Autor: Redação Lauro Campos

  • Estreia do “Debates FLC”, da TV Lauro Campos

    Estreia do “Debates FLC”, da TV Lauro Campos

    Estreia do “Debates FLC”, da TV Lauro Campos

    A TV Lauro Campos estreia seu programa “Debates FLC”. A cada semana um convidado participa de uma conversa sobre os temas políticos da atualidade e os desafios colocados para a esquerda brasileira.

    A primeira entrevista a ir ao ar é com a desenhista Laerte Coutinho, que falou sobre os limites do humor, o governo Temer e a concentração dos meios de comunicação, entre outros assuntos. A apresentação cabe a Juliano Medeiros, presidente da FLC.

    Dentre os convidados que já gravaram sua participação e que em breve irão ao ar estão Rui Braga, Maria Rita Kehl, Guilherme Boulos, Silvio Almeida, Trajano e Alê Youssef. A TV Lauro Campos disponibilizará a cada quarta-feira uma  nova entrevista. Os programas são gravados na sede da Fundação, na cidade de São Paulo.

    Para Juliano Medeiros, “este é mais um espaço para a interação entre o PSOL, sua Fundação e pessoas que estão pensando o Brasil numa perspectiva de esquerda. A ideia é oferecer um espaço de interlocução, de diálogo que possa contribuir a se obter respostas aos desafios colocados”.

    O programa “Debates FLC” é uma realização da Fundação Lauro Campos com produção da Molotov Filmes.

  • Observatório Internacional, de 10 a 17 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 10 a 17 de junho de 2017

    Nesta edição do Clipping Internacional da Fundação Lauro Campos, ressaltamos a conjuntura política europeia. Na Grã-Bretanha, o terremoto causado pelo surpreendente desempenho de Jeremy Corbyn (ala esquerda do Partido Trabalhista) está longe de ter seus efeitos estabilizados. Na França, Macron venceu com sobras as eleições legislativas, porém a  abstenção recorde coloca em xeque sua capacidade de convencer a sociedade francesa de seu programa neoliberal. Ainda no Velho Continente, observamos o prolongamento da agonia austeritária na Grécia e as enormes mobilizações independentistas na Catalunha.
    Do outro lado do Atlântico, Donald Trump encontra-se sob investigação oficial, o que não o impede de continuar promovendo mudanças em relação ao governo de Obama; a última foi a revogação do acordo histórico com Cuba. No Chile, a Frente Ampla desponta como terceira força nas pesquisas para eleições gerais de novembro. Já na Argentina, Cristina Kirchner tenta emplacar um novo partido peronista.
    Estas notícias e muitas outras podem ser conferidas abaixo.
    Charles Rosa – Observatório Internacional

     

    REINO UNIDO: Desdobramentos do resultado eleitoral
    Com popularidade em queda livre, Theresa May encontra dificuldades em encontrar parceiros para permanecer no governo. As pesquisas subsequentes ao pleito eleitoral demonstram que a legitimidade da primeira-ministra saiu bastante avariada, ao ver sua aposta – de que os conservadores aumentariam sua hegemonia parlamentar sobre os trabalhistas – se transformar justo no oposto. O prestígio de seu principal opositor, o líder do Labour Party Jeremy Corbyn, cresce a cada dia, assim como o apoio a realização de novas eleições ainda em 2017.
    Abaixo, três artigos que abordam a instabilidade da situação política britânica:

     

    Editorial do The Guardian (13/06) – “Sobre o governo conservador: a coalizão do caos”
    Um virulento ataque de um antigo primeiro ministro, renúncias ministeriais e movimentos para suavizar o Brexit, tudo isso ocorrido num outro dia extraordinário em Westminster ­-
    “Essa confusão contínua sugere que ainda é cedo para se ter uma certeza quanto a capacidade de uma ferida e desmoralizada senhora May de se aguentar tanto como líder partidária quanto primeira-ministra. Por enquanto, ela acalmou seu partido; seus parlamentares mostraram sua capacidade familiar para exibições públicas de unidade,  quaisquer que sejam as inimizades existentes abaixo do horizonte político. Ela deve provar em breve se pode comandar uma maioria na Câmara dos Comuns e a lealdade de seu partido. O primeiro desafio vai requerer uma flexibilidade nas políticas quanto ao pagamento do setor público e os cortes ameaçados para as escolas, saúde pública e assistência social, e uma atitude mais generosa em relação à imigração que pode minar o segundo desafio. O mais ardentes brexiters não serão facilmente dobrados. Somente o medo de outra eleição contra Jeremy Corbyn encontra-se entre ela e o colapso.”

     

     

    El País (12/06): “Coluna de Almudena Grandes: Jeremy Corbyn, uma alegria”
    “No panorama político britânico só existe um fator estável, um elemento coerente consigo mesmo, um homem que não vem manobrando, nem perseguindo alianças improváveis, nem mundando de opinião. Bem sei que Jeremy Corbyn não venceu as eleições, mas seu resultado vale quase tanto que uma vitória. Depois de acompanhar o resto da esquerda europeia num descanso contínuo e sustentado, tão prolongado como se estivesse selada a sua extinção, os trabalhistas britânicos não apenas inverteram a tendência. Conseguiram isso, ademais, sem marketing, sem maquiagem, sem eufemismos, com um líder que desafia todos os prejuízos pós-modernos sobre o êxito. Sem fazer analogias, eu celebro esta alegria, e celebro ainda mais a esperança de que seja a primeira de outras muitas”.

     

    The Guardian (16/06) – “Um choque para o sistema: como Corbyn mudou as regras da política britânica”, por Gary Younge
    “Se as antigas regras da política foram destruídas, ainda não sabemos quais as novas regras que prevalecerão. Muito mudou desde a semana passada. As classificações de popularidade de Theresa May caíram para -34, aproximadamente o nível de Corbyn em novembro passado, enquanto que agora tantas pessoas têm uma visão favorável de Corbyn como nunca. Survation, o instituto de pesquisa que mais se aproximou da previsão do resultado da eleição, coloca o Partido trabalhista cinco pontos à frente dos Tories. (…) Este momento pode ter a promessa de se tornar algo mais. Mas neste momento, não é mais do que uma promessa.”

     

     

    FRANÇA: Alta abstenção confere a Macron o domínio absoluto do Legislativo
    O primeiro round eleitoral das eleições legislativas levaram a formação política de Emmanuel Macron (Republicanos em Marcha) a ultrapassar a marca de 400 assentos (de um total 577). O nível recorde de abstenção (apenas 50% dos eleitores aptos saíram de casa para votar), o naufrágio absoluto do Partido Socialista e o declínio da direita tradicional foram outros destaques do pleito realizado no último domingo (11/06), o qual será completado em 18 de junho – o sistema eleitoral francês é distrital e com dois turnos.
    Editorial do Le Monde (12/06) – “Macron e os desafios da hegemonia”

     

    “A République en marche (LRM), que não existia há dezesseis meses, tornou-se a primeira formação política da França, ao menos na Assembleia Nacional. Ele não encontrará quase nenhuma oposição mais tenaz: a direita pesa a metade do que pesava antes, o PS está moribundo, a Frente Nacional e A França Insubmissa recuaram fortemente em comparação com a eleição presidencial. Além disso, muitos dos sobreviventes dessa primeira rodada de fatalidades, socialistas ou Republicanos, já declararam alinhados com o projeto presidencial, e prontos para apoiá-lo, o que não deverá ser mais necessário que o apoio de MoDem de François Bayrou, afogado na massa de deputados macronistas.
    Mas não se deve confundir velocidade com apoio popular. Este impulso dos eleitores do LRM, que levou quase todos os lugares onde que seus candidatos se apresentaram, está ainda muito longe de representar uma larga adesão em amplos setores da opinião. O sucesso sem precedentes deste partido recém-formado coincide com outro recorde histórico: pela primeira vez na história da V República, mais da metade dos eleitores não participaram do escrutínio legislativo. Essa erosão contínua depois da instauração do quinquênio desta vez experimentou um agravamento considerável: 8 pontos percentuais na participação evaporaram desde 2012. Mais uma vez, o partido copia o presidente que foi eleito em maio com 43,5% dos eleitores inscritos. Dessa vez, o avanço consequente dos “marcheurs” repousa sobre um pouco mais de 15% dos inscritos.”

     

     

    El País (12/06) – “A queda dos velhos partidos e dos populistas deixa França sem oposição”
    “Poderia ter ocorrido que, numa época de descontentamento com as elites, o vazio fosse ocupado pelos movimentos alternativos com líderes fortes. Mas a desconfiança com a UE, a mundialização, o capitalismo e o sistema em geral não se traduziu na vez de Mélenchon. Aperar de disputar com o PS o papel de primeiro partido da esquerda, não será o principal grupo oposicionista. Tampouco o ambiente de retrocesso identitário e rechaço aos imigrantes impulsiona Marine Le Pen, líder do FN. Mélenchon obteve 19,6% dos votos no primeiro turno das presidenciais, há menos de dois meses. Nas legislativas, seu partido, somado aos comunistas, fica com 13,7% dos votos. Le Pen passou para o segundo turno das presidenciais e perdeu com 34% dos votos. Domingo, teve que se contentar com 13,2%. Queria ser a Donald Trump e quiçá nem tenha uma bancada parlamentar”.

     

    CATALUNHA: Movimento independentista e referendo
    Dias depois do presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, anunciar um referendo de separação da Espanha para 1 de outubro,  em confronto com o governo Rajoy, dezenas de milhares se manifestaram em Barcelona para apoiar a decisão.

     

    The Guardian (11/06) – “Pep Guardiola se junta a chamado por referendo sobre independência catalã”
    “Pep Guardiola pode ter jogado para multidões maiores, mas nenhuma se compara a que ele se dirigiu neste domingo quando aprsentou o causa para um referendo sobre a independência catalã. Falando nos degraus de Montjuïc ante cerca de 40 000 de seus concidadãos, e flanqueado por um enorme banner com o slogan “Ame a Democracia”, o ex-treinador do Barcelona e atual manager do Manchester City leu um breve manifesto em catalão, espanhol e inglês”.

     

     

    ESPANHA: Votação de moção de censura a governo

     

    O Parlamento espanhol rejeitou a moção de censura a Mariano Rajoy, apresentada pelo Unidos Podemos. A medida, amparada nos diversos escândalos de corrupção circundando o governo conservador,  necessitava de 176 votos para sua aprovação e obteve 82. A abstenção dos 97 parlamentares do PSOE foi determinante para que o governo continuasse de pé, ainda que cambaleante.

     

    Editorial do El País (13/06) – “Moção de Confiança”
    “Com a apresentação da moção de censura que o Parlamento debateu nesta terça-feira, Pablo Iglesias buscava um triplo objetivo: desgastar Mariano Rajoy e seu governo, apresentar-se ante os eleitores de esquerda como a principal força de oposição ao PP e relegar os socialistas a um segundo plano. (…) Iglesias logrou dois objetivos, especialmente o de fortalecer-se ante o eleitorado de esquerda e impor um curto-circuito a um PSOE em má fase que luta para se recuperar. Daí que o resultado do primeiro dia de debates foi que os dois grandes protagonistas que se enfrentaram no hemiciclo, Iglesias e Rajoy, se afiançaram ante seus respectivos seguidores e conseguiram uma vantagem importante”.

     

     

    GRÉCIA: Novo resgate

     

    Depois de meses de impasse, o Eurogrupo resolveu desbloquear um pacote de resgate de 8,5 bilhões de euros para a Grécia cumprir seus compromissos de julho. O parlamento grego havia aprovado em maio uma série de medidas de austeridade para convencer as instituições financeiras a concederem novo aporte de recursos.

     

    DW (16/06) – “Alexis Tsipras e Wolfgang Schauble exaltam novo acordo de austeridade”

     

    “Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que o último acordo de austeridade negociado por seu governo permitiria que a Grécia ficasse em pé de forma financeira em breve. Os credores emprestaram ao país 8,5 bilhões de euros (US $ 9,5 bilhões) na quinta-feira. O novo empréstimo ajudará a Grécia a pagar US $ 7 bilhões devidos aos credores até julho. (…) Aqueles familiarizados com as condições na Grécia ao longo de sete anos de austeridade foram mais críticos. O economista Yanis Varoufakis,  o antípoda freqüente de Schauble, chamou a exigência de um superávit orçamentário de 3,5% do PIB até 2022 e 2% até 2060, não realista – até mesmo cruel.”

     

     

    RÚSSIA

     

    Carta Capital (12/06) – “Rússia prende líder opositor e mais de mil em protestos”

     

    “Milhares de jovens russos adotaram o feriado patriótico do Dia da Rússia para manifestar contra a corrupção no governo e exercer pressão sobre o presidente do país, Vladimir Putin. Esta é a segunda onda de manifestações na Rússia, depois da de 26 de março, organizada por Navalny, que lidera uma campanha anticorrupção na internet. Na época, ele também foi detido e passou 15 dias na prisão. O público alvo da campanha são adolescentes e estudantes que cresceram sem ter visto uma Rússia sem Putin no poder.”

     

     

    ESTADOS UNIDOS: Semana de Trump

     

    Quatro fatos ocuparam o noticiário relacionado a Trump nesta semana. Um ataque a tiros contra congressistas republicanos em Virginia, a primeira admissão pública de que está sob investigação do FBI por conluio com a Rússia nas eleições presidenciais, o depoimento favorável de seu secretário de Justiça Jeff Sessions no Senado e a reversão do acordo com Cuba assinado por Obama.

     

    NY Times (15/06) – “Retórica e balas”, por Charles M. Blow

     

    “Como o Washington Post reportou, o tiroteio de quarta-feira foi o 154° ataque massivo neste ano nos EUA. Ou seja, 154 ataques massivos em apenas 165 dias. A violência, particularmente a violência armada, é o fato americano, a vergonha americana. Este país tem uma cultura violenta, está cheio de armas e nossos legisladores federais – principalmente republicanos, deve-se dizer, porque não há equivalência real – tem menosprezado até mesmo moderadamente regulamentar o acesso às armas.”

     

     

    Folha de SP (13/06) – “Equipe de Trump mostra-se inábil para afastar suspeita de conluio”, por Marcos Augusto Gonçalves

     

    “Trump e seus assessores parecem empenhados em transformar as investigações sobre a interferência russa no processo eleitoral numa areia movediça da qual a administração republicana não consegue se afastar. Com boa vontade, os defensores atribuem os erros à inexperiência ou à “ingenuidade” do mandatário neófito sobre o funcionamento do jogo político-governamental. Para os opositores, o imbróglio é uma evidência do despreparo e da incapacidade de Trump para exercer a Presidência. O fato é que a Casa Branca demorou a tomar decisões e deixou o processo se transformar numa bola de neve política. Trump hesitou em afastar Jeff Sessions do Departamento de Justiça quando se soube que ele não mencionara ao Senado dois contatos com o embaixador russo nos EUA.”

     

    G1 (16/06) – “Trump reconhece que está sendo investigado por demitir Comey do FBI”

     

    “O presidente americano, Donald Trump, reconheceu, nesta sexta-feira (16), que está sendo investigado pela demissão do ex-diretor do FBI, James Comey. Em uma mensagem publicada em seu Twitter, ele criticou o processo, que chamou de caça às bruxas.”

     

     

    El País (16/06) – “Trump recua na aproximação com Cuba”

     

    “De volta à retórica do chicote, presidente dos EUA vai limitar as viagens à ilha, proibirá relações comerciais e estabelecerá metas para forçar avanços nos direitos civis”.

     

     

    AMÉRICA LATINA

     

    El País (15/06) – “América Latina é a região do mundo com maior proporção de riquezas em paraísos fiscais”

     

    “As grandes fortunas latino-americanas são um filão para os paraísos fiscais. Nada menos que 27% da riqueza privada total da América Latina está depositada em países que oferecem condições fiscais favoráveis para os mais ricos, o que a converte na região do mundo com maior proporção de capitais privados nessas nações, à frente do Oriente Médio e África (23%) e da Europa Oriental (20%). E a anos-luz da Europa Ocidental (7%), Ásia-Pacífico (6%) e Estados Unidos e Canadá (1%), segundo um estudo apresentado quarta-feira pelo Boston Consulting Group, uma das maiores empresas de consultoria estratégica do mundo.”

     

     

    ARGENTINA

     

    El Mundo (14/06): “Cristina Kirchner retorna à arena política e divide peronistas”

     

    “Cristina Fernández de Kirchner está de volta à arena política. E como não podia ser diferente, seu regresso, oficializado nesta quarta-feira com a criação de um novo movimento eleitoral, gerou a enésima tormenta política na Argentina. Unidad Ciudadana, a frente impulsionada pela ex-mandatária, participará nos próximos comícios legislativos, (cujo primeiro “round” serão as primárias abertas e obrigatórias em agosto) mas momentaneamente o fará por fora do marco legal do Partido Justicialista (PJ), uma forma que se concretizada supõe uma nova cisão no peronismo para regozijo do presidente conservador Mauricio Macri.”

     

     

    TURQUIA

     

    El País (15/06) – “A oposição turca inicia uma longa marcha a pé para exigir justiça”

     

    “O chefe da oposição turca, o social-democrata Kemal Kilicdaroglu, 68, começou quinta-feira um longa marcha a pé (431 quilômetros) da capital, Ankara e Istambul para exigir justiça e exigir a libertação de muitos políticos e jornalistas presos. Atualmente 167 trabalhadores dos meios de comunicação estão atrás das grades na Turquia, bem como mais de uma dúzia de deputados, incluindo Selahattin Demirtas e Figen Yüksekdağ, líderes da terceira formação no parlamento, o Partido da Democracia dos Povos (HDP, pró-curdo).”

     

     

    NOTÍCIAS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

     

    Portal de La Izquierda (15/06) – “Eleições britânicas: derrota do establishment Tory, Corbyn reivindicado, políticas radicais de volta ao centro das atenções, May deve ser forçada a renunciar”

     

    Análise eleitoral do grupo socialista britânico Socialist Appeal.

     

     

    NY TIMES (13/06) – “Bernie Sanders: Como os democratas podem parar de perder eleições”

     

    “As eleições britânicas devem ser uma lição para o Partido Democrata. Nós já temos a menor participação de eleitores de qualquer país importante no planeta. Os democratas não ganharão se a eleição de 2018 se assemelhar a 36,7 por cento dos eleitores elegíveis que votaram em 2014. Os democratas devem desenvolver uma agenda que diz respeito à dor de dezenas de milhões de famílias que estão trabalhando mais horas para salários mais baixos E aos jovens que, a menos que voltemos a economia, terão um nível de vida mais baixo do que seus pais.”

     

     

    La Haine (16/06) – “Chile: radiografia do cenário eleitoral”

     

    Meses que antecedem as eleições gerais em novembro têm demonstrado um crescimento da Frente Ampla nas pesquisas.

     

     

    El Ciudadano (15/06) – “Paraguai: Camponeses marcham em Assunção 5 anos depois do massacre de Curuguaty”

     

    Um dos países com maior concentração de terra no mundo, o Paraguai teve nesta semana uma marcha pela reforma agrária. No Congresso, Fernando Lugo foi eleito presidente do Legislativo, com o apoio de vários deputados colorados.

     

     

    Esquerda.net (13/06) – “Grécia: a violência imbecil dos credores, por Michel Husson”

     

    “A Grécia já não é uma democracia: são os credores que elaboram as leis”, afirma o economista francês Michel Husson que, neste artigo, analisa as contradições das exigências feitas à Grécia por parte da Comissão Europeia, FMI e principais credores.

     

     

    Sin Permiso (11/06) – “Referendo na Catalunha? Simplesmente democracia”, por Daniel Raventós e Miguel Salas

     

    “A convocatória de um referendo é uma reivindicação que, como repetidamente mostram distintas pesquisas, conta com o apoio de 80% da população catalã. A exigência de exercer o direito de autodeterminação representa o fracasso das políticas centralistas dos governos espanhóis, tanto do PP como do PSOE, incapazes de oferecer soluções políticas.”

     

     

    VientoSur (15/06) – “Esboço. A esquerda, o caos do irreconciliável”, por Hubert Huertas

     

    “Que desastre! A esquerda alcançou seu nível mais baixo em votos desde 1958. É ainda pior em cadeiras. O Partido Socialista afundou, França Insubmissa está debilitada e Europa Ecologia e o PC marginalizados.”

     

     

    El País (13/06) – “Feministas iemenitas na primeira linha”

     

    “Ainda que o termo feminismo ainda não tenha sido adicionado no dicionário das iemenitas, os levantes de 2011 propiciaram a criação de uma cultura política de resistência entre as mulheres”.

     

    EuroNews (16/06) – “Nicmer Evans: Um chavista contra Maduro”

     

    “O presidente Maduro está contra a Constituição de 1999, de Hugo Chavez e que teve o consenso absoluto dos venezuelanos. A única maneira de o presidente Maduro, sem legitimidade, conquistar e manter o poder no país é através de uma Assembleia Nacional Constituinte e com uns métodos eleitorais que permitam que 25 por cento da população se transforme em 75 por cento, ou 80, ou 100 por cento, e consiga assim o controlo da Assembleia Constitucional”, afirma Evans.

     

     

    IHU-Unisinos (16/06) – “A esquerda atual. Entrevista com o pensador belga Bruno Bosteels”

     

    “O que a esquerda, muitas vezes, fez frente à derrota, por se tratar de uma experiência traumática, implica certo bloqueio, certo desvio, certa estratégia de evitar. Não se trata de julgar negativamente essas respostas; cada pessoa lida com esse passado da forma como pode. Também é preciso compreender que uma forma de lidar com a autorreflexão sobre a crise e a derrota da esquerda, em suas modalidades dos anos 1960 e 1970, da revolução, da tomada de poder, da luta armada, da luta autônoma, ou até da questão da guerrilha, foi pensar que nos equivocamos”.
  • Abertura da exposição “A nova arte política”

    Abertura da exposição “A nova arte política”

        No dia 1 de julho, sábado, haverá a abertura da exposição “A nova arte política” na sede da Fundação Lauro Campos, iniciativa do projeto Solar Cultural.

        A exposição é composta por artistas selecionados a partir do edital lançado pela Fundação. São mais de 40 obras de 26 participantes, oriundos de todo o Brasil, sob a curadoria de Lorena Ferraz, Marcio Rosa e Rodolfo Vianna. Fotografia, pintura, arte digital, performance, instalações, videoperformance, escultura, entre outros, estão entre os tipos de suportes selecionados. O edital contou com a inscrição de 81 pessoas, totalizando mais de 300 obras que foram analisadas.

        Durante a abertura da exposição, haverá a performance de Bianca Turner e Bruno Novaes. Participarão também, em ordem alfabética, Anna Moraes; Anne Courtois; Diego de los Campos; Duda de Las Casas; Gabriel Chagas; Herontico; Igor Reis; Itamara Ribeiro; Jean Guimaraes; João Alberto; Khalil Charif; Laysa Machado; Luisa Callegari; Lula Ricardi; Marcelo Armani; Omororó; Paulina Denti; Sérgio Ricciuto Conte; Fabio Souza (Suely Parisi); Thiago Nevs; Tiago Cruz; Viviane Valladares; Hermusche e Wesley Soupza.

        As obras permanecerão em exposição até o dia 22 de julho. O público poderá votar em seu artista favorito, que receberá um prêmio de R$ 1,5 mil. A curadoria da exposição também escolherá um participante que receberá um prêmio de mesmo valor. A exposição “A nova arte-política” é uma iniciativa da Fundação Lauro Campos e contou com a produção de Raro Negócios Criativos.

        Confirme sua participação no nosso evento no Facebook e venha participar.

     

     

    SERVIÇO

    Exposição “A nova arte-política”

    Onde: Fundação Lauro Campos (Alameda Barão de Limeira, 1400, Campos Elíseos – São Paulo/SP)

    Quando: De 01/07 a 22/07/2017 – das 10h00 às 18h00 (exceto sábados e domingos)

    Entrada Gratuita

  • Divulgação de artistas selecionados – Nova arte-política

    Divulgação de artistas selecionados – Nova arte-política

    Informes importantes aos artistas

    1. Equipamentos eletrônicos ou outros materiais necessários à montagem e exibição da obra são de inteira responsabilidade do artista, quem será também responsável por sua manutenção. A voltagem em São Paulo é de 110 volts

    2. A produção não se responsabiliza pelo atraso na chegada das obras postadas ou enviadas por intermediários, nem por possíveis danos que podem acometer as obras no traslado

    3. Custos relativos ao envio e retirada das obras são de inteira responsabilidade do artista

    4. Nossa plataforma de comunicação e divulgação junto aos artistas é www.laurocampos.org.br/solarcultural/

    5. Acompanhem as notícias e informes pelo site e fiquem atentos aos e-mails

    6. Da entrega das obras na sede da Fundação Lauro Campos (Alameda Barão de Limeira 1400, Campos Elíseos, SP-SP)

     

    De 13, 14, 16 e 17 de junho de 2017, das 10 am às 6 pm – para entregas presenciais (procurar Josi, Tales, Alícia ou Lorena).

    Quinta-feira, 15 de junho é feriado e a FLC não estará aberta

    Até dia 27 de junho de 2017, até as 6 pm, para entregas feitas pelos CORREIOS ou transportadora

    29 de junho de 2017 – dia em que a produção receberá os artistas que devem acompanhar ou montar suas obras

    24 a 27 de julho de 2017, das 10 am às 6 pm – Retirada das obras pelos artistas

    UF

    artista

    obras selecionadas curadoria ANAP

    obs importante

    SC

    Anna Karoline Moraes Silva

    Anna Moraes “Será?” stopmotion, 0,41′, 2017

    montagem deve ser feita com acompanhamento ou orientação da artista no dia 29/06, às 9 am. Equipamentos necessários para o funcionamento da instalação devem ser providenciados pela artista

    SP

    Anne Courtois Vidal ( Anne Courtois)

    Anne Courtois “Construções solúveis” 2017, sabões em pedra lavrados, suporte mural – 60 cmx 35 cm x 5 cm. Anne Courtois “Desdosmestic-Ação” 2017; conchas culinárias de alumínio batidas e penduradas num varal – 120 cm x 60 cm x 30 cm. Anne Courtois- “ACASALAR” 2013- Capacho de sisal impresso-160cm X80cm

    Bianca Turner Leite Ribeiro

    Bianca Turner ‘rastreando‘ instalação e ação multimídia (desenho em giz sob projeção de fotos em lousa preta), 2.5m x 2.8m x 3m , 2016

    PROGRAMAÇÃO ANAP: performance para o dia 13/07, 19:30h, em evento aberto ao público, com posterior fala da artista sobre sua pesquisa interdisciplinar do uso “multimídia na arte”, incluindo o corpo, e da “ação como obra e como memória”

    SP

    Bruno Novaes Poli

    Obra 1 – Bruno Novaes. “Apostila de Ciências:Ensino Fundamental”. nanquim sobre página em branco desencadernada. políptico. 33x50cm cada. 2016 Obra 2 – Bruno Novaes. “Apostila de Ciências:Ensino Fundamental” (livreto para distribuição). reprodução digital em papel pólen 80g. 12 páginas. 21x15cm. 2016 Obra 3 – Bruno Novaes. “Apostila de Ciências:Ensino Fundamental”. ação com mimeógrafo. 50 minutos. Folhas de atividade para distribuição geradas na ação. 30x21cm. 2016.

    Obra 3 – com mimeógrafo será uma das performances da abertura da exposição em 30/06

    SC

    Diego de los Campos Orefice

    Diego de los Campos “Desenhos de um real” Instalação de parede de desenhos A5 e performance, 2,00×1,50m, 2006-2017

    performance durante o fechamento da exposição e anúncio premiação em 22/07/2017

    SP

    Duda Las Casas

    Tática” instalação vídeo, 2017

    montagem deve ser feita com acompanhamento ou orientação da artista no dia 29/06, às 9 am. Equipamentos necessários para o funcionamento da instalação devem ser providenciados pela artista

    BA

    Gabriel Chagas da Silva

    Gabriel Chagas “A Maior Festa Da Cidade” – Colagem Sobre Papel. 23 cm X 23cm – 2016 e Gabriel Chagas “O Sol do Amanhã ” – Colagem Sobre Papel. 42 cm X 29,7cm – 2015

    BA

    Heron do Espírito Santo Sena Santana

    Por Herontico “Série Nudes” obras “2013” “As que Comandam Vão de Trá!” “Pire” “Cultura TOP” “Latinica” “A mulher e o tempo”. A3+Photo+Arte Digital. 2017

    MG

    Igor de Oliveira Reis

    Igor Reis “Panela depressão” Dispositivo de áudio, e impressão s/ panela dimensões variadas 2014 Igor Reis “Feito para você” Serigrafia s/ papel 29 x 42cm (cada) 2016 Igor Reis “República” Díptico, óleo s/ tela 180 x 70 cm 2016

    MG

    Itamara dos Santos Ribeiro

    Itamara Ribeiro “A mulher e o lar em ponto corrente“, desenho e bordado sobre papel, (AxL) 29.7×21 cm, 2016 e “Toda hora é hora de beleza” desenho e bordado sobre papel (AxL) 29.7×21 cm, 2016

    RJ

    Jean Remy Davee Guimaraes

    Jean Guimaraes, “Nao há vagas #1“. Imagem digital em papel fotográfico, 70 x 100 cm, 2016 Jean Guimaraes, “Nao há vagas #2″. Imagem digital em papel fotográfico, 100 x 70 cm, 2016 Jean Guimaraes, “Nao há vagas #3″. Imagem digital em papel fotográfico, 70 x 100 cm, 2016

    SP

    João Alberto Rodrigues

    João Alberto. “Pedaço” xilogravura em látex e arame farpado; cerca de 60 x 30 x 30 cm; 2017 e João Alberto. “Tensão” Arame farpado e látex com gravura em metal impressa; cerca de 75 x 75 x 75 cm; 2016

    montagem deve ser feita com acompanhamento ou orientação da artista no dia 29/06, às 9 am.

    RJ

    Khalil Charif

    Khalil Charif, Para Colorir, Impressão em Papel, 24x24cm, 2017

    PR

    Laysa Carolina machado

    Morada transitória” performance

    performance da abertura da exposição em 30/06

    SP

    Luisa Callegari Mello

    Luisa Callegari, “Natureza Morta Tropical“, frutas tropicais pintadas com spray magenta, dimensões variáveis, 2016

    instalaçao deve ser montada pela própria artista no dia 29/06, às 9 am. Providenciar base branca de 90x60x70 cm e caixa de vidro para cobrir as frutas

    SP

    Luiz Fernando Ricardi

    LULA RICARDI “Brasilidade” – Objeto – 60×60 cm – 2014. LULA RICARDI “Anônimo” – Objeto – 30×155 cm – 2014 LULA RICARDI “Futuro” – Gravura Carimbo – 39×57 cm – 2016 LULA RICARDI “Golpe” – Objeto – 28×30 cm – 2017

    RS

    Marcelo Armani

    Marcelo Armani – “Todo Esta Sobre Control, Ahora!?” – Instalação – 40cm x 40cm x 15cm – 2016

    montagem deve ser feita com acompanhamento ou orientação do artista no dia 29/06, às 9 am. Equipamentos necessários para o funcionamento da instalação devem ser providenciados pelo artista

    SP

    Matheus Arantes Mororó

    OMORORÓ. “Nenhuma Solução Viável” 2017 Bordado 47x29cm

    França

    Paulina Denti

    Paulina Denti “sin título” performance para vídeo. 9 minutos. 2017

    montagem deve ser feita com acompanhamento ou orientação da artista no dia 29/06, às 9 am. Equipamentos necessários para o funcionamento da instalação devem ser providenciados pela artista

    SP

    Sergio Ricciuto

    Sergio Ricciuto Conte “Genderland” lápis sobre papel com edição digital. 30cm x 21cm. 2016

    SP

    Sueli Parisi

    Fabio Souza “Focas Cassilda e Matilda” Escultura em vergalhões e redes de pesca Matilda: 1,60 x 2,20 Cassilda: 4,80 x 6,00
    Fabio Souza “
    Borboleta dos desejos” Asas: 5,00 diâmetro Altura: 3,20 As asas são rotarias e o corpo recebe colantes adesivos com desejos

    no caso das focas, teremos que avaliar se é possível colocar as duas, precisa melhor avaliar espaço. As esculturas ficarão ao ar livre. Equipamentos necessários para o funcionamento da instalação devem ser providenciados pelo proponente. Favor, entrar em contato

    SP

    Thiago Melo de Toledo

    Thiago Nevs. “Palanque” Escultura. 58 cm X 85 cm. 2016

    MG

    Tiago Alves da Cruz

    Tiago Cruz “Mídia” Foto Digital pós-processada. 60x85cm. 2015. “Desfaçatez” Foto Digital pós-processada 60x90cm 2016 “Pesadelo” Foto Digital pós-processada 84x70cm 2017

    SP

    Viviane Vallades da Silva

    Viviane Vallades “Sem Título” 2015/ 2016 – work in progress. Exibição de frases em painel de led 100 cm de largura X 20 cm de altura. Fonte branca

    montagem deve ser feita com acompanhamento da artista no dia 29/06. Painel de led deve ser providenciado pela artista, assim cmo demais equipamentos necessário para o funcionamento da instalação

    DF

    Wagner Hermuche

    HERMUSCHE “SURVEYLANCE” 2011 pastel óleo sobre papel negro – 120 x 280 cm

    SP

    Wesley Santos Souza

    Wesley Soupza, “Capitalismo”, Faca com lâmina em aço inox, cabo de madeira e bainha em couro , 25 cm x 40 cm x 5 cm (altura, largura, profundidade), 2015
    Wesley Soupza,
    “Fifty Names of God”, Pergaminho, Impressão sobre papel, 22 cm x 16 cm x 05 cm (altura, largura, profundidade), 2016
    Wesley Soupza, “
    Espelho (o grande Outro)”, Madeira e papel metalizado, 30 cm x 20 cm x 2,0 cm (altura, largura, profundidade), 2016
    Carta

     

    Curadores

    Lorena Ferraz Cordeiro Gonçalves

    Márcio Rosa de Azevedo

    Rodolfo Vianna

     

  • Observatório Internacional, de 02 a 09 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 02 a 09 de junho de 2017

    O acontecimento desta semana foi a realização das eleições britânica. Theresa May sai das urnas diminuída politicamente ao frustrar seu objetivo inicial de ampliar sua maioria parlamentar para ter força nas negociações do Brexit. Por outro, a esquerda mundial tem motivos de sobra para se entusiasmar com o desempenho do Partido Trabalhista. Liderados por Jeremy Corbyn da ala esquerda do partido, os trabalhistas cresceram de maneira avassaladora desde 2015 e se firmam num momento de instabilidade política intermitente no Reino Unido.

    Outros fatos relevantes envolvem Trump e seus percalços internos e externos. A investigação sobre a possível interferência russa nas eleições prossegue e o ex-diretor do FBI, James Comey, sustenta sua denúncia de obstrução da justiça por parte do presidente. Na geopolítica, a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris abre espaço para que outras potências globais busque ocupar o vácuo de liderança deixado pelo isolacionismo de Trump.

    No Oriente Médio, a crise entre os países do Golfo Pérsico e o atentado em Teerã acrescentou tensão nas rivalidades regionais entre Arábia Saudita e Irã, não sem a participação da Casa Branca.

    A repercussão destas notícias na imprensa internacional e os diferentes debates efetuados nos meios vinculados à esquerda podem ser lidos nesta edição do Clipping Internacional da Fundação Lauro Campos.

    Charles Rosa – Observatório Internacional

     

    ELEIÇÕES NO REINO UNIDO

    Em disputa acirrada, planos de May se frustram e a maioria torie não é alcançada; trabalhistas renascem com Corbyn

    Numa das eleições mais surpreendentes da história recente britânica, os conservadores ficaram à frente mas muito longe de seu objetivo inicial: ampliar sua maioria parlamentar para ter mais autoridade nas negociações do Brexit. Ao contrário, a formação liderada por Theresa May sai das urnas com 13 assentos a menos em relação às eleições de 2015 (330-317), perdendo a condição de governar majoritariamente sozinha, embora tenha aumentado sua votação nacional em 6% (de 36% para 42%).

    O motivo está no brilhante desempenho do Labour Party, que retirou uma diferença percentual de 20% nas pesquisas em menos de 60 dias. Jeremy Corbyn superou as expectativas, tanto da imprensa tradicional quanto da direita blairista no interior do seu partido, e atingiu uma votação arrasadora entre os jovens trabalhadores dos grandes centros urbanos. Em menos de 2 anos, sua plataforma à esquerda (taxação maior para os ricos, fim das privatizações, defesa do sistema de saúde pública, gratuidade no ensino superior) fizeram os trabalhistas ganharem nada menos do que 3 milhões de votos (de 10 para 13 milhões de votantes, de 30% para 40% de votação nacional), o que significa 32 assentos a mais (de 230 para 262) no Palácio de Westminster.

    Outro destaque destas eleições foi o encolhimento do Partido Nacional Escocês (SNP), terceira maior bancada diminuída em 19 assentos, em benefício dos conservadores e trabalhistas locais. Tal resultado tende a arrefecer o ímpeto independentista escocês. Por fim, confirmou-se o completo fracasso da direita ultranacionalista (UKIP) que sequer conseguiu uma vaga no Parlamento.

    As hipóteses de formação de governo estão em aberto. Os tories provavelmente terão que compor um governo com forças anti-Brexit, o que poderá acarretar num impasse permanente e quiçá em novas eleições em breve. May sai bastante enfraquecida do pleito e outras lideranças tories emergiram, cenário que facilita a renúncia da primeira-ministra, conforme pediu Corbyn em seu primeiro pronunciamento pós-eleitoral. Se May abandona seu posto, a chance de formar um governo de ampla coalizão (Trabalhistas, SNP, Liberal-Democratas, Sinn Féin, Verdes) cai nas mãos de Corbyn, sem dúvida o maior vencedor das urnas.

    The Guardian (09/06) – “Corbyn causou uma sensação – ele seria um bom primeiro-ministro” – por Owen Jones

    “Não deixemos que alguns se saiam com “ah, essa eleição apenas mostra que um líder trabalhista melhor teria vencido!”. Tolice risível. Nós realmente pensamos que os concorrentes anteriores a Corbyn para a liderança – e isso não é nada pessoal – teria inspirado milhões de pessoas, de outra forma politicamente desengajadas para sair de casas e votar, levanto o Labour Party a sua maior porcentagem desde o famoso arraso de Blair? Se o mesmo centrismo velho, rançoso e tecnocrático tivesse se oferecido, o Labour teria enfrentado uma surra absoluta, tal como aconteceu com seus partidos-irmãos na Europa.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ commentisfree/2017/jun/09/ jeremy-corbyn-prime-minister- labour

    NY TIMES (09/06) – “Conservadores perdem a maioria”

    “Claramente, os britânicos confundiram as expectativas e os mercados de apostas mais uma vez. A incerteza poderia complicar a saída da Grã-Bretanha da União Européia, conhecida como Brexit. As negociações sobre a retirada estão programadas para começar em apenas 11 dias. Os líderes europeus querem um governo britânico estável e crível capaz de negociar, mas a súplica da Sra. May aos eleitores por um forte mandato para o Brexit fracassou.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/ 06/08/world/europe/theresa- may-britain-election- conservatives-parliament.html

    El País (09/06) – “A derrota de Theresa May” – Editorial

    “A insuficiente vitóra dos conservadores não resolve questões importantes e deixa pontos de interrogação abertos tanto para a estabilidade política do Reino Unido como para o trânsito adequado da negociação do Brexit. O desconcerto da libtra nos mercados internacionais no momento em que, iniciada a madrugada, a tendência da apuração confirmou que a vitória conservadora era insuficiente e não poderá governar em solitário, é só um primeiro aviso da grande desconfiança existente em torno da capacidade de May em pilotar a nave durante os próximos cinco anos. E o fato que algumas vozes dentro de seu partido nem sequer esperaram a consumação dos resultados para a Câmara dos Comuns para pedir sua demissão antecipa um período de instabilidade”.

    LINK (em espanhol) – http://elpais.com/elpais/2017/ 06/09/opinion/1496990953_ 710514.html

    RUPTURA DOS EUA COM O ACORDO DE PARIS SOBRE O CLIMA

    Decisão de Trump enfraquece liderança global dos EUA e abre vácuo a ser ocupado

    O rompimento dos EUA com o Acordo de Trump despertou fortes críticas em todo o planeta, desde a comunidade científica até os chefes de Estado das principais potências do mundo. Grandes cidades norte-americanas, como New York, Washington e Los Angeles, decidiram permanecer no Acordo, a despeito de Trump.

    Le Monde (02/06) – “Sobre as mudanças climáticas, uma América abstencionista” – Editorial

    “Em uma iniciativa sem precedentes, o presidente Macron fez uma declaração pública – em francês e depois em inglês – para dizer que não há “plano B”, que não renegocia o acordo e que os 194 países devem respeitar os termos minuciosamente alcançados no contrato assinado. Poucos momentos depois, alemães e italianos se juntaram aos franceses em uma declaração conjunta confirmando essa posição, ressaltando uma resposta européia à decisão da América e anunciando uma mudança de guarda na liderança mundial”

    LINK (em inglês): http://www.lemonde.fr/climat/ article/2017/06/02/le-monde- editorial-on-climate-change- an-abdicationist-america_ 5138084_1652612.html

    INVESTIGAÇÕES CONTRA TRUMP

    Ex-diretor do FBI vai ao Senado e confirma tentativa de constrangimento de Trump

    Numa audiência convocada pelo Senado nesta quinta-feira (08/06), o ex-diretor do FBI James Comey detalhou a conversa na qual Trump lhe pediu que parasse de investigar as relações de sua campanha eleitoral com o serviço secreto russo. O depoimento alimenta a crise do presidente estadunidense, alvo de investigação por tentativa de obstrução da Justiça.

    NY TIMES (09/06) “James Comey move o pêndulo” – Roger Cohen

    “Qual era a motivação de Trump? É difícil ver alguém inocente ali. Suas ações parecem como uma tentativa corrupta de obstrução da justição – tal como é uma investição independente do FBI. Dado o controle republicano no Congresso, é muito improvável que haverá qualquer movimento para o impeachment até que o investigador-especial Robert Mueller complete seu inquérito. Mas se Mueller sugere que o presidente poderia ser indiciado, os procedimentos para o impeachment serão difíceis de ser barrados – e então, como afirmou Burbank, “o que nós coloquialmente chamamos de “obstrução da justiça” deverá ser encarado cmo um alto crime ou um delito, mesmo que não viole alguma lei criminal federal”. Comey moveu o pêndulo. Trump está vulnerável”.

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/ 06/09/opinion/james-comey- senate-testimony-donald-trump. html?ref=opinion

    ISOLAMENTO DO CATAR

    BBC BRASIL (05/06)- “Os argumentos dos 6 países árabes para romper com o Catar, acusado de apoiar extremistas”

    “De maneira mais ampla, há dois fatores-chave que influenciam a decisão desta segunda-feira: a relação do Catar com grupos islâmicos e o papel do Irã, o adversário regional da Arábia Saudita. Ao mesmo tempo em que o Catar participa da coalizão de países – liderada pelos EUA – contra o EI, o país é acusado por líderes xiitas no Iraque de que dar apoio financeiro ao grupo extremista – o que é negado pelo governo catariano. Acredita-se que indivíduos ricos do emirado fizeram doações e que o próprio governo tenha apoiado – financeiramente e com armas – grupos islâmicos radicais na Síria.
    O Catar também é acusado de manter relações com o grupo sírio conhecido como Frente Al-Nusra, próximo à Al-Qaeda. O governo saudita também acusou o Catar de apoiar a Irmandade Muçulmana, que atua em vários países, principalmente no Egito.”

    LINK (em português): http://www.bbc.com/portuguese/ internacional-40159150

    FOLHA DE SÃO PAULO (05/06) – “Arábia Saudita quer isolar Catar devido a tensões com o Irã”

    “Já houve desacordos entre os seis membros do GCC no passado, e as tensões com o Qatar remontam à metade dos anos 90, quando a rede de TV Al Jazeera foi criada em Doha, e passou a fornecer uma plataforma para que dissidentes árabes criticassem os governos autocráticos da região, exceto o do Qatar.
    O país do golfo Pérsico também desempenhou papel chave no apoio aos movimentos contra governos estabelecidos, na Primavera Árabe, contrariando os interesses da Arábia Saudita e dos EAU ao bancar o governo da Irmandade Muçulmana no Egito. O Qatar também concedeu asilo a membros da liderança exilada do Hamas, e mantém um relacionamento com o Irã. Em 2014, Arábia Saudita, EAU e Bahrein retiraram temporariamente seus embaixadores do Qatar. A disputa tinha por motivo o Egito, depois do golpe liderado pelo exército que derrubou o presidente Mohamed Mursi, líder da Irmandade Muçulmana. Desta vez, a Arábia Saudita citou o apoio do Qatar a “grupos terroristas que buscam desestabilizar a região”, entre os quais a Irmandade Muçulmana, o Estado Islâmico e a Al Qaeda. Os sauditas acusaram o Qatar de apoiar “grupos terroristas ligados ao Irã” que operam na província leste do reino e também no Bahrein.”

    LINK (em português) http://www1.folha.uol.com.br/ mundo/2017/06/1890311-arabia- saudita-quer-isolar-o-qatar- devido-a-tensoes-com-o-ira. shtml

    ATENTADO NO IRÃ

    Atentado duplo deixa 12 mortos no centro de Teerã

    O primeiro atentado em solo iraniano desde a revolução de 1979 foi reivindicado pelo Estado Islâmico. A ação terrorista atingiu a Assembleia Islâmica do Irã e o mausoléu do Aiatolá Khomeini, vitimando fatalmente 12 pessoas. O presidente estadunidense Donald Trump declarou que “quem financia o terrorismo está sujeito a ataques”, no que foi prontamente rebatido pelas autoridades iranianas.

    El País (07/06) – “Objetivo: Irã” – Editorial

    “A ação terrorista chega em um momento de tensão inédita, quando vários países árabes, instigados pela Arábia Saudita e com o apoio explícito de Trump, aprovaram medidas extremas contra o Catar. Não se trata de uma simples crise diplomática: além das graves acusações, está se produzindo uma expulsão de cidadãos catarenses desses países. E tudo isso, dias depois de que Trump realizasse sua primeira visita à região, o que se mostrou ter profundos efeitos desestabilizadores”.

    LINK (em espanhol): http://elpais.com/elpais/2017/ 06/07/opinion/1496856205_ 498460.html

    EXPULSÃO DA ODEBRECHT DO EQUADOR

    Parlamento aprova expulsão de construtora brasileira do país

    G1 (07/06) – “Equador aprova pedido de expulsão da Odebrecht do país”

    “EUA dizem que construtora brasileira pagou US$ 788 milhões em propinas em 12 países, entre eles o Equador. O relatório mostrou que no país, entre os anos de 2007 e 2016, a Odebrecht pagou propinas no valor de mais de US$ 35,5 milhões.
    Assembleia Nacional (Parlamento) do Equador aprovou nesta terça-feira (6) um conjunto de ações imediatas para prevenir e combater a corrupção, entre as que se incluem a chamada “morte civil”, um julgamento politico ao controlador, Carlos Pólit, e o pedido de expulsão da construtora Odebrecht.
    Com 106 votos a favor, de um total de 128 legisladores presentes na sessão plenária, a Assembleia aprovou uma moção apresentada pelo grupo governista Aliança País para executar ações imediatas contra a corrupção, em meio a um intenso debate com a oposição sobre as consequências do caso de subornos no país por parte da Odebrecht.”

    LINK (em português): http://g1.globo.com/mundo/ noticia/equador-aprova-pedido- de-expulsao-da-odebrecht-do- pais.ghtml

    VENEZUELA

    El País (02/06) – “Maduro desafia críticas do chavismo e segue em frente com Constituinte”

    “O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está disposto a avançar de qualquer forma com seu projeto de redigir uma nova Constituição, apesar da resistência que a convocação desencadeou entre ex-ministros e funcionários públicos que se alinham ao processo bolivariano. A última oferta, anunciada na noite de quinta-feira em um Conselho de Ministros televisionado, é a de submeter a votação a proposta da Carta Magna que for apresentada pela Assembleia Nacional Constituinte. “Que seja o povo quem diga se está ou não de acordo. E serão os mesmos de sempre que pedirão para votar não. Nós os derrotaremos”, garantiu. O chefe de Estado venezuelano parece estar tentando reunificar seus antigos aliados em um momento muito crítico para o regime chavista, pressionado pelos protestos diários da oposição, pelo intenso cerco diplomático da comunidade internacional para que governe sem desconsiderar o Estado de direito e pela impossibilidade de conseguir financiamento externo para seu agonizante modelo econômico.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/06/02/ internacional/1496375361_ 668573.html

    The Guardian (08/06) – “Procuradora-geral pede que venezuelanos rejeitem a constituição de Maduro”

    A procuradora-chefe da Venezuela chamou a população do país a rejeitar o empenho do presidente Nicolás Maduro para reescrever a constituição da nação e instou a Suprema Corte a anular o processo imediatamente, aprofundando sua divisão com o governo. Agarrando uma cópia do livro de constituição azul em suas mãos nos degraus da Suprema Corte, Luisa Ortega Díaz disse que estava agindo para defender tanto a constituição da nação emboscada quanto sua própria democracia. “O que está acontecendo aqui é o país”, disse ela. “A integridade dos venezuelanos”.
    Os comentários de Ortega Díaz foram o seu maior repúdio ainda pelo esforço de Maduro para convocar uma assembléia nacional que reescreva a constituição da nação, um ato que ela disse que anularia as conquistas do falecido presidente Hugo Chávez, que supervisionou a adoção da constituição atual. “Eu acho que com esta [assembléia] estamos destruindo o legado do presidente Chávez”, disse Ortega. Uma governista de longa data, Ortega Díaz primeiro rompeu publicamente com a administração Maduro no final de março, quando ela criticou um congresso de nulidade do tribunal supremo.”

    LINK (em inglês) – https://www.theguardian.com/ world/2017/jun/08/venezuela- chief-prosecutor-reject- maduro-constitution

    ARGENTINA

    El País (08/06) – “Merkel afaga Argentina em giro na América Latina que exclui Brasil”

    “Merkel, a principal dirigente da União Europeia, deixou claro suas diferenças com Trump e a decisão do norte-americano de se isolar e sair, por exemplo, do acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. A chanceler, anfitriã do próximo G-20 em Hamburgo, em julho, apoiada por aliados europeus como o francês Emmanuel Macron, disputa a liderança global com o presidente dos EUA. Isso explica esta viagem à Argentina e ao México para preparar uma reunião que será tensa pelos confrontos com Trump. Merkel quer somar os países à sua tentativa de isolar Trump. O Brasil não está de todo fora da equação. “Caso Temer sobreviva a essa semana ao julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, ele deve encontrar Merkel na reunião do G20″, aposta o professor Stuenkel. Macri por enquanto parece jogar de vários lados e evita entrar em confrontos abertos com Trump, porque precisa dos EUA como sócio já que boa parte dos investimentos estrangeiros que espera para recuperar a maltratada economia argentina virá daquele país. Mas sua linha política é muito mais próxima à de Merkel, que também promete investimentos de grandes empresas como a multinacional Siemens. E foi o que mostrou durante a conferência de imprensa conjunta. “O desafio é a revolução tecnológica, não a globalização. É mais fácil resolver através da integração”, insistiu.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/06/08/ internacional/1496920021_ 735838.html

    ARTIGOS E DEBATES NA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Jacobin Magazine (08/06) – “Por que Corbyn venceu”, por Baskhar Sunkara

    “Mesmo com uma maioria Conservadora diminuída, as coisas não serão encorajadoras amanhã. Momentaneamente humilhados, os Tories ainda governam. Seus aliados de negócios e as elites midiáticas se reagruparão. Eles apresentarão novos planos para atacar a classe trabalhadora e o bem público. Mas o partido de Corbyn está melhor posicionado que qualquer regime trabalhista recente para ser uma oposição crível enraizada numa visão de esquerda não-apologética – para oferecer esperanças e sonhos para as pessoas, não apenas medo e expectativas rebaixadas. Assim, também Bernie teria vencido”.

    LINK (em inglês): https://www.jacobinmag.com/ 2017/06/jeremy-corbyn- election-results-labour- theresa-may-left

    Aporrea (08/06) – “Minha posição sobre a Venezuela”, por Boaventura Sousa Santos

    “Os intelectuais têm um pecado original: traem as causas com muita facilidade. Há duas maneiras de trair: criticar demasiado cedo quando os processos transformadores estão em sua primeira fase ascendente; não criticar quando os sinais são evidentes que os processos transformadores não vão bem. As coisas não vão bem na Venezuela devido a uma intervenção grosseira do imperialismo norte-americano e a muitos erros cometidos pelos líderes políticos em tempos recentes. Ao assinar o documento pedindo o fim da violência nas ruas , busco manifestar meu apoio ao processo bolivariano. Quero que na Revolução Bolivariana fiquem ideias e pessoas como Edgardo Lander, um intelectual e um ativista que esteve em todas as lutas da esquerda nos últimos 20 anos (desde que eu o conheço). Não aceito que o considerem reacionário por presidir a mesa da coletiva de imprensa contra a violência nas ruas, uma mesa onde estava um ex-ministro do comandante Chávez.”

    LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/ ideologia/a247363.html

    Esquerda.net (07/06) – “Venezuela, meu amor”, por Joana Mortagua

    “O chavismo passou de projeto do povo a ditadura de caudilho, e não há democrata no mundo que aceite pactuar com isso. A tragédia que todos temos medo de antever só pode ser evitada pela realização de eleições presidenciais. É essa a saída democrática exigida pelo povo venezuelano, é a que exigiríamos se lá estivéssemos, sem esquecer os tantos portugueses entre a população diariamente sujeita às pilhagens e à miséria. Bem sei que há uma esquerda cega que, 25 anos depois da queda do Muro, ainda acha que vale tudo na defesa de regimes pseudocomunistas. É escolha sua se Brejnev ainda lhes aquece os corações. A esquerda de que faço parte nunca foi ambígua sobre a condenação de regimes que oprimem o povo e sufocam a democracia. Isso vale para Angola e para o regime venezuelano, ainda que as calúnias da direita ignorante insistam que lhes temos amor.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/ opiniao/venezuela-meu-amor/ 49123

    Esquerda.net (08/06) – “Clima e Acordo de Paris: Trump empurra nos para a ação”, por João Camargo

    “O discurso de Trump foi absolutamente revelador. Há anos que o mesmo diz que não acredita em alterações climáticas e alimenta ideias estúpidas, como a de que os Estados Unidos produzem “carvão limpo” e que o aquecimento global é uma invenção da China para baixar as exportações americanas. Desta vez não foi assim: Trump não falou nas alterações climáticas quando afirmou a sua decisão de tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas. Não pôs em causa o consenso científico à volta das alterações climáticas nem a relação direta entre a queima de combustíveis fósseis e o aumento inequívoco de temperatura registado nas últimas décadas. O presidente dos EUA foi direto ao ponto: o Acordo de Paris prejudica os interesses das empresas americanas e é desvantajoso em termos de comércio internacional. O negacionismo das alterações climáticas ancora-se em duas rochas: a ignorância das ciências naturais e os interesses da mais violenta e poderosa indústria do mundo, a dos combustíveis fósseis. Trump já não se camufla na sua ignorância: é para o benefício das indústrias do carvão, do petróleo e do gás que os Estados Unidos abandonarão o Acordo de Paris e se posicionam como um novo estado falhado no palco internacional.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/ opiniao/clima-e-acordo-de- paris-trump-empurra-nos-para- acao/49069

    OutrasPalavras (04/06) – “Para resgatar o espírito rebelde de Seattle”, por Walden Bello

    “É verdade, o neoliberalismo continua a ser o discurso padrão entre vários economistas e tecnocratas. Mas mesmo antes do recente colapso financeiro global ele já havia perdido muito de sua credibilidade e legitimidade. O que fez a diferença? Não tanto a pesquisa ou debate, mas a ação. Foi necessário que acontecessem as ações de massas nas ruas de Seattle, interagindo de modo sinérgico com a resistência de representantes dos países em desenvolvimento no Centro de Convenções do Sheraton, e uma rebelião da polícia, para provocar o espetacular colapso de uma reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio e traduzir aqueles factoides em fatos. E o fracasso intelectual imposto à globalização pela luta de Seattle teve consequências bem concretas. Hoje, a revista Economist, primeiro avatar da globalização neoliberal, admite que a “integração da economia mundial está em retração em quase todos os fronts” e um processo de “desglobalização”, que antes considerava se impensável, está na verdade em desenvolvimento.”

    LINK (em português): http://outraspalavras.net/ destaques/para-resgatar- espirito-rebelde-de-seattle/

    Viento Sur (04/06) – “A violência cretina dos credores”, por Michel Husson

    “Em 18 de maio de 2017, uma maioria pequena do Parlamento grego (deputados do Syriza e Anel: 153 de 300 votos) aprovou um novo pacote de medidas de austeridade para o período 2018-2021. Em realidade, trata-se da transposição de um volumoso documento de 941 páginas elaborado pelos credores e da sintonização com o “acordo” alcançado com a Comissão Europeia em 2 de maio. O rascunho do documento, o Draft Preliminary Agreement mostra o amplo campo que abarca. Grécia já não é mais uma democracia: são os credores quem elaboram as leis”.

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12658

    VientoSur (07/06) – “Mélenchon e a construção do sujeito popular”, por Gonzalo Donaire

    “A pergunta é se esse sujeito popular construído em torno desse tipo de candidatura é útil para dar a batalha em outras arenas. A mais imediata são as eleições legislativas de junho, esse “terceiro turno” com 577 circunscrições onde a etiqueta do candidato presidencial deve se combinar com o enraizamento territorial das candidaturas, programas e alianças. Porém mais importante ainda, uma vez que se passe o ciclo eleitoral, chegarão os cortes anunciados por Macron e seu governo, seguirá o desemprego, as deigualdades, o Estado de Emergência e a violência policial nas periferias. Esse “povo” construído a partir da agregação de individualidades rompidas pelo neoliberalismo graças ao traçado astuto de novas fronteiras entre elites e “gente corrente”, dando-lhe as costas para os setores mais organizados, poderá ser uma ferramenta útil para essas lutas que vêm?”

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12668#sthash. 40hE19A7.dpuf

    Rebelión (08/06) – “Índia: a grande potência do em meio”, por Immanuel Wallerstein

    “Claramente, o problema é que a Índia é um país “de em meio”. É suficientemente forte para ser levada em consideração pelos outros, mas não é o suficiente forte para desempenhar um papel decisivo. Assim, conforme as demais potências embaralham constantemente suas prioridade, Índia parece destinada a ser uma que reage a suas iniciativas, mais que uma que faça os outros reagirem às iniciativas da Índia. Isso mudará na próxima década. Na caótica geopolítica do estado atual do sistema-mundo, tudo é possível. Mas não parece demasiado provável”.

    Link (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227727

  • Observatório Internacional, de 28 de maio a 02 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 28 de maio a 02 de junho de 2017

    Nesta semana, os destaques do noticiário internacional recaíram sobre a rota de colisão entre Donald Trump e Angela Merkel na disputa pela liderança do bloco ocidental de países. O presidente estadunidense prossegue com sua retórica agressiva em relação aos aliados tradicionais dos EUA na Europa e anuncia a retirada da superpotência do Tratado Climático assinado em Paris em 2015. Por outro lado, o recém-eleito Emmanuel Macron movimenta-se para assumir a primeira fila da cúpula europeia e agrada à mídia tradicional incorporando com contundência a agenda neoliberal da UE.

    No Reino Unido, a ressurreição do Partido Trabalhista, sob a liderança de Jeremy Corbyn, torna as eleições gerais de 9 de junho a mais acirrada da história recente britânica. A primeira-ministra Theresa May que planejava uma vitória arrebatadora para se fortalecer frente à mesa de negociação do Brexit corre o risco real de ver os trabalhistas tomarem a dianteira do país.
    Reportagens e editoriais sobre estes assuntos e alguns outros podem ser lido nesta edição do Clipping Internacional

    Uma boa leitura!

    CRISE NA OTAN

    Trump e Merkel se enfrentam em “batalha” de declarações: cresce a fragilidade da OTAN

    Dias após acusar a maioria dos membros de não contribuírem adequadamente com o financiamento da OTAN, o presidente Donald Trump rebateu as críticas da chanceler alemã Angela Merkel durante campanha eleitoral (29/05), afirmando pelo Twitter que a Alemanha aporta “bem menos” do que deveria para a manutenção Aliança trans-atlântica. Além disso, Trump enfatizou que as relações comerciais entre alemães e estadunidenses estão desiquilibradas e devem ser mudadas no futuro em favor de seu país.
    Diferentes analistas internacionais e editoriais concordam que as tensões entre a Europa e os Estados Unidos nunca tiveram tão expostas. Trump ameaça abandonar de vez o Acordo climático de Paris, não sinaliza a menor vontade de oferecer suas tropas para defender a segurança dos outros membros e aspira a remodelar os marcos comerciais com o Velho Continente. Já Merkel, pressionada internamente pelo processo eleitoral, necessita fazer frente ao sócio ianque, para não se ver ultrapassada em liderança por seu análogo recém-eleito na França, Emmanuel Macrôn.
    Abaixo, três editoriais que refletem a preocupação do establishment com o desenrolar da crise na OTAN.

    Editorial do El País (29/05/2017) – “Advertência de Merkel”

    “As palavras de Angela Merkel depois das reuniões da OTAN e do G-7 nas quais afirmava que os tempos em que a Europa podia confiar completamente em seus aliados britânicos e norte-americanos “terminaram” não devem ser consideradas nem como uma expressão simples de frustração com os resultados nulos das reuniões em Bruxelas e Taormina nem como um ataque de birra político destinado a obter algum benefício. São uma séria advertência sobre como está complicada a relação transatlântica, que constituiu a pedra angular do progresso e da segurança na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.”

    LINK (em português) – http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/05/29/opinion/ 1496077311_437764.html

    Editorial do Le Monde (29/05/2017) – “A Europa tem de responder ao chamado de Merkel”

    “Pode-se ver na chanceler uma dramatização deliberada: ela quer se apresentar como um polo de estabilidade, enquanto se afunila o processo eleitoral que poderá lhe conceder um quarto mandato em setembro. Na realidade, a Alemanha se encontra em uma profunda aflição, uma vez que sempre confiou nos Anglos-Saxões para não ficar demasiadamente solitária e poderosa no interior do Velho Continente. Se por um lado, os americanos tratavam de garantir a paz e a segurança, por outro os britânicos se encarregava de defender o livre-comércio frente às tentações protecionistas francesas.”

    LINK (em francês) – http://www.lemonde.fr/idees/ article/2017/05/29/europe- repondre-a-l-appel-de-merkel_ 5135432_3232.html

    Editorial do NY Times (31/05/2017) – “O insulto de Donald Trump à História”

    “Antes que o Sr. Trump assistisse às suas primeiras reuniões da OTAN e ao Grupo dos 7 na semana passada, os líderes europeus esperavam que pudessem persuadi-lo nas questões mais críticas. Isso agora parece um sonho. O Sr. Trump duplicou seus impulsos de campanha mais destrutivos, insultando os demais membros várias vezes por aquilo que ele chamou de níveis insuficientes de gastos militares e recusando reafirmar o compromisso de defesa mútua da OTAN. Ele também rompeu com os aliados sobre outras questões. Ele ofereceu uma linha mais conciliadora sobre a Rússia e recusou, apesar de suas petições, endossar o acordo de Paris sobre mudanças climáticas.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/ 05/31/opinion/donald-trump- nato.html?ref=opinion&_r=0

    ACORDO CLIMÁTICO

    O Estado de SP (31/05) – “Trump prepara saída de acordo climático; China e Europa reagem”

    “O rompimento com o pacto foi uma de suas promessas de campanha. Ao mesmo tempo, União Europeia e China anunciaram nesta quarta-feira que apoiarão o acordo na cúpula do fim de semana em Bruxelas, seja qual for a decisão do presidente Trump. De acordo com o jornal The New York Times, três fontes do governo disseram que a saída era certa, mas era preciso considerar a disposição do republicano de mudar de ideia na última hora. A decisão, segundo o jornal, enfraquecerá severamente o acordo de 2015, cujo comprometimento americano foi um marco nas negociações.”

    LINK (em português): http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,eua-estariam-prontos-para-deixar-o-acordo-de-paris-segundo-imprensa,70001820361

    CHINA E UE

    New York Times (31/05) – “China vê uma abertura em querela entre EUA e Alemanha”

    ” ‘A mudança de Trump para o papel dominante da América é ter um efeito desestabilizador’, escreveu Henrik Müller, professor da Universidade Técnica de Dortmund, em sua coluna semanal sobre a economia global para Der Spiegel. ‘Uma conseqüência: a política econômica global está classificando de uma maneira nova. As outras duas grandes economias – a E.U. e a China – estão buscando novos parceiros para trabalhar nos problemas internacionais’. O primeiro-ministro da China ressaltou a importância da Alemanha ao parar em sua capital durante dois dias de conversas antes de se dirigir à sede da União Européia em Bruxelas, onde o Sr. Trump fez uma impressão muito fraca na semana passada.”

    LINK (em inglês) – https://www.nytimes.com/2017/ 05/31/world/europe/china-sees- an-opening-in-rift-between- trump-and-germany.html

    PUTIN E MACRON

    Ao lado de Putin, Macron denuncia interferência russa em eleições francesas

    Em encontro realizado em Versalhes (29/05), Emmanuel Macron declarou que a mídia russa (Sputnik e Russia Today), financiada pelo Kremlin, foram órgãos de influência durante a campanha eleitoral na França. O presidente russo, Vladimir Putin, nunca fez questão de esconder sua preferência pela candidata da extrema-direita nacionalista Marine Le Pen.
    Depois de um distanciamento entre as diplomacias dos dois países no governo Hollande, a visita de Putin a França foi marcada pela animosidade de Macron, o qual insistiu que haverá retaliação na Síria caso Assad volte a usar armas químicas, além de mencionar a perseguição aos gays na Chechênia e a situação das ONGs na Rússia. O único ponto harmônico entre as duas chancelarias foi o discurso comum contra o terrorismo e o Estado Islâmico, uma semana após o grupo reivindicar a autoria do atentado de Manchester.

    Editorial do Guardian (30/05) – “Pressionando, mas não empurrando”

    “Foi apenas um começo, mas em seu encontro com um líder russo que tem como marca registrada incomodar o Ocidente, o sr. Macron revelou ser mais estrategista que muitos esperavam. Ele tratou a diplomacia como um barganha difícil, não um caso de romantismo sobre a história do século XVIII- mas ao mesmo tempo ofereceu ao sr. Putin um caminho diferente, caso um dia ele escolha trilhar. Em geral, ele deu um tom de boas-vindas para as negociações europeias com a Rússia, especialmente no contexto de um governo norte-americano pouco confiável com várias questões pendentes acerca de sua ligação com Moscou.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ commentisfree/2017/may/30/the- guardian-view-on-macron-and- putin-pressing-not-pushing- away

    Editorial do Le Monde (30/05) – “Macron e Putin se testam em Versalhes”

    “Na OTAN, tanto com Donald Trump quanto com o turco Recep Tayyp Erdogan, assim como com Vladimir Putin em Versalhes, sr. Macron impôs um tom. O novato na cena internacional chama as coisas pelo seu nome – em seu encontrou, não hesitou em estigmatizar as calúnias que flertam com o antissemitismo veiculadas por alguns órgãos midiáticos do Estado Russo. Mais importante, existe a vontade de aproveitar um “momento europeu”. Entre o Brexit e o isolacionismo mercantilista de Donald Trump, apontado essa semana por Angela Merkel, a UE deve cerrar fileiras e reforçar sua identidade sobre as grandes questões do dia – Ucrânia, Síria, aquecimento global”.

    LINK (em francês): www.lemonde.fr/idees/article/ 2017/05/30/macron-et-poutine- se-testent-a-versailles_ 5135969_3232.html

    ELEIÇÕES NO REINO UNIDO

    Há uma semana da eleição que poderá reforçar o mandato conservador de Theresa May ou consagrar a guinada à esquerda do Partido Trabalhista, conduzido por Jeremy Corbyn, as pesquisas apontam um cenário indefinido. A larga vantagem inicial dos Conservadores – motivo pelo qual May apostou em convocar às pressas novas eleições gerais, às vésperas de um encontro com a UE para uma nova rodada de tratativas acerca do Brexit – simplesmente evaporou, à medida que o Partido Trabalhista encampou a defesa do Ensino público gratuito e centrou fogo na plataforma austeritária apresentada pelos Tories.

    El País (30/05) – “Subida inesperada de trabalhistas na corrida eleitoral preocupa conservadores no Reino Unido”

    “Durante todo o ano passado, os tories mantiveram uma vantagem entre 10 e 20 pontos. Ela chegou a passar do 20 no começo desta campanha, ao absorver o apoio do UKIP, que vive uma crise profunda. As cinco pesquisas divulgadas no último fim de semana registram diferenças entre seis e 14 pontos, bem maiores do que a pesquisa da sexta-feira. A diferença entre elas determinará o sucesso ou o fracasso de Theresa May, que antecipou as eleições para obter uma maioria parlamentar ampla aproveitando que os trabalhistas contam com um líder que muitos consideram inelegível. A primeira-ministra aceitou centrar a campanha de seu partido na sua própria figura como líder. Se fracassar, todos saberão a quem responsabilizar por isso.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/05/29/ internacional/1496093135_ 133912.html

    The Guardian (31/05) – ” ‘Ele realmente se importa’: por que os jovens eleitores estão apoiando o Labour de Jeremy Corbyn”

    “Jovens eleitores estão apoiando o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn, por causa de seu compromisso com o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) e por acreditarem que ele genuinamente se importa com as pessoas, de acordo com os eleitores entre 18-34 anos ouvidos pelo Guardian. O financiamento para a educação e aprendizagem, melhorias nos serviços públicos e um sistema de benefícios confiável – especialmente para as pessoas com deficiência e mães solteiras – foram amplamente destacadas como questões que orientam o voto jovem nos Trabalhistas. Sobre o Brexit, os jovens eleitores também dizem que apoiarão Corbyn porque eles acreditam que ele lutará pelo melhor acordo para as pessoas comuns.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ politics/2017/jun/01/why- young-voters-are-backing- jeremy-corbyn-labour

    CRISE VENEZUELANA

    Tribunal autoriza Constituinte de Maduro sem referendo; oposição boicota processo

    Carta Capital (31/05) – “Como será eleita a Assembleia Constituinte de Maduro?”

    “O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está empenhado em levar à frente uma Assembleia Constituinte, que vislumbra como um poder “acima da lei” para resolver a grave crise do país. Seus adversários a qualificaram como uma “fraude” para evitar as eleições e se manter no poder, e prometeram uma intensificação dos protestos iniciados em 1º de abril, que já deixaram 59 mortos. O procedimento eleitoral foi desenhado pelo governo, que assegura que não será uma Constituinte “partidária”, mas que surgirá do “poder primário”: a cidadania. Não haverá referendo para validar a convocação, cujo trâmite está a cargo do Poder Eleitoral.”

    LINK (em português): https://www.cartacapital.com. br/internacional/como-sera- eleita-a-assembleia- constituinte-de-maduro

    Valor Econômico (31/05) – “Reunião de chanceleres da OEA sobre a Venezuela termina sem acordo”

    “Sem apoio dos países do Caribe, os chanceleres de 14 países da OEA (Organização dos Estados Americanos), incluindo o Brasil, não conseguiram aprovar um texto pedindo a suspensão da convocação de uma Assembleia Constituinte na Venezuela e a criação de um grupo de países para facilitar as conversas entre governo e oposição. O que ficou decidido, após uma reunião de cinco horas na sede do organismo em Washington nesta quarta (31), é que os 34 países-membros continuarão negociando, até a Assembleia-Geral da OEA, de 19 a 21 de junho, em Cancún, para tentar chegar a um consenso.”

    LINK (em português): http://www.valor.com.br/ internacional/4988384/reuniao- de-chanceleres-da-oea-sobre- venezuela-termina-sem-acordo

    Goldman Sachs refinancia dívida do governo e recebe críticas em NY

    The Guardian (30/05) – “Goldman Sachs contestada por investir na Venezuela com US $ 2,8 bilhões de compra de títulos”

    “Goldman Sachs confirmou ter comprado US $ 2,8 bilhões em títulos do governo venezuelano devastado pela crise em uma movimento que os líderes da oposição criticaram por significar apoio ao “regime ditatorial” do país. De acordo com o Wall Street Journal, a Goldman pagou apenas US $ 865 milhões por títulos com valor de US $ 2,8 bilhões emitidos pela petrolífera estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) – pagando cerca de 31 centavos no dólar para os títulos.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/may/30/goldman- sachs-venezuela-bonds

    JBS NA ARGENTINA

    Reuters (30/05) – Confederação de ruralista argentina pedirá ao Congresso que investigue atuação da JBS no país

    “O chefe de um grupo de ruralistas argentinos disse na terça-feira (30/05) que pedirá ao Congresso que investigue cinco aquisições feitas pela brasileira JBS. Sua desconfiança é que a empresa tenha inflado os preços de compra para ocultar subornos, embora ele tenha dito que não tinha provas. Dardo Chiesa, diretor da Confederação Rural da Argentina (CRA), disse que a empresa, cujos fundadores estão atolados em um escândalo de corrupção que ameaça derrubar o presidente do Brasil, comprou empresas argentinas ao longo de uma década “a preços exorbitantes para competir de forma injusta”. A JBS disse que, em uma declaração enviada por e-mail, não havia irregularidades em seus negócios na Argentina ou em qualquer país fora do Brasil. Chiesa disse que estava programado para falar no Congresso na próxima semana e revelaria suas suspeitas de que a JBS pagava subornos para serem favorecidas nas cotas de exportação administradas pelo governo do ex-presidente Cristina Fernandez. Ele disse que não tinha nenhuma prova de subornos.”

    LINK (em inglês): https://www.reuters.com/ article/us-brazil-corruption- jbs-argentina-idUSKBN18Q2HX? il=0

    ÁFRICA DO SUL

    Jacob Zuma derrota moção de desconfiança e sobrevive à frente do governo

    Acossado por denúncias de corrupção e perda signifivativa de apoio de seu próprio partido (CNA), afora o declínio da economia sul-africana, Jacob Zuma venceu a segunda moção de desconfiança apresentada à cúpula do CNA em menos de 6 meses.

    The Guardian (28/05) – “Zuma bloqueia moção de desconfiança em turbulento encontro do CNA”

    “A oposição tem trabalhado para apresentar uma nova moção de desconfiança no Parlamento, que será debatida nas próximas semanas. Todavia, o presidente ainda retém um amplo apoio entre os membros do CNA em algumas áreas rurais e tem sido capaz de convencer os legisladores a não endossarem a moção de desconfiança. ‘O partido (CNA) ainda quer se manter no controle sobre a questão da liderança. O CNA não quer dar margem para que a imprensa e os partidos da oposição pareçam ter influência suficiente para precipitar uma remoção”, afirmou à AFP o analista independente Daniel Silke.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/may/29/zuma- sidesteps-no-confidence-vote- at-turbulent-anc-meeting

    ESTADO ISLÂMICO NAS FILIPINAS

    Nexo Jornal (29/05) – “Por que o Estado Islâmico atua agora nas Filipinas”

    “Uma ilha na região sul das Filipinas está vivendo sob lei marcial desde a terça-feira (23) para combater forças ligadas ao grupo extremista Estado Islâmico. O presidente Rodrigo Duterte, mais conhecido por sua violenta política de guerra às drogas, enviou tropas e contratou milícias para combater o grupo, em um conflito que já contava com 105 mortos até a segunda-feira (29). Vinte e quatro das vítimas eram civis. O episódio marca o primeiro grande confronto entre forças do governo e combatentes fiéis ao Estado Islâmico em uma região fora do Oriente Médio. Especialistas apontam as regiões do sudeste asiático – onde ficam as Filipinas – e do sul do continente como o novo foco do grupo terrorista, que vem acumulando derrotas e perdas territoriais nos últimos anos em sua região de origem.”

    LINK (em português): https://www.nexojornal.com.br/ expresso/2017/05/29/Por-que-o- Estado-Isl%C3%A2mico-atua- agora-nas-Filipinas

    ATENTADO NO AFEGANISTÃO

    Explosão terrorista em Cabul deixa 90 mortos e 350 feridos

    Caminhão-bomba provocou uma das maiores tragédias ocorridas na capital afegã, em área próxima a várias embaixadas e a um hospital. Talibãs negam autoria e repassam responsabilidade ao Estado Islâmico, num momento em que o governo afegão, aliado aos EUA, está cada vez mais enfraquecido.

    The Guardian (01/06) – “Por que a explosão mortífera em Cabul é crise para todo o Afeganistão”

    “Durante anos, a capital afegã era uma ilha de relativa segurança em um país agredido por uma onda crescente de violência. O bombardeio devastador nesta manhã de quarta-feira foi a confirmação de que agora se tornou um dos lugares mais perigosos do Afeganistão e é outro golpe pesado para um governo fraco e fraturado. O aumento do ritmo dos ataques em Cabul representa uma ameaça excepcional ao governo, à economia frágil, ao apoio estrangeiro que mantém o Afeganistão, a educação, mídia e sociedade civil, que se agrupam na capital.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/jun/01/kabul- bombing-crisis-afghanistan- civilian-society-government-

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Aporrea (28/05) – “A Constituinte nos leva a um ponto sem retorno”, entrevista com o sociólogo venezuelano Edgardo Lander

    “O governo reconheceu que nem com a Constituição de 99 nem com uma eleição na qual participem todos os venezuelanos em condições de igualdade, podia manter-se no poder. E ante a pressão de por quê não convoca eleições, agora tira da manga esta medida. E novamente em nome do diálogo, em nome de evitar a violência, em nome de criar um espaço para resolver as diferenças, cria-se um mecanismo absolutamente ilusório.”

    LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/ddhh/ n309163.html

    IHU- Unisinos – “A crise do capitalismo global e a marcha de Trump rumo à guerra”, artigo de William I. Robinson

    “Os jornalistas e comentaristas políticos têm centrado sua atenção na análise geopolítica, em seu esforço para explicar as crescentes tensões internacionais. Por mais importante que seja este enfoque, há profundas dinâmicas estruturais no sistema do capitalismo mundial que impelem os grupos governamentais à guerra. A crise do capitalismo global vem se intensificando, não obstante o otimismo dos economistas tradicionais e as elites estonteadas por índices recentes de crescimento e da repentina inflação dos preços das ações, como resultado da eleição de Trump. Em particular, o sistema enfrenta uma insolúvel crise da sobreacumulação e da legitimidade.”

    LINK (em português): http://www.ihu.unisinos.br/ 568217-a-crise-do-capitalismo- global-e-a-marcha-de-trump- rumo-a-guerra

    Viento Sur (01/06) – “Greve de fome vitoriosa, a luta continua”, artigo de Alain Pajolat

    “Depois de 40 dias de uma greve de fome excepcional por sua amplitude e sua determinação, os presos políticos palestinos decidiram suspender seu movimento. É uma derrota para Netanyahu e seu governo de extrema-direita. Desde o começo do movimento, as autoridade israelenses adotaram uma posição de total intransigência para com os grevistas e seus representantes. É preciso recordar em particular o indecente churrasco organizado por Ofer Sofer, responsável do partido de extrema-direita União Nacional, ante a prisão de Ofer para que os grevistas “sentissem o cheiro da carne”. Netanyahu rechaçava qualquer tipo de negociação com o “arquiterrorista” Marwan Barguti. Inspirando-se na doutrina Thatcher para com os nacionalistas irlandeses, assumia a eventualidade de que morressem grevistas de fome. E tentou-se toda sorte de medidas para desorganizar o movimento: desinformação, isolamentos, deslocamentos de prisioneiros, supressão do sal. Todas essas medidas fracassaram, obrigando finalmente às autoridades a negociar com a direção da greve”.

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12652#sthash. Wk3UVc6Y.dpuf

    Viento Sur (30/05) – “A corrupção, a pandemia do capitalismo”, artigo do economista Manuel Garí

    “Para melhor compreender a corrupção é preciso entender como se entrelaçam as paixões perversas e debilidades pessoais com as pulsões e interesses dos agentes que operam na sociedade. Ernest Mandel (1994) nos dá uma pista sobre a complexidade de sujeitos e fatores que intervêm na corrupção no capitalismo tardio em 1992, o ano em que foi publicado pela primeira vez “O poder e o dinheiro”. Mas apresenta as coisas de forma simples para que não haja dúvidas do que está falando: “Dado o poderio irresístivel da riqueza e do dinheiro no capitalismo, e a tendência paralela à corrupção pessoal, se desenvolve uma forma refinada de interação entre os interesses das empresas privadas, os burocratas militares, os administradores estatais (incluindo os legisladores e as autoridades municipais) e inclusive parte da burocracia sindical. Em sua descrição Mandel assinal o caráter transversal do elemento corruptor, o poder do dinheiro, no conjunto da elite, incluindo frações da mesma que baseiam sua existência e legitimidade no exercício da representação dos setores populares.”

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12648#sthash. fUGrrLFu.dpuf

    Rebelión.org (01/06) – “Concentração econômica e poder político”, artigo do economista Alejandro Nadal

    “A concentração afeta negativamente aos consumidores, freia a competitividade e asfixia a capacidade de inovação das empresas. Ademais, várias investigações revelam que a concentração está intimamente ligada à crescente desigualdade na distribuição da renda. Em janeiro passado, apresentou-se um estudo (nber.org/papers/w23108) no qual se mostra que a maiores níveis de concentração na indústria corresponde uma menor participação do trabalho no produto. Mas a concentração tem outros efeitos danosos que vão além dos enumerados. A concentração do poder econômico leva ao domínio político. Os legisladores que têm sentido a pressão de uma empresa como o Wall sabem disso muito bem. Por isso este fenômeno é uma ameaça para a democracia e as instituições republicanas”.

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227332&titular= concentraci%F3n-econ%F3mica-y- poder-pol%EDtico-

    Rebelión.org (30/05) – “A Rota da Seda é uma mostra de que a globalização não morreu”, entrevista com o economista Eduardo Lucita

    “Eu acho que a Rota da Seda é justamente um sinal de que a globalização não está morta, mas talvez nós estejamos em uma nova fase da globalização, desta vez liderada pela China. Isso foi demonstrado no último Fórum em Davos, quando Pequim assumiu a liderança da globalização e do livre comércio.Eu não concordo que a Rota da Seda possa ser um novo Plano Marshall, porque era uma quantidade de dinheiro despejado na Europa para reconstruí-la, aqui não há reconstrução do nada, não houve guerra, nenhum colapso, os países envolvidos têm a mesmas deficiências que há anos por outras razões. A China percebeu que ela já não pode continuar a crescer como fez até agora, com base primeiro na exportação, depois no investimento e, finalmente, no mercado interno. Necessita dar um salto em qualidade e quantidade e passar para outra escala de exportações. Sua economia que vinha crescendo a 10/12% está agora em 07/06% ao ano, o que não é pouco para a economia mundial, mas sim para os chineses. O projeto da Rota é uma rede de estradas, ferrovias, gasodutos, usinas de energia, melhorias portuárias para facilitar a conectividade e intercâmbio. É um outro tipo de plano que a China procura primeiro se posicionar bem globalmente, segundo colocar excedentes financeiros que lhe causam desequilíbrios internos e terceiro colocar produtos acabados. Ademais, com as rotas se garante o abastecimento de matérias-primas de que necessita. É um plano global.”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227230&titular= %22la-ruta-de-la-seda-es-una- muestra-de-que-la-globalizaci% F3n-no-ha-muerto%22-

    Sin Permiso (28/05) – “A estridente mudança de rota dos conservadores abre caminho para o renascimento de Corbyn”, artigo de Charlie Kimber (SWP)

    “A campanha dos conservadores tem sido confusa há vários dias. O manifesto do Partido Trabalhista foi popular, já o dos conservadores foi assombrosamente cruel e, todavia, também inepto. Cada vez mais pessoas desconfiam de May por sua atitude evasiva e sua arrogante negativa de comparecer aos debates. As brechas entre os conservadores e o trabalhismo nas pesquisas de opinião está se estreitando. Os prognósticos de “vitória aplastante” não são os mais improváveis na história das eleições. Porém, agora os conservadores estão em retirada. Percebe-se no ambiente que poderia se converter numa derrota, caso se aplique suficiente pressão.”

    LINK (em espanhol): http://www.sinpermiso.info/ textos/el-chirriante-cambio- de-rumbo-de-los-conservadores- abre-el-camino-para-el- resurgimiento-de-corbyn

    Outras Palavras (28/05) – “Assange: o Ocidente revela sua face Sibéria”, artigo de John Pilger

    “Por quase sete anos, esse erro épico nos procedimentos e processos da justiça foi ocultado por campanha de virulência jamais vista contra o fundador de WikiLeaks. Poucas vezes se viu fúria semelhante contra um acusado. Os ataques foram pessoais, mesquinhos, perversos, desumanos, dirigidos contra alguém que não fora acusado por crime algum, mas submetido a tratamento mais furioso do que seria dado a acusado de matar a própria mulher. A evidência de que a ameaça dos EUA a Assange era ameaça a todos os jornalistas ficou perdida, soterrada em montanhas de ambições e sordidez. Pode-se falar aí de antijornalismo.”

    LINK (em português): http://outraspalavras.net/ destaques/assange-o-ocidente- revela-sua-face-siberia/

    IHU- Unisinos (01/06) – “Desigualdade na América Latina é um obstáculo para o desenvolvimento sustentável, diz a Cepal”

    “A alta desigualdade registrada na América Latina constitui um obstáculo para o desenvolvimento sustentável na região, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe – Cepal. Essa é uma das conclusões que constam no relatório Panorama Social da América Latina 2016, divulgado pelo órgão no dia 30-05. O estudo aponta que a desigualdade caiu na região entre 2008 e 2015, mas o ritmo dessa redução diminuiu a partir de 2012. Entre 2008 e 2012, a desigualdade foi reduzida em 1,2% a cada ano; entre 2012 e 2015, esse ritmo diminuiu pela metade, para 0,6% por ano.”

    LINK (em português): http://www.ihu.unisinos.br/ 568211-desigualdade-na- america-latina-e-um-obstaculo- para-o-desenvolvimento- sustentavel-diz-a-cepal

    Rebelión.org (30/05) – “Maria de Jesus Patricio eleita candidata índigena presidencial”

    “ “Nossa luta é pela vida. Esta passo que damos é difícil porém necessário. Temos que dá-lo se quisermos continuar existindo como povos. Também abrimos o convite a toda a sociedade civil organizada e não-organizada a somar-se a esta luta pela vida” disse a porta-voz eleita do Conselho Indígena de Governo do Congresso Indígena Nacional, María de Jesús Patricio Martínez.”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227231&titular= %93no-vamos-por-votos-nuestra- pelea-es-por-la-vida%94-

  • Lançamento: Cinco mil dias: o Brasil nos tempos do lulismo

    Lançamento: Cinco mil dias: o Brasil nos tempos do lulismo

    Cinquenta e dois autores – entre acadêmicos, lideranças políticas e ativistas sociais – de relevância nacional e de variadas matizes políticas no campo progressista realizam uma minuciosa avaliação, setor por setor, dos 13 anos de governos lulistas, que abrangem o período entre 2003 e 2016. São enfocados, entre outros, temas como economia em suas múltiplas variáveis, desenvolvimento, direitos sociais, judiciário, infraestrutura, energia, educação, saúde, cultura, segurança pública, meio-ambiente, direitos da mulher, população LGBT, povos indígenas, questão racial, esportes, combate à pobreza, comunicações, política externa, habitação e urbanismo e relações com movimentos sociais. A obra é uma coedição entre a Fundação Lauro Campos e a Boitempo Editorial.

    Para analisar os avanços e limites da mais longeva experiência de um partido político à frente do Governo Federal desde a redemocratização do país, os organizadores Gilberto Maringoni e Juliano Medeiros convocaram pensadores, ativistas, parlamentares, dirigentes políticos e lideranças de movimentos sociais. Contribuíram com o balanço nomes como André Singer, Armando Boito Jr., Aldo Fornazieri, Chico Alencar, Cid Benjamin, Edmilson Brito Rodrigues, Eduardo Fagnani, Eloísa Machado de Almeida, Erminia Maricato, Guilherme Boulos, Ivan Valente, Jean Wyllys, José Luiz Del Roio, Leda Maria Paulani, Ligia Bahia, Lúcio Gregori, Luis Felipe Miguel, Luiz Eduardo Soares, Nilcéa Freire, Pedro Paulo Zahluth Bastos, Reginaldo Nasser e Vladimir Safatle, entre outros.

    “Se não houver uma reflexão coletiva das tentativas, omissões, acertos, erros e opções tomadas nas condições concretas da única oportunidade em que uma força egressa da esquerda alcançou o comando político do país, perderemos a chance de extrair algo valioso da derrota recente: o que fazer – como indicava um livro famoso – e, especialmente, o que não fazer. Em outras palavras, se não avaliarmos rigorosamente essa experiência – para o bem e para o mal – estaremos fadados a refazer velhas escolhas e a não aprender com os fracassos”, dizem os organizadores no prefácio.

    Composto por 43 capítulos, o livro evita avaliações fáceis e passionais ao examinar os detalhes e as nuances do período lulista. No processo de elaboração da obra, a escolha de parâmetros e abordagens foi livre, e uma única pauta foi pedida aos autores: examinar a área de maior afinidade e especialização de cada um. “Tentamos ser abrangentes, sem a pretensão de chegarmos a uma convergência tácita ou a uma posição oficial desse ou daquele partido, organização ou escola de pensamento”, afirmam os organizadores.

    O livro apresenta o passado como objeto de análise num esforço para se pensar o futuro. Assim, a última parte da coletânea propõe uma reflexão sobre os dilemas da esquerda em meio a um contexto até aqui adverso. “Sem isso, de pouco serviria o esforço de promover um balanço crítico dos anos recentes. Esperamos ser esta uma contribuição significativa para a reorganização da esquerda e do campo progressista e para a urgente construção de um novo projeto de desenvolvimento, que aponte rumos para a transformação social.”

    O primeiro lançamento da obra será no III Salão do Livro Político, no dia 08 de junho, na PUC-SP.

    Trecho da orelha

    “A experiência do PT à frente do Executivo Federal tem a um só tempo a marca da mudança e da continuidade, chegando ao fim sem alterar as bases estruturais da dominação capitalista em nosso país. Refletir sobre essa experiência, num momento em que a esquerda busca reconstruir seu projeto, para responder aos desafios impostos pela agenda regressiva liderada pelas forças golpistas, é um imperativo histórico, uma tarefa impostergável.” – Luiza Erundina.

    (texto originalmente publicado no blog da editora Boitempo)

  • O que quer a Rede Globo?

    O que quer a Rede Globo?

    por Guilherme Boulos*

     

    A delação dos donos da JBS precipitou o declínio do governo Temer. Poucos na bolsa de apostas de Brasília acreditam na possibilidade de mantê-lo até 2018, apesar dos esforços desesperados de salvação. Temer perdeu as condições políticas para governar o País. Pesam contra ele não apenas denúncias, mas provas, vistas e escutadas amplamente.

    O peemedebista aposta na tática de arrastar a crise, ao rechaçar a opção de renúncia e criar um falso ambiente de normalidade. Não tem outra saída. Mesmo se decidir renunciar, não poderá fazê-lo sem a busca de um acordo que salve seu pescoço. Caso contrário, corre o risco de sair do Palácio do Planalto direto para a prisão, dado que perderia o foro especial.

    Convenhamos, não há surpresa no conteúdo da denúncia. Que o governo Temer depende do silêncio de Eduardo Cunha até mesmo a crédula Velhinha de Taubaté desconfiava. Que Cunha não daria o silêncio em troca de nada é quase uma obviedade. Portanto, embora gravíssimos, os fatos não geraram perplexidade nacional.

    O que surpreendeu  foi a postura da Rede Globo no episódio, partindo para o ataque decidido e rápido contra Temer, exigindo sua queda. Essa guinada criou uma divisão na mídia e no campo que apoiou o golpe. Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo não seguiram a toada dos Marinho e relativizaram o teor das denúncias.

    É preciso compreender o que está em jogo na decisão política da Globo neste momento e em sua aliança com setores do Ministério Público. Existem hipóteses.

    Há quem sugira que a Globo e os setores político-econômicos que ela vocaliza tenham chegado a uma avaliação de que Temer não conseguiria entregar as reformas. Improvável, pois o governo caminhava para aprovar a reforma trabalhista no Senado e, possivelmente, a da Previdência na Câmara, após algumas concessões e um jogo pesado de compra de apoio.

    Outra possibilidade na mesa é o fator Lula. Sua força eleitoral cresceu muito nos últimos meses, em paralelo à perda de apoio social de Temer. O interrogatório de Curitiba, que visava constrangê-lo, teve efeito inverso. Lula saiu fortalecido de lá, ampliando a visão geral de falta de provas para condená-lo. Sergio Moro e a Globo, nesse sentido, ficaram num impasse. Agora, com o nível de repercussão das acusações contra Temer e, em especial, contra Aécio Neves, cria-se um clima mais favorável à condenação e, quiçá, à prisão de Lula. É evidente que enfraquecem a percepção de seletividade e perseguição política contra ele. E, como confessou um delegado da Lava Jato, o que vale é o timing.

    Esse fator, embora relevante, não explica por si só que a aliança Globo/Ministério Público derrube o governo Temer e coloque em risco a aprovação das reformas. Creio ser possível supor uma aposta mais estratégica, pensando na hegemonia política de longo prazo.

    O sistema político da Nova República está em ruínas. Crivado por denúncias, desmoralizado, esse modelo perdeu a capacidade de levar à coesão a sociedade brasileira. Perdeu hegemonia, embora ainda represente o poder de fato. Cabe uma analogia com a crise da ditadura sob o comando do general João Figueiredo. A ditadura ainda tinha o comando, mas havia perdido completamente a capacidade de criar maioria social. Em situações como essa, sempre há o risco de soluções por baixo, expressas na revolta popular contra um regime sem representatividade. A casa-grande tem verdadeiro pavor de alternativas como esta e, historicamente, antecipou-se para construir acordos de transição seguros e conservadores.

    Foi assim no fim da ditadura, pode ser assim agora. Não é de hoje que a Globo aposta na narrativa do Judiciário como salvador nacional. Criaram heróis do combate à corrupção, que podem representar a opção a um sistema que perdeu a credibilidade. Uma forma de “limpar” o Estado brasileiro, manter a agenda dominante e recobrar a hegemonia social pode ser com protagonismo do Judiciário. Não por acaso constrói-se a figura de Cármen Lúcia como possível saída em caso de eleições indiretas. Seria uma nova Operação Golbery, com juízes e procuradores à frente.

    Embora somente uma hipótese, é preciso muita atenção em relação aos interesses dessa coalizão. Se a crise da Nova República for canalizada nessa direção, isso pode significar o fechamento democrático, com institucionalização de medidas de exceção aplicadas. Não se deve descartar inclusive que se apropriem da bandeira de uma nova Constituinte.

    De todo modo, a desconfiança ante os interesses dessa coalizão não pode legitimar o envolvimento de setores da esquerda em arranjos de salvação. Nem para a manutenção de Temer, tampouco por eleições indiretas. Quaisquer que sejam os nomes, devem ser prontamente rechaçados pela ilegitimidade do processo.

    A única saída possível é engrossar o caldo pela saída de Temer e por eleições diretas, construindo uma frente ampla e fortalecendo as mobilizações populares. A rua é o melhor desinfetante contra soluções antidemocráticas.

     

    Guilherme Boulos é da coordenação nacional do MTST

    (artigo originalmente publicado na Carta Maior – 29/05/2017)

  • Observatório Internacional, de 20 a 27 de maio de 2017

    Observatório Internacional, de 20 a 27 de maio de 2017

    A primeira viagem de Donald Trump, o crescimento dos trabalhistas nas eleições britânicas, a nova vitória dos moderados no Irã, a greve geral na Palestina e a crise política na Venezuela são os destaques desta nova edição do Clipping Internacional da Fundação Lauro Campos.

    ESTADOS UNIDOS

    PRIMEIRA VIAGEM DE DONALD TRUMP

    Em meio à abertura de investigações de sua ligação com o Kremlin, Donald Trump realizou nesta semana sua primeira viagem internacional desde que chegou à Casa Branca, em janeiro. O alto escalão de Washington percorreu Arábia Saudita, Israel e Vaticano (países-sede das três principais religiões monoteístas), assim como às cúpulas da Otan, em Bruxelas, e do G7, na Sicília (Itália).

    Além de fechar contratos bilionários e a venda de armas com Riad, Trump teve como foco preferencial atacar discursivamente o Irã, por suposto financiamento de milícias terroristas, e reativar a parceria com Neatanyahu, desgastada após a imprensa noticiar que Trump compartilhou informações sobre o Oriente Médio com a Rússia, sem consultar Israel. Já na Europa, EUA e UE concordaram em aumentar a ação conjunta contra o terrorismo, mas divergiram nas questões relativas às barreiras comerciais, às medidas contra o aquecimento global e à postura frente a Putin. No concernente ao Brexit, Trump contrariou seu discurso de campanha e declarou-se preocupado com a perda de empregos nos EUA que irá gerar o rompimento britânico com a Europa.

    Abaixo, selecionamos três matérias que retratam as movimentações diplomáticas de Trump ao longo da semana.

    NY Times (em inglês) – “Na Arábia Saudita, Trump se aproxima das nações sunitas, à custa do Irã”

    “Ao usar o título de sua primeira viagem ao exterior como presidente para declarar seu compromisso com as nações árabes sunitas, Trump sinalizou o retorno a uma política americana baseada em alianças com autócratas árabes, independentemente de seus registros de direitos humanos ou políticas que, por vezes, se sobrepõem aos interesses americanos. Ao mesmo tempo, ele rejeitou o caminho seguido por seu antecessor, Barack Obama. Obama engajou-se com o Irã para chegar a um acordo nuclear inovador, que o governo de Trump reconheceu que o Irã está seguindo.”

    LINK: https://www.nytimes.com/2017/05/21/world/middleeast/saudi-arabia-iran-donald-trump.html

    Washington Post (em inglês) – “Em Israel, Trump busca nova harmonia com Oriente Médio, mas enfrenta velhas suspeitas”

    “Netanyahu não fez nenhuma menção aos palestinos em suas observações na noite de segunda-feira com Trump. Ele começou por saudar o presidente a “capital eterna do povo judeu, a capital unificada do Estado judeu.” Ambas as descrições são rejeitadas pelo mundo árabe, incluindo os sauditas, que apoiam exigências palestinas para uma capital palestina na cidade e uma solução de dois Estados que removeria os colonos israelenses da maior parte do território da Cisjordânia que ocupam. Embora um acordo de paz palestino é um precursor óbvio para uma cooperação mais estreita entre árabes e israelenses, Trump não indicou posições firmes sobre as exigências árabes de um Estado palestino e de uma capital palestina em Jerusalém, embora ele tenha gentilmente pediu a Israel para abrandar a construção de assentamentos em a Cisjordânia.”

    LINK: https://www.washingtonpost.com/world/national-security/trump-lands-in-israel-prepares-to-confront-thorny-mideast-peace-politics/2017/05/22/4de379a2-3ecc-11e7-adba-394ee67a7582_story.html?utm_term=.b88ef76c17dc

    El País (em português) – “Em viagem à Europa, Trump diz que Brexit pode provocar perdas de emprego nos EUA”

    “O presidente dos EUA se reuniu nesta quinta-feira com os chefes das principais instituições europeias. A incerteza não se dissipou. O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, explicou que discutiram sobre “política externa, segurança, mudança climática e relações comerciais”. Tusk lançou uma mensagem contundente: “Não tenho certeza de que vamos poder dizer que compartilhamos uma posição 100% comum sobre comércio, mudança climática e Rússia, exceto no relativo à Ucrânia”. Trump, além disso, lançou uma séria advertência sobre o Brexit: está preocupado com a perda de empregos nos EUA que pode ser provocada pela saída do Reino Unido da UE, de acordo com fontes diplomáticas europeias. Ficou para trás a visão de que “o Brexit será maravilhoso”, uma frase pronunciada em janeiro, depois de uma reunião entre Trump e a primeira-ministra britânica, Theresa May, e que significou um retrocesso na Europa.”

    LINK: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/25/internacional/1495707609_962021.html

     

    ORÇAMENTO DE TRUMP PARA 2018

    Enquanto o FBI e a procuradoria-geral investigam as relações da campanha de Trump com o governo russo e quase a metade da população apoia o impeachment do presidente por obstrução à Justiça, a Casa Branca apresentou sua proposta orçamentária, com cortes drásticos nos programas sociais e aumento das despesas militares. O projeto agradou Wall Street, que viu com bons olhos a redução de impostos para os mais ricos e para as megaempresas, além da completa destruição do que restou do Estado de bem-estar social na última década.

    El País (em português) – “Orçamento de Trump faz corte drástico em programas sociais”

    “Nunca se viu com tanta clareza a verdadeira face de Donald Trump. Sob a promessa de restaurar o sonho americano, seu Governo apresenta, nesta terça-feira, seu grande projeto de orçamento. Um plano de 4,09 trilhões de dólares (13,35 trilhões de reais) para 2018, que só permite o aumento das parcelas destinadas à defesa e à segurança nacional (incluindo o muro na fronteira com o México), mas que propõe cortes de tal magnitude — 3,6 trilhões de dólares (11,75 trilhões de reais) em uma década — que deixarão à beira de uma asfixia os programas sociais e de saúde para a população mais pobre.”

    LINK: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/23/internacional/1495509159_168430.html

    NY Times (em inglês) – “Isso é tudo sobre o desprezo de Trump” – Artigo do economista Paul Krugman

    “Para os jornalistas que cobrem a política interna, a semana passada apresenta algumas escolhas difíceis. Devemos nos concentrar na fraude do orçamento Trump – não só invocar US $ 2 trilhões em poupança falso, ele conta-los duas vezes – ou em sua crueldade? Ou deveríamos falar em vez disso sobre a avaliação do Escritório de Orçamento do Congresso de Trumpcare, que seria devastador para os americanos mais velhos, mais pobres e mais doentes? Há, no entanto, um tema unificador para todos esses desenvolvimentos. E esse tema é o desprezo – o desprezo de Donald Trump pelos eleitores que o colocaram no cargo. Você pode se lembrar da observação de Trump durante a campanha de que “eu poderia ficar no meio da Quinta Avenida e atirar em alguém e eu não perderia nenhum eleitor”. Bem, ele não fez isso, pelo menos até agora. Ele, no entanto, está apostando que ele pode quebrar todas as promessas que fez aos eleitores da classe trabalhadora que o colocaram no topo, e ainda manter seu apoio. Ele pode ganhar essa aposta?”

    LINK: https://www.nytimes.com/2017/05/26/opinion/trumpcare-cbo-federal-budget.html

     

    ELEIÇÕES NO MUNDO

    The Guardian (em inglês) – “Hassan Rohani vence com ampla margem e reformistas moderados obtêm grande triunfo”

    “O presidente iraniano, Hassan Rouhani, ganhou um amplo apoio aos esforços para acabar com o isolamento internacional do Irã e trazer maiores liberdades em casa, com uma inesperada vitória em uma disputa de reeleição. Seu poderoso mandato protege o acordo nuclear, que tem sido a sua conquista histórica até à data, e seu cortejo de investimento estrangeiro. Também poderia ter implicações de longo prazo para o futuro do Irã, dando aos reformistas uma maior influência sobre a iminente batalha para escolher um novo líder supremo.”

    LINK: https://www.theguardian.com/world/2017/may/20/iran-hassan-rouhani-set-for-landslide-in-huge-victory-for-reformists

    The Guardian (em inglês): “Crescimento dos Trabalhistas nas pesquisas sugere que ataque em Manchester não impulsionou os conservadores”

    “O estreitamento da liderança conservadora sobre o Partido Trabalhista a cinco pontos na primeira pesquisa de opinião desde o atentado suicida de Manchester na segunda-feira derrubou a suposição política generalizada de que o ataque melhoraria a posição dos Tories. A pesquisa Times / YouGov, que colocou os conservadores em 43% e os trabalhistas em 38%, foi baseado em entrevistas conduzidas na quarta-feira e quinta-feira, e incluiu o período em que Theresa May declarou um nível de ameaça crítica e anunciou o desdobramento de quase 1.000 soldados para a ruas da Grã-Bretanha. Mas a redução na liderança de Tory reflete outras duas pesquisas conduzidas no início desta semana, as quais mostraram que o plano de manifesto do “dementia tax” dos conservadores cortou e atingiu as classificações do partido. Ao mesmo tempo, a promessa do Partido Trabalhista de eliminar as taxas de educação provou ser a política mais popular desde o lançamento do manifesto.”

    LINK: https://www.theguardian.com/politics/2017/may/26/conservative-opinion-poll-lead-labour-times-yougov-manchester-attack

    FRANÇA: Macron perto de conseguir maioria parlamentar

    “Segundo as projeções do Instituto OpinionWay, o partido República em Marcha, criado pelo novo presidente francês, Emmanuel Macron, deverá conseguir entre 310 e 330 cadeiras dos 535 lugares da Assembleia francesa nas eleições legislativas de 2017. Em segundo lugar, a sondagem projeta entre 140 e 160 cadeiras para parlamentares da direita tradicional do partido Os Republicanos. A esquerda radical do França Insubmissa e a esquerda clássica, do Partido Socialista, conquistariam cada um entre 25 e 30 lugares. O partido de extrema-direita Frente Nacional deverá obter, segundo as últimas estimativas, entre 10 e 15 cadeiras na Assembleia.”

    RFI (em português): http://br.rfi.fr/franca/20170526-macron-conquistara-maioria-nas-eleicoes-legislativas-da-franca-diz-pesquisa

     

    MÉXICO: Eleições regionais no México

    Mexicanos de quatro Estados irão às urnas no dia 4 de junho, em disputa cujos resultados influirão na corrida presidencial de 2018. Uma vitória de Delfina Gómez (MORENA) para governadora do Estado do México poderia ser o impulso definitivo para a candidatura de López Obrador à presidência do México.

    Carta Capital (em português): http://redelatinamerica.cartacapital.com.br/mexico-vive-eleicoes-regionais-com-clima-de-presidenciais/

    ECONOMIA

    GRÉCIA: IMPASSE ENTRE OS “CREDORES” E PAÍS SEM DINHEIRO

    Depois do Parlamento grego aprovar novas medidas de austeridade na semana passada, além de alta de impostos a ser a aplicada entre 2019 e 2021, o FMI e a Alemanha não chegaram num acordo sobre um alívio na dívida grega. Merkel não se compromete em suavizar a dívida de Atenas, ao passo que o FMI admite que o patamar de endividamento grego (170% do PIB) é insustentável para liberar os 7 bilhões de ajuda acordados com o governo de Alexis Tsipras. A contração da economia grega no primeiro trimestre deste ano foi de 0,5%, o que só fez aumentar a impopularidade da coalizão liderada pelo Syriza, incapaz de colocar fim a degradação social imposta pela banca internacional.

    EL PAÍS (em espanhol): “A crise econômica prejudica seriamente a saúde (dos gregos)”

    “Se a pobreza fosse uma enfermidade, na Grécia já falaríamos de epidemia. 21,4% dos gregos vivem abaixo do limiar da pobreza, com menos de 4 512 euros de renda anual. Com os parâmetros salariais de 2010, esta praga afetaria quase metade da população: 40% sobreviveria em condições miseráveis. As enormes barreiras para a prevenir enfermidades, a deterioração da qualidade de vida e os duros cortes em saúde – o gasto chegou a reduzir em um terço do que era em 2009 – converteram esta escassez de recursos numa ameaça para a saúde.”

    LINK: http://elpais.com/elpais/2017/05/19/planeta_futuro/1495208759_452276.html

    CHINA: Xi Jinping desafia Trump com “Nova Rota da Seda”

    Pequim apresentou no começo da semana seu plano de resposta às ameaças protecionistas de Trump: uma rota ligando a Europa, a Ásia e a África (a nova Rota da Seda). Seria o maior programa de infraestrutura da História, injetando cerca de 110 bilhões de euros (404 bilhões de reais), com investimentos públicos e privados que podem chegar aos 26 bilhões de dólares (85 bilhões de reais) para selar a união comercial entre os três continentes com a construção de portos, ferrovias, estradas e plataformas logísticas em 65 países (um terço do PIB global).

    El País (em português): http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/19/opinion/1495218879_088236.html

    AMÉRICA LATINA: OIT prevê 1 milhão de novos desempregados na América Latina em 2017

    A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmou que cerca de um milhão de pessoas ficarão sem emprego durante 2017 na América Latina e no Caribe, o que pode elevar para mais de 26 milhões o número de desempregados na região. De 2015 para 2016, a taxa de desemprego da América Latina e do Caribe registrou a maior alta em duas décadas, ao sair de 7,3% para 8,9%. Um salto que pode ser atribuído ao Brasil, de acordo com o relatório da OIT. A maioria dos países da região, contudo, mostra sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho após anos de melhora contínua.

    Valor Econômico (em português): http://www.valor.com.br/brasil/4980818/oit-puxado-por-brasil-desemprego-na-al-sera-o-maior-em-uma-década

    CONFLITOS MILITARES

    MAR DO SUL: Navio dos EUA desafia autoridade chinesa na região

    “Um navio de guerra da Marinha norte-americana ficou a 12 milhas náuticas de distância de uma ilha artificial construída pela China no Mar do Sul da China, disseram autoridades dos EUA na quarta-feira, o primeiro desafio a Pequim na rota estratégica desde que Donald Trump tomou posse como presidente dos EUA. A patrulha dos EUA, a primeira do tipo desde outubro, simbolizou a tentativa mais recente de se contrapor ao que Washington vê como um empenho dos chineses em limitar a liberdade de navegação em águas estratégicas, e ocorre no momento em que Trump está buscando a cooperação da China para conter os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, aliada dos chineses.”

    Reuters (em português): https://br.noticias.yahoo.com/em-ato-in%C3%A9dito-sob-trump-navio-dos-eua-124039672.html

    IRAQUE: EUA admitem ter matado 105 civis no Iraque

    O Pentágono admitiu que as Forças Armadas americanas vitimaram 105 civis no Iraque em ataque contra prédio em Mossul, em março passado.

    LINK: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2017/05/25/ataque-americano-matou-ao-menos-105-no-iraque-em-marco-diz-investigacao-eua-culpam-ei.htm

    DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    VENEZUELA: CONSELHO NACIONAL ELEITORAL APROVA REGRAS DE MADURO PARA CONSTITUINTE

    Frente à crise política, às manifestações cotidianas da oposição pela antecipação das eleições gerais e um saldo de 60 manifestantes mortos, Nicolás Maduro assinou decreto, em 1º de maio, determinando a realização de uma Assembleia Constituinte para mudar a Constituição em vigor desde 1999. A oposição, setores do chavismo e a Igreja Católica venezuelana rejeitaram a proposta. Opositores acusaram o governo de modificar a Carta Magna para “se perpetuar no cargo” e “cancelar toda possibilidade de convocar eleições”. E setores do chavismo entendem que a Constituição atual deve ser respeitada por ser o guia deixado pelo ex-presidente Hugo Chávez aos venezuelanos.

    Para nos aproximarmos da situação venezuelana destacamos dois pontos de vistas diferentes da esquerda sobre o país.

    Chavismo pró-Maduro

    “Venezuela sumida em meio à guerra civil” – Artigo de Atílio Borón, sociólogo argentino (em espanhol)

    “Na Venezuela está se aplicando, com metódica frieza e sob o permanente monitoramento de Washington, o modelo líbio de “mudança do regime”, e seria fatal não tomar consciência de suas intenções e consequências. O governo bolivarian oferceu em inumeráveis ocasiões a rama de oliva para pacificar o país. Não só sua oferta foi recusada como a direita escalonou suas atividades terroristas. Ante isso, a única atitude sensata e racional que resta ao governo do presidente Nicolás Maduro é proceder a enérgica defesa da ordem institucional vigente e mobilizar sem dilações o conjunto de suas forças armadas para aplastar a contrarrevolução e restaurar a normalidade da vida social. Venezuela é objeto não só de uma guerra econômica, uma brutal ofensiva diplomática e midiática mas também, agora, de uma guerra não-convencional que já cobrou mais de meia centena de mortos e produzidos danos materiais. O tempo das palavras já se esgotou e seus resultados estão à vista.”

    Rebelión (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=227040&titular=venezuela-sumida-en-la-guerra-civil-

    Chavismo crítico

    “Repressão e violência. O que está passando?” – Comunicado de Marea Socialista de Caracas

    “Defendemos o direito de protesto como parte da luta histórica dos oprimidos e explorados do mundo. Para além de não compartilharmos e rechaçarmos as ações políticas da MUD e dos grupos extremistas que comparecem nos seus atos, reconhecemos que a maioria dos manifestantes protestam de maneira pacífica. Dentro do mar de contradições e dificuldades que nos apresentam os conflitos destas últimas semanas, nossa posição como organização de esquerda nos leva a defender sem titubeios o direito das pessoas protestarem pacificamente, que é a maioria do povo venezuelano, e que por falta de alternativas, enfastiados com a realidade atual, decidiram se mobilizar nessas convocatórias, até agora capitalizadas pela MUD.”

    Rebelión (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=226978&titular=comunicado-de-marea-socialista-caracas-

    JULIAN ASSANGE: ENTREVISTA PARA DER SPIEGEL

    Dias depois de ser absolvido da acusação de estupro do qual era réu na Suécia e da soltura da soldada Chelsea Manning (principal informante do grupo dentro do Exército estadunidense), o fundador do Wikileaks concedeu uma entrevista ao jornal alemão Der Spiegel em que reafirma compromisso da organização em continuar informando a sociedade mundial.

    UOL (em português): https://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2017/05/23/entrevista-nao-publicamos-material-para-receber-curtidas-diz-assange.htm

    PARA ONDE VAI A CHINA: ENTREVISTA COM PIERRE ROUSSET

    “No mar da China Meridional, a capacidade de iniciativa chinesa cruzou o limite qualitativo. Desde o ponto de vista econômico e diplomático se produziu um aumento da influência chinesa num número importante de países: Birmânia, Malásia, Filipinas depois da ruptura parcial desta ex-colônia estadunidense com sua obediência aos EUA. O capitalismo autoritário chinês representa um modelo sedutor aos olhos de muitas burguesias e aparatos militares da região, incluindo a Tailândia.”

    Viento Sur: http://vientosur.info/spip.php?article12624#sthash.ZYYRp4p0.dpuf

    MILÃO: 100 MIL MARCHARAM CONTRA OS MUROS E PELO ACOLHIMENTO

    “A manifestação de sábado (20/05) foi convocada pelo presidente da Câmara de Milão e tornou-se a maior das últimas décadas em Itália a favor do acolhimento de migrantes. “Um vento de intolerância está a derrotar-nos. Precisamos de fortalecer o sistema de acolhimento de migrantes baseado no envolvimento de todas as comunidades e instituições”, dizia a convocatória da manifestação que juntou cerca de 100 mil pessoas na região de Itália que acolhe mais migrantes.”

    ESQUERDA.NET (em português): http://www.esquerda.net/artigo/100-mil-marcharam-em-milao-contra-os-muros-e-pelo-acolhimento/48792

    PALESTINA: GREVE GERAL CONTRA VISITA DE TRUMP E APOIO AOS PRESOS POLÍTICOS

    “Os territórios palestinos da Cisjordânia e Jerusalém Ocidental amanheceram hoje com tendas, instituições, escolas e delegacias fechadas em apoio aos presos nas cárceres israelense em greve de fome e coincidindo com a chegada à região do presidente dos EUA, Donald Trump.”

    Palestina Libre (em espanhol): http://www.palestinalibre.org/articulo.php?a=64532

    CHILE: A ALTERNATIVA DA FRENTE AMPLA

    “Num país que ainda sofre a herança de Pinochet, e onde a velha esquerda descaracterizou-se, um partido-movimento cresce, propõe reformar a política e pode ser alternativa nas eleições presidenciais de novembro. Por Gabriel Boric, em entrevista a Joana Salém Vasconcelos, de Santiago do Chile.”

    Outras Palavras (em português): http://outraspalavras.net/mundo/america-latina/chile-a-alternativa-da-frente-ampla/