Autor: Redação Lauro Campos

  • “Um partido necessário: 10 anos de PSOL” disponível online

    “Um partido necessário: 10 anos de PSOL” disponível online

    Uma breve trajetória de um partido que mais cresce na esquerda brasileira, suas conquistas e desafios analisados por diferentes olhares. A obra, publicada em 2016 pela Fundação Lauro Campos, pode ser conferida na íntegra abaixo ou ser adquirida na sede da Fundação Lauro Campos em São Paulo.

    Organizado por Juliano Medeiros e Israel Dutra, o livro traz diversos artigos que narram a trajetória do Partido Socialismo e Liberdade escritos por alguns daqueles que ajudaram a construí-lo. Escrevem na obra Luciana Genro (prefácio), Juliano Medeiros (Por uma história do PSOL), Babá (A decadência do PT e o surgimento do PSOL), Chico Alencar (O porvir do PSOL), Afrânio Boppré (A alegria do amanhã), Milton Temer (Parece que foi ontem), Edmilson Rodrigues (Utopia renascida: o PSOL como desafio e promessa), Edilson Silva e Albanise Pires (Socialismo com Liberdade: eis o convite desafiador do PSOL), Roberto Robaina (Breve Balanço dos anos de legalização do PSOL), Ivan Valente (A disputa do espaço à esquerda), Gilberto Maringoni (Dez ano adiante), Luiz Araújo (Um partido para um novo ciclo da esquerda no Brasil) e Lincoln Secco (Epílogo).

    Uma excelente leitura para entender a gênese do Partido Socialismo e Liberdade e os desafios futuros a serem enfrentados.

     

    Um partido necessário 10 anos de PSOL

  • Três livros analisam período do PT no poder e a crise da esquerda

    Três livros analisam período do PT no poder e a crise da esquerda

    por Marianna Holanda e Gabriel Manzano, O Estado de S.Paulo

     

        Em um mês foram lançados livros de autores e editoras diferentes, mas com títulos que dialogam entre si e criam um enredo: Cinco Mil Dias – O Brasil na Era do Lulismo, A Crise das Esquerdas e Caminhos da Esquerda – Elementos para uma Reconstrução. Os treze anos de governo petista, interrompidos com o traumático impeachment de Dilma Rousseff no ano passado, deixaram o campo ideológico da esquerda desorientado. A um ano das eleições gerais, o fio condutor das obras de Aldo Fornazieri e Carlos Muanis; Gilberto Maringoni e Juliano Medeiros; e Ruy Fausto é a autocrítica, ou a falta dela, como elemento de reconstrução do campo ideológico.

        Da editora Boitempo, Cinco Mil Dias teve a difícil tarefa de analisar, em 400 páginas, a era lulista, com ensaios de mais de 50 especialistas que falam desde a campanha eleitoral que alçou o PT à presidência, em 2002, a políticas públicas de gênero da gestão Dilma.

        Nas palavras de Maringoni, professor da Universidade Federal do ABC e um dos autores do livro: “O PT, pela própria voz da presidente Gleisi (Hoffmann, senadora e presidente do partido), afirmou não querer fazer autocrítica, para não ‘fortalecer o discurso dos adversários’. Não se trata de fazer uma autocrítica no sentido de flagelo religioso, mas de se avaliar escolhas feitas no governo. A ideia do livro é examinar a experiência lulista em diversas frentes – os rumos da política, da economia, dos direitos sociais etc. e os avanços e recuos em cada área e onde houve acertos e erros.”

        Uma das maiores críticas da direita aos petistas, de que foram supostamente responsáveis por polarizar a esquerda e a direita, não ecoa nas páginas do livro da Boitempo. Nas palavras do organizador, Juliano Medeiros: “O sucesso do lulismo estaria, assim, em arbitrar pelo alto os conflitos sociais, despolarizando a dicotomia esquerda x direita e transformando-os em conflitos intraestatais, ocultando-os como tal.” Ao internalizar o “conflito social”, com um latifundiário à frente do Ministério da Agricultura e um médico petista no comandando a Saúde, o PT atestou o fracasso do tal pacto.

        Com o mesmo objetivo de análise e reconstrução, autores se repetem nas diferentes obras. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, aparece tanto em Cinco Mil Dias, quanto em A Crise das Esquerdas. Neste segundo, ele também critica o “pacto de conciliação petista” – o que a seu ver deveria ter sido trocado por um “novo pacto socialmente sustentado”.

        Com um olhar ideologicamente rigoroso, Boulos assinala que o Minha Casa Minha Vida deu dinheiro para construtoras e o ProUni deu dinheiro para as universidades privadas. “Eu diria que a esquerda está condenada à revolução”, adverte. Ao que Fornazieri, que o entrevista no livro, provoca: “Tendo em vista a inviabilidade da revolução, no horizonte em que vemos a atual situação da América Latina, a esquerda está condenada é ao fracasso. A única estratégia possível é a redução dos males do capitalismo.” Categórico, Boulos insiste: “Vai haver convulsão social. Os próximos anos serão de crise social. Vai se colher o que esta política de austeridade está gerando.”

        Diferentemente de Cinco Mil Dias, A Crise das Esquerdas, em suas 266 páginas, vai além de uma “autocrítica interna” voltada para a militância de esquerda, mas apresenta um olhar amplo, histórico, que expõe desde as primeiras distorções provocadas pelo stalinismo, nos anos 1940, da antiga União Soviética, até a constatação, mais recente, de que os governos de esquerda “não conseguiram criar uma saída sistêmica em relação ao capitalismo”, como afirma Fornazieri.

        Tarso Genro, um dos fundadores do PT e um dos dez autores do livro de Fornazieri, defende que a crise não começou com o “desmantelamento da experiência soviética, mas tem raízes bem mais profundas”. Genro deixa o alerta: “Nunca a força da política e o apreço da utopia foram tão importantes.”

        Cientista político e superintendente da Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Fausto define como um “desastre político” o “deslocamento do PSDB à direita e o colapso do PT”. Resta, conclui, “esperar a atual crise decantar para se tirar conclusões”.

        Alguns elementos de solução, Ruy Fausto, que assina um artigo em A Crise das Esquerdas, apresenta em seu próprio livro, lançado na semana seguinte ao primeiro: Caminhos da Esquerda: Elementos para uma Reconstrução. Todas as 216 páginas do livro são críticas à esquerda ou ao que o autor considera que se deve mudar. De formação clássica da esquerda, o professor emérito de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) avalia que, para prosperar nesta crise, a esquerda deve se desvencilhar do que ele chama de “patologias”. Dentre elas, o flerte com regimes totalitários, como a insistente exaltação da União Soviética, por exemplo. As outras duas patologias são: populismo e adesismo.

        O balanço dos acertos e erros da experiência petista no poder é o primeiro para contornar a crise e reorganizar a esquerda, na avaliação de Juliano Medeiros. O último ensaio de Cinco Mil Dias, assinado pelo historiador e presidente da Fundação Lauro Campos, do PSOL, trata dos “desafios para uma esquerda pós-lulista”.

        Na avaliação de Medeiros, “pós-lulismo” é mais do que o fato de Lula ser ou não candidato em 2018 – como vem insistindo o ex-presidente, apesar de Moro tê-lo sentenciado à inelegibilidade. “Mesmo sendo Lula o candidato, é o começo do pós-lulismo, porque seria a última vez. Ou seja, já estamos vivendo uma transição em que o lulismo deixará, gradativamente, de ser a corrente hegemônica na esquerda brasileira. Mas ainda não sabemos o que virá no seu lugar”, pontua. E, para isso, é necessária uma profunda renovação programática – a segunda tarefa para a esquerda pensar o futuro. O programa petista de conciliação e de abandono na tradição hegemônica na esquerda até então, segundo Medeiros, deixou a esquerda brasileira, no século 21, com um enorme “déficit programático”.

        Por fim, o terceiro desafio que o historiador propõe é a necessidade de uma nova “promessa de que é possível um caminho diferente no futuro”. Promessa, segundo ele, para uma “geração inteira de militantes, desiludida com as inaceitáveis concessões feitas pelo partido”. A sugestão de Medeiros, para se pensar 2018 e para além das eleições, é a construção de uma “esquerda horizontal, pluralista, radicalmente democrática e profundamente comprometida com os interesses dos explorados e oprimidos”.

     

    Matéria originalmente publicada no Caderno Aliás, do Estado de S.Paulo (05/08/2017)

  • Contribuições à reflexão e à discussão

    Contribuições à reflexão e à discussão

    Jorge Antunes *

    Comecei a elaborar uma tese a ser apresentada no VI Congresso do PSOL, mas ela acabou sendo escrita muito lentamente. Meus dedos foram bissextos sobre as teclas do computador. Mil atividades e compromissos artísticos me ocupavam, e o tempo não me permitia atender às normas da convocatória: não sei quantos caracteres ou palavras, não sei quantas assinaturas etc etc.

    Faltando 4 dias para terminar o prazo de inscrição de teses, dou por terminado meu primeiro rascunho.

    Não há mais tempo de discutir o texto com meus companheiros de coletivos do PSOL. Não há mais tempo para receber sugestões, acréscimos, supressões, críticas e correções. Não há mais tempo para conseguir signatários.

    Mas não posso deixar de comunicar o texto aos companheiros e companheiras, porque acredito que ele, modéstia à parte, pode dar alguma contribuição à nossa reflexão e busca de caminhos.

    Assim, dou publicidade, aqui, a meu texto, deixando-o à disposição de todos os filiados e militantes e correntes, para que pincem livremente quaisquer parágrafos, frases, pensamentos, ideias ou propostas que achem ser interessantes. Autorizo desde já, a todos os redatores e signatários de teses, que usem livremente a minha contribuição que apresento em seguida.

    O GOLPE PARLAMENTAR E SEU AVANÇO

    As propostas que o governo golpista e corrupto de Michel Temer encaminhou ao Congresso Nacional confirmaram a tese de que o Brasil sofreu um golpe parlamentar em 2016. Várias ações escancararam os objetivos do golpe: aumentar a espoliação do trabalhador brasileiro, invalidando direitos trabalhistas conquistados durante décadas, com luta, suor e sangue.

    A chamada “Constituição Cidadã” que consagrou direitos democráticos ora ameaçados e anulados, foi um avanço em seu tempo, mas necessita de urgente revisão e reescritura. Ela já sofreu, de 1988 para cá, 92 emendas, o que a desvirtua totalmente do seu caráter original. Alguns de seus artigos nunca foram implementados.

    Exemplo gritante é o de número 153 que institui o imposto sobre grandes fortunas e que, por falta de lei complementar que o regulamente, nunca foi colocado em prática. A lei que pudesse regulamentar o referido imposto, nunca poderia ser elaborada e aprovada por um Congresso Nacional composto, em sua maioria, por empresårios detentores de grande fortunas.

    Só uma nova Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva, poderá elaborar uma Carta Magna que contemple os anseios atuais do povo brasileiro. Outra excrescência constitucional a ser banida da Carta, deverá ser a redação de seu artigo 142 em que, às forças armadas, não são apenas destinadas a defesa da Pátria e a garantia dos poderes constitucionais, mas também a “garantia da ordem”. Essa prerrogativa do Presidente da República foi recentemente utilizada para colocar o Exército nas ruas de Brasília, ameaçando a livre e pacífica manifestação popular.

    O Brasil está sendo privatizado e vendido ao capital internacional. Potências imperialistas tratam de ocupar espaços na economia e no solo brasileiro, com a conivência de um governo e um Congresso Nacional que não representam o povo. Assim, faz-se necessária a implementação de uma urgente política em que as rédeas da nação sejam arrancadas das mãos de banqueiros, empreiteiros, latifundiários, oligopólios e entreguistas que usam a prática da corrupção como hábito.

    UMA NOVA POLÍTICA

    A nova política deverá abraçar a prática das expropriações de empresas corruptas, abandonando a capitulação nacional vigente, em que é praticada a conivência e a leniência. Empresários corruptos e corruptores, após a expropriação e estatização de suas empresas, deverão ter seus bens arrestados.

    Urge estancar a sangria proporcionada pelo neoliberalismo iniciado com Fernando Collor, afirmado pelo governo FHC e continuado pelos governos petistas. Após sucessivas derrotas em intervalo de tempo de 12 anos, Lula conseguiu se eleger em 2002. Mas, para tanto, foi necessário se associar à burguesia nacional, a banqueiros, ao empresariado espoliador e ao PMDB, um saco de gatunos bem conhecidos.

    Enquanto Lula chamou à vice-presidência o chamado “empresário bonzinho”, amaciando o grande capital com sua famosa “Carta aos brasileiros”, Dilma aceitou, como vice-presidente, um cidadão que começou sua carreira política integrando o governo corrupto e golpista de Adhemar de Barros em São Paulo.

    A traição e o golpismo eram os destinos inexoráveis de tal aliança absurda e espúria. Em 1964 Dilma, então com 17 anos de idade, militava na Polop, resistindo ao golpe militar. No mesmo ano de 1964 Michel Temer, então com 24 anos, militava no staff do governador golpista Adhemar de Barros: Temer era oficial de gabinete do Secretário de Educação do governo Adhemar.

    A aliança direta do PT com o PMDB e a aliança indireta com banqueiros e grandes empresários, sinalizaram, desde o início, que as promessas feitas durante a campanha eleitoral seriam esquecidas e não cumpridas.

    PATRÃO X EMPREGADO

    Precisamos analisar com muita profundidade a chamada “política compensatória”. Verificamos, na última década, que o assistencialismo alardeado pelo Estado brasileiro teve, como resultado, o deslumbramento inconsequente que serviu como anestesia do povo. As migalhas oferecidas garantiu a paz social, o que sempre interessou aos donos do poder e permanentes espoliadores.

    Como disse sabiamente Vito Letízia: “para não haver convulsão social, o capitalismo tem que se transformar em sistema harmonioso e distribuidor de riqueza”.

    A anestesia do povo tem tido até mesmo a conivência de alguns setores da esquerda. Em janeiro de 2013 a General Motors, de São José dos Campos, passou a viver séria crise e ameaçou milhares de empregados de demissão. O sindicato da classe, dirigido pelo PSTU, fez um acordo com os empresários, aceitando a demissão de 500 empregados, o acréscimo de duas horas de trabalho por dia e o trabalho aos sábados.

    Slavoj Žižek foi cristalino ao denunciar a cartilha neoliberal e a nova ideologia capitalista: o chamado ecocapitalismo. Ele ensina que os capitalistas são gratos à sociedade que lhes permitiu acumular fortunas. Assim, os donos do capital passam a ter o dever de dar algo em troca: a participação dos funcionários no lucro, o diálogo com os clientes (0800), o respeito ao meio ambiente.

    Žižek vai mais adiante, em sua lucidez: “O capitalismo recuperou o espírito de 68, esvaziando o discurso da esquerda. O capitalismo se tornou uma espécie de socialismo.”

    Segundo Zizek, “…alguns dos pontos da lista de exigências do Manifesto Comunista (1848), são hoje aceitos pelo capitalismo: grande exceção é a abolição da propriedade privada dos meios de produção”.

    Infelizmente, os pais do “assistencialismo anestesiante”, no Brasil, não admitem fazer a autocrítica. Como disse Luciana Genro, na recente Bienal da UNE, em Fortaleza, “não podemos renovar a esquerda repetindo o passado, pois precisamos construir o novo.”

    DESMOBILIZAÇÃO E APATIA

    O PSOL precisa, urgentemente, analisar com profundidade as causas da flagrante desmobilização popular, e construir uma união de forças de esquerda para fazer frente ao atual quadro de apatia pós-golpe parlamentar, em que o povo passivo aguarda um “salvador da pátria”.

    Lima Barreto nos deixou uma máxima bastante realista e cruel: “O Brasil não tem povo: tem público”. A frase data do golpe militar de 1889 e da Primeira República, que mantiveram os privilégios das famílias aristocráticas e dos militares.

    O PSOL precisa implementar mecanismos de comunicação com o povo que é plateia, que é público, no sentido de despertar, nele, o protagonismo.

    Não podemos correr o risco de sermos massacrados por uma solução de conciliação das classes dominantes que imponha um “salvador direitista da pátria”. Mas também não podemos correr o risco de, contemplando a passividade das massas, ver ou incentivar a coroação de um “salvador progressista da pátria”.

    O esclarecimento do povo é o caminho. Devemos, de todos os modos possíveis, conscientizar as massas de que, sem uma total reestruturação do sistema, a disputa eleitoral e a chamada democracia representativa nunca nos levarão à solução.

    Em uma declaração recente, eu fiz uma afirmação audaciosa e temerária, que chocou amigos, correligionários e colegas. Eu disse: “Não quero ser, mais uma vez, candidato a deputado. O deputado tem que ser representante do povo. E eu não tenho condições de representar este povo que está aí. Só se for para representar a sociedade futura, com que sonho, e contra a qual o povo que está aí conspira”. O meu desabafo se justifica totalmente, quando observamos a estagnação que reina sob o tacão dos golpistas, dos banqueiros, dos latifundiários, dos oligopólios, dos corruptos e dos corruptores.

    TEMAS PARA A NOSSA PAUTA

    O PSOL, acredito eu, é o único partido que não é capaz de “pisar no pescoço da mãe”, como disse Brizola, e fazer alianças espúrias, para chegar ao poder a qualquer custo. Assim, este ficará longe de nossas mãos durante um bom tempo.

    Portanto, somos os únicos que podem lançar propostas audaciosas, radicais, corajosas, inovadoras e revolucionárias.

    Com esse contexto esboçado, resta-me esperar e incentivar aos companheiros de partido, às lideranças das diversas correntes internas, que urgentemente incluamos em nossas pautas de discussão os seguintes temas:

    1- Presidencialismo ou parlamentarismo;

    2- Sistema Unicameral;

    3- Assembleia Constituinte Exclusiva;

    4- Conscientização e mobilização popular;

    5- Política compensatória mobilizadora;

    6- Socialismo ou barbárie;

    7- Reforma política;

    8- Referendo Revogatório.

    Fica aqui minha contribuição ao debate. Não sou daqueles que se incomodam com as disputas internas do PSOL. Mesmo que aguerridas, graves, elas acabam sempre, em última avaliação, sendo salutares. O famoso “guarda-chuva”, tanto mencionado por HH, nos idos de 2005, e que inspirou a criação do partido, entendo que deve prevalecer. Eis porque gostaria que o partido continuasse a receber, de braços abertos, grupos, polos, coletivos, que, sonhando e construindo o Socialismo no Brasil, possam se aglutinar fraternalmente, embora com disparidades e antagonismos no âmbito das estratégias e das táticas.

    Coloco minhas ideias e propostas, acima expostas, à disposição e ao livre uso de todos e todas.

     * Compositor, maestro, professor titular aposentado da UnB, membro da Academia Brasileira de Música, filiado e militante do PSOL-DF

  • Observatório Internacional, de 15 a 22 de julho de 2017

    Observatório Internacional, de 15 a 22 de julho de 2017

    Nesta edição do clipping semanal do Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos, destacamos entre os acontecimentos mundiais mais repercutidos pelos grandes órgãos de jornalismo do planeta o anúncio de novas sanções dos EUA contra o Irã, a ofensiva da oposição venezuelana e o enfraquecimento do madurismo, o início da venda legalizada de maconha nas farmácias uruguaias, a greve geral em Montevidéu contra o ajuste do governo de Tabaré Vázquez, a mobilização dos trabalhadores argentinos em solidariedade aos demitidos da Pepsico, a deriva autoritária do governo polonês e a intensificação dos conflitos entre árabes e israelenses no território ocupado da Palestina.

    Na segunda parte deste clipping, selecionamos alguns artigos confeccionados por intelectuais e organizações da esquerda mundial que discutem alguns dos temas que estão mais em evidência na atualidade. Salientamos as diferentes posições existentes dentro do chavismo a respeito da crise política no país, a visão de fim de ciclos progressistas no continente da socióloga argentina Maristella Svampa e os debates econômicos acerca de uma possível nova recessão no horizonte.

    A todos uma boa leitura e até semana que vem!

    Charles Rosa – Observatório Internacional

    Semana de Donald Trump na Casa Branca

    Novas sanções econômicas dos EUA ao Irã

    Sem cancelar o acordo de 2015 de contenção do programa nuclear iraniano, os EUA anunciaram na terça-feira novas sanções econômicas a Teerã. 18 empresas e indivíduos iranianos foram atingidos pelo boicote norte-americano.

    Editorial do New York Times (20/07): “Evitando a guerra com o Irã”

    “A última coisa que os Estados Unidos precisam é outra guerra no Oriente Médio. Entretanto uma bateria de palavras, ameaças diretas e ações provocativas – tanto do Presidente Trump e de alguns de seus auxiliares mais importantes  quanto de líderes da Arábia Saudita e ativistas americanos – está elevando as tensões que poderiam levar a um conflito armado com o Irã. Teerã incita parte dessa hostilidade com movimentos como deter Xiyue Wang, um estudante de  Princeton, e apoiar o presidente sírio, Bashar al-Assad. E para muitos políticos americanos, o Irã — afastado dos Estados Unidos desde 1979— merece apenas castigos e isolamento. Mas o Irã e os Estados Unidos também compartilham alguns interesses, como o combate ao Estado Islâmico. Então, por que não aproveitar todas as ferramentas diplomáticas, incluindo abrir um diálogo, usado antes para gerir governos difíceis e mesmo hostis?”

    LINK (em inglês): goo.gl/4Kpwuj

    Diálogo misterioso entre Trump e Putin

    Editorial do NYT (21/07): “O que Trump e Putin contaram um ao outro?”

    “Se alguém confiasse que Trump, como muitos presidentes, possui um conhecimento básico dos eventos mundiais e uma bússola ética, seus encontros com Putin não causariam necessariamente alarme. Trump, no entanto, não é um presidente comum. Não apenas é um novato em política externa, mas seus sócios estão sob investigação por possíveis laços com os esforços de Putin para inverter a eleição que colocaram Trump no gabinete. Na sexta-feira, The Washington Post, citando “atuais e ex-funcionários do Departamento de Estado”, relatou que o embaixador russo em Washington contou a seus superiores que ele discutiu questões relacionadas à campanha com Jeff Sessions durante a corrida presidencial de 2016, ao contrário das alegações de Mr. Sessions.”

    LINK (em inglês): goo.gl/NGiuX9

    Editorial do Washington Post (18/07): “Por que a conversa de Trump com Putin não é uma apenas uma conversa”

    “Conversar não é ruim; o que interessa é a natureza da conversa. Para calibrar cuidadosamente as mensagens aos líderes mundiais, os presidentes normalmente contam com uma elaborada máquina burocrática, inclusive o processo inter-agências e a equipe do Conselho Nacional de Segurança. A conversa de jantar de Mr. Trump mostrou uma vez mais sua propensão a agir sozinho e ele indubitavelmente criou dores de cabeça. Sem um tomador de notas ou um intérprete estadunidense, a estrutura de segurança nacional foi deixada sem um registro de troca, exceto a memória de Trump. Putin terá um registro melhor.”

    LINK (em inglês): goo.gl/SFdw33

    Seis meses de governo Trump

    Valor Econômico (20/07): “Acuado, Trump chega a 6 meses em meio a promessas não cumpridas”, por Juliano Basile

    “O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai completar seis meses de governo nessa quinta-feira com perspectiva de aumento do déficit comercial, redução nas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), elevação do déficit público e nível de emprego subindo menos do que o deixado pelo seu antecessor, Barack Obama. Além disso, Trump e membros de sua equipe e de sua família estão às voltas com investigações sobre um possível conluio eleitoral com a Rússia. E, para completar, quase a metade dos americanos desaprova o seu governo. A mais recente pesquisa The Washington Post/ABC revelou que o índice de aprovação do presidente caiu de 42%, em abril, para 36%. Já o percentual dos eleitores que desaprovam Trump subiu de 53% para 58%. Desses 48% disseram que “desaprovam fortemente” o governo.”

    LINK (em português): goo.gl/aiF95t

    Venezuela: Referendo e Constituinte

    A oposição de direita organizou um referendo no domingo (16/07) com perguntas tendentes a rechaçar a Assembleia Constituinte convocada por Nicolás Maduro. 7,6 milhões de eleitores compareceram às urnas para expressar sua rejeição a uma nova carta constitucional. Na quinta-feira, uma greve geral foi convocada pelas mesmas forças com um alto grau de adesão.

    BBC (17/07): “O que é a ‘hora zero’ e o que muda no conflito político da Venezuela a consulta popular da oposição contra o governo de Nicolás Maduro”

    “Respaldada pelos 7,6 milhões de pessoas (de um total de 19,5 milhões habilitados para votar) que responderam ao chamado contra o presidente Nicolás Maduro e a favor de eleições livres e um governo de união nacional, a oposição assegura que a luta entra agora numa nova etapa. E nesta segunda-feira se conheceram as primeiras medidas do que se denominou “hora zero”. O vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, instou aos poderes públicos a acatar os resultados da consulta e ofereceu a possibilidade de um diálogo sério com o governo com a condição de que retire a Assembleia Constituinte”.

    LINK (em espanhol):  goo.gl/wZ9y3K

    DW (20/07): “Venezuela: mais de 80 detidos em greve geral convocada pela oposição”

    “As forças da ordem detiveram nesta quinta-feira 82 pessoas em todo o país durante a paralisação geral de 24 horas convocada pela quinta-feira para protestar contra o governo de Nicolás Maduro, informou a organização de defesa dos direitos humanos Foro Penal (FPV). O chamado a uma paralisação cívica arrancou com uma notável ausência nos locais de trabalho pela falta de transporte público, enquanto o Metrô de Caracas funcionou normalmente mas com poucos passageiros. Esta manifestação opositora foi convocada por 24 horas para insistir no rechaço à Constituinte de Maduro, cuja campanha para eleger seus 545 membros em 30 de julho prossegue apesar dos protestos.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/nRxKgK

    Início de venda de maconha nas farmácias uruguaias

    El País (19/07): “Uruguai inicia venda de maconha em farmácias e revoluciona a política mundial de drogas”

    “Tinha que ser o Uruguai. Não é casualidade que esse seja o primeiro país do mundo onde o Estado se encarregará de controlar o cultivo, o empacotamento e a venda legal de maconha em farmácias — processo que terá início na primeira quinzena de julho —, uma atitude que todas as nações vizinhas proíbem e combatem. O pequeno país de cerca de 3 milhões de habitantes é governado, desde 2005, por uma esquerda tranquila, que conseguiu alcançar um recorde histórico de crescimento ininterrupto de sua economia. O Uruguai já foi o pioneiro na América Latina em abolir a escravidão, aprovar o ensino laico, o divórcio e em legalizar a prostituição. A separação entre Igreja e Estado ocorreu há mais de 100 anos. Tudo chega antes no Uruguai, que quase sempre serve de modelo para que outros sigam o mesmo caminho.”

    LINK (em português): goo.gl/B678tw

    Greve Geral no Uruguai em 21 de julho

    Página 12 (21/07): “Paralisação exitosa da PIT-CNT no Uruguai”

    “A central sindical única uruguaia PIT-CNT qualificou de “exitoso” a paralisação geral de 24 horas que se realizou ontem em demanda de maiores verbas, o que afetou a quase todo o setor público e parte do privado. Os dirigentes da central assinalaram que “Houve alto nível de adesão” à paralisação, especialmente em Montevidéu, que desde a manhã exibia pouca gente e transporte nas ruas. se bem muitos comércios abriram suas portas”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/hRezPg

    Manifestação em apoio aos trabalhadores demitidos da PEPSICO na Argentina

    Pagina 12 (19/07): “Contra as demissões e a repressão”

    “Com a participação de organizações sociais, sindicais, políticas e de direitos humanos, a marcha realizou-se desde o Obelisco até o Congresso, onde os trabalhadores instalaram uma tenda para reclamar sua reincorporação”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/hyeVGQ

    Cúpula do Mercosul em Mendoza

    Folha de SP (22/07): “Mercosul convida Maduro e oposição a dialogar em Brasília”

    “O Mercosul convidou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e representantes da oposição para uma ‘consulta prévia’ em Brasília antes de definir outras medidas em resposta à crise no país. O convite para a reunião ainda sem data marcada, feito nesta sexta ao fim do 50ª Cúpula do Mercosul, é uma advertência mais amena do que a sugerida nas semanas anteriores que antecederam o encontro.”

    LINK: goo.gl/Q5hyW4

    Página 12 (21/07): “O Mercosul não expulsou a Venezuela do bloco regional”

    “A ofensiva argentina contra a Venezuela encontrou um limite na Cúpula de Mendoza, cuja declaração final, que não assinou Evo Morales, não contempla nenhuma sanção ao país caribenho ainda que inste ao ‘Governo e a oposição a não levar a cabo nenhuma iniciativa que possa dividir ainda mais à sociedade venezuelana’.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/VbHCBP

    Lei do aborto passa no Senado chileno, mas Câmara dos Deputados rejeita proposta

    La Nación (21/07): “Surpreendente revés para Bachelet”

    “Durou exatamente um dia no governo de Michelle Bachelet a alegria pela despenalização do aborto por três causas que o Senado havia aprovado. O projeto, uma de suas reformas mais importantes, foi revisado na Câmara dos Deputados e estava pronto para ser despachado para ser lei, mas ninguém, nem sequer o mais calculista no oficialismo, contava com que o deputado Marcelo Chávez, da Democracia Cristiana, se absteria na votação de um artigo que necessitava quórum de pelo menos 67 votos.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/htxEX2

    Protestos na Polônia contra autoritarismo do governo

    Em desafio às recomendações da UE, o governo conservador da Polônia conseguiu aprovar uma reforma controversa do Supremo Tribunal que aumenta a influência do Executivo neste órgão. A proposta gerou fortes mobilizações da população.

    Editorial El País (21/07): “O desafio polaco”

    “Em menos de dois anos, o Governo de Varsóvia vem destruindo sistematicamente as reformas modernizadoras do país. A jovem democracia polonesa está em perigo e a credibilidade da União, incapaz de reagir com contundência e a tempo para defender seus valores, quebranta-se na mesma velocidade. A Comissão Europeia tem ameaçado com a bomba nuclear nunca antes utilizada: ativar o artigo 7 da UE que permite anular o direito de voto de um de seus membros. É uma iniciativa positiva e necessária, mas as competências da Comissão são limitadas e só pode impor uma multa a Varsóvia. É preciso parar os pés do Governo de Beata Szydlo. A UE tem a obrigação moral de fazê-lo e esta tarefa só o Conselho Europeu pode culminá-la. Sua resposta é, no entanto, no momento a inação. Dizia quarta-feira, o vice-presidente da Comissão , Frans Timmermans, que o Estado de direito é mais forte que o mais forte dos Estados-membros e que é assim como se mantém unida a esta União. Os Governos da UE deveriam escutá-lo e atuar em consequência”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/KvQgs3

    Hungria pede à Itália que restrinja entrada de imigrantes

    O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, enviou uma carta para o governo italiano em que pede que o país “feche as portas” para os imigrantes ilegais que chegam através da rota do Mar Mediterrâneo.  O documento foi assinado pelos outros governos que fazem parte do chamado “Visègrad” – República Tcheca, Eslováquia e Polônia. O governo italiano Paolo Gentiloni (Partido Democrata, social-democrata) respondeu de maneira negativa. “De nossos vizinhos, dos países que compartilham o projeto europeu, nós temos o direito de pedir solidariedade. Não aceitamos lições nem palavras ameaçadoras. Serenamente, nós nos limitamos a dizer que fazemos o nosso trabalho e pretendemos que a Europa faça o seu também sem dar lições improváveis”.

    Editorial do The Guardian (18/07): “Polônia e Hungria: tomando o caminho errado”

    “Hungria e Polônia (e a República Tcheca) poderiam sofrer penalidades financeiras por barrar a entrada de refugiados, graças à ação legal por parte da UE, mas se sentem fundamentados pela maré política que se chocou contra a postura mais generosa de Angela Merkel. A discussão sobre refugiados reflete um choque mais fundamental de valores: se os ataques de Budapeste contra as ONG e as tentativas de fechar a Universidade Europeia Central, fundada por George Soros. Neste sentido, é verdadeiro afirmar que esse assalto personalizado não é pessoal: é aquilo que o sr. Soros representa. A Hungria não avançou tão longe quanto a Polônia no desmerecimento do Judiciário, mas está em uma faixa semelhante; E os ataques à mídia, academia e crítica estrangeira são bastante frequentes.”

    LINK (em inglês): goo.gl/JVvJXt

    Corte de gastos militares e austeridade de Macron

    The Guardian (20/07): “Macron criticado por gastos de defesa, corte de impostos e estilo de liderança”

    “Enquanto passava as últimas semanas polindo sua imagem internacional – entretendo o presidente dos EUA, Donald Trump, e discursando em grandes cúpulas – as dificuldades no front doméstico começaram a aparecer. Sua maior crise veio essa semana quando o chefe das Forças Armadas da França se demitiu depois de uma amarga disputa com Macron sobre cortes nos gastos de defesa. Foi um impasse sem precedentes que um general atribuiu a um suposto “autoritarismo juvenil” de Macron”.

    LINK (em inglês): goo.gl/23Zq8e

    RFI (18/07): “Macron impõe austeridade a prefeitos e colhe elogios do FMI”

    “Em um encontro com prefeitos de todo o país, Macron pediu aos prefeitos que economizem € 13 bilhões de 2018 a 2022, em contrapartida a uma maior autonomia na gestão dos repasses estatais e uma atenção particular a pequenas comunidades da zona rural. Uma das medidas polêmicas da reforma, ainda mal digerida pelos prefeitos, é o fim progressivo da atual taxa de habitação, uma espécie de IPTU, que será compensada por um aumento da Contribuição da Seguridade Social (CSG). A medida vai atingir 80% dos contribuintes em três anos. O Estado diz que a taxa de habitação é um imposto injusto por não levar em conta a capacidade de pagamento do contribuinte e pelas expressivas diferenças territoriais. Mas os prefeitos estão furiosos com a perda de € 9 a € 10 bilhões de sua principal fonte de receita. Macron ignora a ladainha e ainda propõe diminuir o número de vereadores, como pretende fazer com deputados e senadores, para reduzir os gastos públicos.”

    LINK (em português): goo.gl/WVHPke

    Crise da Alemanha com Erdogan

    Público.pt (21/07): “Nova escalada nas tensões entre a Turquia e a Alemanha. Ancara promete que “a resposta necessária” virá.”

    “Para alguém que começou por querer pôr em prática uma política externa descrita como “sem inimigos”, Recep Tayyip Erdogan parece aproximar-se cada vez mais do momento em que não lhe restarão aliados. O todo-poderoso Presidente não deixou de precisar de amigos, mas alimenta sucessivas discórdias com aliados tradicionais. É assim, acredita, que pode sobreviver no poder, conservando a sua base de apoio, cada vez mais curta (em Abril, venceu o referendo à reforma constitucional que lhe dará poderes inéditos por 51%) mas extremamente dedicada e sensível à narrativa do “inimigo externo que não quer uma Turquia forte e orgulhosa”, a potência que é por direito. São os “seis milhões” que os media turcos dizem ter participado nas comemorações do 15 de Julho em iniciativas por todo o país — incluindo “vigílias pela democracia”.”

    LINK (em português): goo.gl/muLDRi

    Separatismo de Donetsk

    DW (18/07): “Separatistas proclamam “Pequena Rússia” na Ucrânia”

    “Novo Estado teria como capital Donetsk e substituiria a atual Ucrânia, segundo anúncio de líder separatista. Presidente do país garante que Kiev restabelecerá a soberania sobre regiões rebeldes.”

    LINK (em português): goo.gl/6GRXLv

    Editorial do El País (22/07): “Desmembramento da Ucrânia”

    “O anúncio da futura proclamação unilateral de independência da região ucraniana de Donetsk, sob o controle de rebeldes pró-Rússia, é a demonstração de que Moscou não parou sua tática de desmembramento da Ucrânia. (…) A Ucrânia é um país europeu que viu como um território seu, a Crimeia, foi invadido militarmente e anexado ilegalmente mediante um referendo ilegal e não reconhecido. E tem também outra importante porcentagem de seu território sob o controle de diversas milícias pró-Rússia sustentadas financeira e militarmente por Moscou e que são responsáveis pela queda de um avião civil de passageiros que provocou 298 mortes. É, portanto, um país que sofre uma agressão militar direta de uma potência, a Rússia, que quer reinstaurar sua área de influência pela força e que não hesita em limitar a soberania e amputar o território dos que se opõem aos seus desígnios.”

    LINK (em português): goo.gl/iptY1Q

    Presidente palestino anuncia suspensão de todos os contatos com Israel

    Al-Jazeera (21/07): “Mahmoud Abbas congela contato com Israel sobre complexo de Al-Aqsa”

    “O anúncio se segue à morte de ao menos três palestinos em protestos ocorridos em Jerusalem e na Cisjordânia na sexta-feira depois da polícia israelense disparar munições ao vivo, gás lacrimogêneo e balas de aço revestidas de borracha para dispersar manifestantes. Centenas de pessoas ficaram feridas. Três israelenses também foram mortos num ataque com faca assentamento ocupado Neve Tsuf na Cisjordânia”.

    LINK (em inglês): goo.gl/GTvFWa

    Crescimento econômico na Coreia do Norte em 2016 bate recorde de 17 anos

    BBC (21/07): “Taxa de crescimento econômico da Coreia do Norte é o maior em 17 anos”

    “A economia da Coréia do Norte acelerou em seu ritmo mais rápido em 17 anos, apesar das sanções sobre seus programas nucleares e de mísseis. O produto interno bruto cresceu 3,9% em 2016 em relação ao ano anterior, de acordo com o Banco da Coréia. O crescimento decorreu em grande parte da mineração e da energia, bem como do aumento das exportações para a China. Os EUA pediram que Pequim reduza o comércio com Pyongyang enquanto as tensões se aproximam das ambições nucleares de Kim Jong-un. A China é o único aliado principal da Coréia do Norte, parceiro comercial e doador de ajuda.”

    LINK (em inglês): goo.gl/tbcYFE

    Prisão de ativistas saarauís no Marrocos

    El País (19/07): “Marrocos impõe duras penas de cárcere para 19 ativistas saarauís”

    “Depois de seis meses de juízo civil, o veredito contra os 24 ativistas saarauís – um deles viu postergado seu caso por motivos de saúde – de deu a conhecer nas primeiras horas desta quarta-feira. A sala do Criminal do Tribunal de Salé, cidade próxima a Rabat, sentenciou 19 pessoas com penas que vão desde os 20 anos de cárcere à cadeia perpétua para oito deles. Quatro dos acusados foram postos em liberdade, já que suas condenações são inferiores aos sete anos que levariam na prisão”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/5N6xgG

    Corrupção no Congo

    The Guardian (20/07): “RDC: Revelada vasta rede de negócios de presidente que não quer renunciar”

    “O presidente que atualmente se apegou ao poder na República Democrática do Congo e sua família tem uma vasta rede de negócios que atingem quase todos os setores da economia do país que se pensa ter gerado centenas de milhões de dólares em receitas desde 2003, de acordo com um relatório. Joseph Kabila deveria desistir do ano passado depois de 16 anos como presidente, mas se recusou a ir, argumentando que seu país não pode se dar ao luxo de realizar eleições. Toda a riqueza do presidente, conforme um relatório publicado na quinta-feira por um grupo de pesquisa na Universidade de Nova York, pode ajudar a explicar por que o presidente – quem, as pesquisas mostraram, ganharia apenas 7,8% dos votos se ele permitisse as eleições – estátão desesperado para permanecer em seu trabalho. Kabila possui 71 mil hectares de terras agrícolas, tanto diretamente como com seus filhos, enquanto sua irmã gêmea detém uma participação valiosa na empresa estatal de telecomunicações, seu irmão mais novo tem interesses comerciais que vão desde a mineração até a estaca na cadeia de fast food de Nando , E duas empresas familiares possuem licenças de mineração de diamantes para 450 km da fronteira sul do país. Juntos, eles possuem mais de 80 empresas na RDC e no exterior, total ou parcialmente, diz o relatório.”

    LINK (em inglês): goo.gl/3ZhxBC

    DEBATES DA ESQUERDA MUNDIAL

    Crise venezuelana

    Portal de la Izquierda (17/07): “Entrevista com Edgardo Lander – ‘Esta Constituinte não é diálogo, não é acordo é imposição’ ”

    “Lander, pensador crítico de esquerda, ativista social e político, explica que as bases comiciais da ANC estão desenhadas para favorecer o madurismo no poder e de modo algum pode interpretar tal medida como diálogo: ‘Isso é uma imposição’”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/8d7WMA

    Rebelión.org (17/07): “A oposição dobra a aposta”, por Atilio Borón

    “Só os espíritos ingênuos podem desconhecer que a oposição venezuelana está instrumentalizando uma estratégia a duas pontas para derrubar o presidente constitucional desse país. Um setor optou por desatar a violência em suas variantes mais aberrantes como forma de instalar a imagem de uma “crise humanitária” – produto do desabastecimento planificado de produtos de primeira necessidade e a orgia de ataques, saqueios, ‘guarimbas’, incêndios a pessoas vivas e atentados com “bombas molotov” a escolas e hospitais – que sirva como prelúdio a uma invasão não menos “humanitária” do Comando Sul e, aplicando a receita utilizada na Líbia para derrubar e linchar Gadafi, produzir a ansiada “troca de regime” na Venezuela.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/gEPVEV

    Portal de La Izquierda (20/07): “Editorial #24 de Marea Socialista – Simulacro, Consulta e “Hora 0”: Cavando Trincheiras”

    “O simulacro da constituinte, foi uma reação defensiva do governo frente à convocatória do plebiscito e demonstrou que o governo mantém, ainda que limitada, sua capacidade organizativa e de mobilização da maquinaria. O simulacro, preparado com um só ponto por paróquia, foi organizado dessa maneira para obter o efeito visual de enormes concentrações de pessoas dispostas a participar do mesmo.”

    LINK (em português): goo.gl/UvMe7C

    Uruguai

    Público.es (20/07): “É preciso pôr em questão a proibição das drogas como sistema de controle”, entrevista com Julio Calzada

    “Julio Calzada, ex-secretário geral da Junta Nacional de Drogas do Uruguai, defende nesta entrevista a legalização da marihuana como um primeiro passo para minar o negócio do narcotráfico: ‘Decidimos atuar para retirar o valor mercantil’”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/GNSmFK

    Portal de La Izquierda (21/07): “Para além da cortina de fumaça: greve geral no Uruguai e perspectivas de luta”, por Charles Rosa e Israel Dutra

    “Do ponto de vista no tratamento às demandas dos trabalhadores, recrudesce a truculência governamental. Meses depois de sua recondução ao Edifício Libertad, Vázquez declarou guerra aos sindicatos docentes, enviando uma lei ao Congresso que na prática eliminava o direito de greve. A impopularidade da medida foi tamanha que o projeto não prosperou. Em seguida, seu ministro da Economia, Danilo Astori preparou um pacote de cortes na Educação e um aumento de tarifas, culminado na imensa greve geral de julho de 2016. Por fim, Vázquez em abril deste ano editou um decreto que autoriza a ação repressiva das polícias nos cortes de estrada efetuados pelos sindicatos e movimentos sociais.”

    LINK (em português): goo.gl/snAsXP

    Fim de ciclo dos progressismos na América do Sul

    Diário Río Negro (16/07): “O fim de ciclo, segundo Maristella Svampa”

    “Houve um esgotamento político do progressismo, lógico depois de tantos anos de hegemonia, um cansaço em relação à narrativa tão polarizante e calcada no social, no político e no econômico, que gerou profundas feridas em nossas sociedades, que estão longe de encerrar – destaca Svampa a Télam. E com a ascensão de governo de direita, a polarização não cedeu”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/1dC6BA

    Governos ultraconservadores na Europa

    Viento Sur (21/07): Pode a União Europeia ser ainda uma barreira para as tentações totalitárias?”, por Rachel Knaebel

    “A União Europeia está disposta a recordar suas estritas regras em matéria de economia e de gastos públicos, ainda que seja a custo de impor brutais reformas aos países, como Grécia, que não se adaptariam. Quando se trata de ceder em seus valores fundamentais, baseados no respeito dos direitos humanos e do Estado de direito, o que ocorre? Um governo europeu que suprime contra-poderes e instituições que garantam o bom funcionamento da democracia é sancionado tão secamente  como se superasse o déficit público autorizado? Por em marcha políticas discriminatórias e xenófobas, que atacam a dignidade humana ou encarcerar numerosos opositores pode levar um Estado europeu, ou candidato à adesão, a uma quase quebra das sanções econômicas? Nem muito menos”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/YXaiwV

    EUA

    IWallerstein.com (15/07): “Eleição de 2018 nos EUA: quebras de entusiasmo”

    “Se olharmos para a situação política em julho de 2017, houve uma grande mudança de entusiasmo. O núcleo duro dos adeptos de Trump agora é como o núcleo duro de apoiadores de Clinton em 2016. Eles apoiam Trump porque são anti-democratas. Nancy Pelosi é a força simbólica do mal. Eles estão “desapontados” com Trump. Ele não entregou o que prometeu. Ele está cercado pelas pessoas da Goldman Sachs que ele já denunciou. Suas classificações de aprovação, baixas no início de seu mandato, continuaram a cair, mesmo entre o núcleo duro. Eles ainda estão apoiando Trump porque o outro lado parece muito pior. Mas eles arrastam seus pés um pouco. O proselitismo é menor. Eles fazem menos campanha. Eles colocam menos pressão sobre amigos e familiares. Eles fazem menos do que sair para votar.”

    LINK (em inglês): goo.gl/32JKN6

    Capitalismo

    Outras Palavras (17/07): “E o capitalismo morrerá de overdose?”, entrevista com Wolfgang Streeck

    “O diagnóstico de Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, é implacável: “A crise atual não é um fenômeno acidental, mas o auge de uma longa série de desordens políticas e econômicas que indicam a dissolução daquela formação social que designamos capitalismo democrático”.“O capitalismo está morrendo de overdose de si mesmo.” Esta é a tese do sociólogo Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, um dos centros de pesquisa mais importantes da Europa. Em seu último livro, Como Acabará o Capitalismo? Ensaios sobre um Sistema Fracassado, Streeck conduz um diagnóstico impiedoso sobre a patologia do capitalismo democrático, aquela formação social particular que, no pós-guerra, havia alinhado democracia e capitalismo em torno de um pacto social que lhe conferia legitimidade.”

    LINK (em português): goo.gl/QrxTRC

    Sin Permiso (16/07): “Reverter a austeridade acabará com a depressão?”, por Michael Roberts

    “As políticas de austeridade têm um motivo ideológico: debilitar o Estado e reduzir sua ‘interferência’ no capital. Porém a base econômica da austeridade não foi uma teoria econômica enlouquecida ou má, desde o ponto de vista do capital. Seu objetivo era reduzir os custos dos serviços públicos, as taxas de juros e os impostos paras as empresas com o fim de aumentar sua rentabilidade . O ponto de vista keynesiano ignora o movimento da rentabilidade como uma causa das crises. E ao depender da ‘demanda’ para julgar o estado de saúde de uma economia capitalista, as políticas keynesianas de estímulo fiscal são incapazes de resolver o “problema técnico” de conseguir que a economia “ruja de novo com vida”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/UVPuAx

    La Jornada (18/07): “Regresso ao carrossel de recessões”, por Alejandro Nadal

    “A próxima recessão não é iminente, mas como se diz em Wall Street, as recuperações não morrem de idade avançada. E quando chegue o momento de afrontar essa contração, o Federal Reserve não terá margem de manobra. Como a taxa de juros continua sendo baixa, o Fed não poder recorrer a reduções em tal variável com o fim de reativar a economia. A próxima recessão poderia não ser tão violenta como a crise de 2008, mas será mais difícil de contrarrestar.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/ofvh8w
  • Revista nº 18 – julho de 2017

    Revista nº 18 – julho de 2017

    Apresentamos mais um número da nossa revista SOCIALISMO e LIBERDADE. Ao fazê-lo, não podemos deixar de registrar sua crescente aceitação dentro e fora do PSOL. A revista caminha para atingir um de nossos objetivos, senão o principal deles: ser uma referência no debate das forças progressistas em nosso país.

     

     

    Nota do Comitê Executivo da Revista Socialismo e Liberdade

    O número 18 da revista Socialismo e Liberdade, publicada em julho de 2017, não traz nenhuma autora mulher entre os mais de 10 colaboradores, com exceção de Carolina Peters que faz a tradução de artigo inédito de Marx em português, e Luciana Araújo, que editou o artigo “A reforma agrária precisa do apoio dos trabalhadores das cidades”, contribuições técnicas mas não menos intelectuais. O Comitê Executivo da revista, responsável pela edição, composto por representantes de diversas tendências políticas do PSOL, vem por meio desta nota reconhecer esse erro grave e se desculpar.
    Atrasos no envio de textos, cancelamentos de solicitações e indisponibilidades são fatos contingentes, mas que não justificam a ausência da voz feminina na referida edição. A revista Socialismo e Liberdade busca ser um espaço de debate e reflexão que rompa com os estigmas e amarras da sociedade injusta, desigual e opressora em que vivemos, representando a pluralidade das tendências da esquerda. Foi nessa perspectiva que atuamos forte e consensualmente na equipe executiva para garantir a publicação de um artigo sobre a questão racial e outro sobre o aniversário da Revolta de Stonewall e sua importância para a luta LGBT, além da questão do Guarani-Kaiowá, que ilustra a capa – temáticas em relação às quais também já avaliamos que precisamos ver reforçadas na publicação da Fundação.
    O reconhecimento de um erro quando cometido é condição necessária para o amadurecimento da luta política. O Comitê Executivo da revista se desculpa, e reitera seu compromisso com a luta feminista e os movimentos de mulheres, por uma sociedade mais justa e igualitária, marchando sob as esperançosas bandeiras do Socialismo e da Liberdade.

    14/07/2017

    Comitê Executivo da Revista Socialismo e Liberdade

  • NO AR: FLC Debates – Guilherme Boulos

    NO AR: FLC Debates – Guilherme Boulos

    NO AR: FLC Debates – Guilherme Boulos

    O convidado desta edição do Debates FLC é Guilherme Boulos, coordenador do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e da frente POVO SEM MEDO e uma das maiores lideranças do movimento social brasileiro. Confira o programa:

  • NO AR: FLC Debates – Maria Rita Kehl

    NO AR: FLC Debates – Maria Rita Kehl

    NO AR: FLC Debates – Maria Rita Kehl

    No terceiro programa “Debates FLC”, a convidada é a psicanalista Maria Rita Kehl. A conversa abordou os temas da Comissão da Verdade, a Lei da Anistia, o direito à memória e o governo Temer, entre outros. A cada semana um novo convidado participa do programa. Acompanhe!

  • NO AR: FLC Debates – Ruy Braga

    NO AR: FLC Debates – Ruy Braga

    NO AR: FLC Debates – Ruy Braga

    No segundo programa “Debates FLC”, da Fundação Lauro Campos TV, o convidado é o sociólogo Ruy Braga. Especializado em sociologia do trabalho, Ruy fala sobre as terceirizações, a economia compartilhada, a reforma trabalhista entre outros temas. Confira íntegra do programa.

  • José Luiz Del Roio e a greve de 1917

    José Luiz Del Roio e a greve de 1917

        “Por que escrever sobre uma greve que aconteceu há um século e sobre a qual já foram escritos tantos textos? A resposta é simples. Porque muito poucos são os brasileiros que conhecem o que se passou naquelas semanas de junho e julho de 1917. E qual foi sua importância”. É assim que José Luiz Del Roio inicia seu livro A greve de 1917 – os trabalhadores entram em cena, recém publicado pela Fundação Lauro Campos em coedição com a Alameda Editorial.

        Del Roio foi senador na Itália e membro da Assembleia Parlamentar da Europa em Estrasburgo. Escritor e radialista, fez parte da coordenação do Fórum Mundial das Alternativas e do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial. Militante político desde a juventude e dirigente do PCB, no ano de 1960 foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional conjuntamente com Carlos Marighella.

        Em outro trecho do livro, o autor escreve que “Karl Marx teceu críticas à Comuna de Paris de 1871, em A Guerra Civil na França, mas reconheceu o valor daqueles combatentes e os preciosos ensinamentos que deixaram. A Greve de 1917 foi a nossa Comuna. Várias vezes fui ao cemitério Père Lachaise, em Paris, levar cravos vermelhos ao muro que representa os combatentes mortos ou assassinados naquele levante. Não posso fazer o mesmo para os mortos do Brás, Mooca e Belenzinho porque não sabemos onde estão”.

        Confira a recente entrevista dada por Del Roio à TV Fepesp, na qual compara a situação de cem anos atrás com a cena atual.

     

     

    O livro pode ser encontrando em boas livrarias de todo país e foi prefaciado por Gilberto Maringoni, professor da UFABC e diretor da FLC.