise.

     

    Concertação oligárquica

    Collor foi deposto com a esquerda fornecendo a mobilização nas ruas e as oligarquias concertando entre si a formação de um novo governo que viabilizasse a estabilização do regime e a vitória eleitoral em 1994. Olhando retrospectivamente, se Collor não tivesse sido derrubado, a coalizão conservadora que o elegeu em 1989 chegaria às eleições presidenciais de 1994 desmoralizada e com enormes dificuldades de apresentar um candidato competitivo contra Lula. Provavelmente não havia para a esquerda outro caminho em 1992, a não ser a derrubada de Collor, pela pressão da base social e pelas dimensões da crise. Mas, com exceção de Brizola que relutou em aderir ao impeachment, nenhum setor da esquerda compreendeu as implicações desta ação. Brizola vinha dos anos 1950 e assistira ás tentativas de se derrubar Vargas, de se impedir a posse de Juscelino, de se bloquear a posse de Jango e, finalmente, ao golpe de 1964. Certamente seu sexto sentido estava ativado para a defesa de mandatos populares contra manobras que os interrompessem. Brizola vinha de longe.

    Dilma foi derrubada em 2016, apesar de todas as concessões que fez. Mas, pela natureza da sua base social, não podia entregar tudo que a burguesia queria. Com a crise e consequente perda de popularidade, seu destino estava traçado.
    No Rio de Janeiro a movimentação pelo impeachment do prefeito visa arrumar a casa para a construção de uma candidatura do campo conservador em 2020, livre do ônus de defender o colapso administrativo de Crivella. Esse movimento não deve ter a colaboração da esquerda. Não nos cabe ajudar a resolver as crises politicas da burguesia.

     

    Impeachment de Bolsonaro

    Quando escrevo este texto, 19 de maio, começa a circular pela grande imprensa e pelo Congresso a hipótese de derrubada de Bolsonaro. Algo que semanas antes entrava como mera especulação em conversas reservadas passa a ser tratado à luz do dia. Está medianamente claro que Bolsonaro é inepto para fazer avançar com consistência a agenda ultraliberal da coalizão da Casa Grande que o elegeu. O rápido desgaste do seu governo, o prolongamento sem fim da crise econômica e as ações grotescas da parte circense do seu ministério minam seu apoio mesmo entre parte das classes médias conservadoras. É notória a movimentação do vice, o general Hamilton Mourão, para se colocar como capaz de retomar a agenda da burguesia sem manobras diversionistas e sem se envolver em polêmicas secundárias.

    As extraordinárias manifestações de 15 de maio recolocam a esquerda no cenário politico pela primeira vez em anos, com real capacidade de mobilização. As expectativas de fortes demonstrações de força são reais e estão longe das tradicionais avaliações bravateiras tão comuns em parte da esquerda. Esse é um capital politico de peso. O sucesso destas ações enfraquecerá mais ainda Bolsonaro, que pelo seu lado busca também mobilizar os seus contra os inimigos imaginários de sempre.

     

    Tempos acelerados

    Os tempos da politica estão acelerados. Fazer previsões nos últimos meses virou tarefa de enorme risco, mas a se confirmar um cenário de grandes mobilizações contra a reforma da Previdência e os cortes de verba da Educação, e a crescente fragilidade de Bolsonaro em mobilizar seus seguidores mais fieis, com a crescente dificuldade de levar adiante o programa ultraliberal de Paulo Guedes, a burguesia avançará na tentativa de se livrar do capitão. Não será difícil encontrar as razões no laranjal da família, como o avanço das investigações contra Flavio Bolsonaro deixam claro. Podem chegar até à comprovação de relações com as milícias cariocas, muito além da mera simpatia e das relações pessoais com alguns de seus membros.

    Foi a aliança das mais diversas frações da burguesia que elegeu Bolsonaro, um outsider inconfiável, da mesma forma que em 1989 foi esta mesma aliança que elegeu Collor. Em ambos os caso,s atingido o objetivo de derrotar a esquerda, sobra para a oligarquia administrar a crise politica decorrente do recurso a outsiders empoderados.

    Nosso adversário não é Bolsonaro, assim como não era Collor nem é Crivella. Nosso adversário é o projeto oligárquico excludente dirigido pela aliança das burguesias financeira e agrária que hegemonizaram as outras frações da burguesia, para quem esses atores nunca passaram de peões a serem usados e se necessário descartados. Não podemos nos contentar com o descarte dos peões.

     

    Novas eleições

    O acúmulo de forças que estamos obtendo nas ruas não pode servir de linha auxiliar à resolução da crise politica por parte da elite. Sempre que esta falou em pacificação da politica foi para reestabelecer um arranjo que reorganizou suas forças e impôs a paz dos cemitérios ao andar de baixo.

    A vulgarização do impeachment, a sua naturalização como método de apear governos eleitos será sempre usado impiedosamente contra administrações de esquerda quando as condições lhes permitirem e contra governos da direita quando estes se tornarem disfuncionais. É de luta de classes que se trata.

    No cenário nacional o general Mourão se desloca. Na politica e no futebol quem se desloca recebe. Nosso papel é o de negar-lhe terreno. No agravamento da crise politica devemos contrapor ao impeachment a defesa de novas eleições. Nenhum acordo sem novas eleições. Nenhum voto a favor de impeachment sem novas eleições.

    Hoje como ontem o impeachment será queima de arquivo.