Autor: Redação Lauro Campos

  • Observatório Internacional, de 28 de novembro a 3 de dezembro de 2017

    Observatório Internacional, de 28 de novembro a 3 de dezembro de 2017

    Na primeira edição do Clipping Semanal de dezembro, o Observatório Internacional destaca o imenso corte de impostos aos mais ricos e grandes empresas, sugerido por Trump e aprovado pelo Congresso dos EUA. Além disso, ressaltamos: a conflagração nas ruas de Honduras depois (do que tudo indica) de um novo golpe de estado promovido pela direita que governa o país desde a queda de Manuel Zelaya em 2009; os protestos multitudinários na Argentina contra as reformas neoliberais de Macri; a tendência de uma nova coalizão conservadora/social-democratas para o governo da Alemanha; as manifestações em Tel Aviv contra a corrupção do governo Netanyahu; as disputas dentro do CNA pela sucessão presidencial na África do Sul; os novos testes balísticos da Coreia do Norte que revela um avanço do poderio militar da nação de Kim Jong-un.

    Na segunda parte deste trabalho, dos sites alternativos da esquerda internacional selecionamos entrevistas com Naomi Klein (sobre o governo Trump) e de Frank Gaudichaud (eleições chilenas), informes sobre a resistência popular em Honduras contra o novo golpe da direita e uma reportagem sobre as relações trabalhistas na China. Confiram!

    Charles Rosa – Observatório Internacional

    PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA IMPRENSA INTERNACIONAL

    Senado dos EUA aprova corte de impostos para os mais ricos e para as grandes empresas

    Reuters (02/12): “Senado aprova grande corte de impostos em vitória de Trump”

    “O Senado dos EUA aprovou por pouco tempo uma revisão fiscal no sábado, movendo os republicanos e o presidente Donald Trump um grande passo mais perto do seu objetivo de reduzir os impostos para as empresas e os ricos, oferecendo aos americanos todos os dias uma mistura de mudanças. No que seria a maior mudança para as leis tributárias dos EUA desde a década de 1980, os republicanos querem adicionar US $ 1,4 trilhão ao longo de 10 anos para a dívida nacional de US $ 20 trilhões para financiar mudanças que eles dizem que impulsionarão ainda mais uma economia já em crescimento. Trump, falando com os repórteres quando ele deixou a Casa Branca para Nova York horas após a votação do pré-amanhecer, elogiou o Senado por passar “tremenda reforma fiscal” e disse que “as pessoas vão ficar muito, muito felizes”.”

    LINK (em inglês): http://reut.rs/2Aq7QL2

    Editorial do LA Times (02/12): “A grande vitória do GOP é uma perda para o restante de nós”

    “A primeira grande vitória para os republicanos em Washington é uma perda para o restante de nós. Sim, pode haver muitos americanos que verão suas contas fiscais diminuir, certamente no início. Os maiores beneficiários, no entanto, serão empresas com os maiores lucros e indivíduos com os maiores rendimentos, e alguns dos maiores perdedores podem ser aqueles que dificilmente terão condições de pagar cursos de pós-graduação mais caros, por exemplo. Mais amplamente, a medida causará déficits muito maiores ou grandes cortes para o Medicare e outros programas federais, possivelmente acompanhados de taxas de juros mais altas para os consumidores.”

    LINK (em inglês): http://lat.ms/2i9tJWT

    Relações da campanha de Trump com a Rússia

    BBC (01/12): “Michael Flynn admite ter mentido para o FBI”

    “Flynn foi obrigado a renunciar em fevereiro depois de ter dado “informação incompleta” à Casa Branca sobre seus contatos com o governo russo antes de que Trump assumisse o poder. As acusações foram apresentadas pelo procurador-especial Robert Mueller, que investiga a suposta intervenção russa nas eleições estadunidenses de novembro de 2016. Segundo a peça de acusação, o ex-funcionário faltou com a verdade ao afirmar que não havia pedido ao embaixador russo nos EUA, Sergei Kislyak, que Rússia “se abstivesse de escalar a situação em resposta a sanções impostas pelos EUA”.

    LINK (em inglês): http://bbc.in/2j7rd48

    Crise política em Honduras após eleições

    BBC (04/12): “12 horas de silêncio rompidas por cacerolaço: assim revive Honduras os toques de recolher em plena tensão pelos resultados das eleições”

    “O silêncio voltou a se apoderar na noite de domingo da capital de Honduras. Embora seja certo que ver poucas pessoas caminhando por Tegucigalpa no último dia da semana é muito habitual – e quase nenhuma depois de obscurecer, por motivos de segurança – não o é tanto ver suas estradas desertas. O motivo desta situação atípica é o toque de recolher vigente pelo qual se proíbe, até o domingo (10/12), a presença de pessoas nas ruas em horas da noite, de seis da tarde a seis da manhã. A medida foi aprovada na sexta-feira passada para “manter a ordem e a governabilidade”, segundo o decreto executivo, depois as ações violentas que se registraram nos últimos dias pela demora no anúncio dos resultados definitivos das eleições presidenciais celebradas há uma semana”.

    LINK (em espanhol): http://bbc.in/2ANtprS

    DW (02/12): “Em Honduras, um golpe a mais”, por Martin Reischkin

    “Agora, a repressão das forças de segurança se dirige contra os seguidores da oposição que saíram às ruas para reclamar aquilo que eles consideram uma fraude eleitoral a favor do atual presidente. Já estão circulando imagens de atas eleitorais modificadas, e embora não conheçamos com precisão a magnitude de um possível fraude, é lógico que a aliança da oposição não confie em instituições como o Tribunal Supremo Eleitroal, porque é uma quantidade completamente politizada que nos últimos dias perdeu a pouca credibilidade que lhe restava.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2kiaTkz

    Processo eleitoral no México

    Publico.pt (29/11): “Peña Nieto lança ministo das Finanças como candidato à presidência em 2018”

    “O ministro das Finanças do México, José Antonio Meade, demitiu-se na segunda-feira à noite para se tornar o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI, no poder) nas eleições presidenciais de Julho de 2018. PUB O pedido de demissão, entregue ao actual Presidente Enrique Peña Nieto, pôs fim a meses de especulação sobre se seria Meade a avançar. Nieto confirmou a demissão e anunciou que José Antonio Gonzalez Anaya deixará a lierança da empresa Petroleos Mexicanos para assumir o cargo de ministro das Finanças.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2zMXdRq

    El País (03/12): “Marichuy Patricio: ‘A esquerda no México está morrendo’”

    “Para a aspirante presidencial, a esquerda não tem lugar nas cúpulas políticas do México. “Não está ali em cima. Está aqui embaixo e está sofrendo. Está morrendo, precisa de um antídoto, que é a organização”. Patricio imagina um cenário muito distinto do habitual se ela, junto com o Concejo Indígena do Governo, chegasse à presidência. “O conselho convocaria uma grande assembleia de todos e juntos revisaríamos como estão as estruturas”, detalha. “Nos povos indígena, um tema se discute até que tudo se esclarece e há um consenso. Não nos vamos se não há acordo, assim passem um, dois ou três dias. É preciso ter paciência para analisar e escutar a situação”. Admite que o método não será simples em grande escala. “Eu sei que resulta complicado, porque já existe algo desenhado, um caminho traçado, mas creio que é possível construir algo novo”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2jbFLjt

    Protestos multitudinários na Argentina contra reforma trabalhista de Macri

    AFP (29/11): “Multidão marcha na Argentina contra reforma trabalhista e previdenciária”

    “Dezenas de milhares de argentinos se concentraram na frente do Congresso em rechaço às reformas previdenciária e trabalhista impulsionadas pelo governo de Mauricio Macri, ao se iniciar na quarta-feira passada o debate no Senado do projeto de mudanças nas aposentadorias. Trabalhadores do estado, docentes em greve, partidos opositores, organizações sociais e setores dissidentes da majoritária Confederación General del Trabajo (CGT) participaram do protesto. “Repete-se a história. Cada vez que vem um governo liberal o primeiro que faz é atacar os direitos dos trabalhadores e tentar desprestigiar às organizações sindicais”, disse Pablo Moyano, secretário gremial da CGT, desde o estrado montado de costas para o Congresso”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2AM2VHc

    Possibilidade de reeleição de Evo Morales na Bolívia

    La Jornada (29/11): “Evo Morales poderá buscar a reeleição na Bolívia”

    “O Tribunal Constitucional da Bolívia habilitou o presidente Evo Morales para que seja candidato nas eleições de 2019. O presidente boliviano conseguiu ser habilitado para uma quarta reeleição, apesar de que a Constituição o impedia e que a proposta tenha sido rechaçada num referendo celebrado em fevereiro do ano passado. O Tribunal Constitucional da Bolívia admitiu em setembro analisar o pedido de reeleição de Morales e de seu vice-presidente, Álvaro García Linera.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2AwSiW3

    Maduro cria uma moeda virtual

    BBC (04/12): “O que é o petro, a moeda virtual criada pelo presidente da Venezuela”

    “O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo a criação de uma moeda virtual, o petro, baseada nos preços do petróleo, do ouro, do gás e do diamante. Em seu programa na TV, Maduro disse que a criação da moeda virtual significa um avanço em relação à “soberania monetária”. E que o petro ajudará a vencer o bloqueio financeiro imposto ao país. “Com isso nos incorporamos ao mundo do século 21, e o país poderá avançar em direção a um sistema financeiro que seja sólido para sustentar nosso desenvolvimento”, declarou. O mandatário não especificou quando o petro passaria a circular, mas informou que a criptomoeda será atrelada a bens físicos e emitida pelo país, o que a diferencia da mais famosa moeda virtual, o bitcoin. A criação do petro ocorre em um ano em que a moeda física venezuelana, o bolívar, já desvalorizou 95% em relação ao dólar. Somente no último mês, a desvalorização foi de 57%. Por não ter reservas para honrar os juros de sua dívida, a Venezuela foi declarada em calote parcial no mês passado. E desde agosto o país sofre sanções impostas pelos Estados Unidos, que proibiu a compra de títulos da dívida pública venezuelana e da petroleira estatal PDVSA por pessoas físicas e empresas americanas.”

    LINK (em português): http://bbc.in/2ntAlok

    Segundo Turno no Chile

    RPP (04/12): “Piñera desata a tormenta política com denúncia de fraude nas eleições do Chile”

    “O candidato do Chile Vamos (direita), Sebastián Piñera, denunciou a existência de “votos previamente marcados” no primeiro turno das eleições no Chile em 19 de novembro passado. Suas declarações desataram uma grande polêmica carregada de críticas da presidenta Michelle Bachelet e o Serviço Eleitoral. “O que eu vi o dia da eleição, e mostraram isso todos os canais de televisão e todas as rádios, é que a muita gente passavam um voto que já estava marcado em favor de Guillier ou de Sánchez”, disse Piñera numa entrevista radiofônica. De acordo com sua versão, os eleitores receberam cédulas marcadas a favor do candidato governista Alejandro Guillier e da esquerdista Beatriz Sánchez”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2iMkH65

    La Tercera (30/11): “A Frente Ampla chama a votar livremente no segundo turno”

    “A Frente Amplo anunciou nesta quinta-feira sua decisão sobre um eventual respaldo ao candidato presidencial da Nova Maioria, Alejandro Guillier. A ex-candidata presidencial da coalizão, Beatriz Sánchez, leu um comunicado no qual chamaram aos eleitores a votar de acordo com “suas convicções”, sem entregar um respaldo formal a Guillier, devido a suas “ambiguidades” em temas cruciais para a coalizão. ‘Não nos dá no mesmo quem governe. Sabemos que Sebastián Piñera representa um retrocesso, mais desigualdade e exclusão, menos direitos, menos liberdades, em sentido completamente contrário às demandas que dia a dia escutamos na rua e em todos os espaços”, expressaram a partir da coalizão. “A cidadania necessita maior clareza da Nova Maioria com relação a serão eliminados as AFP, será assegurada educação de qualidade sem dúvida nem lucro, e será democratizado efetivamente o país com Assembleia Constituinte e Justiça Tributária’.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2AsgkUt

    Nova primeira-ministra da Islândia

    The Independent (01/12): “Katrin Jakobsdottir da Esquerda Verde torna-se a primeira-ministra da Islândia à frente de coalizão de governo”

    “O partido da Esquerda Verde está liderando uma nova coalizão de governo de todo espectro político depois de semanas de negociações. Katrin Jakobsdottir, o líder do partido, é o novo primeiro-ministro, ainda que os ministérios do governo estão dominados pelo partido de centro-direita Independência, que obteve a maioria dos votos nas eleições do 28 de outubro. O Partido Progressista, um partido agrário populista que representa interesses agrícolas, também participará no governo, administrando transportes, educação e assistência social”.

    LINK (em inglês): https://ind.pn/2ii2QQo

    Eleições na Catalunha

    La Vanguardia (04/12): “O bloco independentista fica a uma cadeira da maioria absoluta, segundo o CIS”

    “O bloco independentista ficaria a uma cadeira da maioria absoluta nas eleições de 21 de dezembro, segundo a pesquisa publicada nesta manhã pelo CIS. ERC ganharia as eleições com 32 cadeiras. A lista do presidente Carles Puigdemont, Junts per Catalunya, conseguiria 25 ou 26 representantes e a CUP obteria nove deputados. No total, somariam 67, o que lhes colocaria a um da maioria absoluta, que no Parlament se situa em 68 parlamentares. Inés Arrimadas conseguiria 31 ou 32 cadeiras. Os socialistas de Miguel Iceta, que agora têm 16, subiriam para 21 e PP de Xavier García Albiol retrocederia dos 11 atuais e ficaria com sete. No total, o bloco constitucionalista somaria 60 cadeiras, faltando-lhe oito para poder formar governo”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2AvnvZR

    Impasse na formação do governo alemão

    Reuters (04/12): “SPD alemão iniciará conversas com Merkel na próxima semana se deputados concordarem”

    “O líder dos social-democratas alemães (SPD) disse na segunda-feira que iria iniciar conversas com os conservadores da chanceler Angela Merkel na formação de um governo na próxima semana, se membros do partido de centro-esquerda lhe deram a luz verde em um congresso neste fim de semana. As observações de Martin Schulz levantaram esperanças de que os dois partidos que sofreram perdas na extrema direita em uma eleição em setembro pudessem renovar uma aliança que governou a Alemanha desde 2013 e acabar com o impasse político na maior economia da Europa. Merkel voltou-se para o SPD depois de não formar uma aliança de três vias com os Verdes da esquerda e os Democratas Livres pró-negócios, subindo a Alemanha para um impasse político e aumentando a dúvida sobre seu futuro depois de 12 anos no poder.”

    LINK (em inglês): http://reut.rs/2AODyV1

    The Guardian (02/12): “A extrema-direita da Alemanha deixa de lado os moderados enquanto a polícia e manifestantes se enfrentam”

    “A ala nacionalista do partido alemão antiimigração Alternative für Deutschland se fortaleceu e as forças moderadas foram deixadas de lado numa conferência do partido marcada por protestos neste fim de semana. Segundo os informes, várias pessoas resultaram feridas em enfrentamentos entre manifestantes e a polícia na cidade de Hannover no sábado quando o congresso AfD elegeu Alexander Gauland para voltar ao posto de co-diretor que havia ocupado até 2015. Gauland se opõe à expulsão de Björn Höcke, membro de AfD que disse que a história deve ser reescrita para enforcar as vítimas alemãs da segunda guerra mundial. Gauland substitui Frauke Petry, que renunciou para se tornar um membro independente do Parlamento”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2iQn5c7

    Queda de imigração para o Reino Unido depois do Brexit

    El País (30/11): “Queda recorde de migração para o Reino Unido um ano depois do Brexit”

    “O Brêxodo começou. A imigração líquida no Reino Unido sofreu a maior queda anual desde que existem registros nos 12 meses depois de que os britânicos decidiram em referendo abandonar a União Europeia. A baixa, segundo estatísticas oficiais publicadas nesta quinta-feira, obedece ao descenso nas chegadas e o aumento nas partidas de cidadãos europeus, mesmo que ainda sejam mais os estrangeiros que chegam ao Reino Unido que os que partem. Um dos principais motores do voto para abandonar a União Europeia foi reduzir a imigração”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2APH1D9

    Fortalecimento dos nacionalistas na Córsega

    El País (04/12): “A vitória nas regionais da Córsega dá força aos nacionalistas frente a Paris”

    “Nunca o nacionalismo corso havia sido tão forte. Segundo o historiador Jean-Marie Arrighi, teria que remontar-se para ver algo comparável aos tempos de Pascal Paoli, considerado o pai da nação, e da breve independência no século XVIII. Mas hoje seu poder é muito limitado: a França centralista deixa pouca margem de manobra às regiões. A vitória da coalizão de autonomistas e independentistas no primeiro turno das eleições na Córsega, no domingo, amplia a hegemonia desta corrente, que exige uma maior autonomia. O partido do presidente francês, Emmanuel Macron, A República em Marcha, a “recuperar a confiança da ilha”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2klZdNG

    Protestos contra Netanyahu em Israel

    DW (03/12): “Entre protestos, Netanyahu pede reformulação de proposta de lei”

    “O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, perdeu hoje ao Parlamento que reformule um projeto de lei que proibiria a polícia recomendar acusações para que não seja aplicável às investigações contra ele, segundo um post do mandatário nas redes sociais. O anúncio de Neatanyahu sobre a modificação do projeto de lei que limitaria a capacidade da Polícia para recomendar o processamento de cargos públicos depois de uma investigação, para que não seja aplicável a ele, sucedeu um dia depois de que dezenas de milhares de pessoas se manifestaram em Tel Aviv contra esse projeto de lei e a corrupção governamental”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2BJCbEA

    Onda nacionalista no Oriente Médio

    The New York Times (04/12): “Onda nacionalista une Irã contra Trump e Arábia Saudita”

    “As sementes do novo nacionalismo foram plantadas junto com a eleição do moderado Hasan Rowhani como presidente do Irã em 2013. Foi o primeiro vislumbre de esperança para a classe média urbana do Irã desde a brutal repressão aos protestos de rua após a eleição presidencial de 2009, amplamente vista como manipulada. Rowhani prometeu um acordo nuclear, para escapar das sanções internacionais sufocantes devido ao programa nuclear do Irã, que deprimiram e distorceram a economia e isolaram o país. Quando o governo foi assinado em 2015, os iranianos comemoraram a chance, finalmente, do país se tornar ‘normal’. Então veio o governo Trump e seu foco singular no Irã como fonte, como disse em numerosas ocasiões seu secretário de Defesa, Jim Mattis, de todos os problemas no Oriente Médio”.

    LINK (em inglês): http://nyti.ms/2k3jUxN

    Agravamento do conflito no Iêmen

    Reuters (04/12): “Ex-presidente do Iêmen é morto após mudar de lado em guerra”

    “O veterano ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh foi morto num ataque à beira de uma estrada nesta segunda-feira depois de mudar de lado na guerra civil do Iêmen, abandonando os seus aliados houthis, alinhados com o Irã, e passando a favorecer a coalizão liderada pelos sauditas, disseram adversários e simpatizantes. Analistas afirmaram que a morte de Saeh será um grande reforço moral para os houthis e um golpe duro para a coalizão comandada pelos sauditas que interveio no conflito para tentar reinstalar o governo reconhecido internacionalmente do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi”.

    LINK (em inglês): http://reut.rs/2AVoHc0

    Escravidão na Líbia

    DW (29/11): “Comércio de escravos na Líbia expõe tragédia de refugiados africanos”, por Fred Muvunyi

    “Para pôr fim a tratamentos desumanos, é necessário combater o racismo e as ideologias que reduzem pessoas a objetos. (…) Não estamos falando de animais nem de mercadorias, mas de homens, mulheres e crianças, de africanos a caminho da Europa, em busca de uma vida melhor. Em vez de alcançá-la, eles estão presos na Líbia, onde são transformados em escravos. É difícil de acreditar, mas eles de fato estão sendo postos à venda, e os compradores estão lá, dispostos a pagar qualquer preço. Alguns custam apenas 400 dólares. Estatura e idade determinam quanto se pode pedir”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2iiCaPq

    Sucessão na África do Sul

    Reuters (04/12): “Ramaphosa, favorito para liderar o partido CNA da África do Sul”

    “O vice-presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi o candidato mais nominado nas vésperas do congresso que escolherá no próximo 16 de dezembro o novo líder do histórico partido Congresso Nacional Africano (ANC), dominante na política sul-africana. Os dados das nove províncias do país revelam que Ramaphosa conseguiu o apoio de 1862 seções locais do CNA, enquanto que sua principal rival, a ex-ministra Nkosazana Dlamini-Zuma, conseguiu 1209 apoios. Quem lograr impor-se como líder do CNA se converterá muito provavelmente no próximo presidente da África do Sul”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2iiCaPq

    Condenação de ativista pró-democracia em Taiwan

    AFP (28/11): “Ativista pró-democracia de Taiwan é condenado à prisão na China”

    “Um ativista pró-democracia de Taiwan foi condenado na terça-feira, na China, a cinco anos de prisão por “subversão”, em um veredito chamado de “inaceitável” por Taiwan e de paródia de justiça por organizações de defesa dos direitos humanos. Lee Ming-cheh, autor de artigos críticos ao Partido Comunista Chinês, ouviu tranquilamente a sentença, antes de ser levado por dois policiais, segundo um vídeo divulgado on-line por um tribunal da província de Hunan (centro). Outro réu, de nacionalidade chinesa, Peng Yuhua, que recebeu os artigos foi condenado a sete anos de prisão. Os dois anunciaram que não pretendem recorrer contra as sentenças, segundo o tribunal”.

    LINK (em inglês): http://bbc.in/2AvGGlW

    Novo teste balístico da Coreia do Norte

    El País (29/11): “Míssil lançado pelo regime norte-coreano pode atingir qualquer ponto dos EUA”

    “Mais um salto adiante. Na corrida contra o relógio que impôs a si mesma para completar o seu programa nuclear, a Coreia do Norte declarou na quarta-feira uma vitória significativa. Depois de realizar, de forma bem-sucedida, um teste com seu míssil intercontinental mais potente até agora, o regime de Kim Jong-un se proclamou um Estado nuclear. O lançamento, realizado durante a madrugada do horário local, interrompeu uma trégua pouco comum de dois meses em uma série de testes que vinham se sucedendo, sob o comando do Camarada, a uma velocidade cada vez mais vertiginosa”.

    LINK (em português): http://bit.ly/2AUGCPQ

    DEBATES E ARTIGOS DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Crise política em Honduras

    OFRANEH (02/12): “Golpe eleitoral na república bananeira de Honduras”

    “O golpe eleitoral perpetrado no dia de ontem, depois de mais de 72 horas de ter concluído as eleições, demonstra a ausência de espírito democrático da atual administração a qual aparentemente conta com a vênia da OEA, os EUA e a UE, os quais ante a evidente fraude, preferiram permanecer no silêncio. A ameaça da repressão levanta-se sobre o povo hondurenho, e a ilegalidade do regime se agudiza apesar de sua farsa eleitoral. O pesadelo que vive o povo hondurenho é instigada em certa medida pelos países padrinhos da narcodemocracia, e é hora que assumam sua responsabilidade nos fatos. Repudiamos a fraude eleitoral e fazemos um chamado às forças de segurança para que evitem o derramamento de sangue.”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=234796

    Sin Permiso (06/12): “Honduras: a resposta à fraude eleitoral”, por Giorgio Trucchi e Javier Suazo

    “’Quero condenar a repressão da qual estão sendo objeto nossos compatriotas a nível nacional. As pessoas do governo infiltraram-se em nossas manifestações de protesto para gerar violência. Mas aqui a violência somente está sendo gerada pelo presidente da república, porque está violentando a vontade popular. Somente dois hondurenhos de cada dez estão de acordo com ele, cerca de 80% quer que ele vá embora’, disse Nasralla numa mensagem difundida nas redes sociais”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2BG9vwh

    Eleições no Chile

    Solidarités (30/11): “Eleições presidenciais: surpresas, recomposição e oportunidades” – Entrevista com o cientista político Frank Gaudichaud

    “Recordemos que a FA vem em parte de setores que dirigiram o movimento estudantil de 2011, em especial com dois jovens convertidos em deputados, Gabriel Boric e Giorgio Jackson. A FA agrupa um espectro amplo e muito heterogêneo que vai do centro liberal até algumas organizações de esquerda radical como Igualdade, SOL ou Esquerda Libertária. Trata-se de uma coalizão globalmente antineoliberal que representa uma espécie de Frente de Esquerda (França) ou Podemos (Espanha) à chilena, com autênticas dificuldades para assentar uma verdadeira ancoragem nas classes populares e movimentos. Por outro lado, vários pequenos coletivos da esquerda revolucionária criticam a orientação, que julgam eleitoralista, do FA ou sua composição de classe, dirigentes procedem, em essência, das camadas médias ou intelectuais. Beatriz Sánchez, jornalista recém-chegada à política, foi candidata depois de vencer nas primárias um candidato mais claramente posicionado à esquerda, o sociólogo crítico Alberto Mayol. Mas globalmente a Frente Ampla conseguiu ganhar sua aposta de se tornar uma força nacional alternativa em muito pouco tempo. Com esta eleição ganha 20 deputados e um senador (sobre 155 parlamentares), ou seja, mais deputados que o Partido Socialista (partido de Bachelet) e mais do dobro que o Partido Comunista (integrado à maioria presidencial). É um feito histórico.”

    LINK (em francês): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=234712

    Reforma trabalhista de Macri

    MST – Nueva Izquierda (22/11): “CGT e PJ. Unidade contra a reforma escravista”

    “Com a traição descarada da CGT e a cumplicidade pejotista, o projeto de Macri e os empresários foi enviado ao Senado. Para enfrentar a reforma necessitamos a unidade de todos os setores que se opóem e uma grande plenária para que os trabalhadores reclamem e resolvam”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2nuuUFA

    Eleições no México

    Rebelion.org (01/12): “2018: os cenários possíveis”, por Guillermo Almeyra

    “Daqui até julho de 2018 podem suceder muitas coisas não só no México mas em escala mundial. Desgraçadamente vivemos à sombra do elefante gringo enlouquecido e compartilhamos portanto as desgraças (mas não as graças) dos estadunidenses, incluída a ameaça de uma guerra nuclear lançada por um multimilionário nazi e por um déspota oriental que não têm freios nem contrapesos em seus próprios países. Mas nos encontramos há um tempo em plena campanha eleitoral. Em consequência disso o país se encontra na pior crise política, social e moral de sua história e há um grande vazio político que ocupar. Esta situação é resultado da incapacidade total e da decomposição da oligarquia que ocupa o governo e da putrefação dos partidos (MORENA, como muita boa vontade, é por ora uma exceção apesar de seu conservadorismo, de seu regime verticalista nada democrático e dos gafanhotos que por aí andam saltando).”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=234808&titular=2018:-los-escenarios-posibles-

    Trump

    Sin Permiso (21/11): “Naomi Klein, o ataque contra Trump” – Entrevista com Naomi Klein

    “Trump é ambas as coisas ao mesmo tempo. A herança de Reagan consiste em considerar os diretores executivos como força vital dos Estados Unidos, em apagar as fronteiras entre o mundo dos negócios e o mundo político. Reagan não inventou este processo, mas o acelerou. Trump acrescentou a este desafio ao intervencionismo do Estado, e inclusive até a sociedade civil, uma verdadeira diabolização dos poderes público, explorando o desgosto às vezes legítimo do eleitorado frente a corrupção da esfera política. Por outro lado, compartilha com os “disruptores”, o culto da inovação brutal, com o desprezo a toda regra e uma indiferença total a toda objeção ou acusação. Seu postulado é que, chegado a um certo grau de riqueza, pode-se eludir toda pergunta sobre a forma ilegal na qual se conseguiu obtê-la. É a mesma impunidade que reivindica Google, Facebook ou Uber”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2jhyZbK

    China

    Viento Sur: “‘Iphone X’: a maça da exploração”, por Simon Lepâtre

    “É o caso de numerosos subcontratistas da eletrônica. Os salários são baixos, as jornadas muito longas, as condições muito ruins. A indústria desgasta o pessoal muito rapidamente e contrata continuamente a novos trabalhadores. Para os postos de trabalho pouco qualificados, recorrem massivamente a estagiários ou temporários”, explica Keegan Elmer, porta-voz da ONG China Labour Bulletin, com sede em Hong Kong”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2A7EpRh

    Catalunha

    Portal de la Izquierda (27/11): “Crônica catalã: 27-N

    “Frente a este Muro reacionário do 155, há três candidaturas independentistas, a do Presidente Puigdemont, chamada “Junts per Catalunya”, a de ERC, a de CUP, bloco soberanista com presos no cárcere. E uma candidatura intermediária, nem independentista, nem do bloco do 155: Catalunya em Comú Podem. É evidente que para vencer o bloco do 155 deveria haver uma aliança entre este segundo e terceiro bloco. E em determinados terrenos ela existe, como na exigência da liberdade dos presos políticos. Mas não em outros. Por exemplo, não é um elemento comum se deve haver uma continuação da luta pela República, nas condições que deva fazer-se para uma estratégia que amplie o campo social, ou seja, para fazer partícipes da classe operária e camadas mais pobres da população”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2BN6zyf

  • Observatório Internacional, de 17 a 24 de novembro de 2017

    Observatório Internacional, de 17 a 24 de novembro de 2017

    Nos últimos dias, os destaques das manchetes internacionais observados pelo Clipping Semanal foram: o rompimento do duopólio político no Chile com a aparição da Frente Ampla, a explosão de um submarino na Argentina que colocou o Executivo em rota de colisão com as forças armadas, os novos capítulos do caso Odebrecht no Peru, o golpe palaciano no Zimbábue, as dificuldades de Merkel para formar um governo na Alemanha, a reorganização das forças políticas na Síria pela Rússia, o transcurso da crise política no Líbano e a violação dos direitos humanos nas Filipinas.

    Na segunda parte deste trabalho, repercutimos entrevistas e artigos relativos à surpreendente ascensão da Frente Ampla no Chile, à queda de Mugabe no Zimbábue, aos preparativos dos soberanistas para as eleições de 21 de dezembro na Catalunha e às movimentações da família real saudita nas principais crises da Europa.

    Uma ótima leitura a todos!

    Charles Rosa – Observatório Internacional

    Eleições no Chile

     BBC Mundo (19/11): “O ex-presidente Sebastián Piñera e o governista Alejandro Guillier vão para o segundo turno em dezembro”

     “O ex-mandatário Sebastián Piñera e o candidato governista Alejandro Guillier terão que voltar a se enfrentar nas urnas em 17 de dezembro, depois que ninguém obteve uma maioria de votos nas eleições deste domingo. Segundo dados do Serviço Eleitoral, Piñera, líder da nova coalizão de centro-direita Chile Vamos, e Guillier, representante do agrupamento governista de centro-esquerda Nueva Mayoría, encabeçam a lista dos oito candidatos que se apresentaram nos comícios, mas sem obter a quantidade de sufrágios necessários. Piñera, que governou o Chile entre 2010 e 2014, e que as pesquisas davam como potencial ganhador, só obteve 36,64% dos votos, enquanto Guillier alcançou cerca de 22,7%”.

     LINK (em espanhol): http://bbc.in/2j9dlWp

     El País (20/11): “Nova frente de esquerda revoluciona eleição do Chile e pressiona direita no segundo turno”

     “A maior surpresa foi trazida pela Frente Ampla, um grupo de esquerda liderado por alguns protagonistas da revolução estudantil em 2011. São tão jovens que não poderiam ser candidatos à presidência, porque não têm os 35 anos necessários, e escolheram para esse posto Beatriz Sánchez, uma conhecida jornalista, que conseguiu um resultado espetacular. As pesquisas lhes davam 8%, mas conseguiu 20%. Agora, seus votos são os mais desejados, porque tendem a ser direcionados para Guillier e assim evitar a vitória de Piñera. Seja qual for o resultado, o grupo de esquerda é popular e já marca a política chilena.”

     LINK (em português): http://bit.ly/2jTi2rq

     Teletrece (19/11): “Frente Ampla consegue 20 deputados e se consolida como terceira força”

    “A nova referência logrou 20 deputados e um senador, o que a consolida como a terceira força política no Chile. Um dos maiores feitos se deu em Santiago, onde o deputado em exercício, Giorgio Jackson, não só conseguiu assegurar seu segundo período na Câmara, mas que além de arrastar dois postulantes do pacto: Gonzalo Winter (do Movimiento Autonomista, muito próximo a Gabriel Boric) e Natalia Castillo, de Revolución Democrática. Atrás ficou Alberto Mayol, apesar de obter cerca de 20 mil votos.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hKVlkW

    Explosão de submarino argentino

     AFP (23/11): “Comoção na Argentina depois de confirmada explosão de submarino desaparecido”

     “Familiares dos 44 familiares do submarino desaparecido faz oito dias no Atlântico Sul reagiram com dor e indignação ao informe da Armada Argentina nesta quinta-feira sobre uma explosão no mar no dia em que se perdeu contato com o submergível. “Vim pela primeira vez à base naval e acabo de me inteirar que sou viúva”,  disse Jessica Gopar afogada em lágrimas.”

     LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zx9n4Q

     

    Corrupção no Peru

     

    La Vanguardia (22/11): “Procuradoria do Peru realiza mandados de busca em 22 imóveis em investigação de caso Odebrecht”

     

    “No Peru, o caso Odebrecht se centra em seguir o rastro dos 29 milhões de dólares que a companhia brasileira admitiu ante a Justiça estadunidense ter pagado em subornos a funcionários em troca de conseguir milionárias obras entre 2005 e 2014. Esse período abarca os mandatos presidenciais de Alejandro Toledo (2001-2006), quem tem uma ordem de captura por ter recebido um suposto suborno de 20 milhões de dólares; Alan García (2006-2011), incluído em investigações por subornos para o Metrô de Lima; e Ollanta Humala (2011-2016), encarcerado pelo suposto financiamento irregular de suas campanhas eleitorais”.

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hXbkA5

     

     

    Acordos da Bolívia com multinacionais petroleiras

     

    Reuters (22/11): “Bolívia assina acordos de gás por 1,6 bilhões com Repsol e Petrobrás”

     

    “Bolívia assinou acordos de exploração e produção de gás natural com a petroleira espanhola Repsol, a brasileira Petrobras, Royal Dutch Shell e Pan American Energy. Segundo informou o presidente Evo Morales espera-se que estes acordos deixem como resultado US$1,6 bilhões em investimento ao setor. Os acordos cobrem blocos nas áreas de gás Iñiguazú, San Telmo Norte e Astillero. Repsol, Shell e Pan American Energy participarão no consórcio Iñiguazú, enquanto que Petrobras será sócio nos outros dois. Várias unidades da estatal boliviana YPFB participarão em todos os projetos.”

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2A2N9qK

     

     

    Eleições em Honduras

     

    Pagina 12 (22/11): “Honduras, potencial foco de tensão”

     

    “Neste domingo, 26 de novembro, ocorrerão eleições presidenciais, legislativas e municipais, simultaneamente. Nela participa o atual presidente de extrema-direita Juan Orlando Hernández e seu Partido Nacional, contra uma coalizão coordenada pelo ex-presidente Zelaya, e que postula como candidato à presidência a Salvador Nasralla, homem surgido nos meios de comunicação desportivos do país”.

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2mWG7id

     

     

    Renúncia de Mugabe

     

    The Guardian (22/11): “A renúncia de Mugabe marca o começo de uma nova era no Zimbábue”

    “Robert Mugabe renunciou como presidente de Zimbábue com efeito imediato depois de 37 anos no poder, dando passo a uma nova era para um país tão incerto como esperançoso. O homem que governou com o controle de um autocrata durante tantos anos finalmente cedeu à pressão popular e política horas depois de que o parlamento iniciou um processo para acusá-lo. Havia se negado a abandonar o cargo durante uma crise de oito dias que começou quando os militares tomaram o controle a semana passada. Aferrado aos vestígios formais do poder, não pôde e não quis reconhecer que depois de tantos de domínio político, perdeu o controle de seu partido e de seu país”.

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2A0SEUB

     

    BBC (22/11): “Quem é Emmerson Mnangagwa, o ‘crocodilo’ que acabou com a era Mugabe no Zimbábue”

     

    “Não é segredo para ninguém no Zimbábue que há muito tempo Emmerson Mnangagwa, destituído recentemente do cargo de vice-presidente sob a acusação de “traição”, queria suceder Robert Mugabe no comando do país. E Mugabe parece ter brincado com seus sentimentos – promoveu Mnangagwa a posições de destaque no partido Zanu-PF e no governo, levando a especulações de que ele seria seu “herdeiro natural”, mas tratou de tirá-lo rapidamente de cena assim que mostrou mais claramente suas ambições. Tudo indica que a demissão fez Mnangagwa (pronuncia-se “Munangagua”) perder a paciência. E seus aliados dentro das forças de segurança intercederam em seu favor, uma operação que culminou na renúncia de Mugabe na terça-feira – e resultará na sua posse como presidente do país na próxima sexta-feira.”

     

    LINK (em português): http://bbc.in/2zZRZ8t

     

     

    The Zimbabwean Mail (20/11): “Como a China influenciou na saída de Robert Mugabe”

     

    “Bem, nada pessoal. Apenas negócios. A fraca gestão da economia de Mugabe começou a prejudicar o investimento chinês, o que custará US $ 450 milhões somente neste ano. O governo da China queria permanecer leal a um velho amigo, mas não se sente satisfeito com a forma como seu dinheiro é gerido. Para a sorte deles, Bob não é o único filho da revolução com a qual os chineses têm um relacionamento especial. Eles também são bastante apaixonados por Emmerson Mnangagwa. Ele fez seu treinamento militar na China durante os anos 70.”

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2hZAHRC

     

     

     

    Rússia, Turquia e Irã discutem plano de estabilização política para Síria

     

    DW (22/11): “Putin, Erdogan e Rouhani mantêm conversações à medida que a oposição se reúne na Arábia Saudita”

     

    “Os líderes discutiram uma solução diplomática para o conflito na Síria, enquanto a guerra contra o “Estado Islâmico” (IS) e os grupos rebeldes sírios decaem. Após as conversações, Putin anunciou os planos para um congresso que reúna figuras do regime e da oposição, que será realizado em Sochi, antes do início das negociações apoiadas pela ONU na próxima semana em Genebra.

    Putin, Erdogan e Rouhani apresentaram planos para um acordo pacífico na Síria em uma declaração conjunta após a reunião. Os líderes sublinharam a necessidade de todas as partes no conflito libertarem todos os prisioneiros e reféns, entregando corpos e criando as condições para um cessar-fogo duradouro.”

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2AoO9WQ

     

    Irã ganha projeção no Oriente Médio

     

    El País (22/11): “Irã está vencendo na Síria como aliado de Assad e sua presença e influência no Líbano é cada dia maior”

     

    “O tabuleiro do Oriente Médio encontra-se nesta situação: Arábia Saudita compartilha agora, nada menos que com Israel, a preocupação pelo auge iraniano e o fortalecimento de Hezbollah. No dia de hoje, é seguro que israelenses e sauditas falam, indiretamente, dessa comum preocupação que o explica quase tudo: a intervenção de uma coalizão árabe, financiada pelos sauditas na guerra do Iêmem, hoje um embaraçoso empate sobre o terreno; a vitória do regime de Assad na Síria; o absurdo, e fracassado, boicote ao emirado do Catar por negar-se a aceitar o desenho regional saudita; e, em definitivo, a proeminente de Hezbollah no Líbano”.

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2BhlIYj

     

    Crise política no Líbano

     

    The Guardian (21/11): “Saad Hariri retorna ao Líbano depois de renúncia surpresa”

     

    “No Líbano, dividido durante mais de uma década entre um bando pró-saudita e uma aliança respaldada por Teerã, o processo de sucessão geralmente leva meses de disputas políticas. Mas as discussões também apontam lograr um equilíbrio entre as diversas comunidades religiosas do país. Como parte do sistema presidencial-parlamentar do Líbano, o primeiro-ministro deve ser um muçulmano sunita, o presidente um cristão maronita e o presidente do parlamento um muçulmano xiita. Há mais de uma semana, Hariri disse que podia retirar sua renúncia se o Hezbollaz se retirasse dos conflitos regionais, inclusive na Síria”.

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2hXLnQQ

     

     

    Al Jazeera (23/11): “Qual o passos seguintes do Líbano agora que Hariri voltou”

     

    “O segundo fator é o uso saudita da ameaça iraniana como uma distração de sua agitação interna e sua genuína frustração com a crescente influência de Teerã no Levante e no Iêmen. O governo dos Estados Unidos considerou a movimentação saudita no Líbano como um desafio a seu enfoque regional, o governo israelense não tem planos de abrir uma frente adormecida no sul do Líbano para comprazer Riad. E Irã se sentiu suficientemente cômodo para resistir à onda saudita. Tanto Washington como Riad intensificaram a retórica contra o regime iraniano. No entanto, os funcionários sauditas não podem envolver-se na Síria e escalar no Líbano ou pedir a seu principal aliado sunita em Beirute suportar sozinho o fardo de enfrentar e negociar com o regime iraniano”.

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2A0Cj4T

     

    Violação dos direitos humanos na Filipinas

     

    Reuters (21/11): “ONU repreende o presidente da Filipinas e altos funcionários do Burundi por ameaças”

     

    “Mais de 3.900 filipinos foram mortos no que a polícia chamou de autodefesa após suspeitas de drogas armadas resistiram à prisão na campanha de 16 meses. Os críticos dizem que as execuções estão ocorrendo com zero responsabilização, acusações que a polícia rejeita. Callamard, relatora especial da U.N. sobre execuções extrajudiciais, é uma perita independente que reporta ao Conselho de Direitos Humanos da U.N. Sua visita planejada às Filipinas em dezembro passado foi cancelada porque ela se recusou a aceitar as condições de Duterte. Recentemente, ela também foi submetida a uma “tentativa de abuso on-line, incluindo ameaças físicas, durante o que parece ser uma operação prolongada e bem orquestrada na Internet e nas mídias sociais”, disse Colville.”

     

    LINK (em inglês): http://reut.rs/2A2Fdpc

     

    Dificuldades de Merkel para forma coalizão de governo

     

    NY Times (20/11): “Em crise, Angela Merkel prefere novas eleições a governo de minoria”

     

    “A chanceler Angela Merkel, da Alemanha, enfrenta a maior crise de sua carreira, depois que as negociações para formar um novo governo entraram em colapso, agitando um país que é a âncora política e econômica da Europa. A ruptura aumentou abruptamente a perspectiva de novas eleições na Alemanha. Chegou menos de dois meses após as últimas eleições parecerem assegurar que a Sra. Merkel, um ícone da democracia ocidental e dos valores, continuasse a ser o líder da Alemanha por um quarto mandato. O chanceler disse que ela permaneceu esperançosa sobre formar um governo majoritário. Mas, se forçada a escolher, disse Merkel, preferiria passar por novas eleições ao invés de tentar liderar um governo minoritário.”

     

    LINK (em inglês): http://nyti.ms/2z8K5pD

     

    Processo eleitoral na Catalunha

     

    ABC.es (22/11): “JpC e ERC concordam em estacionar a independência unilateral para as eleições na Catalunha”

     

    “Não deixarão de reivindicar a secessão da Catalunha, mas não levarão em seus programas eleitorais do 21-D ir até as últimas consequências unilaterais. Junts per Catalunya (PDECat y Convergència) e ERC têm um princípio de acordo que se concretizará em vários pontos comuns refletidos em seus programas eleitorais. Um acordo que a CUP se apressou a qualificar como “retrocesso”, já que os antissistema seguem defendendo saltar-se as leis constitucionais para chegar a seu objetivo de ver uma Catalunha independente do resto da Espanha”.

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2BhKh7s

     

    Volta de Berlusconi ao páreo eleitoral na Itália

     

    El País (22/11): “O ex-primeiro-ministro, pendente do Tribunal de Estrasburgo, protagoniza um novo regresso político que lhe permitirá ser decisivos nas eleições da primavera”

     

    “Perdeu 10 quilos, é vegetariano e sua aposta política consiste hoje em estender pontes. Quatro primeiros-ministros depois, uma selvagem crise econômica, uma inabilitação e dezenas de tormentas às quais nenhum político de carne osso teria sobrevivido, Silvio Berlusconi (Milão, 1936) segue de pé. A letra desta canção, à margem de como soa a música, recorda que foi o último presidente do Conselho de Ministros eleito numas urnas na Itália e que, apesar de não poder apresentar-se como candidato – nesta quarta-feira se celebra uma vista crucial em Estrasburgo -, voltará a ser decisivo nos comícios da primavera. A direita e Matteo Renzi necessitarão dele para governar. Itália e Europa, confusas com o auge do Movimento 5 Estrelas, começam a considerá-lo um mal menor”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zkSeag

     

    Protesto de médicos na Grécia

     

    Euronews (23/11): “Centenas de médicos manifestam-se na Grécia”

     

    “Centenas de médicos e funcionários de hospitais nacionais gregos exigem contratos de trabalho estáveis e permanentes, ao invés de contratos de tempo incerto ou contratos a “part-time”. As manifestações surgem depois do governo grego ter chumbado o acordo que tranSformava os contratos temporários em contratos permanentes. Ilias Sioras, representante dos funcionários dos hospitais, diz que a situação no setor da saúde, tal como ela está, “só nos faz regredir décadas”.”

     

    LINK (em português): http://bit.ly/2mXlGBw

     

     

    Crise política na Eslovênia

     

    The Guardian (23/11): “Primeiro-ministro da Eslovênia enfrenta processo de impeachment após apoiar refugiado”

     

    “O primeiro-ministro da Eslovênia, Miro Cerar, um dos poucos líderes liberais da Europa Central e Oriental, está enfrentando um processo de impeachment por causa de seu apoio a um sírio solicitante de asilo que enfrenta a deportação. Se o partido de oposição de direita do país for bem sucedido em sua moção, Cerar, o líder do partido centrista moderado, poderia ser demitido no cargo pelos deputados eslovenos, embora as fontes do governo insistam que o primeiro ministro tenha apoio suficiente no parlamento para ganhar a votação.”

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2A1Nj1w

     

     

    Uber sob investigação

     

    NY Times (22/11): “Uber escondeu o ‘hackeamento’ de dados de usuários e pagou aos atacantes para que apagassem os dados”

     

    “Uber revelou na terça-feira que piratas informáticos tinham roubado 57 milhões de contas de condutores e passageiros; a empresa decidiu manter o ataque em segredo por mais de um ano depois de pagar um resgate de 100 000 dólares. O acordo foi organizado pelo chefe de segurança da companhia e contou com a supervisão do ex-presidente executivo, Travis Kalanick, segundo vários empregados atuais e antigos que falaram sob a condição de anonimato porque os detalhes da operação são privados”.

     

    LINK (em espanhol): http://nyti.ms/2B4mNS8

     

     

    EUA retiram proteção migratória de haitianos

     

    El País (21/11): “EUA retira a proteção migratória de 59 000 haitianos e abre a porta para a sua deportação”

     

    “O governo Trump anunciou nesta segunda-feira o fim de um programa migratório especial que evitava a deportação de milhares de haitianos dos EUA. Os cerca de 59 000 beneficiários do Status de Proteção Temporal (TPS, em sua sigla inglesa) para Haiti têm 18 meses, até julho de 2019, para regressar a seu país ou buscar uma alternativa para residir legalmente nos EUA. A partir de então, serão considerados imigrantes indocumentados e poderão ser deportados. A decisão, que se especulava há algum tempo, se insere na política de mão dura migratória do governo do republicano Trump. Há duas semanas, a Administração anunciou o fim do TPS para 5300 imigrantes nicaraguenses que dispõem até janeiro de 2019 para sair do país ou conseguir permissão de residência”.

     

     

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

     

     

    Crescimento da Frente Ampla no Chile

     

    Viento Sur (23/11): “O resultado da Frente Ampla desordenou o panorama político no Chile”, entrevista com Luis Thielemann

     

    “Se a Frente Ampla buscava alterar a harmonia na correlação de forças central que predominou no Chile por quase três décadas desde os anos finais da Ditadura, ainda não conseguiu isso. Mas o domingo deu um grande passo nesse rumo: instalou a incerteza eleitoral, não só para o segundo turno, mas para vários anos no Chile. Desta forma, a Frente Ampla passou de ser um ator desapercebido pelas forças tradicionais da política a ser o terceiro ator político de um sistema acostumado a só dois jogadores. E não é um terceiro ator qualquer, mas um cujo programa se baseia nas grandes lutas sociais antineoliberais das últimas décadas, o que em si é subversivo, pois coloca sua centralidade em posições sociais ante uma política muito ensimesmada e blindada ante interesses de classe que não sejam os do grande empresariado”.

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2i3SAPx

     

     

     

    Renúncia de Mugabe

     

    Porta de la Izquierda (22/11): “Pode a gente comum conquistar suas demandas após a renúncia de Mugabe?”, por Tomáš Tengely-Evans (SWP)

     

    “Um membro da ISO disse ao Socialist Worker: “Havia festa na rua, um sentimento de celebração, embora Mugabe ainda não tivesse ido”. Esta precisa ser uma oportunidade para derrubar todo o regime, não apenas substituir Mugabe por Mnangagwa e os militares. As seções da classe dominante estão agora a pressionar por uma “grande coalizão” da facção de Mnangagwa, dos militares e do Movimento para a Mudança Democrática (MDC). Embora fundado pelos sindicatos, o MDC agora apoia o neoliberalismo. A classe trabalhadora terá que afirmar demandas independentes para evitar esse perigo.”

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2zl3IL8

     

     

    Dificuldades para a formação do governo na Alemanha

     

    Viento Sur (23/11): “Depois do fracasso do chamado projeto ‘Jamaica’”, por Manuel Kellner

     

    “Uma coisa é clara: posto que todos os outros partidos estão de acordo sobre o fundo numa política antissocial, belicista e ecologicamente irresponsável, será necessário que o Partido Die Linke (A Esquerda, com  9,2% dos votos e 69 cadeiras no Bundestag) se descole claramente dos outros e desenvolva uma alternativa anticapitalista radical, investindo-se na construção de movimentos extra-parlamentares para impulsionar soluções solidárias e emancipadoras”.

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zkLlpz

     

     

    Catalunha

     

    Portal de la Izquierda (19/11): “Frente ativa e democrática contra o 155”, por Miguel Salas

     

    “As eleições de 21-D significarão mudanças no panorama política. Caso ganhem as forças independentistas e soberanistas será preciso encontrar novas iniciativas para avançar rumo à república catalã; caso ganhem as propostas de PSC, Ciudadanos e o PP a incerteza sobre a mesma autonomia catalã geraria uma situação dificilmente governável. Seja qual for a decisão eleitoral, seguirá sobre a mesa libertar os presos políticos e levantar a aplicação do artigo 155 e a necessidade de uma frente dos que defendem os direitos e as liberdades e a soberania do povo, e também o direito de exercer a autodeterminação. Se a crise atual não é um tema só catalão mas que incumbe todo o Estado essa frente democrática teria que contar com a solidariedade do conjunto dos povos da Espanha, como já se expressou em algumas partes. Não é uma coisa dos daqui ou dos de lá, o ataque aos direitos e liberdades afeta a todos e todas.”

     

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2BkbR3O

     

     

    Mudança de liderança no Sinn Fein

     

    Esquerda.net (21/11): “Gerry Adams vai deixar a liderança do Sinn Féin em 2018”

     

    “O nome apontado como favorito à sucessão de Adams é o da sua vice-presidente, Mary Lou McDonald. A mudança de líder representará assim também uma transição geracional para alguém cujo passado político não está associado ao período do conflito armado. Caso se confirme a escolha, o Sinn Féin passará a ter duas mulheres na liderança do partido nos dois lados da fronteira, uma vez que Michelle O’Neill já lidera o partido na Irlanda do Norte. O anúncio de Gerry Adams foi recebido com emoção pela conferência, que entoou de seguida uma canção de resistência com o refrão “bem-vindo a casa”.”

     

    LINK (em português): http://bit.ly/2B7hEJi

     

     

    Oriente Médio

     

     

    Jacobin Magazine (22/11): “Os sauditas irão para a guerra?”, por Daniel Lazare

     

     

    “Enquanto ISIS e a Al Qaeda parecem estar indo para a derrota na Síria e no Iraque, ambos poderiam ver uma mudança em suas fortunas se a Arábia Saudita se tornar o próximo campo de batalha estado-cum-imperialista. Como uma série de historiadores de Ibn Khaldun a Friedrich Engels a Perry Anderson apontaram, praticamente todas as dinastias muçulmanas começaram como federações tribais do deserto lutando por um Islã revivificado. Foi o que o clã saudita fez em meados do século XVIII quando se juntou com um pregador fundamentalista chamado Muhammad ibn Abd al-Wahhab e começou a conquistar o interior do deserto. E é o que a Al Qaeda e o ISIS estão fazendo hoje.”

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2mZCmsg

     

     

    Sin Permiso (18/11): “Tambores de guerra no Líbano”, por Yassamine Mather

     

    “A saga política que implica o Líbano, Arábia Saudita e Irã segue sendo notícia e estamos muito longe de uma solução. Entretanto, a guerra no Iêmen – cenário de outra guerra interposta entre Irã e Arábia Saudita – está entrando numa fase mais perigosa. Cerca de 10 000 iemenitas morreram nos combates, enquanto a população está sendo vítima das sanções sauditas, que impedem que alimentos e remédios cheguem à população, ao mesmo tempo que bloqueia a fuga dos iemenitas do país”.

     

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2iMa5ki

     

    China

     

    International Viewpoint (20/11): “Um assunto infeliz: as fortunas cambiantes de China e Hong Kong fundaram projeto de mega-resort no Bahrein”, por Robin Lee

     

    “Em abril de 2017, a primeira parte do Baha Mar, uma mega-resort de luxo de mil hectares nas Bahamas, que eventualmente consistirá em vários hotéis, um cassino de 100,000 pés quadrados, um campo de golfe, spas, lojas e restaurantes, construído pela China Construction América, finalmente abriu. O evento foi marcado por uma cerimônia de corte de fita atendida pelo então primeiro-ministro das Bahamas, Perry Christie, que rotulou a abertura, “o evento de desenvolvimento econômico mais significativo que já aconteceu em uma única fase nas Bahamas e no Caribe”.”

     

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2BkEBJY

     

    Chomsky

     

    Rebelion.org (24/11): “Nossa sociedade se enfrenta a três grandes crises”

     

    “O cientista político e linguista norte-americano Noam Chomsky fechou as obras do City of Ideas Festival, também conhecido como “Das mentes brilhantes”, alertando sobre três crises que ameaçam a humanidade, a moral que leva à desumanização; a mudança climática que já está aqui e a possibilidade de uma pandemia.”

     

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=234488

  • Observatório Internacional, de 10 a 16 de novembro de 2017

    Observatório Internacional, de 10 a 16 de novembro de 2017

    Nesta edição do Clipping Semanal do Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos, o destaque fica por conta do término da viagem de Trump à Ásia, assinalando mais uma etapa do debilitamento geopolítico estadunidense frente a seu concorrente chinês. A semana foi marcada ainda: pelo rompimento do Barcelona en Comú com o PSC, após os socialistas apoiarem a aplicação do decreto 155; a manifestação de dezenas de milhares de poloneses em uma marcha convocada por partidos de extrema-direita no dia da Independência polaca; o golpe palaciano no Zimbábwe que tenta depor Robert Mugabe, há mais de três décadas no poder; o avanço dos direitos civis na Austrália (vitória do SIM no referendo sobre a legalização do casamento homoafetivo) e no Peru (sanção presidencial do uso de maconha para fins medicinais); as novas revelações da Odebrecht contra importantes nomes da política peruana; os preparativos para as eleições chilenas; e a reforma trabalhista de Macri.

    Na segunda parte do Clipping, destinada a destacar alguns artigos e debates da mídia alternativa de esquerda, trazemos um relato in loco das discussões do independentismo acerca dos próximos passos a serem dados; uma análise sobre as movimentações da monarquia saudita que têm fortalecido o príncipe-herdeiro Muhammad bin Salman e um interessante artigo sobre a esquerda tcheca ante a emergência do bilionário Andrej Babis, com muitas semelhanças em relação a Donald Trump, ao posto de primeiro-ministro do país.

    Uma excelente leitura a todos!

    Charles Rosa – Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos

     

    PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA IMPRENSA MUNDIAL

    Processo independentista da Catalunha

    El Nacional (16/11): “Barcelona grita pela liberdade dos presos: ‘Fora dos Okupas de Palau’”

    “No mesmo dia em que se cumpre um mês de encarceramento de Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, o soberanismo enviou uma mensagem à prisão madrilenha de Soto del Real: “Não estão sozinho”. Convocadas pela Assembleia Nacional Catalã e Òmnium Cultural, centenas de pessoas reuniram-se nesta quinta-feira na praça de Sant Jaume de Barcelona, e ante os ajuntamentos de todo o país, para reclamar a liberdade imediata dos presos políticos”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2AMJgTz

    La Vanguardia (12/11): “Barcelona em Comum rompe pacto com o PSC de Barcelona pelo apoio ao artigo 155”

    “A militância de Barcelona en Comú decidiu por um ponto final ao pacto de governo com o PSC no governo municipal de Barcelona. 54,18% (2.059 pessoas) votaram na consulta interna a favor da ruptura do acordo com os socialistas. 45,68% (1.736 simpatizantes de BComú) apostava por dar continuidade ao pacto. Uma maioria apertada para uma decisão importante que ficou nas mãos de 3.800 participantes, ao redor de 40% do registro de inscritos da formação.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zOA9mi

    El Diario.es (16/11): “Jordi Sánchez irá de ‘número 2’ de Puigdemont na lista do PDeCat”

    “O presidente da Assembleia Nacional Catalã (ANC), Jòrdi Sànchez, figurará na lista do PDeCAT como número dois, do presidente suspenso Carles Puigdemont. O líder independentista, que se encontra encarcerado na prisão de Soto del Real, será um dos nomes da sociedade civil que Puigdemont incorporará na lista que está elaborando desde Bruxelas e que se chamará Junts per Catalunya”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zIowjd

    Manifestação da extrema-direita na Polônia

    The Guardian (13/11): “’Europa branca’: 60 000 nacionalistas marcham no dia da independência na Polônia”

    “Dezenas de milhares de manifestantes nacionalistas marcharam através de Varsóvia no fim de semana para marcar o dia da independência da Polônia, lançando sinalizadores vermelhos e carregando bandeiras com slogans como “Europa branca de nações fraternas”. A polícia estimou que 60 mil pessoas participaram do evento de sábado, no que os especialistas dizem que foi um dos maiores encontros de ativistas de extrema direita na Europa nos últimos anos. Demonstradores com rostos cobertos cantavam “Polônia pura, Polônia branca” e “Os refugiados saem!”. Uma bandeira pendia sobre uma ponte que dizia: “Ore pelo holocausto islâmico”.”

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2zDldHr

    Primeiras rupturas no partido de Macron na França

    The Telegraph (16/11): “Emanuel Macron enfrenta primeira revolta depois que 100 membros de seu partido renunciam por seus métodos ‘arrogantes e antidemocráticos’”

    “Emmanuel Macron enfrenta sua primeira revolta interna desde sua ascensão à presidência francesa depois que 100 membros de seu movimento centrista anunciaram que estavam renunciando a seus métodos ‘arrogantes’ e ‘antidemocráticos’. Macron, de 39, venceu em maio em parte graças à ajuda de um exército de partidários de base, muitos sem experiência política prévia e aos que prometeu que todos teriam voz na forma em que funcionaria seu movimento recém criado. Mas seis meses de presidência, 100 membros de seu partido centrista República em Marcha (LREM), desde estudantes até funcionários eleitos, dizem que estão jogando a toalha, alegando que o partido é uma “afronta aos princípios fundamentais da democracia com um estilo organizativo digno do Antigo Regime [antes da revolução de 1789]”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2mpIA4j

    Conflito separatista na Ucrânia

    AFP (16/11): “Putin conversa com líderes separatistas da Ucrânia”

    “O presidente russo Vladimir Putin conversou com os líderes rebeldes do leste da Ucrânia para discutir um intercâmbio de prisioneiros, seu primeiro contato direto reconhecido publicamente com as duas repúblicas separatistas pró-russas. O Kremlin disse que Putin falou por telefone com Alexander Zakharchenko, o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk e Igor Plotnitsky, o líder da República Popular de Lugansk. As entidades, imbricadas nas regiões de Donetsk e Lugansk da Ucrania, declararam a independência de Kiev depois da anexação da Crimeia em 2014 por parte de Moscou, iniciando uma guerra que perdurou até o dia de hoje e em que morreram mais de 10 mil pessoas”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2ATZiMv

    Recuo de Trump na questão russa

    El País (13/11): “Trump se distancia de Putin para evitar crise com serviços de inteligência”

    “Donald Trump cedeu. Após aceitar no Vietnã os desmentidos de Vladimir Putin sobre a ingerência russa durante as eleições norte-americanas de 2016, o presidente dos Estados Unidos precisou se contradizer. A rápida e contundente reação dos serviços de inteligência e de seus ex-diretores, autores do crucial relatório que acusa Putin de ordenar a campanha difamatória contra Hillary Clinton, falou mais alto que o desejo de Trump de confraternizar com seu homólogo russo. “Estou com nossas agências… Acredito no que dizem”, retificou o republicano no domingo em Hanói. Trump atacou a espinha dorsal da trama russa. Em uma conversa informal com Putin, havia acabado por dar crédito ao líder do Kremlin, mas foi em seguida esbofeteado por seus próprios serviços de inteligência, cujos ex-diretores chegou a descrever como “mercenários políticos”. O golpe colocava em xeque não só as agências de espionagem norte-americanas, mas também a investigação comandada atualmente pelo promotor especial Robert Mueller, que já resultou em três acusações formais e tem como objetivo esclarecer o papel do próprio presidente e da sua equipe nessa trama.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2j1L1oS

    Giro de Trump pela Ásia

    Washington Post (13/11): “A incoerente mensagem de Trump para os aliados dos EUA na Ásia”

    “O giro de 12 dias do presidente Trump pela Ásia foi desenhada para oferecer uma visão da política exterior dos Estados Unidos na região e tranquilizar os aliados num momento de tensão preocupante. Até agora, não fez nenhuma das duas coisas. Em contrapartida, o governo Trump ofereceu versões contraditórias de sua política na Ásia, enquanto o próprio presidente criou mais distrações em forma de insultos para Kim Jong Un da Coreia do Norte e elogios para o presidente russo Vladimir Putin. Inclusive antes do começo da viagem, existiam profundas preocupações sobre o que a visão de Trump para a Ásia, ou a falta dela, significaria para a região no leste da Ásia durante as últimas semanas entrevistando funcionários e especialistas no Japão, Coreia do Sul e Taiwan. A conclusão foi cara: ninguém sabia o que esperar, mas muitos estavam se preparando para o pior. “Trump é um presente do céu para a ascensão da China”, disse Lee Seong-hyon, um pesquisador do Instituto Sejong de tendencia esquerdista de Coreia do Sul, quando a viagem de Trump começou”.

    LINK (em inglês): http://wapo.st/2zIpRq4

    El País (14//11): “O giro de Trump pela Ásia evidencia a menor relevância dos EUA na região”

    “Nem sua oferta para mediar no mar da China meridional nem o novo termo utilizado por Donald Trump para se referir à região, Indo-Pacífico, salvaram o giro do presidente estadunidense pela Ásia. Doze dias,cinco países e muitos apertos de mãos que concluem sem que Trump tenha conseguido convencer sobre o novo papel dos EUA na zona, cujos países deram passos rumo a uma maior integração de forma independente”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2ieKDUs

    Tensões entre Arábia Saudita e Irã

    The NY Times (16/11): “A Arábia Saudita não faz ideia de como negociar com o Irã”

    “Arabia Saudita pode exagerar as intenções e o poder iranianos, mas os países ocidentais e asiáticos geralmente os subestimam. Os próprios iranianos têm claro como veem a região: ‘Não podem ser tomadas medidas decisivas no Iraque, Síria, no Líbano e no norte da África e na região do Golfo sem o consentimento do Irã”, Hassan Rouhani, presidente do Irã, alardeou no mês passado. É possível que Teerã não tenha o controle total em Bagdá, Damasco e Beirute, mas graças a seus representantes e aliados, pode influir decisivamente em seus campos de batalha e política”.

    LINK (em inglês): http://nyti.ms/2j2ktnr

    Emergência de um candidato progressista no Egito

    El País (14/11): “Um candidato progressista faz frente ao regime de Al Sisi no Egito”

    “A pré-campanha das eleições presidenciais no Egito, previstas para maio próximo, parece discorrer por caminhos parecidos aos de uma democracia consolidada, Um candidato da oposição anunciou na semana passada sua intenção de concorrer no pleito. Os rumores na mídia apontam que outro dois candidatos poderiam seguir seus passos. Enquanto isso o marechal Abdelfatá al Sisi permanece indeciso, ainda que poucos duvidem de que ele não tentará permanecer no permanecer. O ativista de esquerda Jared Ali anunciou sua candidatura condiciona a algumas garantias mínimas. Porém, sua participação depende dos tribunais”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2iok2nI

    Escravidão na Líbia

    ABC.es (14/11): “Homens por 400 euros: ‘os mercados de escravos’ regressam à Líbia

    “Em troca de 400 euros, homens e mulheres são vendidos em novos mercados de escravos na Líbia, um negócio que floresce no país, tomado pelas milícias e senhores da guerra que controla ou se beneficiam dos grandes fluxos migratórios da África subsaariana que cruzam o país norte-africano com a esperança de chegar à Europa. Enquanto se amontoam os testemunhos de sobreviventes a este indigno negócio recolhidos por jornalistas, ONGs e organizações internacionais. Novas imagens publicadas em vídeos do South China Morning Post (SCMP.TV) e CNN dão conta dos leilões nos quais imigrantes da Nigéria, Gâmbia ou Gana são vendidos ao melhor comprador”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hwNxTy

    Referendo sobre o casamento homoafetivo na Austrália

    The Independent (13/11): “Australianos votam a favor da legalização do casamento homoafetivo em histórico movimento em direção à igualdade ”

    “Os australianos pronunciaram-se a favor dos matrimônios entre pessoas do mesmo sexo numa enquete nacional histórica. A pesquisa, ainda que não vinculante, é um passo significativo em direção à conquista da igualdade no matrimônio e abre caminho para as uniões entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Aproximadamente 62% do eleitorado respaldou o matrimônio homossexual contra 32 % contrário. O primeiro-ministro Michael Turnboll afirmou que espera legalizar as uniões homoafetivas antes do Natal.”

    LINK: https://ind.pn/2ihk3K8

    Golpe palaciano no Zimbábue

    Chicago Tribune (15/11): “Depois de 37 anos, governo de Mugabe parece ter acabado”

    “Os militares de Zimbábwe estão controlando a capital e a emissora estatal, além de manter Robert Mugabe e sua esposa em prisão domiciliar. O chefe de estado com 93, o mais longevo do mundo, parece ver chegar ao fim seu domínio. No entanto, os militares fazem questão de enfatizar de que não se trata de um golpe de estado, mas que estão tratando de iniciar um processo de restauração da democracia no país (…). África do Sul e outros países africanos estão enviando representantes para negociar a transição com Mugabe.”

    LINK (em inglês): http://trib.in/2iWRcuk

    Demissão de Isabel Santos na Angola

    Público.pt (15/11): “João Lourenço afasta Isabel dos Santos da Sonangol”

    “O Presidente angolano, João Lourenço, afastou esta quarta-feira Isabel dos Santos do cargo de presidente da Sonangol, para o qual tinha sido nomeada pelo seu pai, o anterior chefe de Estado, José Eduardo dos Santos. Para o seu lugar irá Carlos Saturnino, recentemente nomeado secretário de Estado dos Petróleos, e que tinha sido afastado por Isabel dos Santos do cargo de presidente da Sonangol Pesquisa e Produção. Depois de a ter mencionado indirectamente, no discurso de tomada de posse, quando atacou os monopólios das telecomunicações, o Presidente já parecia ter iniciado uma espécie de cerco a Isabel dos Santos. E fizera-o precisamente através de Carlos Saturnino, que a filha do ex-chefe de Estado despedira da Sonangol e que foi nomeado secretário de Estado do Petróleo.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2zF3Rwi

    Reforma trabalhista na Argentina

    Perfil.com (15/11): “Houve acordo entre Macri e a CGT pela reforma laboral”

    “A reforma laboral é uma das obsessões principais do pacote de ‘reformismo permanente’ que o presidente Mauricio Macri impulsionou desde as eleições. Também representa um dos maiores desafios, por ser uma inciativa resistida por muitos trabalhadores e sindicatos. O caminho para aprová-la, no entanto, poderia não ser tão difícil: o governo nacional e os representantes da CGT chegaram a um princípio de acordo na tarde da quarta-feira sobre o tema”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2j1LB5V

    Escândalo do pagamento de propinas na FIFA

    Washington Post (15/11): “Ex-funcionário argentino se joga sob o trem depois de ser acusado no escândalo de corrupção na FIFA”

    “O executivo de marketing desportivo Alejandro Burzarco declarou que pagou milhões de dólares em subornos a Delhon e a outro funcionário argentino, Pablo Paladino, entre 2011 e 2014 em troca de direitos para transmitir partidas de futebol, segundo uma transcrição da audiência. Paladino foi o coordenador de um extinto programa de televisão emitido pelo governo chamado Futbol Para Todos. Delhon era advogado do programa e trabalhou sob o o governo da ex-presidenta Cristina Fernández Kirchner.”

    LINK (em inglês): http://wapo.st/2iZWmpt

    Odebrecht delata PPK, Alan García e Keiko Fujimori

    El Comércio (14/11): “Marcelo Odebrecht: o que disse sobre PPK, Alan e Keiko”

    “As declarações que deu Marcelo Odebrecht ante o Ministério Público peruano geraram fortes reações porque implicam importantes políticos, passando pela líder da oposição, Keiko Fujimor, o ex-presidente Alan García, e o próprio mandatário Pedro Paulo Kuczynski. O mais recente interrogatório ao qual foi submetido pelos procuradores peruanos realizou-se no marco das investigações pelos aportes de campanha que recebeu a bancada de Keiko Fujimori. Sobre este caso, Odebrecht assegurou que houve a entrega de dinheiro a favor do fujimorismo”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hvsL71

    Maconha liberada para uso medicinal no Peru

    G1 (16/11): “Maconha para uso medicinal é liberada no Peru”

    “O consumo de maconha para fins medicinais está liberado no Peru a partir desta quinta-feira (16), após o presidente Pedro Pablo Kuczynski firmar a lei aprovada pelo Congresso, durante um ato público celebrado na sede do Poder Executivo. A lei que regulamenta “o uso medicinal e terapêutico” da maconha representa “um salto para a modernidade”, destacou o presidente sobre a medida, que promete aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer, epilepsia e outras doenças.”

    LINK (em português): https://glo.bo/2zIgab5

    Eleições no Chile

    RPP (13/11): “Assim estão as pesquisas a poucos dias das eleições presidenciais”

    “A pesquisa difundida recentemente pelo Centro de Estudos Públicos (CEP), atribui a Piñera (Chile Vamos, direita) cerca de 34,5%, seguido de Alejandro Guillier (Fuerza de Mayoría, centro-esquerda) com 15,4%, e Beatriz Sánchez (Frente Amplio, esquerda) com 8,5 %. No quarto lugar, se localiza Marco Enríquez-Ominami (Partido Progresista), com 6,1%. Carolina Goic (Democracia Cristiana) registrou 3,0%. Nos últimos lugares ficaram o candidato José Antonio Kast (Independiente), com 2,2%, o senador do Partido Pais, Alejandro Navarro, com 0,5% e a carta do partido Unión Patriotica, Eduardo Artés, com 0,3%.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2jyaFW7

    Dívida venezuelana

    El Mundo (15/11): “Venezuela acorda com a Rússia a reestruturação de sua dívida”

    “Rússia e Venezuela assinaram hoje um acordo para a reestruturação da dívida de mais de 3 bilhões de dólares que o país latino-americano que o país latino-americano tem com Moscou. “A dívida com a Rússia foi refinanciada, ou seja, modificadas as condições de pagamento para otimizá-las”, informaram fontes diplomáticas venezuelanas. A assinatura ocorre depois de que a agência de classificação de risco Standard Poors (S P) declarou a dívida soberana de Caracas em estado parcial de “default”.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2A2Xsfc

    Tribunais especiais de paz aprovados na Colômbia

    RCP (16/11): “Senado aprovou a JEP com participação política de FARC e inabilitação para magistrados”

    “Depois de uma jornada de 12 horas de trabalho, o plenário do Senado da República aprovou a totalidade dos artigos da lei estatutária da Jurisdição Especial para a paz. A participação política das FARC, que era um dos temas mais polêmicos, recebeu a aprovação dos congressistas que respaldaram tal artigo e como indicou a Corte Constitucional.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zKCGQS

    BBC Mundo (13/11): “A UE retira definitivamente as FARC de sua lista de organizações terroristas”

    “A União Europeia decidiu retirar de sua lista de organizações terroristas a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias de Colombia (FARC), convertidas no partido político Fuerza Alternativa Revolucionaria del Común (também FARC). A decisão foi tomada nesta segunda-feira no Conselho da União Europeia e se tornará efetiva na quarta-feira após ser publicada pelo boletim oficial da UE. Depois de mais de 50 anos de conflito interno, depois da assinatura de um acordo de paz com o governo da Colômbia no final de 2016, as FARC deixaram as armas neste anos, para depois converter-se em força política que participará das eleições legislativas e presidenciais em 2018.”

    LINK (em espanhol): http://bbc.in/2hrxrdY

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Processo independentista na Catalunha

    Portal de la Izquierda (15/11): “Manifestação gigante e reorientação do independentismo”, por Alfons Bech

    “O cenário está portanto aberto. As mobilizações destes últimos dias, particularmente a manifestação do dia 11, mostra que o soberanismo segue em pé, intacto. A ampla base popular é o mais forte e mais constante da revolta soberanista. No entanto, agora é consciente que não é suficiente esta massa de gente e sua abnegação para triunfar frente a um Estado repressor como o espanhol. Começam a surgir reflexões e declarações dos líderes independentistas nos quais se faz um balanço autocrítico pela ‘ingenuidade’ que tiveram. Não esperavam tal grau de repressão do Estado espanhol. Repressão que tivesse sido muito maior, com mortos provavelmente, ante um intento de exercer como República e implementar o resultado do referendo de 1 de outubro. Nem que Europa virasse a cara para essa vontade e permitisse violações tão evidentes dos direiots humanos num Estado da União”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zNVDj2

    Crise política no Zimbábwe

    SWP (15/11): “Socialista zimbabuense responde ao ‘golpe palaciano’ que enfrenta o regime de Mugabe”

    “As forças armadas zimbabuenses tomaram o controle da capital, Harare, e detiveram o presidente Robert Mugabe na primeira hora da manhã da quarta-feira. É o resultado de uma espira de crise política que enfrenta o regime, com facções rivais do partido governante Zanu PF que luta pelo poder. Mugabe demitiu o vice-presidente Emmerson Mnangagwa na semana passada numa tentativa de abrir espaço para sua esposa Grace Mugabe sucedê-lo, Mnangagwa, que fugiu de Zimbabwe, disse que voltará. O socialista zimbabuense Munya disse a Socialist Worker: “Esta é uma cristalização de uma luta de facções dentro da classe dominante e reflete uma crise econômica. Tudo se deteriorou significativamente nas últimas três semanas. Produziram-se importantes subidas de preços e alguns produtos não estão disponíveis’”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2inyGMj

    Movimentações da monarquia saudita

    Sin Permiso (12/11): “O ‘Game of Thrones’ de MBS”, por Jamal Elshayyal

    “Na versão saudita de ‘Game of Thrones’, o príncipe Bin Salman, de 32 anos de idade, está demonstrando que está disposto a provocar o caos em toda a região se assim exige seu ascenso à coroa saudita. Suas ações já destruíram o conselho de Cooperação do Golfo (CCG); Iêmen já não é um estado que funcione; Egito é uma bomba-relógio; e agora o Líbano pode entrar em erupção. Há muito com o que se preocupar.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2yQFEQb

    Giro de Trump pela Ásia

    Viento Sur (15/11): “Tapete vermelho para o Império Americano?”, por Khury Petersen-Smith

    “Em geral, a dinâmica da militarização – que os EUA e seus aliados tem empurrado há anos – continuará após a viagem de Trump. O mesmo se pode dizer do crescente poder econômico e político da China, que continuará a enfrentar desafios para os EUA e o Japão. No entanto, esta não é a imagem completa. Um fator importante que se esconde nos bastidores quando Trump garante aliados dos EUA que seu apoio militar é a capacidade real de suas forças armadas. Por exemplo, a VII Frota, com sede em Yokosuka, Japão, e cuja área de responsabilidade está localizada no Pacífico, registrou uma série de colisões navais este ano, duas das quais mataram pessoas. Enquanto o comandante da frota, o vice-almirante Joseph Aucoin, foi detido em agosto após os incidentes, parece que eles são o resultado do fato de o pessoal da frota ser incapaz de lidar, uma vez que a marinha dos EUA intensificou sua atividade na região”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2ANTLGg

    Novo Presidente da República Tcheca

    International Viewpoint (14/11): “O novo líder da República Checa é um sintoma triste de uma crise mais ampla”, por Dan Swain

    “Para os esquerdistas checos que ficam fora desses partidos, os resultados apresentam um desafio e uma oportunidade. Eles precisarão combater Okamura e a extrema direita, e a demonstração instantânea contra ele que seguiu a eleição foi um bom começo. Mas, em meio aos destroços dos social-democratas, comunistas e verdes, a esquerda mais larga também deve pensar em alternativas. Os ativistas e escritores em torno de publicações como A2larm e grupos como Socialistická Solidarita podem se sentir pequenos e isolados, mas eles devem olhar para a Polônia, onde Razem começou com uma base pequena em uma situação em que a velha esquerda se desacreditou e ossificou e acabou ganhando meio milhão de votos. Há um longo caminho a seguir por enquanto, no entanto.”

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2zREhSF

    Reforma Trabalhista na Argentina

    Telesur TV (11/11): “Reforma neoliberal responde à agenda de governo Macri”

    “Ao examinar o rascunho da reforma trabalhista, mostra os amplos benefícios para os empregadores para que possam contratar e demitir o pessoal sem qualquer inconveniente, uma redefinição do conceito de “trabalho”, a redução de prerrogativas judiciais para trabalhadores, lavagem de mão-de-obra, modalidades trabalho e extensão de licenças.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2mzHRO0

  • Haters: os grupos paramilitares virtuais do início do século XXI

    Haters: os grupos paramilitares virtuais do início do século XXI

    Haters: os grupos paramilitares virtuais
    do início do século XXI

    Por Rodolfo Vianna*

         A dimensão virtual já é parte constitutiva da vida social de qualquer pessoa. Um perfil em rede social é uma importante ferramenta de lazer, de instrução, profissional etc. Promover e incentivar um “linchamento virtual”, forçando determinada pessoa a excluir de sua vida esta dimensão cada vez mais presente e necessária na contemporaneidade, é um ato de violência e que deve ser rechaçado de pronto, sem titubeio, incluindo o acionamento da esfera jurídica para que seus protagonistas respondam por isso: tanto aqueles que objetivamente o fazem quanto aqueles que o incentivam.

         A presença de “haters” no mundo virtual não é um fenômeno novo, pessoas que, protegidas ou não pelo anonimato, destilam ódio, preconceito e ameaças pela internet. Entretanto, os casos mais recentes permitem caracterizar este fenômeno sob um novo ângulo, uma vez que sua manifestação ganha espaço na esfera pública e no agendamento das pautas políticas. Os “haters”, massa mais ou menos amorfa, mais ou menos organizada, coadunam-se sob certas bandeiras ideológicas e, assim, necessitam serem entendidos atualmente como um novo agente político no cenário brasileiro. Ignorar esta nova dimensão é um grande e perigoso equívoco.

         A perseguição, o amedrontamento e a agressão tampouco são ferramentas novas na política. Entretanto, a força de sua presença na esfera pública sempre foi inversamente proporcional à força da democracia vivenciada. Não raro, foi prenúncio de tempos sombrios do império do arbítrio e do totalitarismo. Enquanto agentes políticos, os “camisas negras” na Itália foram o aríete e a pavimentação do caminho de ascensão de Benito Mussolini na Itália dos anos 1920. Os “camisas pardas”, ou SA, cumpriram os mesmo papel, no mesmo período, para a ascensão de Hitler na Alemanha, como exemplos.

         Estes grupos paramilitares eram formados majoritariamente por jovens movidos pela descrença na política institucional então vigente, indignados com a falta de “ordem”, conservadores no plano moral e dos costumes, patriotas exaltados e ávidos pelo resgate de um mítico orgulho nacional. Paranoicos, viam por todos os lados ameaças aos valores que julgavam serem caros a qualquer “cidadão de bem”, alarmados com o que consideravam ser o estado de degeneração em que se encontrava a sociedade, além de apontar inimigos “externos” que ameaçariam à unidade da nação: anarquistas, comunistas, judeus, ciganos, homossexuais etc. Tudo dentro de um contexto de acentuada crise econômica que minava expectativas positivas sobre o futuro se nada fosse feito.

         Em que pese a existência de uma organização formal, o método de ação destes grupos na maioria das vezes era espontaneísta e pulverizado: respondendo a algum estímulo, alvoroçavam-se contra artistas, intelectuais, sindicatos (e sindicalistas), partidos políticos (e militantes), jornais (e jornalistas) ou qualquer coisa que julgavam ser uma ameaça à sua crença moral e política, usando da intimidação, humilhação pública e violência. A principal função era a de criar distúrbios, demonstrar força e silenciar os contrários. Cachorros loucos, cresceram exponencialmente nos anos de 1920 e 30, sob o estímulo de determinadas lideranças e, importante frisar, sob a cumplicidade silenciosa de outros atores políticos que viam neles oportunas ferramentas de ataque aos seus inimigos comuns. O que se sucedeu já é sabido.

     

    Do início do século XX ao início do século XXI

         Durante a campanha eleitoral de 20141, “haters” já estavam nas ruas e não foram raros os relatos de agressões verbais e físicas. Expressões de determinada posição política eram rechaçadas com violência. Tornou-se tenso sair à rua com camiseta ou boné de determinado partido político ou movimento social; pior, tornou-se tenso até mesmo trajar uma cor, o vermelho. Um clima de insegurança e amedrontamento já estava instaurado, e aquele conselho que jamais se esperaria ouvir numa democracia lhe era dado por pessoas que queriam o seu bem: “não se vista assim, não use esse broche, não fale isso… cuidado”.

         Alguns entenderam esse fenômeno como consequência da polarização política expressa naquela eleição, mas isso por si só não é suficiente. Não foi a primeira eleição polarizada na história recente do país, tampouco o primeiro embate acirrado entre aqueles dois partidos (PTxPSDB). A polarização, portanto, não era inédita: mas o clima de agressividade, violência e amedrontamento derivado de um posicionamento político, sim.

         Terminada a eleição, derrotado nas urnas o candidato de oposição (PSDB), o arrefecimento previsível derivado da ausência da disputa eleitoral não se deu. O discurso de ódio continuava sendo propagado abertamente por comentaristas políticos em grandes veículos de comunicação. A teia de boataria, já amplamente utilizada no período eleitoral, ampliava-se em redes sociais e meios eletrônicos de comunicação (vale lembrar que o boato tampouco é novidade na disputa política). Organizações novas, percebendo a potencialidade da arena política virtual, fortaleceram-se e protagonizaram as maiores manifestações de rua da história recente do país exigindo o “impeachment” da presidenta recém-eleita.

         O processo de “impeachment”, entre aspas por ter sido um golpe parlamentar, não é o objeto deste artigo, e por isso não se fará uma análise mais detalhada dos movimentos das forças políticas que o promoveram. Entretanto, cabe ressaltar três coisas: 1) A existência crescente dos “haters” na arena política (tanto virtual quanto material); 2) O fomento ao seu crescimento por novos agrupamentos políticos (MBL, Vem pra rua e afins), e 3) A cumplicidade de agentes políticos tradicionais que buscavam instrumentalizá-los para o alcance de seus objetivos estratégicos (o impeachment e a aniquilação de qualquer organização entendida como de “esquerda”).

     

    A moral, os bons costumes e os esquerdistas

         Passado o processo de “impeachment” e assumindo o presidente Michel Temer, a fachada farsesca da bandeira do “combate à corrupção” ruiu pela dureza dos fatos concretos que se sucederam, explicitando o real caráter das grandes manifestações pelo processo de impeachment, a saber, um “anti-petismo” e um inconformismo com a derrota eleitoral. Se não era mais plausível trabalhar somente na caracterização da esquerda como corrupta, como operado no processo pré-impeachment, o discurso mobilizador de ódio deu mais peso às chamadas pautas “morais”: ameaça à família, à educação, à infância e juventude, a Deus, etc.

         Assim, resgatou-se o velho discurso da esquerda como corruptora da “sociedade” e de seus “valores” pétreos. A luta do movimento feminista de denúncia da condição subalterna da mulher na nossa sociedade é tachada como sendo “histérica” (adjetivo mais do que sintomático); a luta do movimento LGBT de denúncia da violência que sofre e por igualdade de direitos é tachada como sendo a de “busca por privilégios e destruidora da família tradicional”; a luta pelo ensino de valores mínimos como tolerância, respeito e convivência é alardeada como “doutrinação” (e até a educação sexual como sendo “sexualização precoce”); artistas e suas obras tornam-se “degenerados”, a denúncia de discurso de ódio de certos segmentos religiosos evangélicos viram “cristofobia” e a luta pela defesa dos Direitos Humanos é encarada como sendo a de proteção do bandido em detrimento do “cidadão de bem”. A estas inversões, permanece e amplia-se o recorrente discurso de tratar os movimentos sociais populares como organizações oportunistas e compostas por “vagabundos” e “criminosos”.

         Propositalmente, todas estas pautas são agrupadas ideologicamente como sendo oriundas dos “esquerdistas”, termo genérico e pejorativo que denota aqueles cujas reivindicações são tomadas como destruidoras dos valores morais vigentes e, ainda, uma ameaça à mítica unidade nacional: não à toa, o velho recurso do embate entre o “verde e amarelo”, cores da Bandeira Nacional, e o “vermelho”, cor de alguns partidos e movimentos sociais, é estimulado. Assim, o elemento ideológico do “nacionalismo” é ativado, ainda que farsescamente. Mas, novamente, nenhuma novidade: todo nacionalismo tem por base o farsesco, e eleger determinado grupo como o grande inimigo da nação também não é de hoje. Entretanto, é justamente nesta falta de novidade que mora o perigo desses novos agentes políticos que são os haters do início do século XXI.

     

    Dos métodos

         Retomando o início deste texto, a dimensão virtual já é parte constitutiva da vida social do indivíduo contemporâneo, assim também como parte importante da atividade econômica de estabelecimentos comerciais e de informação. Feita a constatação, as perguntas: o que difere o linchamento em um perfil de rede social da execração em praça pública? Da intimidação virtual e consequente exclusão de um perfil da privação de liberdade e do medo de sair à rua? O massivo ataque calunioso a determinado estabelecimento de uma pichação de parede ofensiva ou quebra de vidraças? A “derrubada” de uma página on-line do empastelamento de um veículo de comunicação? O que há é a manifestação da mesma e conhecida tríade “perseguição, intimidação e violência”, só que agora na esfera pública virtual, inexistente no início do século XX porém ubíqua neste início de século XXI.

         Recentemente, porém, um evento foi emblemático: o encerramento precoce de uma exposição de arte devido às pressões destes grupos. No mês de setembro de 2017, o Santander Cultural de Porto Alegre encerrou um mês antes do previsto a exposição “Queermuseu – cartografia da diferença na arte brasileira” após pressão de grupos religiosos e do movimento MBL, sob infundadas (e absurdas) alegações de estímulo à pedofilia e à zoofilia que circularam pela internet. O recuo do Santander Cultural, encerrando a exposição e emitindo ainda uma nota bastante condenscendente com os inverídicos argumentos dos ataques sofridos, foi uma infeliz sinalização. Estes grupos conseguiram um resultado concreto: forçaram uma instituição cultural a se auto-censurar. O Rubicão2 fora atravessado.

         Protestos semelhantes ocorreram após o alardeamento de um factóide envolvendo uma performance no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), culminando com um ato em frente à instituição com ameaças de ocupação e resultando na agressão física a uma funcionária. Mais recentemente, a perseguição foi contra a filósofa americana Judith Butler, com movimentações que visavam inviabilizar as conferências que faria no país.

         Outro caso que merece destaque foi a demissão de um jornalista pela Folha de S.Paulo (um dos maiores e mais importantes jornais do país) após uma onda de ataques sofrida por ele ter criticado o filme de Danilo Gentilli. Usando seu perfil do twitter, com quase 16 milhões de seguidores, Gentilli replicou a crítica negativa com os dizeres: “para enquadrar”. O termo em si já reflete o arbítrio e a violência. Segundo levantamento parcial realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), mais da metade das denúncias feitas por jornalistas e recebidas formalmente pela entidade no ano de 2017 relatam ameaças vindas do MBL3.

         Não se aprofundando sobre as diversas e cada vez mais recorrentes manifestações similares, o que vale salientar é justamente a constatação do método: não se trata de criticar, expor a diferença e/ou o posicionamento contrário a algo (ainda que derivados de falta de informação, mentiras ou crenças religiosas particulares), posturas necessárias e que cabem num regime democrático. O que se dá nessas ações, por suas vez, é a tentativa de silenciamento do contrário mediante a perseguição, intimidação e violência. E isso não cabe numa democracia e nem pode ser tolerado.

         São essas manifestações que dão sustentação a projetos de lei que avançam nas diversas esferas legislativas. Movidos por identificação com as reivindicações ou por mero oportunismo eleitoral, parlamentares apresentam (ou aprovam) propostas cujo espírito antidemocrático e mesmo antirrepublicano são explícitos. Como exemplo maior, o “Escola sem partido”, projeto de patrulhamento ideológico e de imposição de temário específico no escopo da Educação: sob o discurso do combate à suposta doutrinação nas escolas, implementa-se a censura e o controle ideológico de conteúdo.

         As enormes labaredas consumindo uma pilha de livros considerados “degenerados” e “subversivos”, em cerimônias realizadas na Alemanha nazista em 19334, tornaram-se prenúncio dos tempos que viriam. Ainda em 1823, século XIX, o poeta alemão Heirinch Heine escrevera: “onde se queimam livros, acaba-se por queimar pessoas no final”5. Heine era judeu.

         No ato do dia 07/11 em frente ao SESC Pompeia, em São Paulo, um boneco representando a filósofa Judith Butler fantasiada de bruxa foi queimado pelos que queriam impedir a realização da sua conferência no local. Para além desse emblemático gesto, a instituição recebeu forte pressão destes grupos – e de políticos ameaçando corte de repasse de verbas – para que sua palestra fosse cancelada. A instituição SESC, diferentemente do Santander Cultural, não cedeu e o evento ocorreu. A filósofa iniciou sua conferência agradecendo a posição do SESC.

     

    Considerações finais

         Em que pese as diferenças, as semelhanças já são assustadoramente grandes para compreender a motivação e a ação desses grupos de haters em analogia as dos grupos paramilitares fascistas do início do século XX. Esta caracterização se faz importante por dois motivos: 1) identificar o fenômeno em sua dimensão política e, consequentemente, 2) combater o fenômeno em sua dimensão política.

         Há de se perder, de uma vez por todas, um certo olhar complacente para com eles motivado muitas vezes pelo caráter exdrúxulo, caricatural e profundamente ignorante de algumas de suas lideranças e, em maior escala, de seus membros. Não há mais espaço para riso quando alguém difunde um vídeo “comprovando” o projeto de dominação comunista ao confundir uma alegoria com a bandeira brasileira e a japonesa dentro do Congresso Nacional, tampouco desdenhar por ser absurdo quando propagam que há uma conspiração internacional em marcha para destruir os valores “basilares” da sociedade, incluindo a “família” e a “natureza humana”, com participação ativa da Unicef. A História já demonstrou que não é por ser insano que um argumento deixa de conquistar corações e mentes na política.

         Outra medida urgente é denunciar e combater a postura de muitos políticos tradicionais que flertam com estes grupos movidos por oportunismo político e eleitoral, vendo neles alguma utilidade particular ao seu projeto pessoal. A estes, somam-se aqueles que, se não flertam abertamente, silenciam-se frente às suas práticas e ações pelos mesmos motivos. Novamente a História já demonstrou o peso da omissão em determinadas conjunturas. O que está em jogo aqui não é o resultado da partida, mas as suas próprias regras. E por isso que cabe também uma cobrança sistemática dos grandes veículos de comunicação para não terem postura que possa parecer cúmplice. Vale lembrar como agravante que hoje a segunda maior emissora de televisão do país já é de um agrupamento evangélico com claro projeto político.

         Às possíveis críticas que este texto possa receber apontando um superdimensionamento do tamanho e influência destes grupos, ou mesmo o quanto de atenção dada a eles só os fazem aumentar, há uma resposta prática: dada a potencialidade destrutiva deste fenômeno, superdimensioná-lo em seu combate é antes de tudo necessária prudência política, talvez mesmo urgência histórica. E sobre o ponto da atenção e consequente propaganda a eles, há de reiterar o quanto a omissão historicamente já se demonstrou potencializadora de barbáries. Vale lembrar, retomando a analogia aqui colocada entre os “haters” e os grupos paramilitares fascistas do início do século XX, que estes últimos também eram minoritários no conjunto da sociedade e, no princípio, tratados com desdém dado a seu caráter folclórico e “descolado da realidade”6.

         Cabe ainda uma reflexão que merece um aprofundamento posterior, mas que já deve ser lançada. As então novas tecnologias de comunicação foram intensamente utilizadas pelos grupos nazi-fascistas do início do século XX. Cabe perguntar-se até mesmo se sem a existência do rádio e do audiovisual, poderiam estes movimentos crescerem e se tornarem regimes políticos. Assim, a pergunta provocativa: será que a consolidação desta nossa nova tecnologia neste início de século XXI, a internet, também não pode passar a ser a possibilitadora de um neomovimento fascista e a consequência de um neoregime fascista? Reparem: o prefixo neo está nas palavras “movimento” e “regime”, e não no adjetivo “fascista”. Ou seja, o “novo” está na forma, e não na caracterização.

         Por fim, cabe trazer a etimologia da palavra “virtual”. A palavra deriva do radical latino “virtus”, que significa “força” ou “potência”. Assim, uma acepção de virtual é aquela que toma alguma coisa como detentora de força ou que carrega em si a potência de existir. “Virtual”, portanto, não é sinônimo de “irreal”, “inexistente”: virtual é aquilo que carrega em si a possibilidade/potencialidade de se tornar real ou até mesmo a de se equivaler ao real. Enxergar o “virtual” como “irreal” é um perigoso equívoco metodológico que pode levar a análises e diagnósticos, estes sim, completamente descolados da realidade. É com esse entendimento da palavra que deriva a compreensão dos haters como sendo os grupos paramilitares virtuais do início do século XXI.

         A História, em sua dinâmica, é permeada de fenômenos “neovelhos”. Antes de serem uma contradição, são resultados das condições históricas de cada período (sociais, econômicas, culturais e tecnológicas). Dada a experiência vivida pelos regimes totalitários de meados do século XX, e sua magnitude destruidora e trágica, cabe como dever histórico de qualquer humanista a luta para que a História não se repita, nem mesmo como farsa.

    * Rodolfo Vianna, 32, é jornalista, doutor em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem. Filiado ao PSOL, é assessor de comunicação da Fundação Lauro Campos.

    1Ainda em 2013, dentro do que ficou conhecido como “jornadas de junho”, ao menos na cidade de São Paulo já havia a presença desta turba intimidatória contra militantes de determinados partidos ou ideologias. No ato comemorativo à redução da tarifa de ônibus (bandeira que deflagrou as manifestações), em 20/06/13, militantes identificados como de esquerda foram agredidos física e verbalmente por outros manifestantes “apartidários”.

    2Durante a antiga República Romana, havia uma lei promulgada pelo Senado que proibia a qualquer general que atravessasse o rio Rubicão (ao noroeste de Roma) com suas tropas, justamente para evitar qualquer ameaça à República por meio do uso da força militar. Júlio César atravessou o Rubicão em 49 a.C., desencadeando uma guerra civil e, posteriormente, a instauração do Império Romano. César teria dito, neste momento, outra famosa expressão: “alea jacta est” ou “a sorte está lançada”. A expressão “atravessar o Rubicão”, portanto, passou a significar a realização de um passo ousado e com grandes consequências, sem retorno.

    4Em 6 de abril de 1933, a Associação Nazista Estudantil Alemã divulgou nacionalmente um “Ato contra o Espírito Não Germânico”, o qual culminou em uma “ “depuração“ ou “limpeza” literária pelo fogo. Em um ato simbólico de envergadura profética, em 10 de maio de 1933 os estudantes universitários atearam fogo em mais de 25.000 livros por eles considerados “não alemães”, pressagiando uma era de censura política e de controle cultural nazista sobre toda a população. Naquela noite, estudantes em trinta e quatro cidades universitárias na Alemanha marcharam à luz de tochas em desfiles organizados para protestar “contra o espírito não alemão”. Muitos faziam parte das SA hitleristas. (fonte: Museu do Holocausto de Washington https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007978)

    5dort wo man Bücher verbrennt, verbrennt man auch am Ende Menschen” (No livro Tragödien: nebst einem lyrischen Intermezzo – Tragédias: além de um intermezzo lírico – 1823).

    6Em 1923, Hitler tenta um mal fadado golpe para tomar o poder na Baviera. É preso. Em 10 anos, assume o poder pela via democrática.

  • Observatório Internacional, de 2 a 9 de novembro de 2017

    Observatório Internacional, de 2 a 9 de novembro de 2017

    A primeira semana de novembro esteve marcada por novos acontecimentos na Catalunha. Conselheiros do governo catalão foram aprisionados por “delito de rebelião” e o presidente Carles Puigdemont permanece em liberdade condicional em Bruxelas. Por outro lado, a presidenta do Parlment, Carme Forcadell, acatou a intervenção espanhola, afastando-se da ruptura com o Estado espanhol. Enquanto isso, o bloco independentista tende a se fragmentar nas eleições de 21 de dezembro e as ruas voltam a ser ocupadas por mobilizações pró e contra a soberania catalã.

    Além disso, outros destaques da mídia internacional foram: o giro de Trump pela Ásia num contexto de crescente rivalidade com a China de Xi Jinping; a revelação de centenas de contas em paraísos fiscais de importantes políticos, empresas e celebridades internacionais; a derrota do Trumpismo em diversas eleições regionais nos EUA; a queda do secretário de Estado britânico por denúncias de assédio sexual; o fortalecimento de Berlusconi no sul da Itália; a queda do governo libanês em meio ao acirramento de tensões entre Arábia Saudita e Irã; a prisão de outra figura de relevo no kirchnerismo por corrupção na Argentina; o ambiente morno de eleições no Chile; a confirmação de um pleito presidencial por Maduro em 2018.

    Na segunda parte do Clipping Semanal, repercutimos os debates feitos pela esquerda sobre a Catalunha e o importante avanço dos socialistas em eleições regionais nos EUA.

    Charles Rosa – Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos

    Crise na Catalunha

    Puigdemont na Bélgica

    La Vanguardia (05/11): “Puigdemont e os conselheiros ficam em liberdade condicional”

    “Carles Puigdemont, presidente suspenso da Generalitat da Catalunha, e os quatro ex-conselheiros que permanecem com ele em Bruxelas, desde a segunda-feira passada 30 de outubro ficaram em liberdade condicional depois de um juiz, lhes tomasse a declaração durante cinco horas na capital belga”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zxcmaf

    La Vanguardia (07/11): “Puigdemont aponta a Estrasburgo: ‘Espanha passará vergonha nos tribunais internacionais”

    “O ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, enviou uma dupla mensagem desde Bruxelas, um ao Estado espanhol, ao que voltou a instar a aceitar os resultados das eleições de 21 de dezembro, sobretudo no caso de que ganhe o bloco independentista em qualquer que seja finalmente sua configuração. A outra mensagem foi dirigida a Europa, a quem reclamou que reaja ante “uma causa de direitos humanos”, porque “estão se violando os direitos humanos com os companheiros que estão encarcerados” e “Europa não pode ter a todo um governo na prisão ou no exílio”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2AvOy6P

    Eleições em 21-D

    El Confidencial (05/11): “ERC ganharia o 21-D, mas o bloco independentista não conseguiria a maioria”

    “Segundo a pesquisa de ‘La Vanguardia’, ERC conseguiria entre 45 e 46 deputados, mas a soma de cadeiras com PdeCat (14 e 15), que ficaria na quarta posição, e a CUP, com 7 e 8 cadeiras frente aos 10 das eleições anteriores, não alcançando a maioria absoluta necessária; ficariam com 66 deputados, dois menos que os necessários. Este bloco conseguiu 72 deputados nas eleições de 2015”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2yLfPoD

    Greve Geral

    El Diario.es (08/11): “A greve geral do 8-N paralisa as rodovias mas tem uma adesão escassa nos centros de trabalho.

    “Os grevistas cortam os principais acessos a Barcelona e vários pontos da AP-7, ainda que algumas vias tenham sido reabertas pelos Mossos. Nula incidência da greve na fábrica SEAT ou em Mercabarna, enquanto o setor educativo teve uma adesão de 31%, segundo o governo. Uma concentração de ANC e Ómnium enche praça Sant Jaume para pedir a liberdade dos ex-conselheiros e dos Jordis”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hfCsWQ

    Forcadell

    El Periódico (09/11): “Presidenta do Parlament se descola do Govern e acata o 155”

    “A presidenta do Parlament, Carme Forcadell, afastou-se da estratégia de defesa seguida na quinta-feira passada pelos ex-membros do Govern que acabaram em prisão por decisão da juíza Carmen Lamela. Em seu lugar, ela optou por responder às perguntas da procuradoria em relação ao delito de rebelião que ela é acusada e por acatar a aplicação do artigo 155 da Constituição, informaram fontes jurídicas”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hWYnmD

    Escândalo do Paradise Papers

    El País.uy (06/11): “10 chaves para entender o caso dos Paradise Papers”

    “Mais de três milhões de documentos expõem como opera em paraísos fiscais uma elite que inclui 120 políticos, empresários, artistas e empresas. As chaves para entender o caso. Esses 13,4 milhões de documentos —que no total representam mais de 1.4 terabyte de informação – expõem a operatória até agora secreta do que se conhece como ‘o círculo mágico offshore”. Ou seja, uma elite que inclui 120 políticos, príncipes, empresários, oligarcas, estrelas de Hollywood e esportistas de elite, igual a algumas das maiores multinacionais, e alguns dos bancos e universidades mais reconhecidas do mundo. A rainha Elizabeth, o presidente Santos, o secretário de Comércio de Trump, Bono Vox e Madonna estão na lista”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hlZ0ZN

    Demissão de ministro de Secretário de Defesa Britânico

    The Guardian (04/11): “Revelado: por que Michael Fallon foi obrigado a renunciar como secretário de Defesa”

    “As dramáticas circunstâncias da repentina renúncia de sir Michael Fallon como secretário de Defesa na semana passada podem ser reveladas pelo Obsever. O ponto de partida da derrocada do peso pesado do gabinete na quarta-feira passada começou após uma chamada telefônica à jornalista Jane Merrick, que informou a Downing Street que ele se insinuou sobre ela e tratou de beijá-la nos lábios em 2003 depois de terem almoçado juntos”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2yujQxj

    Eleições na Sicília

    FRANCE 24 (07/11): “Eleições regionais na Sicília dão um novo impulso a Silvio Berlusconi”

    “O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, vive um regresso político depois da vitória nas eleições regionais na Sicília, de sua coalizão de direita. As eleições na Sicília, Itália, geralmente refletem as tendências políticas em todo o país em decorrência dos problemas da ilha que extrapolam os de toda a Itália: uma taxa de desemprego importante, uma grande de dívida e uma economia inativa. Os fluxos de imigrantes resgatados no mar Mediterrâneo que chegam cada dia sobre a ilha foram também uma problemática central no debate político das eleições. A coalizão de centro-direita, apoiada pelo quatro vezes primeiro-ministro Silvio Berlusconi, ganhou com mais de 5 pontos de porcentagem frente ao movimento antissistema “Movimento Cinco Estrelas” e deixando longe o partido de centro-esquerda Partido Democrático, que governa a nível nacional, na terceira posição. Enquanto que a participação eleitoral foi baixa, os resultados restabeleceram a tradição política da ilha que foi um bastião da direita entre 1996 e 2012”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2yKXPe2

    Eleições nos EUA

    The Guardian (08/11): “Democratas marcam aniversário de vitória de Trump com noite de vitórias esmagadoras”

    “Os democratas estavam comemorando na quarta-feira depois de conquistar grande parte das corridas governamentais, estaduais, legislativas, de condados e prefeitos em todo o país, numa noite cheia de simbolismo, um ano após a eleição de Donald Trump como presidente. Suas vitórias incluíram três grandes eleições – governador da Virgínia, governador de Nova Jersey e prefeito da cidade de Nova York – e a primeira pessoa abertamente transgênero eleita para uma legislatura estadual.”

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2yIMNpq

    Ataques com armas nos EUA

    New York Times (07/11): “O que explica os ataques em massa nos EUA? Comparações internacionais sugerem uma resposta”

    “Talvez, alguns especulam, porque sociedade estadunidense seja mais violenta do que a média. Ou suas divisões raciais esgarçaram os laços da sociedade. Ou seus cidadãos carecem de cuidados mentais adequados sob um sistema de atenção médica que provoca frequentemente escárnio no estrangeiro. Estas explicações compartilham uma coisa em comum: ainda que aparentemente sensatas, todas foram descreditadas por investigações sobre ataques com armas em outras partes do mundo. Em contrapartida, um corpo de investigação em constante crescimento sempre chega à mesma conclusão. A única variável que pode explicar a alta taxa de tiroteios em massa nos EUA é seu número astronômico de armas de fogo.”

    LINK (em inglês): http://nyti.ms/2iEcCMq

    Base conservadora de Trump dos EUA

    El País (05/11): “Um ano após sua vitória, Trump mantém intacta sua base eleitoral”

    ““Trump abandonou a tradição presidencial de reconciliar os norte-americanos. Como na campanha, vive sob o lema ‘dividir para conquistar’. Sua única meta agora é manter a sua base contente”, afirma o professor Larry Sabato, diretor do Centro para a Política da Universidade da Virgínia. “Sua retórica popular-nacionalista cativou um núcleo eleitoral forte, 40% que votam nele sem duvidar”, aponta Andrew Lakoff, professor da Universidade do Sul da Califórnia.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2zu9b59

    Visita de Trump à Ásia

    Washington Post (08/11): “Como a China jogará com Trump”

    “Não importa o quanto tente Trump, está claro que os chineses não estão de acordo com os estadunidenses. Ainda que não sintam nenhum afeto pelo déspota norte-coreano Kim Jong Un, temem tanto o caos que poderia gerar o colapso do regime de Kim como a perspectiva de uma Coreia unificada e pró-americana próxima de casa. Embora estejam aumentando a pressão econômica sobre Pyongyang, é pouco provável que cortem na carne em qualquer medida que provoque uma instabilidade genuína. Em troca, a China advoga por uma via diplomática que possa conduzir as negociações, ainda que potencialmente com condições que nem os Estados Unidos nem seus aliados podem estar dispostos a aceitar”.

    LINK (em inglês): http://wapo.st/2iHByCN

    Tratado de Paris

    BBC (07/11): “Acordo climático de Paris: Síria assinará, isolando os EUA”

    “Os EUA devem ficar isolados em sua posição no acordo climático de Paris, depois que a Síria afirmou estar se preparando para se juntar ao acordo. O acordo de Paris une as nações do mundo na luta contra as mudanças climáticas. A Síria e a Nicarágua eram as únicas nações fora do acordo quando este foi celebrado em 2015. A Nicarágua assinou em outubro. Em junho, os EUA disseram que se retirariam, mas as regras do acordo afirmam que isso não pode ser feito até 2020. Enquanto isso, autoridades francesas disseram que o presidente dos EUA, Donald Trump, não foi convidado para a cúpula climática de dezembro em Paris. Mais de 100 países foram convidados para a reunião, que visa “construir coalizões” com finanças e negócios para promover o acordo, disse um assessor do presidente francês, Emmanuel Macron.”

    LINK (em inglês): http://bbc.in/2hj3b8A

    Putin e o centenário da Revolução Russa

    El País (07/11): “Cem anos depois, o Kremlin teme a revolução”

    “Cem anos depois da revolução bolchevique, a Rússia é um país distinto ao que foi arrastado pela euforia de uma mudança que acabou sendo monopolizada pelo Partido Comunista da URSS. As turbulências de outubro, não obstante, seguem projetando-se sobre a Rússia atual e atuam sobretudo como alarme preventivo para seus dirigentes, obcecados por evitar eventuais “contágios” de outras “revoluções” seja de Maidan (2013-2014) na Ucrânia ou as turbulências do norte da África”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2AqVMZV

    Corrupção em Angola

    DW (06/11): “Fundo Soberano usado para o enriquecimento de gestores”

    “Segundo informação veiculada pelo jornal suíço Le Matin Dimanche, a partir de documentos divulgados pelos Paradise Papers, Jean-Claude Bastos de Morais está a enriquecer ilicitamente através da gestão do Fundo Soberano de Angola, do qual é sócio junto com o filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos, o José Filomeno dos Santos (Zenú), de quem o empresário é amigo.”

    LINK (em português): http://bbc.in/2AwEjz6

    Disputa política em Moçambique

    El País (06/11): “Boatos sobre os ‘chupa-sangue’ inflamam disputa política em Moçambique”

    “Moçambique leva o Halloween muito a sério. Nas últimas semanas foram registradas revoltas nas zonas rurais do norte do país. A polícia prendeu centenas de pessoas e, nos tumultos, duas crianças morreram por disparos da polícia. Os manifestantes atacam escritórios do Governo e libertam os presos. Tudo por culpa dos chupa-sangue (chamados de anamawula), um boato que afirma que existem pessoas dedicadas a retirar – literalmente – o sangue dos pobres para entregá-lo aos ricos para que prolonguem sua vida. Boato ou não, o certo é que em Moçambique os muito pobres vivem cada dia pior e os ricos, melhor.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2m6mQKQ

    Crise política no Líbano

    Washington Post (06/11): “A renúncia do primeiro-ministro do Líbano aumenta riscos no Oriente Médio”

    “O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, renunciou no sábado numa ação surpreendente que pôs fim a sua aliança com o poderoso movimento Hezbollah e elevou o risco de conflito no Líbano. Hariri anunciou sua renúncia na Arábia Saudita e citou a influência do Irã sobre o governo libanês como a razão de sua decisão de demitir, colocando o Líbano diretamente na primeira linha de uma luta de poder cada vez mais acelerada entre Teerã e Riad.”

    LINK (em inglês): http://wapo.st/2AuLxUh

    Fortalecimento de príncipe saudita

    The Guardian (05/11): “O rei saudita demite os principais ministros e dá mais poder ao príncipe herdeiro”

    “A Arábia Saudita prendeu 11 príncipes, incluindo um proeminente multimilionário, e dezenas de ministros atuais e passados, segundo informes, numa campanha de repressão à medida que o jovem príncipe do reino consolida o poder. O rei saudita Salman nomeou no sábado dois ministros para postos-chave de segurança e economia, eliminando um dos membros mais destacados da família real como chefe da guarda nacional, como parte de uma série de demissões de alto perfil que causaram comoção no reino”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2lSRQxN

    Tensões entre Irã e Arábia Saudita

    Al Jazeera (07/11): “Arábia Saudita e Irã em guerra de palavras”

    “Arábia Saudita acusou o Irã de “agressão militar direta” através dos rebeldes Houthi no Iêmen, disparando outro lançamento de advertência contra a República Islâmica. Mohammed bin Salman, o herdeiro saudita, referia-se ao míssil lançado no fim de semana em Riad desde Iêmen ao acusar o Irã por fornecer armas. Irã descartou a acusação, reportada pela Agência de Imprensa Saudita na terça-feira, como “contrária à realidade”. Os houtis advertiram que os aeroportos da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos poderiam ser seus próximos alvos. A República Islâmica apoia os rebeldes Shia Houthi, mas nega tê-los armado. No entanto, a crise atual se estende muito além do Iêmen: Arábia Saudita deixou claro que quer frear a influência iraniana não somente na Península Arábica, mas em toda a região”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2m7xuRq

    Prisão de ex-vice de Cristina Kirchner

    NY Times (05/11): “Ex vice-presidente da Argentina preso em escândalo de corrupção”

    “Amado Boudou, que foi ministro da Economia e vice-presidente da ex-presidenta argentina Cristina Fernández, foi presa por acusações de corrupção na sexta-feira, tornando-se a segunda funcionária principal em seu governo a enfrentar a detenção. A polícia prendeu Boudou e um suposto associado, José María Núñez Carmona, num bairro exclusivo de Buenos Aires por extorsão e lavagem de dinheiro. A televisão local mostrava Boudou, com semblante sombrio e vestindo uma simples camiseta negra, junto a dois oficias de segurança.”

    LINK (em inglês): http://nyti.ms/2hhaNFh

    Marcha em apoio à reeleição de Evo Morales na Bolívia

    BBC Mundo (08/11): “Milhares de pessoas marcham para respaldar a reeleição de Evo Morales”

    “Milhares de bolivianos se mobilizaram em La Paz para pedir mudanças constitucionais que permitam ao presidente Evo Morales postular-se a um quarto período presidencial em 2019. Morales, o primeiro presidente indígena boliviano, esteve no poder desde 2006. Seus simpatizantes asseguram que necessita de mais tempo no cargo para consolidar seu programa de reformas sociais.”

    LINK (em espanhol): http://bbc.in/2ztySmw

    Eleições no Chile

    DW (07/11): “Chile: eleições em plena crise de representatividade política”

    “A menos de duas semanas das eleições presidenciais e parlamentares, no Chile não impera o típico ambiente pré-eleitoral de outras ocasiões. ‘Está mudando muitas coisas ao mesmo tempo: está mudando a configuração das coalizões, está mudando a fiscalização do gasto eleitoral, está mudando o financiamento dos partidos político e todas essas mudanças de regras incidiram para que seja tão rara esta campanha”, indica Claudia Heiss, doutora em ciência política e professora-assistente do Instituto de Assuntos Públicso (INAP) da Universidade do Chile”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zpHHeV

    Venezuela

    La Vanguardia (02/11): “Ortega pede ao Supremo no exílio para anular exploração mineradora na Venezuela”

    “A ex-procuradora da Venezuela, Luisa Ortega, apresentou hoje um recurso ante o Tribunal Supremo de Justiça no exílio para que suspendam a exploração do Arco Minero do Orinoco, uma franja rica em minerais cujas reservas ordenou certificar o presidente Nicolás Maduro em fevereiro de 2016. Ortega reuniu-se em Bogotá com um grupo de magistrados no exílio para lhes entregar em nome do Ministério Público “um recurso de nulidade com um amparo cautelar” e uma “medida cautelar” para “suspender os efeitos do Arco Mineiro”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2iIlsJq

    Infobae (08/11): “Nicolás Maduro assegurou que em 2018 haverá eleições presidenciais na Venezuela”

    “O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou nesta quarta-feira que no próximo ano serão realizadas eleições presidenciais, como estabelece a Constituição, ao vencer o período para o qual foi eleito inicialmente Hugo Chávez em outubro de 2012, cinco meses antes de seu falecimento”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zwYuwQ

    México

    El País (05/11): “Marichuy Patrício, a candidata indígena presa no círculo vermelho”

    “Patrício, uma nahua de 53 anos, é considerada a candidata dos zapatistas. Suas raízes também a fazem a aspirante natural, ao menos sobre o papel, dos mais de 15 milhões de indígenas que há no país. No entanto, este 12,5% da população mexicana, repartida em 68 povos, é um mosaico multicultural que não é uniforme. “A candidatura de Marichuy também tenta articular de maneira definitiva e permanente as comunidades indígenas no país”, disse nesta terça-feira o escritor Juan Villoro numa conferência”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2hdCy1r

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou nesta quarta-feira que no próximo ano serão realizadas eleições presidenciais, como estabelece a Constituição, ao vencer o período para o qual foi eleito inicialmente Hugo Chávez em outubro de 2012, cinco meses antes de seu falecimento”.

    ARTIGOS E DEBATES NA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Catalunha

    Portal de la Izquierda (08/11): “Greve geral sem sindicatos majoritários”, por Alfons Bech

    “O impulso desta revolução democrática chega muito longe. Já está tocando a Europa. Bruxelas já não é o lugar tranquilo da burocracia da União Europeia. Catalunha converteu-se num centro de debate, de crise política. Ainda exilado e sem poder efetivo, Puigdemont foi o líder europeu que se atreveu a dizer na cara do Presidente da Comissão Europeia, Juncker, e na do presidente do Parlamento Europeu, Tajani, o que não queriam ouvir: “Vocês querem uma Europa com um governo encarcerado? Esta é a Europa que vocês nos propõem?”, exigindo que eles respeitem os votos saídos das eleições de 21-D. “Vocês seguirão ajudando o senhor Rajoy neste golpe de estado?” A Europa terá que responder. Trabalhadores e povos europeus e do mundo, ajudem a Catalunha.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2m6nec2

    Sin Permiso (05/11): “21-D: ‘as’ eleições”, Daniel Raventós e Gustavo Buster

    “As causas da crise estrutural do regime de 78 o fazem irreformável. Que antes ou depois – quanto antes melhor dado o custo da crise – é necessário um processo constituinte que democraticamente encontre uma solução alternativa. Fomos testemunhas das dificuldades erros e vacilações do processo soberanista catalão, mas também estamos sendo da incapacidade do governo Rajoy para lhe dar uma solução democrática e sua ameaça em converter o regime de 78 no regime de 155. Para impor não só um governo constitucionalista minoritário e antidemocrático na Generalitat, mas também esconder sua corrupção e apertar o ajuste neoliberal exigido pela União Europeia”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2iHxUZU

    Viento Sur (08/11): “Revolução democrática ou Estado democrático”, por Óscar Bueno

    “O impulso da República catalã passa também por afrontar a questão do poder do Estado espanhol na Catalunha, expresso no exército, na polícia e no monopólio de arrecadação dos principais impostos. O governo catalão dos últimos anos enfrentou esta questão mediante a ideia de criação de estruturas de Estado paralelas e a passagem da lei a lei. A realidade foi que este caminho não conseguiu dotar de força suficiente à República. Os partidos que se apresentem às eleições de 21-D, desde o campo independentista e soberanista deverão enfrentar como andar esse caminho”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2jfJ5N3

    Esquerda.net (09/11): “Naomi Klein: ‘Prender um governo democraticamente eleito não é aceitável”

    “Naomi Klein afirmou ser defensora do direito dos povos à autodeterminação, “um princípio que, eu que sou do Quebec, defendo se contar com o apoio necessário”. A escritora e ativista esteve em Barcelona para apresentar o seu último livro “Dizer Não Não Basta”.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2zqDdan

    Eleições nos EUA

    Esquerda.net (09/11): “Esquerda obtém vitórias históricas nas eleições nos EUA”

    “Das 59 candidaturas apoiadas pelo movimento Our Revolution – que defende o alargamento da cobertura de saúde, o combate à desigualdade na distribuição do rendimento e da riqueza e a luta contra todas as discriminações – foram conquistados pelo menos 21 lugares em cargos públicos eleitos, informou uma fonte do movimento ao jornal Nation. Para além das candidaturas, o movimento esteve envolvido na campanha vitoriosa do referendo no estado do Maine pelo alargamento da cobertura do programa Medicaid. Com o resultado das eleições de terça-feira, o movimento conta agora com 35 eleitos.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2zqDdan

    DSA (09/11): “15 membros eleitos, eleição de 2017”

    “O Democratic Socialists of America (DSA) hoje anunciou que sua estrutura agora inclui 15 novos conselheiros eleitos. Isso se acresce aos 20 eleitos já com mandatos por todos os Estados Unidos. Na terça-feira, o DSA era representado em 25 eleições em 13 estados diferentes. Quatro desses apoios nacionais desde o DSA e muitas outras foram apoiadas por nossos comitês locais”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2ykHyYV

    Jacobin Magazine: “Ontem foi um bom dia”, por Branko Marcetic

    “Mais importante que o êxito evidente dos candidatos socialistas e o papel proeminente das plataformas de esquerda em campanhas vitoriosas sugerem que uma mensagem de esquerda é, no pior dos casos, uma receita para o apocalipse eleitoral e, no melhor dos casos, um ganhador positivo de voto.”

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2yjsKcS

    Centenário da Declaração de Balfour

    Viento Sur (07/11): “Um século de despossessão e resistência na Catalunha”

    “Em 2 de novembro de 1917, o ministro britânico de Assuntos Exteriores, Arthur Balfour, dirigia uma carta Lionel Walter Rotschild, membro eminente da comunidade judaica na Grã-Bretanha e grande patrocinador do movimento sionista. Esta carta, conhecida com o nome de ‘declaração Balfour’ é um momento-chave da história da Palestina, posto que pela primeira vez o governo de uma grande potência se comprometia a apoiar o movimento sionista, então ultraminoritário entre as comunidades judias.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zwSq7o

    Eleições no Chile

    Rebelion.org (07/11): “A Frente Ampla para além do segundo turno: a necessidade de pensar estrategicamente”, por Alexis Meza e Francisco Saínz

    “É certo que a candidatura de Piñera representa um retrocesso. Além de sua eventual chegada ao Palácio de La Moneda se instalaria a ideia de que a cidadania não apoia as alternativas de mudança nem os processos de transformação. No entanto, é preciso consignar que se Piñera vencer será em primeiro lugar pela incapacidade da Nova Maioria de promover uma agenda de mudanças em diálogo com o movimento social. Não é a Frente Ampla quem deve carregar essa mochila”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=233362&titular=el-frente-amplio-m%E1s-all%E1-de-la-segunda-vuelta:-la-necesidad-de-pensar-estrat%E9gicamente-

  • Observatório Internacional, de 27 de outubro a 1 de novembro de 2017

    Observatório Internacional, de 27 de outubro a 1 de novembro de 2017

    Nesta edição do Clipping Semanal, o Observatório Internacional segue acompanhando os desdobramentos da ruptura catalã dentro do Estado Espanhol. Puigdemont busca refúgio na Bélgica, enquanto o governo interventor organiza as eleições autonômicas para 21 de dezembro. Em todas as principais formações políticas, à exceção do PP e dos Ciudadanos, há divisões cada vez mais salientes a respeito de qual posição adotar frente ao desafio independentista da Catalunha.

    Outros temas que também aparecem selecionados neste trabalho são: a lei antiterror de Macron, as confusões criadas por Donald Trump nos EUA, os preparativos de Xi Jinping para receber o líder norte-americano daqui alguns dias, a visita de Putin ao Irã para ocupar o vácuo geopolítico deixado pelos EUA, a renúncia de Barzani no Curdistão iraquiano, as novas eleições no Quênia boicotadas pela oposição, o domínio cada vez maior de Macri nas instituições argentinas, a fratura irreversível do Alianza País no Equador e as novas regras imigratórias anunciadas por Cuba.

    Na segunda parte do Clipping, destacamos ainda um balanço de Pedro Fuentes sobre o governo Trump após sua recente viagem aos EUA e um artigo de Martín Baña e Pablo Stefanoni sobre a maneira como Putin tem trabalhado a memória histórica da Revolução Russa no centenário da tomada do Palácio de Inverno.

    Uma boa leitura a todos neste início de mês!

    Charles Rosa – Observatório Internacional

     

     

     

    Desafio independentista na Catalunha

    BBC (30/10): “Espanha assume controle da Catalunha e testa autoridade: entenda o que pode acontecer”

    O governo central espanhol testou nesta segunda-feira sua autoridade sobre os mais de 200 mil funcionários públicos catalães que foram ao trabalho pela primeira vez desde a destituição do governo regional e da dissolução do parlamento local. Segundo correspondentes da BBC em Barcelona, não houve grandes problemas nos prédios do governo durante a manhã, embora algumas autoridades tenham desafiado as orientações de Madri e comparecido ao trabalho. Entre elas, estavam alguns ministros, que receberam um prazo de algumas horas para que deixassem seus escritórios, sob a ameaça de serem presos pela força policial catalã.”

    LINK (em português): http://bbc.in/2zXDuOM

    El Diario (30/10): “Puigdemont e parte de seu Govern refugiam-se na Bélgica para evitar a justiça espanhola”

    O ex-president da Generalitat, suspenso na aplicação do artigo 155, encontra-se refugiado na Bélgica, desde onde tem esperado a querela apresentada pela procuradoria que lhe atribui os delitos de rebelião, sedição e malversação dos fundos públicos. Carles Puigdemont viajou a Bruxelas acompanhado de vários ex-consellers. Segundo pôde confirmar eldiario.es Puigdemont tomou a decisão de viajar a Bruxelas assessorado por uma equipe jurídica que lhe recomenda permanecer nesse país para forçar a justiça espanhola a aprofundar nas acusações que lhe fazem como o máximo responsável pela execução de um delito de rebelião”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zb3j0p

    Expansión (31/10): “O ‘sim’ à independência alcança seu máximo e as eleições dariam uma maioria independentista na Catalunha”

    Segundo uma pesquisa do CEO, realizada na segunda metade de outubro, cerca de 48,7% é partidário da separação, frente a 43,6% dos contrários; Junts pel Sí e a CUP voltariam a controlar mais da metade da independência. (…) Trata-se da maior porcentagem favorável à separação desde 2014, quando começou-se a formular a pergunta com o mesmo formato que agora. Deve ter-se em conta que a pesquisa, realizada com 1500 pessoas e com uma margem de erro de 2,69%, foi realizada de 15 a 29 de outubro, poucos dias depois da votação do 1 de outubro e a paralisação do país, a poucos dias da fracassada declaração de independência no Parlament e em meio a mobilização de rua dos constitucionalistas pela unidade da Espanha e dos independentistas contra o encarceramento de Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, presidentes da Assembleia Nacional Catalã e do Omnium Cultural”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zbyDfu

    El Diario.es (1/11): Puigdemont e vários de seus ‘consellers’ anunciam que ficam na Bélgica e não acudem à Audiência Nacional”

    Num comunicado, o ‘legítimo Governo da Generalitat’ argumenta que os ex-altos cargos catalães devem fazer frente a um ‘ juízo político’. Os consellers que ficaram na capital europeia têm a vontade de “fazer a Europa enfrentar uma situação dialogada para o conflito”. O governo interrompido critica a falta de fundamentos das citações ordenadas pela juíza Carmen Lamena, assim como a “desproporção de penas pedidas pela procuradoria”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2z51pPx

    La Vanguardia (30/10): “Iglesias irrita-se com Fachin e situa os anticapitalistas ‘politicamente fora do Podemos’”

    O líder do Podemos, Pablo Iglesias, mostrou-se irritado com a corrente anticapitalista de sua formação e com o máximo dirigente de Podem em Catalunha, Albano Dante Fachin. Com os primeiros por terem emitido um comunicado no qual reconheciam a “nova república catalã” e com o segundo por haver adiantado o que “poderia ser uma contradição” participar das próximas eleições em 21 de dezembro e expressar sua intenção de formar um bloco com outras forças soberanistas”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2xzvOl7

    Divisão na sociedade causada por Trump

    El País (29/10): “Trump leva a polarização social ao nível da guerra do Vietnã”

    Uma pesquisa de The Washington Post revela que cerca de 70% dos cidadãos crê que a política chegou a seu ponto mais ínfimo e que a atual administração é ‘disfuncional’. A pesquisa, realizada com a Universidade de Maryland, mostra o pessimismo que se instalou nos EUA e que a chegada ao poder de Trump só o aprofundou. Longe de recuperar a credibilidade da classe política, o candidato que se apresentou a si mesmo como um antissistema se afundou no pântano que prometeu drenar. Suas sacudidas são vistas como uma nova forma de normalidade, e o desprestígio das instituições que ele iria endireitar aumentou até o ponto em que 70% dos entrevistados consideram a atual Administração ‘disfuncional’ (o índice para o caso do Congresso chega a 80%)”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zcvJqY

    Ex-diretor de campanha de Trump entrega-se para a Justiça

    Público.pt (30/10): “Quem é Paul Manafort, ex-diretor de campanha de Trump?”

    Nesta segunda-feira, Paul Manafort e o seu antigo parceiro empresarial Rick Gates entregaram-se às autoridades federais para enfrentar acusações relacionadas com a investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições norte-americanas no ano passado do procurador especial Robert Mueller. Abaixo, uma visão geral sobre o porquê de Manafort, em particular, ter sido atraído pela investigação de Mueller.”

    LINK (em português): http://bit.ly/2z7jBWk

    Justiça bloqueia veto aos transgêneros no Exército dos Estados Unidos

    Reuters (30/10): “Em derrota de Trump, juiz bloqueia veto militar aos transgêneros”

    Na segunda-feira, um juiz federal em Washington impediu que o presidente Donald Trump proibisse as pessoas transgênero de prestar serviços às forças armadas dos EUA, outorgando uma vitória aos membros transgênero do serviço militar que acusaram o presidente de violar seus direitos constitucionais”.

    LINK (em inglês): http://reut.rs/2A2bIkM

    Lei Antiterrorismo de Macron

    DW (31/10): “Lei antiterror de Macron substitui estado de emergência na França”

    Os críticos dizem que a lei deixará o país em estado de emergência permanente. Os grupos de direitos, a esquerda radical e a Frente Nacional de extrema-direita argumentam que as medidas arriscam que os poderes de emergência sejam parte da lei ordinária. O projeto de lei provocou um acalorado debate no parlamento francês, e os críticos argumentam que será utilizado para perseguir as minorias, especialmente os muçulmanos, com impunidade, “França se tornou viciada no estado de emergência que agora está injetando várias destas medidas abusivas na lei ordinária”, disse Human Rights Watch antes de que o parlamento respaldasse a legislação”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2zZeDd9

    Eleições na Islândia

    The Guardian (29/10): “Partidos de centro-direita perdem a maioria”

    Os partidos governantes de centro-direita da Islândia perderam a maioria depois de umas eleições apertadas que poderiam marcar o começo do segundo governo de centro-esquerda na história do país como uma república independente. Com todos os votos contados depois da segunda eleição instantânea da ilha nórdica em um ano, o conservador Partido da Independência do atual primeiro-ministro, Bjarni Benediktsson, deve seguir sendo o maior do Parlamento. Mas perdeu cinco de suas cadeiras no Althing de 63 membros, o que poderia favorecer o caminho para que seu principal oponente, o Movimento da Esquerda Verde, Katrín Jakobsdóttir, forme uma coalizão de esquerda com três ou mais partidos”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2hl6R6K

    Acusação de assédio contra secretário de Estado britânico

    Financial Times (31/10): “Damian Green enfrenta denúncia de ativista conservadora”

    O primeiro secretário de Estado, Damian Green, está sob uma investigação por uma acusação de conduta sexual inapropriada, já que um número crescente de vítimas apresenta denúncias de maus tratos de Westminster. A decisão de Downing Street de abrir a investigação contra Green, quem nega as acusações, se produz depois do surgimento na terça-feira das denúncias mais sérias sobre a má conduta sexual na política britânica. Bex Bailey, ex-representante juvenil no Comitê Executivo Nacional do Partido Trabalhista, disse que foi violada num evento da festa em 2011, mas se absteve de informar sobre o ataque.”

    LINK (em inglês): http://on.ft.com/2znCTtf

    Reformas de Xi Jinping

    NY Times (30/10): “Enquanto os líderes de Apple e Facebook visitam-no, Xi Jinping promete reformas mais profundas”

    Xi, falando no Grande Salão do Povo em Beijing, durante um evento apresentado na televisão nacional, abordou temas como a globalização, a inovação e a relação da China com os Estados Unidos numa reunião de executivos que incluía Tim Cook, CEO de Manzana; Stephen Schwarzman, CEO de Blackstone Group; e Mark Zuckerberg, CEO de Facebook. A recepção foi uma das primeiras aparições públicas de Xi com visitantes estrangeiros desde que o Congresso chave do Partido Comunista Chinês o elevou ao mesmo status exaltado que Mao Zedong, o pai fundador do país, e Deng Xiaping, quem dirigiu o país de 1978 a 1989. O evento, apenas uma semana antes da primeira visita de Trump a China, provavelmente foi preparado para destacar o status da China como superpotência econômica e par dos Estados Unidos”.

    LINK (em inglês): http://nyti.ms/2gXyZzF

    Putin e os 100 anos da Revolução Russa

    El País (30/10): “Putin denuncia a repressão política na URSS, porém exorta a fechar as feridas”

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, inaugurou nesta segunda-feira pela tarde em Moscou o chamado “Muro da Dor”, um memorial das vítimas da repressão política na URSS. O memorial, selecionado por concurso, é o projeto de maior envergadura apoiado pelo Estado, que se executa em recordação dos que pereceram nas ondas de terror depois da revolução bolchevique de 1917. Deste acontecimento histórico, sobre o qual os russos ainda não chegaram a um consenso, cumpre-se um século no próximo 7 de novembro. ‘Estes crimes não podem ter nenhuma justificativa’, disse Putin na cerimônia. A abertura do memorial é, para o presidente russo, ‘especialmente atual no ano do centenário da revolução’.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zbPijh

    Renúncia de Barzani no Curdistão

    The Guardian (29/10): “Líder curdo-iraquiano renuncia depois de fracasso do referendo de independência”

    Masoud Barzani renunciará como presidente curdo depois de que o controvertido referendo de independência convocado por ele fracassou espetacularmente, com os curdos do norte do Iraque perdendo um terço de seu território e tendo agora que enfrentar contínuos ataques por parte de Bagdá. O veterano líder curdo disse numa sessão parlamentar em Erbil no domingo que não voltaria a disputar a presidência e pediu que se dispersassem seus poderes. Sua decisão ocorre seis semanas depois da votação, que logrou 93% de votos afirmativos, mas imediatamente provocou recriminações dos estados vizinhos e um bloco político rival”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2h1lQWr

    La Vanguardia (30/10): “Curdistão iraquiano, agitado ante uma nova era sem Barzani”

    Depois do anúncio da renúncia de Barzani, neste domingo e que será efetiva a partir de quarta-feira, centenas de seus seguidores irromperam no Parlamento regional, em Erbil, e agrediram um deputado e os jornalistas presentes na câmara, antes de serem retirados pelas forças de segurança. Por isso, o primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, pediu “calma” e “autocontrole” à população depois dos distúrbios ocorridos nas últimas horas na região autônoma do Curdistão (Norte) na sequência da renúncia do presidente curdo, Masud Barzani. Al Abadi rechaçou os “ataques” que se produziram na noite passada contra algumas sedes de partidos políticos e jornalistas, atos com os quais, segundo ele, tenta-se provocar o “caos”.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2A7w0K3

    Destituição do prefeito de Ancara por Erdogan

    El País (28/10): “Erdogan purga o prefeito de Ancara para recuperar o controle das grandes cidades”

    É o quinto prefeito a abandonar seu cargo depois de manter uma reunião extraordinária com o presidente Recep Tayyip Erdogan. Melih Gokçek, o cabeça municipal da capital da Turquia, Ancara (5,2 milhões de habitantes), apresentou de maneira oficial sua demissão na tarde de sábado durante o Conselho Municipal. “Não me marcho porque fracassei”, expressei Gokçek em seu discurso de despedida, “me marcho porque me pediu o Erdogan (…) e porque creio que ele é o único líder deste país”. O político do AKP (Partido da Justiça e o Desenvolvimento) deixa atrás mais de 23 anos à frente da principal prefeitura do país depois de ter ganho cinco eleições consecutivas”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zcEMZ5

    Putin visita Irã

    Al-Jazeera (01/11): “Síria no centro da mesa do encontro de Putin com líderes do Irã”

    O presidente russo Vladimir Putin chegou no Irã na quarta-feira para uma reunião trilateral, que também inclui o Azerbaijão. A cooperação econômica estava no topo da agenda de Putin, especificamente a conclusão de uma ligação ferroviária ao longo do Corredor de Transporte Norte-Sul que atravessa o Irã e o Azerbaijão e liga a Rússia à Índia. Mas as conversações bilaterais entre a Rússia e o Irã na Síria e as questões regionais de segurança também estão no centro das atenções.”

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2xLiJ86

    Boicote da oposição em nova eleição presidencial no Quênia

    The Independent (30/10): “Presidente Uhuru Kenyiatta ganha com 98% dos votos”

    O atual presidente Uhuru Kenyatta conquistou 98% dos votos na repetição das eleições presidenciais no Quênia, embora somente 39% dos eleitores tenham participado em razão de um boicote convocado pela oposição, informou a comissão eleitoral na última segunda-feira. O anúncio provocou pequenos protestos em algumas fortalezas da oposição, mas também celebrações em áreas pró-Kenyatta ao leste do país africano. O veterano líder da oposição, Raila Odinga, já havia classificado a eleição como uma farsa”.

    LINK (em inglês): http://ind.pn/2gOTdbs

    Assassinato de líder emergente do CNA na África do Sul

    The Guardian (01/11): “’Um fenômeno dentro do CNA’: assassinatos colocam o foco no partido governante da África do Sul”

    Ex-líder da ala juvenil do CNA, o assassinato de Maqaqa em setembro foi notícia nacional. Mas foi um entre mais de 80 ‘assassinatos políticos’ em Kwazulu Natal nos últimos seis anos. Todos eram membros do CNA. Uma dúzia de importantes políticos assistiram ao funeral de Maqaqa, alguns chegaram de helicóptero. Inclusive um candidato que espera ser eleito o líder do partido na conferência do CNA em dezembro, ministros do gabinete e altos funcionários provinciais do CNA. Os dignatários elogiaram solenemente o defunto e se negaram incisivamente a comentas as razões de sua morte”.

    LINK (em inglês): http://bit.ly/2h3ix14

    Macri propõe redução de impostos

    Pagina 12 (31/10): “Macri apresenta pacote de reformas”

    O Presidente Mauricio Macri confirmou reformas em matéria laboral, previdenciária e tributária. Além disso, adiantou que haverá mudanças na relação fiscal entre a Nação e as províncias, criticou o tamanho do Estado e a quantidade de obras sociais e sindicatos. Também criticou a justiça do trabalho e reiterou que reduzirá o gasto público. Fazendo-se omisso de sua realidade familiar confessou: ‘A pior distorção fiscal é a evasão’”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2xMoIK0

    Procuradora-geral ligada ao kirchnerismo renunciará

    El Mundo.es (30/10): “Demite-se procuradora-geral argentina, último emblema kirchnerista no poder”

    A débacle kirchnerista continua. A procuradora-geral, Alejandra Gils Carbó, nomeada em 2012 por Cristina Fernández de Kirchner, apresentou hoje sua demissão ante as pressões do Governo de Mauricio Macri para apartá-la de seu posto no marco de uma reforma do sistema judiciário. Gils Carbó, que deixará seu cargo no próximo 31 de dezembro, mantinha-se até agora como o único expoente da “era K” num posto de máxima responsabilidade, como é a Procuradoria-Geral da Nação (Procuradoria-Geral do Estado). Seus contínuos enfrentamentos com a Casa Rosada prolongaram-se durante dois anos, quando Macri chegou ao poder. Sua situação à frente da Procuradoria complicou-se há algumas semanas, quando um juiz decidiu processá-la por um suposto delito de corrupção. Ela é acusada de administração fraudulenta na compra de um edifício oficial”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2gUuDFZ

    Racha no Alianza País equatoriano

    El País (31/10): “Destituído Lenín Moreno da presidência do partido governista do Equador”

    O movimento governista equatoriano Alianza País (AP) suspendeu nesta terça-feira como seu presidente Lenín Moreno, chefe de Estado dp Equador, num signo de fratura interna irreversível. No seu lugar à frente da formação política, foi nomeado o ex-ministro das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, seguidor do mandatário anterior do Equador, Rafael Correa, ao qual solicitou que regresse ao país”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2gUFZKg

    FARC confirma seu candidato presidencial

    BBC Mundo (01/11): “As FARC confirmam que seu ex-máximo comandante Rodrigo Londoño ‘Timochenko’, será candidato à presidência”

    O desmobilizado grupo guerrilheiro colombiano FARC já tem candidato para as eleições presidenciais de maio de 2018 nesse país: seu ex-máximo comandante Rodrigo Londoño, o ‘Timochenko’. (…) Como candidata à vice-presidência, o agora partido político nomeou Imelda Daza, economista de 69 anos de idade, que viveu exilada na Suécia entre 1989 e 2015, onde foi parlamentar pelo Partido de Esquerda”.

    LINK (em espanhol): http://bbc.in/2ymYnGw

    Manifestação das candidatas a Miss Peru contra o feminicídio

    El País (31/10): “Candidatas a Miss Peru anunciam números de feminicídio ao invés de suas medidas”

    As participantes do concurso de beleza Miss Peru 2018 aproveitaram a passarela e os holofotes para denunciar a violência de gênero e os feminicídios no país. “Minhas medidas são: 2.202 casos de feminicídio nos últimos nove anos no meu país”, disse uma das concorrentes no microfone antes de se retirar para o outro lado da passarela. “Minhas medidas são: 81% dos agressores de meninas menores de cinco anos são pessoas próximas da família”, disse a candidata seguinte.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2yl6pzH

    Protesto no Panamá contra a corrupção e a impunidade

    Telemetro (31/10): “Milhares de panamenhos protestam contra a corrupção e a impunidade”

    Mais de mil pessoas colapsaram nesta terça-feira uma das principais artérias da capital panamenha para protestar contra os distintos casos de corrupção que foram descobertos no país e exigir à justiça que revele e processa a todos os que receberam subornos da construtora Odebrecht. (…) Os manifestantes que portavam bandeiras panamenhas iam vestidos de negro para encenar a morte da justiça e durante cerca de duas horas gritaram palavras de ordem como “Caia quem deva cair” e o “O povo está cansado”.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2h21WKY

    Novas regras migratórias em Cuba

    O Tempo (28/10): “Cubá facilitará viagens de cidadãos expatriados, após novas restrições”

    Cuba anunciou nesta sábado novas medidas migratórias para fortalecer os vínculos com os cerca de 800 mil cubanos expatriados, ante o que qualifica como obstáculos injustos criados pela expulsão de funcionários consulares após as acusações dos Estados Unidos de que seus diplomatas sofreram misteriosos ataques sônicos na ilha”.

    LINK (em português): http://bit.ly/2gVqFNp

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Catalunha

    Portal de la Izquierda (31/10): “Crônicas catalãs: 31O- A República Catalã se estanca e torna-se um problema europeu”, por Alfons Bech

    Os partidos soberanistas agora estão mais pendentes da participação nas eleições de 21 de dezembro que de outra coisa. Talvez seria preciso dizer que só se vê a resistência a partir de se reorganizar e ganhar essa batalha eleitoral, ainda que seja autonômica e convocada por Rajoy. O processo tem que adaptar-se, portanto, rapidamente. As novas condições realinharão as forças. Falaremos mais das alianças que irão se definindo. Mas o processo segue vivo no ânimo do povo”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2h44gkw

    Sin Permiso (29/10) “Reino da Espanha vs Catalunha”, por Daniel Raventós e Gustavo Buster

    O regime de 78 encontra-se num beco sem saída, por mais largo que este possa ser, enquanto sua legitimidade social, econômica, política e territorial se desgasta. A questão catalã está longe de ser resolvida em 21 de dezembro. Uma vez mais aí também existe uma “fratura”, ou não? A situação se encaixará com a atual dupla legitimidade que enfrenta o Reino da Espanha com a República catalã. A saída da crise social segue sendo um campo de disputa político. Como continua o desenlace judicial da trama de corrupção do PP, da qual os tribunais afirmam que “se beneficiou”. Se as distintas crises que percorrem o regime de 78 não confluíram, do 15-M de 2011 ao 1-O de 2017, é pela ambigüidade das esquerda, quando não uma clara hostilidade, entre outras coisas, ante a defesa do direito de autodeterminação da Catalunha. E isso impede a construção de uma alternativa política que, inevitavelmente, poria em questão o regime de 78. Até que a situação se faça de verdade insuportável, não só na Catalunha – onde se questiona republicanamente – mas no conjunto do Reino da Espanha.”

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zZ9Eta

    Viento Sur (01/11): “Sinais claros de retrocesso e desorientação”, por Marti Caussa

    A coletiva de Puigdemont foi digna. Alegrou-me saber que o president e os consellers que estão em Bruxelas não pediram asilo e que estão coordenados com a parte do governo que continua na Catalunha. Compartilho que é necessário apresentar-se nas eleições de 21-D, ainda que no melhor dos casos não se farão com normalidade democrática. Mas continuo pensando que não se escolheu a melhor via para defender a República e fazer retroceder o ataque que supõe o artigo 155. Será bom continuar a discussão, mas há que se dar prioridade à pergunta: o que fazer agora? E seguir exigindo a liberdade de Sánchez e Cuixart; continuar demonstrando a todos que podem ser objeto de repressão que não estão sozinhos”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2znyDtO

    Governo Trump

    Portal de la Izquierda (29/10): “Algumas notas sobre os dez meses de governo Trump e a situação nos EUA”, por Pedro Fuentes

    O centro da conjuntura mundial está enfocado na luta democrática independentista catalã. Ela demonstra mias uma vez a importância que adquiriram as rebeliões democráticas populares como resposta ao cada vez maior autoritarismo dos regimes, seja o do governo Trump, o da Venezuela, o do Brasil, que embora sejam diferentes nenhum escapa ao autoritarismo. Este curso é consequência da incapacidade e crise dos regimes democrático-burgueses baseado no bipartidarismo incapazes de responder às necessidades e aspirações do movimento de massas. Catalunha demonstra também que o curso autoritário é rechaçado por esse movimento, e isso também se sucede nos EUA”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2zZRg3w

    Rebelion.org (23/10): “Os republicanos são Robin Hood do avesso, e seu orçamento é um presente para os mais ricos”, por Bernie Sanders

    Este orçamento diz que se você é a segunda família mais rica dos Estados Unidos, os irmãos Koch, você pagará até 28 bilhões de euros menos em impostos. Em contrapartida, se você é um estudante da classe trabalhadora que tenta ver como fazer para pagar sua universidade, seu sonho de uma educação universitária poderia evaporar-se junto com outros 8 milhões de jovens, porque seriam cortados mais de 84 bilhões de euros das Bolsas Pell e outros programas de ajuda econômica para os estudantes”.

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=233099&titular=los-republicanos-son-robin-hood-al-rev%E9s-y-su-presupuesto-es-un-regalo-para-los-

    Divisão da Alianza País no Equador

    Rebelion.org (26/10): “Moreno traidor?”, por Alberto Acosta

    Em definitivo, não saberemos a que acordos chegaram Moreno e Correa. Se isso não se revela de forma transparente, não poderemos saber quem foi o traidor nessas conversas. Mas, a esta altura, para o país isso deveria ser um problema menor que terminará se resolvendo no interior da Cosa Nostra equatoriana, ou seja, a Alianza País, a qual, segundo Fernando Vega, ex-assembleísta constituinte de Alianza País, virou uma seita mafiosa. O que sim deve ficar claro é que Rafael Correa foi quem traiu a confiança do povo equatoriano nas urnas e ao próprio mandato constituinte. Aqui não cabem meias tintas. O grande traidor é Rafael Correa.”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=233260&titular=%BFmoreno-traidor?-

    Rússia na Era Putin

    Viento Sur (27/10): “A revolução na era Putin”

    Ao assinar o decreto que recomenda à Sociedade Histórica Russa a formação de um comitê organizador da celebração e encarrega ao Ministério da Cultura coordenar os atos, o premiê russo advertiu: “Não poderemos arrastar até nossos dias as divisões, ódios, enfrentamentos e a crueldade do passado. Recordemos que somos um povo unido. Um só povo. E Rússia só há uma”. Em grande medida, a Revolução de 1917 é uma tragédia a ser conjurada. Desde uma visão nacional-conservadora, a prioridade para Putin é preservar “a atual concórdia política e civil”. Em poucas palavras: a cem anos, a Revolução Russa resulta incômoda no relato conservador de Vladimir Putin, mais atento a repor a Rússia como grande potência do que combater suas desigualdades sociais”.

    LINK (em espanhol): http://bit.ly/2lEWv6e

  • Revista nº 20 – outubro 2017

    Revista nº 20 – outubro 2017

    Este número especial da Revista Socialismo e Liberdade é dedicado ao centenário da revolução socialista vitoriosa, como contribuição às reflexões sobre os dilemas e as possibilidades do projeto socialista no Séc. XXI.

    Revista Socialismo e Liberdade nº20

  • Lançamento “Centelhas” e debate com Michel Löwy

    Lançamento “Centelhas” e debate com Michel Löwy

    A Boitempo e a Fundação Lauro Campos convidam para o debate de lançamento do livro CENTELHAS: Marxismo e revolução no século XXI, de Michael Löwy e Daniel Bensaïd (Boitempo, 2017).

    O debate contará com a participação de Michael Löwy, de José Correa (organizador do livro) e de Michele Vieira (presidente municipal do PSOL). Entrada gratuita.

     

     

     

  • O dia depois do referendo curdo no Iraque

    O dia depois do referendo curdo no Iraque

    por Thomas Cantaloube *

    Contra todo prognóstico, ou melhor contra todos, os curdos iraquianos levaram a cabo sua consulta na segunda-feira, 25 de setembro de 2017.. Não é um referendo sobre a independência em si, mas um referendo sobre a perspectiva da independência, o que não é exatamente o mesmo, ainda que o matiz não seja suficiente para apaziguar os vizinhos de um hipotético Curdistão futuro.

    Se bem que os resultados não se conhecem ainda quando se escreve este artigo (na noite da terça-feira, 26), não há muitas dúvidas. Segundo estimativas oficiais, 72% dos eleitores registrados compareceram às urnas, o que sem representar uma participação massiva, demonstra o apoio de uma grande maioria dos curdos iraquianos aos projetos de independência encabeçados pelo presidente do Governo regional Massoud Barzani e seu partido, o PDK. É significativo que no feudo de seus oponentes o grande partido rival, o PUK, ao redor da cidade de Sulamaniyah, a participação foi muito mais baixa, geralmente abaixo dos 50%.

    Entretanto, ninguém considera que a resposta à pergunta “Deseja que a região do Curdistão e das zonas curdas fora da região se convertam em um país independente?” possa ser negativa. Porque para muitos curdos, “o maior povo sem estado”, como se costuma dizer, esta votação poderia ter uma ressonância histórica.

    O primeiro-ministro da região, Nechirvan Barzani (sobrinho de Massoud), entretanto, esforçou-se por assegurar a todos os que veem a perspectiva da independência com receio que “o referendo não significa que a independência seja para amanhã ou se vão modificar as fronteiras. Se o voto é afirmativo, vamos resolver nossos problemas com Bagdá em paz”. Os países vizinhos e as grandes potências temem principalmente duas coisas de um desmantelamento do Império Otomano há um século (que todo o mundo está de acordo em que são inadequadas).

    Até o dia da votação, os principais aliados do Curdistão Iraquiano (Estados Unidos sobretudo, mas também a UE) e os países vizinhos, cada um com uma grande população curda, solicitaram a anulação ou o adiamento da consulta. Uma pequena parte dos próprios curdos também defendeu a consigna “Não agora”, para enfatizar que era inútil e precipitada. Mas Massoud Barzani negou-se a suspendê-la, pelo que se abriu um período incerto para o Curdistão e por toda a região, onde as fronteiras e os conflitos no Iraque, Irã, Síria e Turquia cruzam-se como placas tectônicas.

    Para realçar seu descontentamento, o Irã suspendeu seus voos aéreos entre Teerã e o Curdistão, fechando sua fronteira, a pedidos de Bagdá. Na escala das sanções esta é a decisão mais dura. O Parlamento iraquiano, por sua vez, votou uma resolução pedindo para o governo enviar o exército às zonas controladas pelos curdos (ou seja, principalmente à disputada região petroleira de Kirkuk) e recuperar o controle dos postos fronteiriços atualmente em mãos curdas. Em teoria, a Constituição iraquiana requer que o primeiro-ministro cumpra com este mandato parlamentar, mas se faz isso, equivalerá a uma declaração de guerra (civil). Para não falar que o exército iraquiano está ainda ocupado na luta contra os restos do Estado Islâmico.

    No lado turco, o presidente Recep Tayyip Erdogan tampouco encarou bem a consulta. Depois de dar a entender que “nossas tropas bem poderiam chegar durante a noite (ao Curdistão)”, fustigou o ministro da Fazenda do governo regional do Curdistão iraquiano, literalmente, esfregando as mãos: “Ainda veremos através de que canais e onde vão vender seu petróleo. As válvulas são nossas. Se as fechamos, acabou-se…”. Sabendo que o petróleo e o gás são o principal recurso do Curdistão, que exporta cerca de 90% de sua produção (600.000 bpd) através da Turquia, a ameaça de cortar o fluxo é grave. Sobretudo porque estas exportações são parcialmente ilegais (as rendas deveriam ir para a Fazenda federal iraquiana), e também porque provêm da região de Kirkuk, que não pertence oficialmente ao governo regional curdo.

    Entretanto, esta ameaça da Turquia não pode ser considerada definitiva. Ancara não só se beneficia economicamente destas exportações, mas que pode fazê-lo ainda mais, graças a um contrato assinado entre o Curdistão e a empresa russa Rosnef para construir um gasoduto através da Turquia para levar o ‘gás curdo’ a Europa. “As advertências de Erdogan são antes de tudo uma forma de marcar seu território, em particular em relação a sua própria população curda, para mostrar que não é preciso pedir demasiado e menos rapidamente a independente”, disse sob condição de anonimato um diplomata europeu em relação com os curdos. “Entretanto, no fundo, Erdogan tem boas relações com o Curdistão iraquiano”.

    O conflito com Bagdá é mais difícil de resolver, porque incubou-se durante muito mais tempo. Muitos observadores pensaram nos últimos meses que a convocatória do referendo sobre a independência buscava melhorar a correlação de forças curda mas complicadas negociações com o governo central (sobre os temas orçamentários, pagamento dos funcionários públicos, o estatuto de Kirkuk, etc). Mas como Bagdá não fez nenhuma concessão, a consulta teve lugar finalmente, o que agrava as tensões de ambos os lados. Isso não quer dizer que não tenha nada que negociar.

    “Massoud Barzani conseguiu seu objetivo: situar o Curdistão iraquiano no caminho da independência e assegurar o prestígio subsequente, observa o diplomático consultado. Mas não tem interesse em que seu país seja assediado e sangrado financeiramente, como ameaçam seus vizinhos nas próximas semanas e meses. Será necessário negociar com Bagdá e dar garantias a seus vizinhos”. O primeiro passo, já anunciado há muito tempo, é não declarar a independência de imediato ou inclusive rapidamente. O Governo Regional do Curdistão não tem nenhum interesse de anunciar uma data, mais ou menos distante e difusa, em vários anos.

    Barzani quer buscar um compromisso com Bagdá. Com a promessa de não voar por sua conta imediatamente, retomando as conversas de verdade sobre Kirkuk (Curdistão ou não?), as rendas da venda de petróleo ou o papel dos peshmerga (a milícia curda), Barzani poderia obter importantes concessões por parte do governo central iraquiano. Este último, que ainda está se recuperando da desestabilização e da guerra provocada pelo Estado Islâmico não quer abrir uma nova frente nem fomentar novas divisões complicadas num país que está unido com alfinetes.

    Um acordo com Bagdá permitiria a Barzani demonstrar que não pode ser marginalizado e que sua decisão de convocar a consulta foi correta. Porque além das questões geopolíticas ligadas ao escrutínio de 25 de setembro, sua dimensão política interna não é insignificante. A família Barzani está acusada de corrupção e nepotismo, e o prestígio associado com o êxito do referendo traz a possibilidade de que permaneça no poder. Especialmente porque em 1 de novembro, haverá eleições parlamentares e presidenciais na região do Curdistão (que foram adiadas vários anos).

    Se Barzani não joga o apaziguamento com Bagdá e seus vizinhos daqui até lá e as coisas se complicam, corre o risco de perder as eleições. Se, pelo contrário, mostra que a perspectiva de um Curdistão independente, por remota que seja, é aceita, é provável que seja o vencedor ou inclusive que possa voltar a adiá-las sem demasiado dano…

     * Thomas Cantaloube é jornalista especializado em temas de Oriente Médio da Medyapart.

    Fuente: Medyapart, 27 de setembro 2017 (Traduzido para o português por Charles Rosa, do Observatório Internacional da FLC)