Categoria: Artigos

  • O CAPITAL OPÕE-SE À VIDA!

    O CAPITAL OPÕE-SE À VIDA!

    O sistema capitalista baseia-se na acumulação incessante de riquezas, na fome infinita de lucro, na transformação de tudo em mercadoria. Ele é incompatível com a realidade de um planeta com recursos naturais finitos. Hoje, o sistema produtivo comandado pelo capital ameaça diretamente os sistemas de suporte à vida no planeta, o que inclui a vida humana.

    A contradição irresolvível entre capital e natureza vai da terra (3/4 da superfície dos continentes sofre intervenção humana direta) à água (utiliza-se mais água doce do que o Sistema Terra repõe); da desintegração da biodiversidade (com extinção de espécies 1000 vezes mais acelerada do que a taxa natural) à interferência nos ciclos biogeoquímicos, acidificação dos oceanos, mudança climática e destruição da camada de ozônio.

    Neste contexto de grave crise ecológica global, o Setorial Paulo Piramba apresenta sua contribuição para o V Congresso do PSOL, na perspectiva de o Partido como um todo avançar como organização ecossocialista.
    ENERGIA: PARA QUÊ, PARA QUEM? QUE SE MUDE O SISTEMA, NÃO O CLIMA!

    Em 2015, pela primeira vez em pelo menos 3 milhões de anos, a concentração atmosférica de CO2 ultrapassou 400 partes por milhão, 43% acima daquela no período pré-industrial. A acumulação desse e de outros gases está levando a um aquecimento do clima perigosamente acelerado. E é sobre os pobres, as mulheres, as crianças e os idosos, principalmente os negros, as populações periféricas, os países-ilha e o continente africano, enfim sobre os mais vulnerabilizados pelo próprio capitalismo, que incide primeiro e mais intensamente a maior parte dos seus impactos, como os crescentes desastres ambientais.

    Para resolver a crise climática, 80-90% do estoque de carbono na forma de petróleo, carvão e gás natural deve ser tratado como “inqueimável”, na contramão da exploração do petróleo do pré-sal brasileiro e de outras operações extrativas ecocidas. É necessário reverter as privatizações de reservas, como os leilões do petróleo no Brasil, combatendo o cinismo de atrelar o financiamento da educação e outros serviços públicos à exploração de petróleo.

    No Brasil, Belo Monte e as barragens no Tapajós atendem aos interesses das grandes empreiteiras, das corporações de energia e das indústrias que demandam uso intensivo de energia. E é possível, além de evitá-las, abandonar as fontes fósseis e nucleares, apostando na descentralização, através de fontes renováveis (solar, eólica etc.); na repotenciação de hidrelétricas já existentes e na redução das perdas na transmissão.

    Como base para uma matriz energética socioambientalmente justa, apostamos especialmente na energia solar residencial, como fonte de geração capaz de zerar as emissões de CO2 e o gasto de água na geração de energia, baratear a conta de luz e gerar empregos.
    QUEDÊ ÁGUA? HORA DE ENFRENTAR O AGROTÓXICO NEGÓCIO!

    Encontramo-nos diante de uma crise hídrica sem precedentes, no Nordeste e Sudeste do Brasil e em diversas regiões do globo. Secas tendem a se agravar com a mudança climática antrópica, espalhando sede, miséria e barbárie.

    A privatização e a mercantilização da água são criminosas, mas a crise hídrica é algo ainda maior e sistêmico. Em 60 anos, a população humana cresceu 2,8 vezes, enquanto o uso de água doce, mais de 6 vezes. A agricultura demanda – especialmente em grandes propriedades – de 60% a 70% da água doce; e a indústria pesada, mineração e geração de energia, outros 20%, deixando o consumo humano com a menor fatia.

    No Brasil, em 4 anos, a demanda por água cresceu 17%, muito acima do crescimento populacional, de 3,8%. 88% do aumento da demanda cai na conta do agronegócio, que, além de ser hidrointensivo, produz impactos socioambientais profundos. Agrotóxicos são utilizados em larga escala (5 litros por habitante por ano), envenenando populações rurais e consumidores dos alimentos, contaminando solo, rios, fauna e flora silvestres. São também responsáveis por emissão de óxido nitroso, terceiro gás de efeito estufa antrópico em importância. No entanto, enquanto áreas como a Reforma Agrária e a Educação sofrem cortes orçamentários brutais, a política de “austeridade à brasileira” ampliou os recursos destinados ao agronegócio em quase 20% de um ano para o outro.

    O ritmo de desmatamento aumentou com o novo Código Florestal, que anistiou desmatadores e reduziu a proteção de rios, encostas e nascentes. Além de contribuir com o aquecimento global (com as emissões de CO2 pelo desmatamento e de metano pelo rebanho bovino), a contaminação com produtos químicos e a compactação dos solos pelo gado amplificam a degradação, fazendo com que o agronegócio deixe, por onde passa, um cenário de terra arrasada. Acrescente-se o inaceitável avanço da transgenia, que deixa o controle do que se planta e do que se come, via monopólio do DNA, nas mãos de empresas inescrupulosas do naipe da Monsanto, Bayer e Syngenta.

    A solução da crise hídrica passa por um combate sem tréguas às injustiças ambientais; pela transparência na alocação, uso e transposição da água; pela defesa da sua qualidade; pelo respeito à soberania popular na definição da política hídrica.
    EM DEFESA DOS POVOS ORIGINÁRIOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS!

    O Brasil é um país multicultural, plurinacional, entretanto, historicamente seus povos originários foram subjugados à violência colonizadora e à perda de seus territórios. A expansão de projetos de sustentação ao atual modelo econômico vem significando uma ofensiva sobre a manutenção dos territórios de comunidades ainda não completamente integradas ao modelo capitalista, como povos e comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas e pequenos proprietários de terra, com aumento de conflitos e violência no campo.

    Ganharam espaço, nos últimos anos, setores empresariais ligados à mineração, à pecuária e ao agronegócio. Sua representação no Congresso Nacional já intenta a aprovação da PEC 215 e outras propostas, após a derrota que impuseram à sociedade com o novo Código Florestal, o fim da identificação dos transgênicos e a legalização da biopirataria.

    A defesa dos direitos dos povos originários e comunidades tradicionais passa pelo contraponto ao capitalismo. Seus modos de vida são, ao contrário dos que os caracterizam como “povos atrasados”, bem mais harmonizados com o ambiente, por meio de suas tecnologias sociais. E um modo de vida que não seja medido nem pelo PIB nem pelo acesso a bens de consumo descartáveis e fúteis, pode e deve servir de inspiração para a nova sociedade que pretendemos, com os valores do “Bem Viver”.

    POR CIDADES ECOSSOCIALISTAS!

    Com a maior parte da população mundial habitando grandes cidades, é preciso reconhecer que a crise de civilização é efetivamente uma crise de urbanização. As cidades “funcionam” numa lógica predatória. Desiguais, poluídas e violentas, refletem a própria ordem sufocante e tirânica do capital.

    À lógica de uma cidade consumidora versus um campo produtor, apontamos o fim do parasitismo que o capital molda no meio urbano com: fontes ambientalmente limpas e socialmente justas de geração de energia; transporte público de massas, digno e não-poluente/não-emissor, com passe livre, priorizando meios metroviário/ferroviário (e aquaviário quando possível); planos diretores voltados para a maioria e não para a especulação imobiliária; integração aos biomas que as circundam e produção de parte importante dos alimentos que elas demandam; tratamento adequado dos resíduos sólidos e líquidos; que sejam cidades ecossocialistas, rumo à resolução da contradição com o campo.

    RUMO A UM BRASIL ECOSSOCIALISTA!

    O futuro escrito pelo capital é árido, cinza e com cheiro de morte. Mas o sopro benfazejo das lutas, da favela à aldeia, da escola ao quilombo, há de reescrevê-lo, em verso, em aroma e em cores. E cheio de mato, de mar e de amor, o futuro reescrito será social e ambientalmente justo, infinitamente natural e humano.
    Assinam esta contribuição:

    1. Abdon da Costa Souza – São Paulo/SP
    2. Abel de Brum Pacheco – Francisco Beltrão/PR
    3. Adauto Miguel – Rio das Ostras/RJ
    4. Adelino Bessa – Marituba/PA
    5. Adhara Aline Bezerra Batalha – Rio das Ostras/RJ
    6. Ádia Machado – Niterói/RJ
    7. Adinei Machado – Niterói/RJ
    8. Adriana Bitencourt da Silva – Volta Redonda/RJ
    9. Adriana Calaça de Paiva França – Crateús/CE
    10. Adriano Dall Pizol Diaz – Santo Antônio do Sudoeste/PR
    11. Adriano José dos Santos – Rio de Janeiro/RJ
    12. Afonso Menezes – Rio de Janeiro/RJ
    13. Afrânio Boppré – Florianópolis/ SC
    14. Afrânio Castelo – Fortaleza/CE
    15. Agatha Cristie Silva – Aracaju/SE
    16. Agnaldo Charoy – Novo Hamburgo/RS
    17. Aguinaldo Ferreira – Belém/PA
    18. Ailton Lopes – Fortaleza/CE
    19. Airton Moreira Jr. – Rio Claro/SP
    20. Akauan Machado da Costa – Niterói/RJ
    21. Alandione Lupatini – Ampere/PR
    22. Alberto Andrade – Ananindeua/PA
    23. Alcebiades Teixeira (BID) – Rio de Janeiro/RJ
    24. Alcione Lima – Niterói/RJ
    25. Alcir Luciany Lopes Martins – Santa Maria/RS
    26. Alessandra Abramo – Niterói/RJ
    27. Alessandra Lacerda – São Paulo/SP
    28. Alex Nardi de Carvalho Dantas – Rio de Janeiro/RJ
    29. Alexandre Araújo Costa – Fortaleza/CE
    30. Alexandre Baquero Lima – São Paulo/SP
    31. Alexandre Capelo – Osasco/SP
    32. Alexandre Goulart – Petrópolis/RJ
    33. Alexandre Machado Maia – Iranduba/AM
    34. Alexandre Plautz Lisboa – Curitiba/PR
    35. Alexandre Reif Júnior – Curitiba/PR
    36. Alexandre Ribeiro dos Santos – Maricá/RJ
    37. Alexandre Trennepohl – Florianópolis/SC
    38. Alice Moro Neocatto – Santa Maria/RS
    39. Aline Alves Joaquim – Indaiatuba/SP
    40. Aline Costa – Brasília/DF
    41. Aline Maria dos Santos – São Luiz/MA
    42. Aline Pandolfi – Vitória /ES
    43. Aline Saraiva – Fortaleza/CE
    44. Allan Mesentier – Rio de Janeiro/RJ
    45. Allan Sinclair – Niterói/RJ
    46. Almir Martins Dias – Niterói/RJ
    47. Álvaro Flores – Francisco Beltrão/PR
    48. Álvaro José Brandão – Cuiabá/MT
    49. Alvaro Neiva – Rio de Janeiro/RJ
    50. Alvino Lima – Volta Redonda/RJ
    51. Amanda Marcatti – São Paulo/SP
    52. Amanda Regina Pereira Neto – Niterói/RJ
    53. Amanda Weiss de Camargo – Curitiba/PR
    54. Amarildo Stabile Jr. – Campinas/SP
    55. Amilson Pinheiro – Ananindeua/PA
    56. Ana Alice dos Santos Porto – Rio das Ostras/RJ
    57. Ana Beatriz da Silva Barboza – Casimiro de Abreu/RJ
    58. Ana Beatriz Pinheiro e Silva – Rio de Janeiro/RJ
    59. Ana Carolina Souza da Silva – Rio de Janeiro/RJ
    60. Ana Caroline B. Lira – Brasília/DF
    61. Ana Clara Newlands – Rio de Janeiro/RJ
    62. Ana Claudia Chaves Mello – Niterói /RJ
    63. Ana Cristina Carvalhaes Machado – Rio de Janeiro/RJ
    64. Ana Flávia Carvalho – Rio das Ostras/RJ
    65. Ana Isabel de Azevedo Spinola Dias – Rio das Ostras/RJ
    66. Ana Jéssica Martins de Medeiros – Manaus/AM
    67. Ana Lucia dos Santos Silva – Lauro de Freitas/BA
    68. Ana Luiza Buriche – Niterói/RJ
    69. Ana Magni – Rio de Janeiro/RJ
    70. Ana Marta Couto Rosário – Parnamirim/RN
    71. Ana Moraes – Niterói/RJ
    72. Ana Rosa Caldeira – São Paulo/SP
    73. Ana Rosa Rodrigues de Souza – Santa Maria do Jetibá/ES
    74. Ana Vládia Holanda Cruz – Fortaleza/CE
    75. Ananda da Silveira Viana – Volta Redonda/RJ
    76. Anathyele Brandt Amaral – Niterói/RJ
    77. Anderson Pereira Mancuso – Santos/SP
    78. Anderson Peter Nascimento dos Santos – Rio de Janeiro/RJ
    79. André Borba – Niterói/RJ
    80. André Cristi – São Paulo/SP
    81. André de Oliveira Miguel – Rio das Ostras/RJ
    82. André Duarte – Novo Hamburgo/RS
    83. André Ferrari – São Paulo/SP
    84. André Luís Paes Ramos – Niterói/RJ
    85. André Luiz Alves – Campo Mourão/PR
    86. André Luiz Sales Melo – Niterói/RJ
    87. André Moreira – Vitória/ES
    88. André Pereira – Rio de Janeiro/RJ
    89. André Santos – Salvador/BA
    90. Andréa A. Queiroz Bicalho – Vila Velha/ES
    91. Andrea Bardawil Campos – Fortaleza/CE
    92. Andréa Cristina Cunha Solimões – Belém/PA
    93. Andreia Bianchi – São Paulo/SP
    94. Andrew Costa – Niterói/RJ
    95. Angela Picaluga – Rio de Janeiro/RJ
    96. Anísio de Souza Borba – Rio de Janeiro/RJ
    97. Anisio Guilherme da Fonseca (Anísio Guató) – Corumbá/MS
    98. Anita Prosperi Queiroz – Natal/RN
    99. Anna Carolina Jeronimo Martins – Rio de Janeiro/RJ
    100. Annelize Tozetto – Curitiba/PR
    101. Antônia Elizabete Leandro da Silva – Recife/PE
    102. Antônia Portela – Uruoca/CE
    103. Antônia Ticyana Marinho Martins – Santa Quitéria/CE
    104. Antônio Bastos – Rio de Janeiro/RJ
    105. Antônio Carlos Barros – Ananindeua/PA
    106. Antônio Carlos (Tonhão) – Campinas/SP
    107. Antônio Elias Miranda Gomes – Vitória/ES
    108. Antônio Enagio Farias de Oliveira – São Gonçalo/RJ
    109. Antônio Francisco Rodrigues de Freitas – Barra do Mendes/BA
    110. Antônio Henrique Campello – Rio de Janeiro/RJ
    111. Antônio José de Oliveira (Futuro) – Rio de Janeiro/RJ
    112. Antônio Laudenir Gomes do Nascimento – Acarape/CE
    113. Antônio Mendonça – Rio de Janeiro/RJ
    114. Antônio Mota Filho – São Paulo/SP
    115. Antônio Vinícius de Oliveira – Aracaju/SE
    116. Aparecida Cirlene Cabral – Jacundá/PA
    117. Aretha Kadichari Dantas Melo – Natal/RN
    118. Arilson Lopes Ferreira – Santa Quitéria/CE
    119. Aristóteles Lima Santana – Paulo Afonso/BA
    120. Arlindo M. Esteves Rodrigues – São Paulo/SP
    121. Arnaldo Fernandes – Fortaleza/CE
    122. Arthur Moreira – Vitória/ES
    123. Ary Gabriel Girota de Souza – Niterói/RJ
    124. Atila China – Magé/RJ
    125. Audrin Louise Brandl – Campo Largo/PR
    126. Augusto César Spadaccia Asciutti – Campinas/SP
    127. Augusto Leon Souza Lemos – Goiânia/GO
    128. Augusto Malaman – São Paulo/SP
    129. Augusto Tadeu de Araújo Alves – Rio de Janeiro/RJ
    130. Bárbara Bulhões – Rio de Janeiro/RJ
    131. Bárbara Nascimento – Aracaju/SE
    132. Baruc Carvalho Martins – Poço Verde/SE
    133. Beatriz Trindade – Rio de Janeiro/RJ
    134. Bennio Briolly – Niterói/RJ
    135. Berlano Andrade – Recife/PE
    136. Beto Bannwart – São Paulo/SP
    137. Bianca Cunha – Niterói/RJ
    138. Bianca Resende da Silva – Niterói /RJ
    139. Breno Lobo – Brasília/DF
    140. Breno Mariz Batista de Araújo – Caicó/RN
    141. Brice Bragato – Vitória/ES
    142. Bruna Ballarotti – São Paulo/SP
    143. Bruna Cavalcanti – Castanhal/PA
    144. Bruna Leão Rossi Raphaeli – São Paulo/SP
    145. Bruno Almeida – Rio de Janeiro/RJ
    146. Bruno Araújo – Niterói/RJ
    147. Bruno Azevedo Spinola Pinto – Rio das Ostras/RJ
    148. Bruno Chancharulo – Campinas/SP
    149. Bruno Deusdara – Rio de Janeiro/RJ
    150. Bruno dos Santos Azevedo – Niterói/RJ
    151. Bruno Francisco Cruz – Vitória/ES
    152. Bruno Freitas – Rio de Janeiro/RJ
    153. Bruno Marconi da Costa – Rio de Janeiro/RJ
    154. Bruno Marinoni – Rio de Janeiro/RJ
    155. Bruno Matos – São Paulo/SP
    156. Bruno Ribeiro – Fortaleza/CE
    157. Bryan Félix da Silva de Moraes – Campinas/SP
    158. Caio Almendra – Rio de Janeiro/RJ
    159. Caio Anderson Feitosa Carlos – Fortaleza/CE
    160. Caio Lopes Amorim – Rio de Janeiro/RJ
    161. Caio Rubinho Zinet – São Paulo/SP
    162. Camila Bandeira Moura – Horizonte/CE
    163. Camila Brito Moreira – Niterói/RJ
    164. Camila Valente – Rio de Janeiro/RJ
    165. Camila Viviane Lui – São Paulo/SP
    166. Carla Benitez Martins – Goiânia/GO
    167. Carlos Alberto Coutinho Neves de Almeida – Rio de Janeiro/RJ
    168. Carlos Alberto Ribeiro – Fortaleza/CE
    169. Carlos Augusto Alves da Silva – Natal/RN
    170. Carlos Augustos Santos – Manaus/AM
    171. Carlos Bittencourt – Niterói/RJ
    172. Carlos De Nicola – São Paulo/SP
    173. Carlos Eduardo Giglio – Volta Redonda/RJ
    174. Carlos Eduardo Tacto – Rio de Janeiro/RJ
    175. Carlos Ernesto Santa Fé – Rio de Janeiro/RJ
    176. Carlos Faleiro – Rio de Janeiro/RJ
    177. Carlos Pereira de Araujo (Carlão) – Vitória/ES
    178. Carlos Raphael de Souza Rolim – Natal/RN
    179. Carlos Schmidt – Porto Alegre/RS
    180. Carmem Saraiva – Serra/ES
    181. Carmen Susana Tornquist – Florianópolis/SC
    182. Carolina Barin – Santa Maria/RS
    183. Carolina de Oliveira Souto – Uberaba/MG
    184. Carolina Figueiredo Filho – Campinas/SP
    185. Carolina Galant da Paz – Niterói/RJ
    186. Carolina Souto – Brasília/DF
    187. Caroline de Araújo Lima – Porto Seguro/BA
    188. Caroline de Castro – Rio de Janeiro/RJ
    189. Caroline Thays Scopel – Rio de Janeiro/RJ
    190. Cauã Rodrigo Ramos da Cruz – Belém/PA
    191. Cecília Dasdores de Souza Silva – Salvador/BA
    192. Cecilia Vieira de Melo – Rio de Janeiro/RJ
    193. Celso Ferreira Dantas – Rio de Janeiro/RJ
    194. Celso Minoru Sakuraba Junior – Fortaleza/CE
    195. Cesar Fernandes – Curitiba/PR
    196. Cezar Paulo – Colatina/ES
    197. Charles Capelário – Cascavel/PR
    198. Charleston Ribeiro Pinto – Alagoinhas/BA
    199. Cheron Zanini Moretti – Novo Hamburgo/RS
    200. Chico Alencar – Rio de Janeiro/RJ
    201. Cícero Meceu Carneiro Rodrigues – Santana do Acaraú/CE
    202. Cindy Almeida Sousa – Belém/PA
    203. Ciro Augusto Mota Matias – Maracanaú/CE
    204. Claudia Mitie Kono – Rio de Janeiro/RJ
    205. Cláudia Weiss – Curitiba/PR
    206. Cláudio Cesar Palheta da Costa Junior – Mossoró/RN
    207. Cleberson da Silva – Manaus/AM
    208. Cleide Brito – Castanhal/PA
    209. Cleide Coutinho – Salvador/BA
    210. Clementina Bagno – Brasília/DF
    211. Clemildo Sá – Brasília/DF
    212. Cléo Emídio dos Santos Silva – Feira de Santana/BA
    213. Clovis André Dhamasceno da Hora – Nova Iguaçu/RJ
    214. Clovis dos Santos – Jundiaí/SP
    215. Conrado Pereda Minucelli – Cascavel/PR
    216. Cristiane Anizeti dos Santos – Campinas/SP
    217. Cristiane do Socorro Monteiro Barbosa – Macapá/AP
    218. Cristiano Gabriel Guimarães – Pinhais/PR
    219. Cristiano Luiz Alves Cardoso – Francisco Beltrão/PR
    220. Cristiano Mano – Brasília/DF
    221. Cristina Brito Santana – Rio de Janeiro/RJ
    222. Cristina Fernandes – São Paulo/SP
    223. Curt de Oliveira Mueller – Niterói/RJ
    224. Dalvacir Azevedo de Gois – Aracaju/SE
    225. Dan D’Onofre – Seropédica/RJ
    226. Daniel Cassemiro Sampaio – Rio de Janeiro/RJ
    227. Daniel Castro – Jataí/GO
    228. Daniel Costa – São Paulo/SP
    229. Daniel Dalsoto – Caxias do Sul/RS
    230. Daniel de Lima – Cantagalo/PR
    231. Daniel Domingues Monteiro – Rio de Janeiro/RJ
    232. Daniel Fonsêca – Rio de Janeiro/RJ
    233. Daniel Luca Dassan da Silva – Campinas/SP
    234. Daniel Melo Barreto – Barreiras/BA
    235. Daniel Vieira Nunes – Niterói/RJ
    236. Daniela de Araujo Abreu – Rio de Janeiro/RJ
    237. Daniele Cabral de Freitas Pinheiro – Rio de Janeiro /RJ
    238. Daniele Jardim – Rio de Janeiro/RJ
    239. Daniele Rehling – Pelotas/RS
    240. Daniele Taha – Rio de Janeiro/RJ
    241. Daniella Monteiro da Silva – Rio de Janeiro/RJ
    242. Danilo Cledson Costa de Lima – Parnamirim/RN
    243. Danilo Moura – Salvador/BA
    244. Danilo Spinola Caruso – Volta Redonda/RJ
    245. Dante Luís Silva Mariano – Aracaju/SE
    246. Davi Mendes Leite – Feira de Santana/BA
    247. Dayan Marchezi – Serra/ES
    248. Dayana Rosa Morais – Volta Redonda/RJ
    249. Debora Sousa – Brasília/DF
    250. Deborah Regina Salim – Rio de Janeiro/RJ
    251. Décio Alves de Rezende – Colatina/ES
    252. Dejair Dias – Rio de Janeiro/RJ
    253. Demetrius Pereira de Siqueira – São Paulo/SP
    254. Demison Cardoso – Ouriçangas/BA
    255. Denilson Campos Neves – Salvador/BA
    256. Denise Andrade – Salvador/BA
    257. Denise Brasil – Rio de Janeiro/RJ
    258. Denise Soares Teixeira – Cabo Frio/RJ
    259. Denise Vazquez Manfio – São Paulo/SP
    260. Derik Bezerra Machado – Vitória/ES
    261. Deybes Modesto – Castanhal/PA
    262. Diego Alex Santos da Cruz – Mesquita/RJ
    263. Diego Alison Costa – Natal/RN
    264. Diego Machado de Assis – Campinas/SP
    265. Diego Medeiros – Rio de Janeiro/RJ
    266. Diego Pereira de Siqueira – São Paulo/SP
    267. Diego Rodrigues dos Santos – São Paulo/SP
    268. Dimitri Silveira – São Paulo/SP
    269. Diogo Faleiros Portela – Campinas/SP
    270. Diogo Portugal Pudles – São Paulo/SP
    271. Dione Lins – Rio de Janeiro/RJ
    272. Dirceu Lucas Pinheiro Rosa – São Paulo/SP
    273. Dulce Vieira de Sena – Goiânia/GO
    274. Edemilson Antonio Perez Clementino – Taboão da Serra/SP
    275. Ediane Lopes de Santana – Porto Seguro/BA
    276. Edinea Cristina Santos Matos – Lauro de Freitas/BA
    277. Edivaldo Andrade – Ananindeua/PA
    278. Edmilson Brito Rodrigues – Belém/PA
    279. Edna Santos de Lima – Brasília/DF
    280. Ednardo Bernardino Rodrigues Lopes (Tocha Lopes) – Parnamirim/RN
    281. Edson Bonfim – Vitória/ES
    282. Edson Ferramenta – Ilhéus/BA
    283. Eduardo Báez Alvarenga Rivas – Cascavel/PR
    284. Eduardo Chitolina – Esteio/RS
    285. Eduardo Glasser – Niterói/RJ
    286. Eduardo Luís Ruppenthal – Porto Alegre/RS
    287. Eduardo Moraes – Rio de Janeiro/RJ
    288. Elaine Ferreira – Castanhal/PA
    289. Elane Patrícia Ribas Dias – Prado/BA
    290. Elen Del Giudice – Niterói/RJ
    291. Eliane Cristina Brito de Oliveira – Brasília/DF
    292. Eliane de Fátima Inácio – Colatina/ES
    293. Eliane Nogueira Santana – Umuarama/PR
    294. Elidio Marques – Rio de Janeiro/RJ
    295. Eliene Conceição – Colatina/ES
    296. Eliomar Coelho – Rio de Janeiro/RJ
    297. Elisabete Zardo Burigo – Porto Alegre/RS
    298. Elizia Januário da Silva – Rio de Janeiro/RJ
    299. Eliziário Souza Andrade – Salvador/BA
    300. Ellen Nairara Oliveira Rodrigues – Belo Horizonte/MG
    301. Ellen Nascimento – Santa Quitéria/CE
    302. Eloy Ferreira Borges – Belém/PA
    303. Elton Lucas Dognini – Colombo/PR
    304. Emerson Bruno Bahia – Marajó/PA
    305. Emerson Parente – Banabuiú/CE
    306. Érica Cristina Almeida Alves – São Paulo/SP
    307. Érica Pontes – Fortaleza/CE
    308. Erick Medeiros Roland – Nilópolis/RJ
    309. Erickson Morais de Medeiros – Manaus/AM
    310. Érico Dias – Fortaleza/CE
    311. Eriton de Assis Silva – Rio de Janeiro/RJ
    312. Ernane Viana – Niterói/RJ
    313. Ernesto Dourado da Rocha – Rio de Janeiro/RJ
    314. Ernesto Sales (Sal) – Fortaleza/CE
    315. Eronilton Buriti – Quixadá/CE
    316. Eugenia Marina Scarcella Garcia – Rio de Janeiro/RJ
    317. Eva de Jesus – Rio de Janeiro/RJ
    318. Eva Elias Santana – Umuarama/PR
    319. Eva Venialgo Oviedo – Francisco Beltrão/PR
    320. Evelyn Melo da Silva – Macaé/RJ
    321. Evelyn Silva – Rio de Janeiro/RJ
    322. Everson Gomes de Carvalho – Novo Gama/GO
    323. Fabiana Baraldo Gomes Antunes – Rio de Janeiro/RJ
    324. Fabiana Honório – Recife/PE
    325. Fabiana Lins de Castilho – Rio das ostras/RJ
    326. Fabiano Galdino – João Pessoa/PB
    327. Fábio Antônio Arruda – Guarulhos/SP
    328. Fábio Felix – Brasília/DF
    329. Fábio Nassif – São Paulo/SP
    330. Fabrício Coelho – Vitória/ES
    331. Fabrício Itaboraí – Valença/RJ
    332. Fagner Lira Bizerra – Campo Grande/MS
    333. Fátima Moreira Macapá – Belém/PA
    334. Fatima Rivas – Francisco Beltrão/PR
    335. Felipe Barros Monteiro – Campos/RJ
    336. Felipe Bilanger Rimes – Niterói/RJ
    337. Felipe Brilhante Maropo – Indaiatuba/SP
    338. Felipe Bruner Moda – São Paulo/SP
    339. Felipe Corneau – São Paulo/SP
    340. Felipe da Silva Duque – Rio de Janeiro/RJ
    341. Felipe Machado – Rio de Janeiro/RJ
    342. Felipe Mesquita Antunes – Rio das Ostras/RJ
    343. Felipe Monte Cardoso – Rio de Janeiro/RJ
    344. Felipe Sales Souza – Cratéus/CE
    345. Felipe Tannus Moreira da Costa – Limeira/SP
    346. Felipe Tomasi Cavalheri – São Paulo/SP
    347. Felipe Vieira – São Gonçalo/RJ
    348. Felipe William Ferreira de Alencar – São Paulo/SP
    349. Felippe Spinetti – Rio de Janeiro/RJ
    350. Fernanda Caroline Ferreira Alencar – São Paulo/SP
    351. Fernanda de Oliveira Souto – Uberaba/MG
    352. Fernanda Gabriela Protásio Fialho – Natal/RN
    353. Fernanda Melchionna – Porto Alegre/RS
    354. Fernando Carneiro – Belém/PA
    355. Fernando da Silva Monteiro – Seabra/BA
    356. Fernando de Oliveira Teixeira da Silva – Rio de Janeiro/RJ
    357. Fernando Leite – Goiânia/GO
    358. Fernando Silva (Tostão) – São Paulo/SP
    359. Fernando Teixeira – Rio de Janeiro/RJ
    360. Filipe Guerrra Kosiawy – Curitiba/PR
    361. Filipe Leite – Rio de Janeiro/RJ
    362. Flávia de Mendonça Ribeiro – Campinas/SP
    363. Flávia Mattos – Niterói/RJ
    364. Flávio Serafini – Niterói/RJ
    365. Franciele Gazola – Aracaju/SE
    366. Francisco Barros – Niterói/RJ
    367. Francisco Cardozo – Uruoca/CE
    368. Francisco Carneiro Di Felippo – Brasília/DF
    369. Francisco Eduardo Bodião – São Paulo/SP
    370. Francisco Eduardo Torres Cancela – Porto Seguro/BA
    371. Francisco Joel do Nascimento Gomes – Fortaleza/CE
    372. Francisco José da Silva – Teresina/PI
    373. Francisco Junior Piantkoski – Cantagalo/PR
    374. Francisco Mogadouro da Cunha – Campinas/SP
    375. Francisco Moreira de Castro (Ivan) – Canindé/CE
    376. Francisco Oliveira (Chico) – Rio de Janeiro/RJ
    377. Francisco Oliveira (Chicão) – Santo André/SP
    378. Francisco Osvaldo Aguiar – Sobral/CE
    379. Francisco Sinval – Castanhal/PA
    380. Gabi Tolotti – Porto Alegre/RS
    381. Gabriel Augusto – Recife/PE
    382. Gabriel Barbosa (Brico) – Rio de Janeiro/RJ
    383. Gabriel Bastos (Mineiro) – Rio de Janeiro/RJ
    384. Gabriel Cordeiro de Azevedo Pinheiro – Niterói/RJ
    385. Gabriel H. N. Müller – Brasília/DF
    386. Gabriel Kanaan – Florianópolis/SC
    387. Gabriel Lemes – Goiânia/GO
    388. Gabriel Lindenbach – São Paulo/SP
    389. Gabriel Santos Elias – Brasília/DF
    390. Gabriel Zelesco – Rio de Janeiro/RJ
    391. Gabriela Arosa – Rio de Janeiro/RJ
    392. Gabriela Bianchini – Campinas/SP
    393. Gabriela Freller – São Paulo/SP
    394. Gabriela Viguini – Vitória /ES
    395. Gelson Almeida – Rio de Janeiro/RJ
    396. Gemerson Garcia – Planaltina/DF
    397. Genilce Lofti – Niterói/RJ
    398. Geraldo Américo da Silva – Umuarama/PR
    399. Geraldo Araújo – Barra do Mendes/BA
    400. Gerson Gonçalves de Medeiros – Manaus/AM
    401. Gerson Rodrigues – Ananindeua/PA
    402. Gert Schinke – Florianópolis/SC
    403. Gesa Linhares Corrêa – Rio de Janeiro/RJ
    404. Gil Sales – Crateús/CE
    405. Gilberto Rodrigues – Rio de Janeiro/RJ
    406. Gilberto Sales Cavalcante – Cratéus/CE
    407. Gilmara Gabriela de Cristo Fernandes – Águas Lindas/GO
    408. Gilson Batista dos Santos – Poções/BA
    409. Giovanni de Campos Brum – Limeira/SP
    410. Giovanni Riccio – Castelo/ES
    411. Giulliane Brandão – Campinas/SP
    412. Givanildo M. da Silva (Giva) – São Paulo/SP
    413. Gleylson Galeno – Fortaleza/CE
    414. Grégor Daflon – Rio de Janeiro/RJ
    415. Guaraci Antunes – Rio de Janeiro/RJ
    416. Guilherme Lemos Villela – Campos/RJ
    417. Guilherme Malaquias Ferreira – Franca/SP
    418. Guilherme Moreira da Silva – Salvador/BA
    419. Guilherme Salles – Sorocaba/SP
    420. Guilherme Sarausa de Azevedo – Sumaré/SP
    421. Guilherme Telles – Rio de Janeiro/RJ
    422. Guilherme Victor Montenegro – Campinas/SP
    423. Gustavo Belisário – Brasília/DF
    424. Gustavo Seferian Scheffer Machado – São Paulo/SP
    425. Gustavo Weber de Melo – Rio e Janeiro/RJ
    426. Hailton S. do Nascimento – João Câmara/RN
    427. Hamilton Assis – Salvador/BA
    428. Hebert Kennady – Parauapebas/PA
    429. Hector Abdal – João Pessoa/PB
    430. Heitor Pereira – Aracaju/SE
    431. Helena Conceição do Amaral – Francisco Beltrão/PR
    432. Helena Martins – Fortaleza/CE
    433. Hélio Lopes Junior – Rio de Janeiro/RJ
    434. Henrique Campos Monnerat – Niterói/RJ
    435. Henrique Gustavo Souza Pratti – Quedas do Iguaçu/PR
    436. Henrique Maynart – Aracaju/SE
    437. Henrique Vianna Pinho – Niterói/ RJ
    438. Henrique Vieira – Niterói/RJ
    439. Herzem Costa Rodrigues – Itabuna/BA
    440. Higor Cirilo da Costa – Campo Grande/MS
    441. Hilton Barros Coelho – Salvador/BA
    442. Hiolanda Galvão da Costa – Iporã/PR
    443. Hudson Valente de Barros Alexandre Pereira – Teresina/PI
    444. Hugo Rodrigues Martins Dantas – Fortaleza/CE
    445. Humberto da Silva Michaeli – Vassouras/RJ
    446. Hyldalice de Andrade Marques – Rio de Janeiro/RJ
    447. Iacy Maia Mata – Salvador/BA
    448. Iago Amorim Lucena – João Pessoa/PB
    449. Ian de Paula Lo Feudo – Niterói/RJ
    450. Ian Guerra – Niterói/RJ
    451. Ian Werneck – Maricá/RJ
    452. Iarima Peixoto – Rio de Janeiro/RJ
    453. Idelmar Casagrande – Cariacica/ES
    454. Iderlandio Morais – Senador Pompeu/CE
    455. Igor de Oliveira Silva – Camaçari/BA
    456. Igor Frederico – Aracaju/SE
    457. Igor Girão Neri – Fortaleza/CE
    458. Igor Lodi Marchetti – São Paulo/SP
    459. Igor Soares – Rio de Janeiro/RJ
    460. Igor Totti – Rio de Janeiro/RJ
    461. Ilma Viana – Vitória/ES
    462. Ilza Helena – Rio de Janeiro/RJ
    463. Indalécio Tiago Camargo – Curitiba/PR
    464. Indira Matos Cirino – Lauro de Freitas/BA
    465. Ingrid Martins – Brasília/DF
    466. Iracélio Lomes Coelho – Colatina/ES
    467. Iran Adriano Sousa de Oliveira – Fortaleza/CE
    468. Iraní da Silva Farias – João Câmara/RN
    469. Irenilda da Penha Pereira – Colatina/ES
    470. Isa Penna – São Paulo/SP
    471. Isaac Rezende Mohamad – Rio de Janeiro/RJ
    472. Isabel Carneiro – Fortaleza/CE
    473. Isabela Caroline Hilário – Cascavel/PR
    474. Isabela Celchin Celjar – Rio das Ostras/RJ
    475. Isabela Leoni – Niterói/RJ
    476. Isabela Monteiro dos Anjos – Paciência/RJ
    477. Isabel Lessa – Rio de Janeiro/RJ
    478. Isadora Gomes – Rio de Janeiro/RJ
    479. Ismael Serrano – Volta Redonda/RJ
    480. Israel Tischler Da Silva – Santa Maria/RS
    481. Italo Pires Aguiar – Rio de Janeiro/RJ
    482. Ítalo Ribeiro – Fortaleza/CE
    483. Iuriatan Muniz – Campinas/SP
    484. Ivaldo Rosa Albano – Vitória/ES
    485. Ivan Rocha – Joinville/SC
    486. Ivanete Conceição da Silva – Duque de Caxias/RJ
    487. Ivanildo Claro da Silva – Cascavel/PR
    488. Izadora Feldner – São Paulo/SP
    489. Jacob Teubl – Araraquara/SP
    490. Jamylle Martins Teixeira – Caucaia/CE
    491. Janaína Andrea Florão – Canoas/RS
    492. Janaina Miranda – Belém/PA
    493. Jane Barros Almeida – São Paulo/SP
    494. Janice Gusmão Andrade – Serra/ES
    495. Janine Vieira Teixeira – Vitória/ES
    496. Janis da Costa Rodrigues Coelho – Rio Claro/SP
    497. Jardel Santana – Brasília/DF
    498. Jean Elizeu Sauka – Curitiba/PR
    499. Jean Marcelo – Sorocaba/SP
    500. Jean Peres – Campinas/SP
    501. Jefferson Barbosa – Duque de Caxias/RJ
    502. Jefte Pinheiro – Niterói/RJ
    503. Jenifer Clarisse Pereira da Silva – Campinas/SP
    504. Jeniffer Scarcella das Neves – Rio de Janeiro/RJ
    505. Jennifer Pereira Carvalho – Rio das Ostras/RJ
    506. Jerônimo Aragão – Sobral/CE
    507. Jerson Gallas Gallas – Caxias Do Sul/RS
    508. Jesse Gomes de Alvarenga – Vitória/ES
    509. Jéssica Lavisque de Brito Santos – Lauro de Freitas/BA
    510. Jéssica Oliveira Monteiro – Rio das Ostras/RJ
    511. Jéssica Pietrani – Niterói/RJ
    512. Jéssica Rodrigues Ramos – Rio das Ostras/RJ
    513. Jéssica Sales Cavalcante Régis – Cratéus/CE
    514. Jesuíta Dias Pinto – Brasília/DF
    515. Jhonatas Lima Monteiro – Feira de Santana/BA
    516. Jhone Carlos Cruz – Rio de Janeiro/RJ
    517. Jimy Carter – Boa Vista do Ramos/AM
    518. Joana Camilo de Fernandes – São Paulo/SP
    519. João Alfredo Telles Melo – Fortaleza/CE
    520. João Barbosa – Juazeiro do Norte/CE
    521. João Berkson da Rocha Araújo – Sobral/CE
    522. João Bosco Teixeira – Linhares/ES
    523. João Caetano Soares da Costa – Niterói/RJ
    524. João Carlos S. Amaral – Tapes/RS
    525. João Edilson Ferreira Lima Junior – Rio de Janeiro/RJ
    526. João Freitas – Volta redonda/RJ
    527. João Machado – São Paulo/SP
    528. João Maciel da Silva – Iranduba/AM
    529. João Marcelo Quintiliano Ramos – Rio de Janeiro/RJ
    530. João Pedro Barbosa F. Militão – São Paulo/SP
    531. João Pedro Munhoz – São Paulo/SP
    532. João Pucinelli – Goiânia/GO
    533. João Ricardo da Silva – São Paulo/SP
    534. João Roberto Lopes de Azevedo – Fortaleza/CE
    535. João Roger – Florianópolis/SC
    536. João Sérgio Pereira – Brasília/DF
    537. João Verani Protasio – Niterói/ RJ
    538. João Victor – Marituba/PA
    539. João Victor Moura – Santa Maria/RS
    540. Joaquim Aristeu Benedito da Silva – Jacareí/SP
    541. Joaquim Farias – Uruoca/CE
    542. Joaquim Pinheiro de Araújo – Natal/RN
    543. Jocarly Martins Duarte – Vitória/ES
    544. Jodiel de Lima – Maracanau/CE
    545. Joeferson Faccin José de Almeida – São Paulo/SP
    546. Joel Marques – Rio de Janeiro/RJ
    547. Joelma dos Santos Lopes – Colatina/ES
    548. Joeny Bessa Borges – Campo Grande/RJ
    549. Johnatan Gomes Mendes – Niterói/RJ
    550. Joice Souza – Rio de Janeiro/RJ
    551. Jonas Freire Santana – Vitória/ES
    552. Jonas Menezes Bezerra – Fortaleza/CE
    553. Jonas Renato Donizeti Pierobon – Leme/SP
    554. Jonathan Chasko da Silva – Cascavel/PR
    555. Jonathan de Oliveira Mendonça – Rio das Ostras/RJ
    556. Jonathas Correia – Vitória/ES
    557. Jordana Almeida de Oliveira e Souza – Rio de Janeiro/RJ
    558. Jordiclei Rabelo de Santana – Poço Verde/SE
    559. Jorge Almeida – Salvador/BA
    560. Jorge Artur Lopes Fernandes – Caicó/RN
    561. Jorge Ferreira da Silva – Brasília/ DF
    562. Jorge Luiz Santos – Ilhéus/BA
    563. Jorge Santana – São Gonçalo/RJ
    564. Josael Lima – Fortaleza/CE
    565. José Adão de Lima – Umuarama/PR
    566. José Afonso da Silva – Taboão da Serra/SP
    567. José Alacid da Silva – Ananindeua/PA
    568. José Anezio Fernandes do Vale – Serra/ES
    569. José Aparecido da Silva – Umuarama/PR
    570. José Augusto Éverton – Belém/PA
    571. José Caetano de Jesus Filho – Feira de Santana/BA
    572. José Conceição de Jesus (Zeca do Veleiro) – Cacique Pataxó da Aldeia Tauá/BA
    573. José Correa Leite – São Paulo/SP
    574. José dos Santos (Gordo) – Queimados/RJ
    575. José Luiz Fevereiro – Rio de Janeiro/RJ
    576. José Luiz Prímola – Nova Iguaçu/RJ
    577. Jose Roberto Gomes – Vila Velha/ES
    578. José Rodrigues – Belém/PA
    579. José Romualdo Lopes de Souza – Demerval Lobão/PI
    580. José Silva – Santa Rita/PB
    581. Josean Calixto – Santa Rita/PB
    582. Josefa Maria Pessoa – João Alfredo/PE
    583. Joselene Mota – Belém/PA
    584. Josibel Nunes da Silva – Cantagalo/PR
    585. Josival Lima – Natal/RN
    586. Josmar Martins Duarte – Serra/ES
    587. Joubert Assumpção – Niterói/ RJ
    588. Joyce Isabelle de Oliveira Martins – Fortaleza/CE
    589. Juazeiro Rodrigo – Brasília/DF
    590. Julia Bustamante – Rio de Janeiro/RJ
    591. Júlia Forbes – São Paulo/SP
    592. Julia Portes – Rio de Janeiro/RJ
    593. Júlia Prado – Vitória /ES
    594. Júlia Silveira – Niterói/RJ
    595. Juliana Andrade – Brasília/DF
    596. Juliana Araújo Meato – Niterói/RJ
    597. Juliana Caetano – Rio de Janeiro/RJ
    598. Juliana Selbach – Brasília/ DF
    599. Juliana Westmann Del Poente – São Paulo/SP
    600. Julianne Melo dos Santos – Fortaleza/CE
    601. Júlio Cesar de Brito Coelho Gomes – São Gonçalo/RJ
    602. Júlio Cesar Passos – Vitória/ES
    603. Júlio Cezar Holanda Araújo – Rio de Janeiro/RJ
    604. Júlio Gonçalves – Rio de Janeiro/RJ
    605. Júnior Freitas – Caucaia/CE
    606. Júnior Vera Cruz – Marituba/PA
    607. Jussara Ferreira Nunes dos Reis – Volta Redonda/RJ
    608. Juventino Barros – Nova Iguaçu/RJ
    609. Kahena Martinez Rivero – Rio de Janeiro/RJ
    610. Kalina Rosa – Baturité/CE
    611. Karla Gamba – Brasília/DF
    612. Karla Silva da Gloria – Niterói/RJ
    613. Karolina Barros Moraes – Campinas/SP
    614. Katia Sales – Belo Horizonte/MG
    615. Kayque Ferraz Costa – Vitoria da Conquista/BA
    616. Keila Lúcio de Carvalho – Rio de Janeiro/RJ
    617. Keli Moraes de Abreu – Friburgo/RJ
    618. Kennedi de Oliveira – Blumenau/SC
    619. Kenzo Soares – Rio de Janeiro/RJ
    620. Kézia Bastos Figueiredo – Rio das Ostras/RJ
    621. Laís Villaça de Azevedo – Rio das Ostras/RJ
    622. Landia de Paula Tavares – Rio de Janeiro/RJ
    623. Lara Nasi – Ijuí/RS
    624. Lara Paula de Meneses Costa – Fortaleza/CE
    625. Lara Rodrigus de Brito Pinheiro – Niterói/RJ
    626. Larissa Franco – Volta Redonda/RJ
    627. Larissa Rahmeier – Curitiba/PR
    628. Larissa Raven – Volta Redonda/RJ
    629. Larissa Torquato de Oliveira – Cascavel/PR
    630. Laura França – Niterói/RJ
    631. Lauro Borges – Jaguarão/RS
    632. Lausi Barcelos – Vitória /ES
    633. Leandro Caldas – Ananindeua/PA
    634. Leandro Teixeira de Morais – Brasília/DF
    635. Leci Carvalho – Nova Iguaçu/RJ
    636. Leny Claudino de Souza (Leninha) – Duque de Caxias/RJ
    637. Leon Vieira – Niterói/RJ
    638. Leonardo Agostinho Freitas – Vassouras/RJ
    639. Leonardo Carneiro – Fortaleza/CE
    640. Leonardo Denardin Montenegro – Curitiba/PR
    641. Leonardo Esteves (Mosquito) – Macaé/RJ
    642. Leonardo Gama de Araujo – Rio de Janeiro /RJ
    643. Leonardo Godoy – Ponta Grossa/PR
    644. Leonardo J. Sarmento – Curitiba/PR
    645. Leonardo Moreira e Silva – Volta Redonda/RJ
    646. Leonardo Veiga – Rio de Janeiro/RJ
    647. Leticia Pentagna Avila – Valença/RJ
    648. Lício Jonatas – Brasília/DF
    649. Lídia Maria de Souza Porto – Niterói/RJ
    650. Lidiane Barros Lobo – Rio de Janeiro/RJ
    651. Lidianny Vidal Fonteles – Salvador/BA
    652. Lilian Cassemiro Sampaio – Campo Grande/RJ
    653. Liliana Maiques Alves Monteiro – Rio de Janeiro/RJ
    654. Linda Brasil – Aracaju/SE
    655. Lindomar Oliveira Machado – Piraquara/PR
    656. Lívia Cassemiro Sampaio – Rio de Janeiro/RJ
    657. Lívia Rodrigues – São Paulo/SP
    658. Louise Anne de Santana – Fortaleza/CE
    659. Luã Kramer de Oliveira – Cuiabá/MT
    660. Luan do Valle – Salvador/BA
    661. Luana Carolina Braz – Fortaleza/CE
    662. Luana de Ávila e Silva Oliveira – Brasília/DF
    663. Luana Issi – Goiânia/GO
    664. Lucas Batal – Rio de Janeiro/RJ
    665. Lucas Coutinho Marcelino da Silva – Rio Claro/SP
    666. Lucas Fielding – Brasília/DF
    667. Lucas Lima Aguiar – Rio das Ostras/RJ
    668. Lucas Macondes Oliveira – São Paulo/SP
    669. Lucas Mathaeus Novaes da Costa – Valença/RJ
    670. Lucas Moreira Victor – Fortaleza/CE
    671. Lucas Onorato de Melo – Niterói/ RJ
    672. Lucas Santos Aguiar – Santo Antônio de Jesus/BA
    673. Lucas Villela Canôas – Campinas/SP
    674. Lucia Helena Bernardes Santos de Almeida – Salvador/BA
    675. Luciana Genro – Porto Alegre/RS
    676. Luciana Monteiro – Teresina/PI
    677. Luciano Barboza – Niterói RJ
    678. Luciano Egidio Palagano – Marechal Cândido Rondon/PR
    679. Luciano Guimarães – Rio de Janeiro/RJ
    680. Luciene da Silva Lacerda – Rio de Janeiro/RJ
    681. Lucimar de Souza Barbosa – Vila Velha/ES
    682. Lucimara Beserra – Cuiabá/MT
    683. Ludmila Lustosa Lessa – Niterói/ RJ
    684. Luís Antônio de Araújo Costa (Papa) – Salvador/BA
    685. Luís Antônio Villaça – São Paulo/SP
    686. Luís Artur Sansevero – Rio de Janeiro/RJ
    687. Luís Bocafoli – Rio de Janeiro/RJ
    688. Luís Carlos da Silva – Belém/PA
    689. Luís Carlos Miyazawa – São Paulo/SP
    690. Luís Espinoza – Campinas/SP
    691. Luís Guilherme Campos de Oliveira – São Roque/SP
    692. Luís Neto (Netão) – Uruoca/CE
    693. Luís Otávio Mendes – João Alfredo/PE
    694. Luís Paulo Neto – Queimados/RJ
    695. Luiz Antonio Sypriano – Piraquara/PR
    696. Luiz Augusto de Oliveira Gomes – São Gonçalo/RJ
    697. Luiz Carlos Lages – Brasilia/DF
    698. Luiz Cezar dos Santos Miranda – Candeias/BA
    699. Luiz Fábio de Luca – Francisco Beltrão/PR
    700. Luiz Felipe Bergmann – Curitiba/PR
    701. Luiz Felipe de Carvalho – Rio de Janeiro/RJ
    702. Luiz Fernando de Camargo – Curitiba/PR
    703. Luiz Fernando Lacerda – Brasília/DF
    704. Luiz Gonzaga de Souza Junior – São Paulo/SP
    705. Luiza Aquino – Rio de Janeiro/RJ
    706. Luiza Eduarda dos Santos – Novo Hamburgo/RS
    707. Luiza Foltran Aquino – Rio de Janeiro/RJ
    708. Luiza Gonzales – Rio Claro/SP
    709. Lujan Maria Bacelar de Miranda – Vitória/ES
    710. Luka Franca – São Paulo/SP
    711. Magda Furtado – Rio de Janeiro/RJ
    712. Magna Abrantes – Castanhal/PA
    713. Maiara Moreira Andraschko – Goiânia/GO
    714. Maiara Soares – Belém/PA
    715. Maikon Paiva Nascimento – Santa Quitéria/CE
    716. Malcolm dos Santos Almeida – Duque de Caxias/RJ
    717. Marcel Cabral – Fortaleza/CE
    718. Marcel Gavazza – Rio de Janeiro/RJ
    719. Marcela Marques Da Silva Damasceno – Natal/RN
    720. Marcela Prest – Feira de Santana/BA
    721. Marcele do Valle – Salvador/BA
    722. Marcelle Leal – Rio de Janeiro/RJ
    723. Marcelo de Jesus – Poço Verde/SE
    724. Marcelo de Sousa Lima – Fortaleza/CE
    725. Marcelo Maia – Fortaleza/CE
    726. Marcelo Ramos – Fortaleza/CE
    727. Márcia Cunha – Queimados/RJ
    728. Márcia Pacheco – Niterói/RJ
    729. Marciel Henrique Rego Viana – Barreiras/BA
    730. Márcio Freitas de Paiva – Mossoró/RN
    731. Márcio Moises de Souza Barbosa – Rio de Janeiro/RJ
    732. Márcio Renato Teixeira Benevides – Fortaleza/CE
    733. Marcionílio Mendes da Silva – Vila Velha/ES
    734. Marcius Minervini Fuchs – Santa Maria/RS
    735. Marco Antônio de Moraes – Sorocaba/SP
    736. Marco Antônio Rodrigues de Oliveira – Cachoeiro/ES
    737. Marco Aurélio Dias de Oliveira (DJ) – Magé/RJ
    738. Marcos Britto – Rio de Janeiro/RJ
    739. Marcos César Júnior – Magé/RJ
    740. Marcos Mendes – Salvador/BA
    741. Marcos Musse – Salvador/BA
    742. Marcos Paulo Dalla Vecchia – Salto/SP
    743. Marcos Rangel de Lima – Caxias/RJ
    744. Marcos Soares – Belém/PA
    745. Marcos Vinicius Moura – Santa Maria/RS
    746. Marcus Menezes – Rio de Janeiro/RJ
    747. Marcus W. R. Kollbrunner – São Paulo/SP
    748. Margarida Maria Marques – Fortaleza/CE
    749. Mari Cris – Rio de Janeiro/RJ
    750. Maria Beatriz Barmaimon Garcia – Rio das Ostras/RJ
    751. Maria Bernadete Vieira Martins – Vitória/ES
    752. Maria Clara Ferreira – São Paulo/SP
    753. Maria da Conceição (Sãozinha) – Volta Redonda/RJ
    754. Maria da Conceição Holanda Oliveira – Belém/PA
    755. Maria da Conceição Itaboraí Ferreira – Valença/RJ
    756. Maria das Dores (Dodora) – Volta Redonda/RJ
    757. Maria de Fátima P. Martins – João Câmara/RN
    758. Maria de Lourdes Itaboraí Ferreira – Valença/RJ
    759. Maria do Carmo O. Cossi – Colatina/ES
    760. Maria do Perpétuo Socorro Dourado Tourinho – Lauro de Freitas/BA
    761. Maria dos Santos Silva – João Câmara/RN
    762. Maria Eliane de Sousa – Santa Quitéria/CE
    763. Maria Felomena Alves de Oliveira Sandri – Umuarama/PR
    764. Maria Gildete H. Medeiros – Caicó/RN
    765. Maria Janaina dos Santos – Bela Cruz/CE
    766. Maria José Ferreira Melo – Niterói/RJ
    767. Maria Leão – Rio de Janeiro/RJ
    768. Maria Lima – Brasília/DF
    769. Maria Pereira Martins – João Câmara/RN
    770. Maria Rachel Jasmim – Niterói/RJ
    771. Maria Zélia Souza Andrade – São Paulo/SP
    772. Marialdo Santana da Cunha – Arez/RN
    773. Mariana Bruce – Rio de Janeiro/RJ
    774. Mariana Conti – Campinas/SP
    775. Mariana Freitas – Volta Redonda/RJ
    776. Mariana Jardim – Rio de Janeiro/RJ
    777. Mariana Oliveira de Campos – São Paulo/SP
    778. Mariana Tamari – São Paulo/SP
    779. Mariana Vantine de Lara Villela – Rio de Janeiro/RJ
    780. Marília Bertolotti Falleiros – São Paulo/SP
    781. Marilia Cardoso – Fortaleza/CE
    782. Marilia El-Kaddoum Tratjtenberg – Rio de Janeiro/RJ
    783. Marilia Souza Santos – Poço Verde/SE
    784. Marina Duarte – Campo Grande/MS
    785. Marinéia da Silva Barboza – Casimiro de Abreu/RJ
    786. Marinete Esteves Franco – São Paulo/SP
    787. Marinna Brandão Bastos – Rio das Ostras/RJ
    788. Mário Barretto – Rio de Janeiro/RJ
    789. Mário Constantino – São Paulo/SP
    790. Mário de Aquino Xavier – Vitória/ES
    791. Mário Morales – Bagé/RS
    792. Mário Sérgio Simião – Pinhais/PR
    793. Marisnanda Mota Araújo – Fortaleza/CE
    794. Marivaldo da Silva Cerqueira – Salvador/BA
    795. Mariza Soares – Belém/PA
    796. Marize de Oliveira Pinto – Duque de Caxias/RJ
    797. Marlene da Conceição Ramos – Nova Iguaçu/RJ
    798. Marli Maria Maldaner – Francisco Beltrão/PR
    799. Marlon Campos – Pelotas/RS
    800. Martinho Olavo Gonçalves e Silva – Fortaleza/CE
    801. Marzeni Pereira da Silva – São Paulo/SP
    802. Mateus Corrêa Emerick – Macaé/RJ
    803. Mateus de Oliveira Figueiredo – Rio das Ostras/RJ
    804. Mateus Souza Lobo Guzzo – Campinas/SP
    805. Matheus Cabral – Niterói/RJ
    806. Matheus Dutra – Niterói/RJ
    807. Matheus Fontenelle – Rio de Janeiro/RJ
    808. Matheus Gomes – Maringá/PR
    809. Matheus Inocêncio – Fortaleza/CE
    810. Matheus Ramalho – Niterói/RJ
    811. Matheus Rocha – Niterói/RJ
    812. Matheus Rodrigues – Niterói/RJ
    813. Matheus Thomaz da Silva – Macaé/RJ
    814. Matheus Zanon – Rio de Janeiro/RJ
    815. Mauricio Bosquerolli – Porto Alegre/RS
    816. Maurício Capenga – Alagoinhas/BA
    817. Mauricio de Oliveira Filho – Santos/SP
    818. Mauricio Santos Matos – Belém/PA
    819. Mauro Vinicius – Rio de Janeiro/RJ
    820. Max Costa – Belém/PA
    821. Maximiana Almeida de Sousa – São Paulo/SP
    822. Maxuel dos Santos – Brasília/DF
    823. Mayara Jaeger – Rio de Janeiro/RJ
    824. Mayara Micaela Alves Gomes – Rio de Janeiro/RJ
    825. Mayco Barroso Rodrigues – Niterói/RJ
    826. Maykeline Leite – Rio de Janeiro/RJ
    827. Meire Reis – Salvador/BA
    828. Messias Saba – Serra/ES
    829. Michael Kleine – São Pedro do Sul/RS
    830. Michel Cardoso Daud – São José Do Rio Preto/SP
    831. Michele Pontes – Rio de Janeiro/RJ
    832. Michele Ribeiro – Ananindeua/PA
    833. Micheline dos Santos Sobrinho Ramos – Colatina/ES
    834. Michelle Karen Santos – Brasília/DF
    835. Midiã Fraga – Florianópolis/SC
    836. Miguel Fontes Pinheiro – Niterói/RJ
    837. Miguel Leme Ferreira – Taboão da Serra/SP
    838. Mike Pontes – Rio de Janeiro/RJ
    839. Miralva Alves Nascimento – Salvador/BA
    840. Mirna Maia Freire – Rio de Janeiro/RJ
    841. Moacir Oliveira – Uruoca/CE
    842. Moésio Mota – Fortaleza/CE
    843. Moisés Vieira Nunes – Rio de Janeiro/RJ
    844. Mônica Brito – Altamira/PA
    845. Mônica Mohr – Brasília/DF
    846. Monica Mourão – Rio de Janeiro/RJ
    847. Mônica Rodrigues Pinto – Campinas/SP
    848. Murilo Azevedo – Biguaçu/SC
    849. Murilo Castro – Brasília/DF
    850. Murilo Ferrari – Niterói/RJ
    851. Murilo Figueredo – Cruz das Almas/BA
    852. Nabylla Fiori de Lima – Curitiba/PR
    853. Nacélio Rodrigues Lima – Santa Quitéria/CE
    854. Nair Schocair – Rio de Janeiro/RJ
    855. Natália Coelho de Oliveira – Niterói/RJ
    856. Natália Magalhães – Niterói/RJ
    857. Natalícia Rute Nascimento Santana – Brasília/DF
    858. Natalie Vieira – Nova Iguaçu/RJ
    859. Natasha Holanda Cruz – Fortaleza/CE
    860. Nathan Paes – Niterói/RJ
    861. Nathani Fang Alexandre – Rio de Janeiro/RJ
    862. Nayara Del Santo – Cuiabá/MT
    863. Nazaré Lima – Belém/PA
    864. Nelson Júnior – João Pessoa/PB
    865. Ney Carvalho – Queimados/RJ
    866. Nicanor Mateus Lopes – Sumaré/SP
    867. Nice Gonçalves – Ananindeua/PA
    868. Nilo Sérgio Silva Aragão – Fortaleza/CE
    869. Nilton Cesar dos Santos – Camaçari/BA
    870. Odair José da Cunha – Cascavel/PR
    871. Orlando Cesar Barbeiro Junior – Maringá/PR
    872. Orlando Helber Silva Santos – Salvador/BA
    873. Orlando Messina – Rio de Janeiro/RJ
    874. Osni Miguel Santana – Umuarama/PR
    875. Otto Faber – Rio de Janeiro/RJ
    876. Pablo Augusto Ribeiro – Nilópolis/RJ
    877. Pablo Henrique Silva Dos Santos – Canoas/RS
    878. Pamella Passos Deusdara – Rio de Janeiro/RJ
    879. Patrícia Andreia Carreteiro – Vargem Grande Paulista/SP
    880. Patrícia Oliveira Gomes – Fortaleza/CE
    881. Patrícia Santos – Londrina/PR
    882. Patrick Lara Marins – Rio de Janeiro/RJ
    883. Paula Fialho – Volta Redonda/RJ
    884. Paula Mairan – Niterói/RJ
    885. Paula Pereira Rodrigues – Brasília/DF
    886. Paula Pessoa – Rio de Janeiro/RJ
    887. Paula Simões – Niterói/RJ
    888. Paula Vielmo – Barreiras/BA
    889. Paulo Carvalho – São Paulo/SP
    890. Paulo Cesar de Souza – Rio de Janeiro/RJ
    891. Paulo Eduardo Gomes – Niterói/RJ
    892. Paulo Gouveia – Campinas/SP
    893. Paulo H. S. Silva – Londrina/PR
    894. Paulo Moraes – Caravelas/BA
    895. Paulo Roberto Schultz – Canoas/RS
    896. Paulo Roberto Soares – Vitória/ES
    897. Paula Rodrigues – Rio de Janeiro/RJ
    898. Paulo Sérgio da Silva – Canoas/RS
    899. Paulo Sérgio Ferreira Ribeiro (Paulo Proposta) – Lauro de Freitas/BA
    900. Paulo Spina – São Paulo/SP
    901. Pedro Azevedo Gonçalves – Nova Iguaçu/RJ
    902. Pedro Cardoso – Salvador/BA
    903. Pedro Cavalcanti – Rio de Janeiro/RJ
    904. Pedro César Josephi – Recife/PE
    905. Pedro Costa Júnior – Brasília/DF
    906. Pedro Guilherme – Goiânia/GO
    907. Pedro Henrique Dórea Vidotti – Feira de Santana/BA
    908. Pedro Jorge H. de Medeiros – Caicó/RN
    909. Pedro Lopes – Niterói/RJ
    910. Pedro Mansur – Niterói/RJ
    911. Pedro Oliveira – Campinas/SP
    912. Pedro Paiva – Rio de Janeiro/RJ
    913. Pedro Paulo de Freitas – Caucaia/CE
    914. Pedro Paulo Vieira Carvalho – São Paulo/SP
    915. Pery Júnior – Niterói/RJ
    916. Petronio Silva de Carvalho – Salvador/BA
    917. Pierri Araújo Porciúncula – Rio Grande/RS
    918. Poliana Faria – Brasília/DF
    919. Priscila d’Almeida Manfrinati – São Paulo/SP
    920. Priscila Monteiro do Nascimento Silva – Rio das Ostras/RJ
    921. Rachael Alves – Niterói/RJ
    922. Rafael Ayan Ferreira – Brasília/DF
    923. Rafael Balbueno – Santa Maria/RS
    924. Rafael Bonito Pereira – Jacarezinho/PR
    925. Rafael Carvalho – Niterói/RJ
    926. Rafael Duarte de Oliveira – Niterói/RJ
    927. Rafael Madeira – Brasília/DF
    928. Rafael Potiguar – Fortaleza/CE
    929. Rafael Rodrigo (Pará) – Rio de Janeiro/RJ
    930. Rafael Santos da Silva (Digal) – Salvador/BA
    931. Rafaela Bardini de Oliveira – São Paulo/SP
    932. Rafaela Dayane Cardoso de Souza – Pajeú/BA
    933. Railam Pires – Cariacica/ES
    934. Raimundo Nonato Penha Soares – São Luís/MA
    935. Raíssa Benevides Veloso – Fortaleza/CE
    936. Raíssa Santos Caldas Almeida – Feira de Santana/BA
    937. Ramon Rawache – Fortaleza/CE
    938. Raniela de Sousa Nunes – Mossoró/RN
    939. Raphael Barbosa – Umuarama/PR
    940. Raphael Mota – Rio de Janeiro/RJ
    941. Raquel Sant’Anna da Silva – Niterói/RJ
    942. Raquel Souza Guzzo – Campinas/SP
    943. Raul Santos – Rio de Janeiro/RJ
    944. Ravenna Veiga – São Paulo/SP
    945. Rayane Loiola Cruz – Vitória/ES
    946. Raylane Raimundo Walker – Rio das Ostras/RJ
    947. Rebeca Caparica – Guarapuava/PR
    948. Rebeca Magozzo – Rio de Janeiro/RJ
    949. Rebeca Veloso – Fortaleza/CE
    950. Rebecca Freitas – Niterói/RJ
    951. Rebecca Tavares – São Paulo/SP
    952. Reginaldo Alves do Nascimento – Campinas/SP
    953. Reginaldo Costa – Niterói/RJ
    954. Regininha Silva – /PA
    955. Rejane Maria – Campina Grande/PB
    956. Renan Araujo – Campo Grande/MS
    957. Renan Barrozo – Niterói/RJ
    958. Renan Dias Oliveira – Bragança Paulista/SP
    959. Renan Santos Pinheiro – Fortaleza/CE
    960. Renata Camargo de Souza – Niterói/RJ
    961. Renata Moraes – Curitiba/PR
    962. Renata Rodrigues Garcia – Vitória/ES
    963. Renatão do Quilombo – Niterói/RJ
    964. Renatinho Vereador – Niterói/RJ
    965. Renato Athayde Silva – Rio de Janeiro/RJ
    966. Renato Brito – Rio de Janeiro/RJ
    967. Renato de Souza Silva – Belém/PA
    968. Renato Roseno – Fortaleza/CE
    969. Renato Xavier Barbosa Junior – Lauro de Freitas/BA
    970. Rennan Cantuária – Nilópolis/RJ
    971. Reynaldo Mattos – São Gonçalo/RJ
    972. Rhaiza Moreira – Brasília/DF
    973. Ribamar Junior – Uruoca/CE
    974. Ricardo Costa – São Gonçalo/RJ
    975. Ricardo de Souza – Rio de Janeiro/RJ
    976. Ricardo Nespoli – Vitória/ES
    977. Ricardo Oliveira Barros Filho – Rio de Janeiro/RJ
    978. Ricardo Paris – Rio de Janeiro/RJ
    979. Ricardo Pereira – Niterói/RJ
    980. Ricardo Sampaio – Nova Iguaçu/RJ
    981. Richard de Oliveira – São Paulo/SP
    982. Rita de Cássia Mendes – São Paulo/SP
    983. Rita de Cássia Santos Lima – Vitória/ES
    984. Rita Magozzo – Rio de Janeiro/RJ
    985. Roberta Sato – São Paulo/SP
    986. Roberto Lisboa – Santa Maria/RS
    987. Robson Wellington – Niterói/RJ
    988. Rodolfo Pelegrin – Lençóis Paulista/SP
    989. Rodrigo Acioli – Fortaleza/CE
    990. Rodrigo Andrade Santos – Poço Verde/SE
    991. Rodrigo Luis Veloso – Rio de Janeiro/RJ
    992. Rodrigo Nardi de Carvalho Dantas – Rio de Janeiro/RJ
    993. Rodrigo Santaella – Fortaleza/CE
    994. Rodrigo Teixeira – Niterói/RJ
    995. Roger Araújo – Tapes/RS
    996. Rogério Alimandro – Rio de Janeiro/RJ
    997. Rogério Ferreira Silva Lustosa – Salvador/BA
    998. Rogério Paschoal – Rio de Janeiro/RJ
    999. Romer Guex – Viamão/RS
    1000. Romulo Abreu Ferreira – Rio das Ostras/RJ
    1001. Ronaldo Delfino de Sousa (Ronaldo do Pantanal) – São Sebastião/SP
    1002. Ronaldo Feliciano Santos – Pedro Canário/ES
    1003. Ronaldo Freitas Oliveira (Baguinha) – Prado/BA
    1004. Ronaldo Naziazeno – Salvador/BA
    1005. Ronaldo Rocha – Belém/PA
    1006. Ronaldo Rodrigues Cardoso – Maringá/PR
    1007. Ronaldo Santos – Salvador/BA
    1008. Rondinelli Eleotério – Colatina/ES
    1009. Rosa Nazaré Soares – Belém/PA
    1010. Rosangela Sales Cavalcante – Cratéus/CE
    1011. Rosemiro Fiel – Paraupebas/PA
    1012. Rosicleide dos Santos Martins – João Câmara/RN
    1013. Rosilene Almeida – Rio de Janeiro/RJ
    1014. Rozirene A. dos Santos Martins – João Câmara/RN
    1015. Rubenixson Farias – Castanhal/PA
    1016. Rudival Rodrigues da Silva – Ribeira do Amparo/BA
    1017. Rui Poly – São Paulo/SP
    1018. Ruy Cabral de Amorim Neto – Fortaleza/CE
    1019. Sabrine Tams Gasperin – Rio de Janeiro/RJ
    1020. Samantha Su – Niterói/RJ
    1021. Samuel Carvalho – Juazeiro do Norte/CE
    1022. Samuel Crissandro Tavares Ferreira – Rio Grande/RS
    1023. Samuel Lacerda Fogaça – Vitória da Conquista/BA
    1024. Sandra Gomes – Mesquita/RJ
    1025. Sandra Maria Cruzio – Colatina/ES
    1026. Sandra Renata Nery – São Paulo/SP
    1027. Sandra Tédde Santaella – Fortaleza/CE
    1028. Santino Arruda Silva – Natal/RN
    1029. Sara Carriço – Ananindeua/PA
    1030. Sara Libina Crúzio Nascimento – Colatina/ES
    1031. Saulo de Castro – Goiânia/GO
    1032. Sean Purdy – São Paulo/SP
    1033. Secundino Lucas Santos de Loredo – Brazlandia/DF
    1034. Sérgio Domingues – Rio de Janeiro/RJ
    1035. Sérgio Henrique – São Luiz/MA
    1036. Sérgio Moura – Rio de Janeiro/RJ
    1037. Sérgio Paulo Aurnheimer Filho – Rio de Janeiro/RJ
    1038. Sérgio Tadeu dos Santos – Rio de Janeiro/RJ
    1039. Sid Roberto Nobre Júnior – Guarulhos/SP
    1040. Silvana Silva – Rio de Janeiro/RJ
    1041. Silvino Batista – Ananindeua/PA
    1042. Simone Caixeiro Gonçalves – Nova Iguaçu/RJ
    1043. Simone Carlos – Uruoca/CE
    1044. Simone Matos Santos Jesus – Lauro de Freitas/BA
    1045. Sirley Antunes Silva – Rio de Janeiro/RJ
    1046. Sofia Lemos – São Paulo/SP
    1047. Solange Electo – Niterói/RJ
    1048. Sonia da Costa Sales Souza – Cratéus/CE
    1049. Soraya Vanini Tupinambá – Fortaleza/CE
    1050. Stéfani Santana – Campo Grande/MS
    1051. Stefany Guerra Kosiawy – Curitiba/PR
    1052. Suzamara Aparecida de Meira – Francisco Beltrão/PR
    1053. Swami Cordeiro Bergamo – Santa Maria de Jetibá/ES
    1054. Tábata Melise Gomes – Curitiba/PR
    1055. Tadeu Lemos – Rio de Janeiro/RJ
    1056. Taina do Vale Cardoso – Niterói/RJ
    1057. Taliria Petrone – Niterói/RJ
    1058. Talita Victor – Brasília/DF
    1059. Tamina Batan Rody Lima – Niterói/RJ
    1060. Tarcísio Motta – Rio de Janeiro/RJ
    1061. Tárzia Maria de Medeiros – Natal/RN
    1062. Téo Cordeiro – Leopoldina/RJ
    1063. Téssie Oliveira dos Reis – Fortaleza/CE
    1064. Thaiana Lima – Rio de Janeiro/RJ
    1065. Thales Amaral Paes de Mesentier – Rio de Janeiro/RJ
    1066. Thalison Almeida da Silva – Vitória/ES
    1067. Thammy Soares Moraes – Pinhais/PR
    1068. Thiago Arruda Queiroz Lima – Fortaleza/CE
    1069. Thiago Bessa Martins – Belém/PA
    1070. Thiago Daniel de Castro – Hortolândia/SP
    1071. Thiago de Oliveira Macedo – Rio de Janeiro/RJ
    1072. Thiago Jacovini – São Paulo/SP
    1073. Thiago Melo – Niterói/RJ
    1074. Thiago Pereira – Belém/PA
    1075. Thiago Rodrigues – Fortaleza/CE
    1076. Thiago Turibio – Itaboraí/RJ
    1077. Tiago Botelho – Brasília/DF
    1078. Tiago de Azevedo (Nando Reis) – Florianópolis/SC
    1079. Tiago de Castro – São Paulo/SP
    1080. Tiago Guimarães Fernandes – São Paulo/SP
    1081. Ticiano Queiroga e Oliveira – Fortaleza/CE
    1082. Todd Tomorrow – São Paulo/SP
    1083. Tomaz Amorim Fernandes Izabel – São Paulo/SP
    1084. Tomaz Civatti Frausino – São Paulo/SP
    1085. Tony Gigliotti Bezerra – Salvador/BA
    1086. Tony Gomes – Jacundá/PA
    1087. Tuna Nascimento – Niterói/RJ
    1088. Ulysses Peixoto da Silva – Nova Iguaçu/RJ
    1089. Valério Paiva – Campinas/SP
    1090. Valmor Venturini – Londrina/PR
    1091. Valtair Deucher – Medicilândia/PA
    1092. Vanda Souto – Fortaleza/CE
    1093. Vandelino da Silva (Dinho) – Campo Grande/ES
    1094. Vanessa Cristina Santos Matos – Salvador/BA
    1095. Vanessa Dourado – Brasília/DF
    1096. Vanessa Koetz – São Paulo/SP
    1097. Vanessa Silva do Nascimento – Niterói/RJ
    1098. Vanter Vieira Ribeiro Coutinho – Brasília/DF
    1099. Veraci Alimandro – Rio de Janeiro/RJ
    1100. Verginio Luiz Stanguerlin – Curitiba/PR
    1101. Verônica de Sousa Maciel – Brasília/DF
    1102. Veronica Freitas – Rio de Janeiro/RJ
    1103. Verônica Pereira M.da Silva – João Câmara/RN
    1104. Victor Aksenow Affonso – Rio de Janeiro/RJ
    1105. Victor Alexander Mazura – Morretes/PR
    1106. Víctor Hugo Araújo Diniz – Fortaleza/CE
    1107. Victor Hugo Resio – Goiânia-GO
    1108. Victor Taiar – Niterói/RJ
    1109. Victor Weiss de Camargo – Curitiba/PR
    1110. Vilmar Andrade – Cantagalo/PR
    1111. Vinicius Almeida – Niterói/RJ
    1112. Vinicius Alves – Rio de Janeiro/RJ
    1113. Vinícius Azevedo – Limeira/SP
    1114. Vinicius Bezerra de Moraes Galindo – Natal/RN
    1115. Vinicius Codeço – Niterói/RJ
    1116. Vinicius de Moraes Moreira da Silva – Vitória/ES
    1117. Vinicius Fernandes da Silva – São Paulo/SP
    1118. Vinícius Lobão – Brasília/DF
    1119. Vinicius Mayo – Petrópolis/RJ
    1120. Vinícius Neves Zimmermann – Florianópolis/SC
    1121. Vinicius Prado – Pontal do Paraná/PR
    1122. Vitor Azevedo Spinola Pinto – Rio das Ostras/RJ
    1123. Vítor Luiz Schwertner – Canoas/RS
    1124. Vitor Oliveira – Campinas/SP
    1125. Vitor Paulo – Cuiabá/MT
    1126. Vitória Lourenço – Rio de Janeiro/RJ
    1127. Wagner Moreira Campos – Salvador/BA
    1128. Wagner Santana – Rio de Janeiro/RJ
    1129. Wagner Sivek – Campo Largo/PR
    1130. Walber Nogueira da Silva – Fortaleza/CE
    1131. Wallace de Lima Berto – Niterói/RJ
    1132. Walter Altino – Salvador/BA
    1133. Walter Moreira – Niterói/RJ
    1134. Will Lacerda – Fortaleza/CE
    1135. William Benita – Rio de Janeiro/RJ
    1136. William dos Santos Lacerda – Fortaleza/CE
    1137. William Gomes do Nascimento Neto – Duque de Caxias/RJ
    1138. Willian Meister – Itapema/SC
    1139. Williams Silva e Silva – Belém/PA
    1140. Wilson Jesus Lucas Junior – Cariacica/ES
    1141. Wilson Sunahara – Umuarama/PR
    1142. Wilton Porciuncula – Rio de Janeiro/RJ
    1143. Winnie Santos Freitas – Rio das Ostras/RJ
    1144. Walter Mesquita – Maracanaú/CE
    1145. Yan Lima de Souza – Rio das Ostras/RJ
    1146. Yaskara Fabíola Bezerra da Silva – Mossoró/RN
    1147. Yasmim Ferreira – São Gonçalo/RJ
    1148. Yuri Famini – Nova Iguaçu/RJ
    1149. Yuri Medeiros – Santa Maria/RS
    1150. Zaira Valeska da Fonseca – Belém/PA
    1151. Zilmar Alverita da Silva – Salvador/BA

  • Zoe Konstantopoulou: “Parlamento foi chamado a ratificar o enterro da sua própria função”

    Zoe Konstantopoulou: “Parlamento foi chamado a ratificar o enterro da sua própria função”

    O infoGrécia traduziu o discurso da presidente do Parlamento da Grécia, na votação da semana passada que aprovou o primeiro pacote de medidas imposto por Bruxelas para avançar com o programa de financiamento ao país. Zoe Konstantopoulou diz não ter dúvidas de que “Alexis Tsipras foi chantageado com a sobrevivência do seu povo”.

    Zoe Konstantopoulou
    Zoe Konstantopoulou

    Senhoras e Senhores, caros colegas,

    Começo por agradecer ao especialista independente da ONU para a Dívida e os Direitos Humanos, Bohoslavsky, que interveio hoje, pela terceira vez neste último mês e meio, com o seu apelo público com o propósito de proteger a população grega das novas reduções dos seus direitos sociais, direitos sociais estes que já foram minados e violados.

    Quero também agradecer ao coordenador científico do Comité para a Verdade sobre a Dívida Pública, Éric Toussaint, que, com a sua intervenção pública de hoje, indica e propõe uma solução para a Grécia, para o povo grego. Esta solução pressupõe a abolição da dívida odiosa, ilegal e ilegítima; esta dívida que alguns tentam, por todos os meios, transferir para o povo grego e para as novas gerações. Estas gerações que não vos devem nada, senhores da Nova Democracia e do PASOK. Vocês, que governaram durante 40 anos, outorgam hoje a cada recém-nascido, desde a sua primeira respiração, uma dívida de 32 500 euros.

    Quero também agradecer a estas pessoas, a estes movimentos e forças políticas na Europa que se mexeram e mobilizaram dizendo que isto é um golpe de Estado contra a Grécia, mas também contra o seu governo. Quero agradecer também a todos os economistas, pessoas da cultura, das artes, das letras, aos intelectuais, que não estão corrompidos pelo poder nem pela sujidade dos programas de austeridade, e que se lhes opuseram afirmando que é inaceitável, numa civilização contemporânea, em 2015, que uma ação de vingança autoritária e antidemocrática tenha lugar contra este povo e este governo de esquerda e de oposição ao memorando.

    Caros e caras colegas, esta noite é um dia negro para a democracia na Grécia e na Europa. Mas é também um dia negro para o parlamento grego porque, com uma chantagem cruel, proveniente da União Europeia e dirigida primeiro ao governo e depois aos deputados, o parlamento foi chamado a ratificar, em 2h30 e sem discussões de fundo, o enterro da sua própria função, a ceder a soberania nacional e a hipotecar os bens públicos, tendo como horizonte a sua liquidação por um novo e bem mais monstruoso TAIPED (fundo privado de gestão de bens públicos), que o meu partido, o Syriza, chamava e chama “setor produtor de escândalos”. É também chamado a assumir a totalidade da dívida e de todas as obrigações a ela associadas, mesmo que esta dívida seja insustentável, odiosa, ilegítima e ilegal. Além disso, é chamado a ratificar mais cortes nas pensões, cortes que foram considerados anticonstitucionais pelo Supremo Tribunal Administrativo e que foram votados em novembro de 2012, quando a totalidade do grupo parlamentar do Syriza mostrou cartazes que diziam “Vocês destruíram o país, é hora de irem embora”, unindo-se assim ao povo e à sociedade, de onde provém e aos quais pertence. O parlamento foi chamado a ratificar mais cortes na despesa pública, apesar de esses gastos estarem abaixo da média europeia, apesar da aceitação de superavit primários irrealizáveis conduzirem a uma maior recessão, apesar da aceitação do facto de que o processo democrático do referendo gerou uma perda de confiança. Foi também chamado a ratificar o restabelecimento da confiança numa legislação sob controlo externo, em prazos irrealistas e com a aceitação humilhante de des-legislar, abolir, leis que nós votamos aqui no parlamento.

    Se este projeto de lei, que contém referências a um futuro terceiro memorando, fosse trazido pelos partidos que neste país são pró-memorando, isto é, a Nova Democracia, o PASOK, o Potami, o DIMAR e o LAOS, eu dirigir-me-ia ao parlamento com um discurso denunciando, uma a uma, todas as suas disposições. No entanto, é o governo de esquerda e das forças antimemorando que traz este projeto de lei, é o governo do Syriza e do ANEL, que nunca teve como objetivo a introdução e a aplicação de memorandos, mas, pelo contrário, a libertação do país destes últimos. Este governo que não acredita que os memorandos da submissão e da austeridade sejam um remédio para a economia, mas que defende, há muitos anos, que eles são a receita errada, o veneno que mata a sociedade e que sabe até que ponto eles são destrutivos.

    Não há nenhuma dúvida de que o governo age sob coação, que o primeiro-ministro foi cruel e implacavelmente chantageado, tendo sido usado, como instrumento de chantagem, a sobrevivência do seu povo. E não há nenhuma dúvida que se esta chantagem for ratificada esta noite, ninguém impedirá a sua repetição, não apenas contra nós, mas também contra outros povos e outros governos. Aliás, nós não somos os primeiros, Chipre precedeu-nos em março de 2013, o mesmo mês em que dois estudantes morreram em Larissa por causa do fumo de um fogareiro, pois não tinham dinheiro para se aquecer de outra forma, o mesmo ano em que um jovem de 18 anos perdeu a vida para evitar o controlo dos bilhetes do autocarro, pois não tinha meios para pagar, o mesmo ano em que uma menina de 10 anos, de Salónica, Sarah, perdeu também ela a vida por causa das emanações de um fogareiro na casa onde vivia há dois meses, sem eletricidade, com a sua mãe imigrante. O memorando provocou uma crise humanitária na Grécia e os nossos ditos parceiros sabem-no. Não têm nenhum direito de ameaçar o governo e o primeiro-ministro com uma destruição humanitária total, com um holocausto real, que eles mesmos orquestraram com a recusa de dotar os bancos de liquidez, a fim de forçar o primeiro-ministro a ceder e a consentir em tudo aquilo a que se tem oposto, a tudo aquilo contra o qual se tem continuadamente batido. Trata-se de um golpe de Estado, da abolição da democracia, da abolição da função constitucional e de uma imposição de condições de vida que certamente conduzirão – em parte ou totalmente – à destruição (de uma parte ou do conjunto) da população grega. Trata-se, pois, de um crime contra a humanidade e de um genocídio social.

    Creio que o primeiro-ministro fez tudo o que lhe era possível para se opor a esta chantagem. Ninguém o pode negar. E ninguém pode subestimar a coragem, o desinteresse e a grandeza moral da sua intenção – hoje – de proceder à sua autodestruição política, considerando que assim servirá o povo e a sociedade. Creio que o parlamento e o grupo parlamentar do Syriza não devem permitir que tal coisa aconteça.

    Considero que o parlamento deve impedir a realização do plano do “parêntesis de esquerda”, posto em prática por espíritos perversos que querem transformar o governo de esquerda em diretor e executante do memorando. Esses que nos querem obrigar, um por um e uma por uma, a dizer e a fazer o oposto de tudo aquilo pelo qual nos temos batido, que nos querem humilhar ao ponto de não nos podermos reconhecer a nós próprios e que a sociedade, a nossa aliada natural, não possa mais reconhecer-nos como povo, de cuja carne somos a carne.

    Não temos o direito de deixar isso acontecer. Não por causa de um suposto orgulho ou de um dogmatismo ideológico, mas por causa da consciência profunda de que será uma ferida incurável para a moral coletiva e social, pelo que pulsa e é encorajado e, sobretudo, pela raiva e grandeza a crescer nas jovens gerações. Por todos aqueles e todas aquelas que acreditaram em nós, não por lhe termos prometido contratos ou privilégios, mas porque confiaram na nossa persistência, no nosso desinteresse, nas nossas lutas e nos nossos compromissos.

    O plano “parêntesis de esquerda” é o mesmo plano que queria que o governo de esquerda e da luta contra o memorando fosse desacreditado. O plano que queria que o povo ficasse desesperado e sem apoios. Que quer a sociedade a insurgir-se. E que quer que certos poderes de desestabilização, como aqueles que vimos agir repetidamente no nosso país, reivindiquem a sua superioridade. Querem ver os interesses do sistema de corrupção manobrar os seus fantoches, designar os seus representantes para a liderança do ELSTAT, onde nos arriscamos a ter de manter o senhor Georgiou, responsável pela submissão do país ao memorando, na sede do Banco da Grécia, onde ainda nos sujeitamos ao senhor Stournaras, na liderança do Fundo de Estabilidade Financeira e do TAIPED (fundo privado de gestão de bens públicos).

    Este plano quer que aqueles que destruíram o país ressuscitem enquanto opinadores qualificados, quando deviam era prestar contas à história e à justiça. Quer também, infelizmente, que as forças da extrema-direita e do fascismo, saídas diretamente do nosso passado horroroso, assumam a representação verdadeira da sociedade e usurpem as lutas do povo. Ninguém tem o direito de fingir que não o vê. Esta sessão é também o prelúdio de tudo isto.

    Senhoras e senhores, caros colegas, e agora dirijo-me aos meus camaradas do Syriza. Em democracia não há impasse. O povo falou. Disse um grande NÃO aos ultimatos, às chantagens, às intimidações, à propaganda e ao terror. NÃO aos memorandos. Não temos o direito de transformar, com o nosso voto, este NÃO do povo num SIM. Não temos o direito de o interpretar como um NÃO com condições. Cada uma das medidas presentes no referido acordo foi rejeitada pelos cidadãos com uma maioria ensurdecedora. Somos obrigados a defender o seu veredito, porque o nosso poder reside neles. E porque nós, contrariamente aos outros, nunca reivindicamos ou quisemos o poder para o partilharmos entre nós ou para dele nos aproveitarmos, como o fizeram as forças do memorando e do antigo sistema político do bipartidarismo, vicioso e cleptocrático, do PASOK e da Nova Democracia, que têm, atualmente, a audácia de nos dar lições. Nós reivindicamos o poder para o devolvermos ao povo. O NÃO do povo não foi um NÃO condicional. O NÃO do povo não foi um NÃO entre aspas. Aqueles que pensam que o NÃO do referendo se exprimiu sob a condição de que o país fica no Euro devem reformular a questão e colocá-la novamente ao povo. Mas a questão nunca poderá ser aquela a que a troika e o seu novo ultimato querem que respondamos. A questão nunca poderá ser entre o euro ou a democracia, o euro ou os direitos humanos, o euro ou a Europa. Porque se tratam de questões reacionárias, antidemocráticas, antieuropeias e anti-humanitárias. As questões perante as quais o povo tem o saber, o vigor e a experiência histórica para lhes responder.

    Mas, em algum momento, pois alguns têm a audácia de falar do lobby do dracma, vai ser preciso falar também do lobby do sistema Simitis, do lobby da modernização, que continua a reivindicar governar o país através do sistema de corrupção e se quer justificar por meio de ações profundamente antidemocráticas e putshistas, que aqui foi trazida pela intervenção do senhor Vanizelos, quando pedia que o parlamento aprovasse o documento, isto é, que ratificasse um documento sem fundamento, de modo a apresentar provas de submissão e a criar situações sem retorno possível.

    Não tenho nenhuma dúvida, e digo-o com toda a clarividência da minha consciência tranquila, porque é com a nossa consciência que devemos falar nestes momentos, que tanto o governo como o povo estão realmente do lado do NÃO na votação de hoje. Não há lugar para ilusões. O grupo parlamentar deve ajudar o primeiro-ministro e o governo, que estão sob a pressão da chantagem, e não dar-lhes o golpe de misericórdia com um SIM, pensando que isso os ajuda, ou pedir-lhes que façam chantagem, coisa que o primeiro-ministro não fez, ao contrário dos seus predecessores, honra lhe seja feita.

    As causas da esquerda e da democracia, da emancipação social e popular e da libertação são todas as resistências, pequenas e grandes, que a servem. Se o parlamento não resiste hoje à chantagem, ceder-lhe-á novamente. Se legisla aceitando ultimatos, fá-lo-á novamente, e ver-se-á constrangido a fazê-lo de novo muito proximamente. Se cede, engana-se, se se deixa paralisar, encontrar-se-á perante si mesmo e a sua consciência, mas também perante a sua alma.

    Minhas senhoras e meus senhores, caros colegas, se é verdade que para alguns de vós a questão e a responsabilidade vos pesa, é importante considerar que na nossa história houve pessoas que, quando foi necessário, assumiram responsabilidades e souberam opor uma resistência muito superior a este NÃO de consciência a algo que, efetivamente, deve ser repudiado.

    Muito obrigada.


    Zoe Konstantopoulou é advogada e política grega. Deputada do partido de esquerda radical Syriza, que ganhou as eleições legislativas de 25 de janeiro de 2015 na Grécia, foi eleita, a 6 de fevereiro, presidente do parlamento. Com trinta e oito anos, é a mais jovem presidente do parlamento e a segunda mulher a exercer esta função.

    Tradução a partir do texto da intervenção publicado no site do CADTM.

    Fonte: infoGrécia, 23/07/2015

  • Desemprego não para de aumentar. Qual a saída?

    Desemprego não para de aumentar. Qual a saída?

    trabalhador-700x270_cQuem paga muitos impostos são os pobres, os trabalhadores e a classe média. Quem não paga ou é aliviado são os grandes empresários, os latifundiários, os rentistas e os milionários. O nível de desemprego ainda não pode ser considerado alarmante. Mas a trajetória crescente é desesperadora

    Tudo acontece como o esperado. Mês após mês o desemprego sobe. E é sempre maior que o mesmo mês de 2014. E o rendimento médio real dos trabalhadores nas seis grandes regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE recuou 5,0% em relação a maio de 2014.

    É verdade que o desemprego já foi muito maior do que é hoje. Em maio de 2003, era 12,9%. O nível de desemprego ainda não pode ser considerado alarmante. Mas a trajetória crescente é desesperadora. Associado a esse problema, vem outra dificuldade, evidente e muito grave. O emprego formal, com carteira assinada, também vem sofrendo queda acentuada. O saldo de geração de empregos formais no ano é negativo. Já foram fechados mais de 278 mil postos de trabalho com carteira assinada de janeiro a maio.

    No Brasil da última década, o mais importante instrumento de inclusão social foi o acesso ao trabalho e, especialmente, o trabalho com carteira assinada. O emprego com carteira assinada concede direitos, de férias, de 13º salário, de seguro-desemprego etc. E oferece, além disso, a possibilidade da compra a crédito. Por exemplo, permite a compra de forma parcelada de uma máquina de lavar, que é essencial em uma casa, porque possibilita mais horas para o descanso, o lazer e para a família.

    A atual exclusão social decorrente do desemprego é resultado da política de austeridade do governo que visa o chamado ajuste fiscal. O governo deseja reduzir o déficit nas contas públicas. E corta gastos e direitos trabalhistas e sociais.

    Sim, é preciso reduzir o déficit do ano passado que foi de 6,7% do PIB. Tal déficit não foi produzido por uma “gastança” pública dirigida a programas sociais. Foi produzido devido à baixa arrecadação, já que o crescimento econômico foi pífio, e devido aos gastos do governo feitos para beneficiar empresários e rentistas. Aos empresários, foi feita uma transferência, na forma de desonerações, de mais de R$ 100 bilhões (2,1% do PIB). Ao rentistas, foram pagos mais de R$ 300 bilhões (6,1% do PIB).

    gráficos

    O país tem que voltar a crescer para gerar empregos, arrecadação tributária e melhorar suas contas públicas. É preciso gastar, e não cortar gastos públicos, para estimular o crescimento. É preciso gastar certo e com qualidade. Gastos públicos com pagamentos de juros e desonerações não geram empregos. É preciso gastar realizando obras na construção civil, que geram muitos empregos: ampliar o programa Minha Casa, Minha Vida, construir escolas, hospitais e infraestrutura urbana e rural.

    Novos gastos públicos não devem ser financiados com mais déficit público. Não é preciso ser muito inteligente para perceber que há outras fontes de financiamento. Aliás, não é uma questão de inteligência, mas sim de escolha de projeto e de coragem política. As grandes empresas, bancos, latifundiários, ricos, milionários e bilionários poderiam começar a financiar o desenvolvimento brasileiro.

    Há no Brasil uma grande injustiça tributária. Quem paga muitos impostos são os pobres, os trabalhadores e a classe média. Quem não paga ou é aliviado são os grandes empresários, os latifundiários, os rentistas, os ricos, os milionários e os bilionários brasileiros.

    Uma reforma que faça justiça tributária seria uma fonte imensa de recursos para garantir empregos e financiar os gastos públicos de um modelo de contínuo crescimento. Com uma reforma justa, a receita pública aumentaria e a economia seria dinamizada pelos gastos feitos por aqueles que ganham menos e que, portanto, gastam toda a sua renda disponível.

    A justiça tributária poderia começar já, antes de uma reforma, com a cobrança efetiva daqueles que comprovadamente devem impostos e não pagaram (são devedores que estão inscritos na dívida ativa da União). Cabe à Procuradoria Geral da Fazenda fazer está cobrança ou execução.

    Fica aqui um número estarrecedor: segundo a Procuradoria da Fazenda, comprovadamente são devidos ao governo federal UM TRILHÃO DE REAIS de impostos não pagos. Esse TRILHÃO DE REAIS não para de crescer – e o governo federal somente consegue recuperar 1,3% desse montante ao ano.

    Fonte: Controvérsia, 14/07/2015

  • ‘O caso Rafael Braga revela de forma patente a seletividade do sistema penal’

    ‘O caso Rafael Braga revela de forma patente a seletividade do sistema penal’

    Rafael Braga
    Rafael Braga

    Um dos casos mais emblemáticos dentre todas as prisões políticas presenciadas pela sociedade brasileira a partir das manifestações de junho de 2013 é o de Rafael Braga, preso no Rio de Janeiro por portar um frasco de pinho sol enquanto vagava pelas ruas da cidade em um dos dias de manifestação popular. Talvez o único preso sem vinculo político com os protestos, Rafael recebeu a maior condenação, 5 anos de reclusão. Agora que seu caso chegou ao STF, entrevistamos João Henrique Tristão, advogado da ONG Defensores dos Direitos Humanos, que defende Rafael.

    “Malgrado à atitude policial, podemos constatar, até pelo laudo, mesmo sob manipulação, que a perícia aferiu ofensividade mínima do material, ou seja, forçaram a barra no sentido de ter alguém pra Cristo. Muito em virtude de sua fragilidade e vulnerabilidade, aliadas ao fato de ser negro, portanto, vulnerável ao sistema penal, Rafael foi selecionado por esse sistema nefasto. De acordo com a própria parte técnica não havia elemento pra embasar uma pena de tamanho calibre”, explicou Tristão.

    Em sua visão, o caso de Rafael Braga simboliza bem como o Estado brasileiro “adota uma política fascista, que a todo momento e a qualquer preço visa a manutenção do status quo”, o que explica como as reivindicações de caráter social que marcaram diversos protestos são bloqueadas por todas as instâncias de poder constituído.

    “Constatamos, a partir das jornadas de junho, em razão também de muitas outras manifestações, que temos um aparato policial coordenado por um Estado que reprime e oprime o direito de manifestação, em clara tentativa de criminalizar movimentos sociais que reivindicam pautas sociais, sobre desigualdades raciais, entre outras”, criticou.

    A entrevista com João Henrique Tristão, realizada nos estúdios da webrádio Central3, pode ser lida a seguir.

    Correio da Cidadania: Além dos ativistas de diversos locais processados pelas instituições de Estado após as históricas manifestações de junho de 2013, chamou atenção o caso de Rafael Braga, preso por portar pinho sol próximo a uma manifestação no Rio de Janeiro. O que você tem a contar do caso e o que espera do STF, que agora tem o processo em mãos?

    João Henrique Tristão: O caso do Rafael Braga é um dos que revelam de forma patente a seletividade sob a qual atua o sistema penal e como é a política criminal, em especial o judiciário, o Ministério Público e todas as agências de poder constituídas. O Rafael, como todos sabem, é um jovem negro, pobre, que na época de sua prisão estava em situação de rua. Foi preso num dos dias das manifestações das jornadas de junho, próximo da avenida Presidente Vargas e da Central do Brasil, perto de onde se recolhia. Portava materiais de limpeza, pinho sol e outro desinfetante, e foi pinçado pela polícia que patrulhava a região. Pegaram-no e aduziram que estava causando tumultuando, conduzindo-o à delegacia de forma arbitrária. Posteriormente, segundo o próprio Rafael Braga relatou, apareceu um material já manejado, depois de sua prisão, que foi introduzido no sentido de qualificar aquilo como possível artefato explosivo, tudo à sua revelia.

    Malgrado a atitude policial, podemos constatar, até pelo laudo, mesmo sob tal manipulação, que a perícia aferiu ofensividade mínima deste material, ou seja, forçaram a barra no sentido de ter alguém pra Cristo, digamos assim. Muito em virtude de sua fragilidade e vulnerabilidade, aliadas ao fato de ser negro, portanto, vulnerável ao sistema penal, Rafael foi selecionado por esse sistema nefasto. Por isso, foi processado pelo artigo 16 do Estatuto do Desarmamento, que se refere à posse de material explosivo, e condenado a 5 anos de reclusão, de forma totalmente arbitrária e insensível por parte da justiça. De acordo com a própria parte técnica não havia elemento pra embasar uma pena de tamanho calibre.

    A pena, na época, foi majorada porque o juiz considerou que ele, por estar próximo a lugar de manifestação e concentração de gente, colocou em perigo a vida de muitas pessoas. Uma evidente incongruência, porque o próprio laudo atesta o mínimo de potencialidade do material. Tal aspecto foi objeto dos nossos recursos, mas a 3a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou nossa apelação, reduzindo a pena em somente quatro meses, ficando em 4 anos e 8 meses.

    Entramos com recursos no STJ e STF. Todavia, é evidente que por má vontade política com o caso e todas as circunstâncias correlatas nosso recurso não foi admitido na 3a. Vice-presidência do TJ-RJ. Por isso, entramos com medidas cabíveis no STJ superar tal apreciação. Não conseguimos êxito e agora recorremos à última instância do judiciário, o STF. Atualmente, o ministro Luiz Fux é relator de um agravo que visa superar esse óbice da apreciação do recurso, para assim reconhecerem e apreciarem o mérito da causa do Rafael Braga.

    Correio da Cidadania: Entre os que realmente participavam de atos políticos, há vários outros processados, como um militante da Federação Anarquista Gaúcha e outros 23 cariocas, a exemplo de Sininho, Igor Mendes e Eloisa Samy. Há também casos como o do fotógrafo paulista Sergio Silva, cegado de um olho por bala de borracha, cujo inquérito que investigava abuso policial acabou de ser arquivado. O que esses casos todos refletem pra você, a respeito da democracia brasileira?

    João Henrique Tristão: Atualmente, vivemos uma conjuntura política muito obscura, à luz do que deveria ser um estado democrático de direito. Constatamos, a partir das jornadas de junho, em razão também de muitas outras manifestações, que temos um aparato policial coordenado por um Estado que reprime e oprime o direito de manifestação, em clara tentativa de criminalizar movimentos sociais que reivindicam pautas sociais, sobre desigualdades raciais, entre outras.

    Isso mostra a clara tentativa estatal de sufocar e inibir quaisquer atitudes de reivindicação por parte da população. É lamentável, mas infelizmente se adota uma política fascista, que a todo momento e a qualquer preço visa a manutenção do status quo. Seja através da criminalização de movimentos sociais, seja de qualquer outra forma pela qual o Estado possa manter as coisas como estão.

    Minha visão política do contexto é exatamente essa. Sobre os 23 ativistas cariocas processados também posso falar, pois o DDH atua no caso. É um processo estapafúrdio. O MP elaborou tudo na base de ilações e conjecturas, no sentido de que haveria vínculo estável e permanente entre todos os ativistas, o que sabemos não ser verdade. É uma clara tentativa de criminalizar movimentos sociais. Basta olhar a conjuntura, a forma de atuação do Estado e a truculência da polícia pra vermos como é clara a tentativa de sufocar qualquer suspiro em prol de um país melhor e mais justo.

    Correio da Cidadania: Muitos desses protestos tiveram relação direta com a contestação aos megaeventos esportivos e seus gastos bilionários. Como fica o Rio de Janeiro em meio a isso, que, além da Copa do Mundo, encerrada há um ano, ainda tem uma Olimpíada pela frente? Como você analisa a propalada ideia do ‘legado’?

    João Henrique Tristão: Sobre a Copa do Mundo se seguiu a lógica capitalista, que nos “contemplou” com a vinda dos megaeventos. Assim, não se pode falar muito de legado, ao menos a partir do momento em que se investiu e concederam isenções bilionárias a uma entidade privada que agora é alvo de investigações de corrupção, em detrimento de serviços básicos como saúde e educação, que vivem em petição de miséria, no Rio e nacionalmente.

    Valorizou-se um evento concebido para uma determinada classe, a dominante, poder acompanhar e usufruir de perto o suposto legado. Isso à margem da maioria esmagadora da população, que vive sem acesso a serviços básicos e muitas vezes em situação deplorável.

    No meu entendimento não se pode falar de quaisquer legados, nem mesmo a reforma do Maracanã. Tudo foi feito em detrimento da melhoria de outros serviços, algo ainda mais nefasto, e não trouxe nenhuma benesse para a população. Em relação às Olimpíadas, creio que seguimos a mesma lógica, com seletividade de público e somente pessoas de melhores condições tendo acesso aos eventos.

    Pior: temos casos de remoções drásticas de populações que vivem há muito tempo no entorno de alguns palcos desses grandes eventos. Podemos citar a Vila Autódromo, marco de resistência de moradores pobres à beira de um dos locais onde teremos Olimpíada, em constante ameaça de remoções ilegais e arbitrárias da prefeitura. Não consigo constatar nenhum legado para a população.

    Correio da Cidadania: Você acha que as instituições brasileiras absorveram algum recado deixado pelas ruas nesses últimos dois anos?

    João Henrique Tristão: Infelizmente, acho que as oligarquias midiáticas, os grandes conglomerados corporativos de mídia, foram atores no processo, de maneira que alienaram e deturparam muitos acontecimentos e fatos, tanto das manifestações de junho como nas que se seguiram depois.

    Creio que grande parte da população ainda não compreendeu a real essência do que tudo aquilo representou. Hoje vivemos uma conjuntura política conservadora no Congresso Nacional. Quero muito acreditar que nada tenha sido em vão, que muitas pessoas possam ter sido tocadas no sentido de que o poder realmente emana do povo, que o próprio poder constituinte originário nos outorga isso.

    Malgrado todos os percalços, deturpados e dissimulados pela grande mídia, quero acreditar que muitas pessoas possam ter se sensibilizado e constatado algo positivo, em termos de sentimentos de protestos e mudança. Quero acreditar que muitas pessoas tenham se sensibilizado e desenvolvido uma nova concepção política dos fatos.

    Correio da Cidadania: Como relaciona tudo o que foi aqui conversado com esse ano político, marcado por cortes do orçamento social, desemprego e greves? Acredita que estamos próximos de reviver manifestações similares às de 2013?

    João Henrique Tristão: Infelizmente, tenho uma análise política bem específica. Consiste no fato de que vivemos um momento político bastante singular, pois elegemos uma composição ultraconservadora para o Congresso Nacional. Além disso, tivemos as notícias de corrupção envolvendo membros do governo atual. Tudo isso gerou um oportunismo político muito bem manipulado pela grande mídia, que acabou difundindo um sentimento em diversas pessoas – não aquelas que se revoltaram em 2013, mas talvez um pouco também. Tivemos em 2015 protesto mais conservador, que visa principalmente sua própria autotutela, sua própria manutenção. Em março, tal sentimento foi capitaneado pela população de média e alta classe média.

    Creio que, analisando a conjuntura e o fenômeno, as manifestações deste ano não podem ser confundidas com aquelas que ficaram marcadas como jornadas de junho. Tem muito oportunismo envolvido e uma classe média manipulada de modo a servir a senhores políticos e senhores do próprio capital, pra tentar desvirtuar a linha de protesto inicialmente adotada, que clamava muito mais por aspectos sociais do que pela própria manutenção de tudo, como vimos em março desse ano, em protestos travestidos de revolta contra a corrupção, algo totalmente genérico e sem pauta.

    Evidentemente, a conjuntura atual do país potencializou e de certa forma viabilizou a deturpação do que efetivamente ocorre, aliado, volto a ressaltar, a um oportunismo político muito forte e uma manipulação por parte das grandes oligarquias midiáticas.

    Quanto à possibilidade de vermos retornar as pautas das jornadas de junho, espero muito que aconteça. Espero que os atos em prol das pautas realmente necessárias ao país – ou seja, sociais – voltem com força total, como naqueles dias de 2013.

    Gabriel Brito e Paulo Silva Junior são jornalistas

    Fonte: Correio da Cidadania, domingo, 12 de julho de 2015

  • Pesquisa com dados do IR mostra desigualdade estável de 2006 a 2012

    Pesquisa com dados do IR mostra desigualdade estável de 2006 a 2012

    Desigualdades-sociais_1A diminuição da desigualdade, uma das principais bandeiras do governo federal, pode não ter sido bem-sucedida. É o que mostra um estudo realizado por três pesquisadores da Universidade de Brasília. Eles constataram que a concentração de renda permaneceu praticamente estável entre 2006 e 2012, contrariando a queda acentuada divulgada pelo IBGE.

    Os pesquisadores Marcelo Medeiros, Pedro Souza e Fábio de Castro concluíram que os coeficientes de Gini, usados para medir a desigualdade foram 0,696 (em 2006), 0,698 (em 2009) e 0,690 (em 2012).

    Quanto mais próximo de 1, maior é a concentração de renda. Zero significa que todos os habitantes de uma região ganham a mesma quantia, o que não acontece em nenhum lugar do mundo.

    O Brasil ocupa a 141ª colocação no ranking da igualdade feito pelo Banco Mundial, na frente de apenas 13 países. A Suécia aparece como país mais igual do mundo, enquanto África do Sul e Seychelles estão nos últimos lugares.

    “Nosso estudo mostrou que a desigualdade é maior no Brasil do que se costumava acreditar. E também que a desigualdade permanece estável de 2006 em diante”, diz Medeiros.

    Os resultados obtidos pelo trio são bem diferentes dos divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) no estudo “A Década Inclusiva”, que teve como base os dados coletados pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) de 2001 a 2011, do IBGE.

    DESIGUALDADE SEGUNDO ESTUDO DA UNB

    Pesquisa baseada nos dados do Imposto de Renda mostra queda do índice de Gini, que varia de zero (perfeita igualdade) a um (desigualdade máxima)

    Para o Ipea, “não há na história brasileira, estatisticamente documentada desde 1960, nada similar à redução da desigualdade de renda observada desde 2001″. No período, o Gini teria caído em quase todos os anos até 2011.

    A diferença entre os resultados dos dois trabalhos vem da forma como eles usaram os dados referentes à renda. A pesquisa da UnB aplicou uma metodologia que vem ganhando força nos últimos anos, principalmente a partir dos conceitos do economista francês Thomas Piketty.

    A renda dos mais ricos é calculada a partir das declarações do Imposto de Renda. Os professores da UnB usaram as Declarações de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) dos 10% mais ricos, nos anos de 2006, 2009 e 2012, e combinaram com os dados da Pnad para os outros 90% da população.

    Os pesquisadores acreditam que, mesmo usando o imposto, a renda dos mais ricos pode estar subestimada já que os ganhos de pessoa jurídica não são tributados nas declarações do Imposto de Renda da pessoa física.

    Já nas pesquisas usadas pelo Ipea, o entrevistado declara a própria renda e muitas vezes não leva em conta rendimentos além dos salários, como aplicações financeiras.

    DESIGUALDADE SEGUNDO O GOVERNO

    Dados do IBGE mostram queda acentuada do índice de Gini, que varia de zero (perfeita igualdade) a um (desigualdade máxima)

    Medeiros explica que os coeficientes de Gini encontrados pelo seu estudo não devem ser comparados aos divulgados pelo IBGE. Enquanto os pesquisadores da UnB usaram renda bruta para os 10% mais ricos, os dados obtidos pela Pnad se referem a renda familiar per capita de apenas uma amostra da população. Outra diferença é que o trabalho dos três pesquisadores acrescentou a parcela da população que não tem rendimentos.

    POBREZA REDUZIDA

    Apesar de afirmar que a desigualdade não diminuiu, os pesquisadores da UnB avaliam que as condições dos mais pobres melhoraram. “Não há dúvida de que a renda dos mais pobres aumentou de 2006 a 2012, mas desigualdade e nível de vida são coisas diferentes”, diz Medeiros.

    Marcio Pochmann, ex-presidente do Ipea, defende que a desigualdade diminuiu porque os mais pobres tiveram um crescimento de renda acelerado no período. “Todos ganharam, uns mais que os outros. Os mais pobres cresceram mais que a média. Eles tiveram empregos melhores, o salário mínimo subiu, tiveram o Bolsa Família”, afirma.

    Pela pesquisa da UnB, a metade mais pobre da população ficou com apenas 11% do resultado do crescimento entre 2006 e 2012, enquanto o 1% mais rico ficou com 28%.

    “Ou seja, cada pessoa da pequena elite formada pelo 1% mais rico da população apropriou-se de uma fração 127 vezes maior do crescimento da renda que as pessoas na metade mais pobre do país”, afirma o trabalho.

    Organizadora do livro “Trajetórias das Desigualdades”, cujo lançamento aconteceu na terça-feira (2), Marta Arretche diz que o estudo de Medeiros, Souza e Castro passa a impressão que não houve avanço na melhora de vida dos mais pobres nas década passada.

    “O Gini pode permanecer inalterado, mas não esconde que o Bolsa Família tirou 14 milhões de domicílios da pobreza e que a faixa da população protegida pelo salário mínimo aumentou”, explica.

    Segundo Arretche, o trabalho da UnB evidenciou as limitações das pesquisas censitárias. “Quando você tem o quadro total e não apenas o dos ricos, você conclui que houve mudanças importantes no Brasil. Ela pode não ser no nível que os cálculos com apenas os dados censitários indicavam, mas houve mudanças”, avalia.

    Por se tratar de um estudo com uma metodologia nova, ao combinar os dados do Imposto de Renda de parte da população com declarações de renda familiar de uma pesquisa amostral, agora os três pesquisadores da UnB tentam confirmar os achados.

    “Estamos confirmando com uma série de outras metodologias os resultados. Até agora tudo indica que estamos certos”, diz Medeiros.

    CLASSE ALTA NA FAVELA

    No Brasil, 7% dos moradores das favelas em 2014 pertencem à classe alta. É o que encontrou uma pesquisa de março do Data Favela, o primeiro instituto especializado nas favelas brasileiras.

    Os resultados retratam um país em que, segundo a Pnad de 2013, 52% da população em idade ativa recebia no máximo dois salários mínimos (R$ 1.576). Outros 22% não tinham rendimentos. Apenas cerca de 2% da população ganhava mais que dez salários mínimos (R$ 7.880).

    Para fazer parte da classe alta, que engloba as classes A e B, era necessário que a renda familiar per capita estivesse acima de R$ 1.184 em maio de 2014. O levantamento, feito com apoio do Instituto Data Popular e da Central Única das Favelas (Cufa), pesquisou 63 comunidades em nove Estados e no Distrito Federal.

    Fonte: Folha de São Paulo, 08/06/2015

  • A montanha COP-21 pariu um rato

    A montanha COP-21 pariu um rato

    bemn-vindo_ao_desertoSe quisermos evitar a catástrofe, temos de ir além da conversa e atacar as verdadeiras raízes do problema: a oligarquia fóssil e, em última análise, o atual sistema económico e social, o capitalismo.

    Que imenso sucesso! A COP-21 é um verdadeiro acontecimento histórico! Mais do que isso, é um verdadeiro milagre! Pela primeira vez na história, 195 chefes de Estado encontraram-se para discutir uma resolução comum.

    A Conferência de Paris, graças à paciente diplomacia de Laurent Fabius e François Hollande, permitiu a adoção unânime de um documento que reconhece a necessidade de se tomar medidas para evitar que o aquecimento global seja superior a 2 graus.

    Laurent Fabius reconheceu que, no fim, ficaremos abaixo de um grau e meio. Todos os governos do planeta aceitaram fazer propostas de redução voluntária das suas emissões de CO2.

    Diante de tamanha demonstração de boa vontade, de tão maravilhosa unanimidade planetária, de tão grandiosa convergência de todos os países, grandes e pequenos, não é para ficarmos felizes? Para os que podem, é hora de abrir a garrafa de champanhe e comemorar esse extraordinário sucesso da governança climática internacional.

    Só tem um detalhe que ameaça estragar a festa. É um detalhe pequeno, mas não é um detalhe insignificante. Qual?

    Se todos os governos cumprirem as suas promessas, os seus compromissos voluntários – o que, infelizmente, é pouco provável, considerando-se a ausência de um acordo obrigatório, a ausência de sanções e a ausência de controlo – se todos reduzirem efetivamente as suas emissões, conforme as suas declarações de intenção, nesse caso idílico – infelizmente, muito infelizmente, improvável – o que irá acontecer?

    Segundo os cálculos científicos, nesse caso o aquecimento global vai aumentar, em algumas décadas, 3 ou talvez até 4 graus. O que significa o rompimento do ponto de não retorno e o desenvolvimento de um processo irreversível de mudança climática, conduzindo – num prazo imprevisível, mas, sem dúvida, como reconhecem os cientistas, bem mais curto do que as previsões atuais – a uma série de catástrofes nunca vistas na história da humanidade: inundação das principais cidades da civilização humana (de Londres e Amesterdão a Rio de Janeiro e Hong Kong), desertificação em grande escala, redução dramática de água potável, queima das últimas florestas existentes etc. A que temperatura a vida humana seria insuportável neste planeta?

    A montanha COP-21 pariu um rato. Se quisermos evitar a catástrofe, temos de ir além da conversa e atacar as verdadeiras raízes do problema: a oligarquia fóssil e, em última análise, o atual sistema económico e social, o capitalismo.

    “Mudemos o sistema, não o clima!” A palavra de ordem de milhares de manifestantes presentes no Champ de Mars foi a única palavra de futuro pronunciada em Paris em 12 de dezembro de 2015.

    Tradução de Mariana Echalar publicada no blogue da Boitempo

    Fonte: Esquerda.Net, 15/12/2015

  • Pátria Educadora

    Pátria Educadora

    Vladimir Safatle
    Vladimir Safatle

    De todos os estelionatos eleitorais que o governo Dilma produziu nesses últimos meses, o mais deplorável é aquele que levou os profissionais de marketing de sua campanha a decidir que o slogan de seu governo seria “Pátria educadora”. Ao se ouvir algo dessa natureza, o cidadão acredita que está diante de um governo que fará da educação sua prioridade maior.

    Isso significa, por exemplo, que ele livrará os gastos com educação da sanha dos cortes inventados por economistas funcionários de bancos privados travestidos de ministros. Economistas contratados para requentar a velha receita do “ajuste fiscal” que pune os pobres e a classe média, isto enquanto deixa intocado os rendimentos da elite rentista e do sistema financeiro.

    No entanto, eis que no início do mês de julho somos contemplados com a notícia de que a Capes, órgão do Ministério da Educação responsável pela pós-graduação, será obrigada a cortar 75% da verba de custeio de todos os programas de mestrado e doutorado no país.

    Isso significa uma restrição brutal das atividades de pós-graduação, com consequências para a pesquisa desenvolvida entre nós e para o processo de internacionalização de nossas universidades.

    Em um momento de crise, os investimentos em educação e pesquisa tornam-se ainda mais decisivos. Países que entraram em crise econômica profunda, como a Islândia, criaram um sistema de bolsas para que desempregados se inscrevessem na pós-graduação, isso a fim de qualificá-los melhor.

    Mas imaginar que os economistas que controlam o atual governo compreendam algo dessa natureza é como pedir que andem de cabeça para baixo.

    Ao impor ao Ministério da Educação a obrigação de produzir um corte dessa natureza, o governo federal demonstra, mais uma vez, sua falta de compromisso com suas próprias promessas. Se ele realmente quisesse tratar a educação nacional como prioridade poderia lutar por criar um imposto, vinculado exclusivamente à educação, sobre os lucros bancários estratosféricos, sobre as grandes fortunas ou sobre transações bancárias.

    Quem sabe, tocado pela situação, o Congresso Nacional, com sua casta recém-contemplada com aumentos de verbas, poderia voltar atrás no aumento do Fundo Partidário e o senhor Eduardo “dia do orgulho heterossexual” Cunha anunciaria que os líderes partidários resolveram que melhor seria abrir mão de tal aumento em prol da defesa do orçamento da educação.

    Em uma hora de miséria nacional, não custa delirar um pouco.

  • A sociedade do smartphone

    A sociedade do smartphone

    Assim como o automóvel definiu o século XX, o smartphone está remodelando como nós vivemos e trabalhamos hoje.

    Traduzido da Jacobin Magazine.

    Traduzido da Jacobin Magazine.

    O automóvel foi, em muitos aspectos, a mercadoria que definiu o século XX. Sua importância não decorre de virtuosismo tecnológico ou sofisticação da linha de montagem, mas sim de uma capacidade de refletir e modelar a sociedade. As formas como produzimos, consumimos, usamos e regulamos automóveis são uma janela para o capitalismo do século XX em si — um vislumbre de como o social, o político e o econômico cruzaram e colidiram.

    Hoje, num período caracterizado por financeirização e globalização, no qual a “informação” é rei, a ideia de qualquer mercadoria definir uma época pode parecer estranha. Mas mercadorias não são menos importantes hoje, e as relações das pessoas com elas continuam centrais para a compreensão da sociedade. Se o automóvel foi fundamental para captar o último século, o smartphone é a mercadoria que define a nossa era.

    As pessoas hoje gastam muito tempo em seus telefones. Elas os checam constantemente durante o dia e os mantêm perto dos seus corpos. Elas dormem perto deles, levam eles para o banheiro e olham para eles enquanto caminham, comem, estudam, trabalham, esperam e dirigem. 20% dos jovens adultos admitem até checar seus telefones durante o sexo.

    O que significa que as pessoas tenham um telefone em sua mão ou no seu bolso onde quer que vão, durante todo o dia? Para dar sentido à nossa pretensa dependência coletiva do telefone, nós devemos seguir o conselho de Harry Braverman e analisar “a máquina de um lado e as relações sociais de outro, e a maneira pela qual esses dois se juntam na sociedade”.

    Máquinas de mão

    Insiders da Apple se referem à cidade de montagem da Foxconn em Shenzhen como Mordor — o buraco do inferno da Terra Média de J. R. R. Tolkien. Como uma onda de suicídios em 2010 revelou tragicamente, o apelido é um exagero apenas leve para as fábricas nas quais jovens trabalhadores chineses montam iPhones. A cadeia de fornecimento da Apple liga colônias de engenheiros de software com centenas de fornecedores de componentes na América do Norte, na Europa e na Ásia Oriental — Gorilla Glass de Kentucky, coprocessadores de movimento da Holanda, chips de câmera de Taiwan e módulos transmissores da Costa Rica convergem em dezenas de fábricas de montagem na China.

    As tendências simultaneamente criativas e destrutivas do capitalismo estimulam mudanças constantes nas redes globais de produção, e dentro dessas redes, novas configurações de poder corporativo e estatal. Nos velhos tempos, cadeias de fornecimento orientadas pelo produtor, exemplificadas por indústrias como a do automóvel e a do aço, eram dominantes. Pessoas como Lee Iacocca e a lenda do Boeing, Bill Allen, decidiam o que fazer, onde fazer e por quanto vender.

    Porém, à medida que contradições econômicas e políticas do boom pós-guerra intensificaram nos anos 60 e 70, mais e mais países do sul global adotaram estratégias orientadas para a exportação para alcançar seus objetivos de desenvolvimento. Um novo tipo de cadeia de fornecimento emergiu (particularmente em indústrias leves como de roupas, brinquedos e eletrônicos) na qual os varejistas, em vez de os fabricantes, seguram as rédeas. Nesses modelos orientados pelo comprador, empresas como Nike, Liz Claiborne e Walmart projetam bens, definem seu preço para os fabricantes e muitas vezes possuem no modo de produção não muito mais do que suas marcas lucrativas.

    Poder e governança estão localizados em vários pontos na cadeia do smartphone, e produção e projeto estão profundamente integrados na escala global. Mas as novas configurações de poder tendem a reforçar as hierarquias de riqueza existentes: os países pobres e médios tentam desesperadamente passar a serem nós mais lucrativos através de desenvolvimento de infraestrutura e acordos comerciais, mas oportunidades de modernização são poucas e distantes entre si, e a natureza global da produção faz as lutas dos trabalhadores para melhorar condições e salários extremamente difícil.

    Os mineiros de coltan congoleses estão separados dos executivos da Nokia por mais do que um oceano — estão divididos pela história e pela política, pela relação dos seus países com as finanças, e por barreiras de desenvolvimento que têm décadas, muitas delas enraizadas no colonialismo.

    A cadeia de valor do smartphone é um mapa útil de exploração global, política de comércio, desenvolvimento desigual e proezas logísticas, mas o significado mais profundo do dispositivo está em outro lugar. Para descobrir as mudanças mais sutis na acumulação que são ilustradas e facilitadas pelo smartphone, nós devemos nos voltar do processo pelo qual as pessoas usam máquinas para criar telefones para o processo pelo qual nós usamos o próprio telefone como máquina.

    Considerar o telefone como máquina é, em alguns aspectos, imediatamente intuitivo. Com efeito, a palavra chinesa para celular é shouji, ou “máquina de mão”.  As pessoas frequentemente usam suas máquinas de mão como elas usariam qualquer outra ferramenta, particularmente no local de trabalho. As demandas neoliberais por trabalhadores flexíveis, móveis e conectados em rede tornam-nas essenciais.

    Smartphones estendem o local de trabalho em espaço e tempo. E-mails podem ser respondidos no café da manhã, fichas revistas no trem para casa e as reuniões do dia seguinte verificadas antes de apagar as luzes. A Internet se torna o local de trabalho, com o escritório apenas um ponto no vasto mapa de possíveis espaços de trabalho.

    A extensão da jornada de trabalho por meio de smartphones se tornou tão onipresente e perniciosa que grupos de trabalhadores estão lutando contra.  Na França, sindicatos e empresas de tecnologia assinaram um contrato em abril de 2014 reconhecendo a 250 mil trabalhadores de tecnologia o “direito de desconectar” depois de um dia de trabalho.  A Alemanha está atualmente contemplando uma legislação que visa proibir e-mails e telefonemas depois do trabalho.  A ministra do trabalho alemã Andrea Nahles disse a um jornal que é “indiscutível que há uma conexão entre disponibilidade permanente e doenças psicológicas”.

    Smartphones também facilitaram a criação de novos tipos de trabalho e novas formas de acessar os mercados de trabalho. No “mercado de trabalhos ocasionais”, empresas comoTaskRabbitPostmates construíram seus modelos de negócio tocando na “força de trabalho distribuída” através de smartphones.

    O TaskRabbit conecta as pessoas que preferem evitar o trabalho penoso de realizar seus afazeres domésticos com pessoas desesperadas o suficiente para fazerem por dinheiro.  Aqueles que querem tarefas feitas, como roupa lavada ou faxina depois da festa de aniversário dos seus filhos, se conectam com “taskers” usando o aplicativo móvel da TaskRabbit.

    Espera-se que os taskers monitorem continuamente seus telefones por trabalhos potenciais (o tempo de resposta determina quem pega um trabalho); consumidores podem pedir ou cancelar um tasker em trânsito; e depois de completar com sucesso a tarefa, o terceirizado pode ser pago diretamente através do telefone.

    Postmates — o queridinho da gig economy — está em ascensão no mundo dos negócios, especialmente depois que a Spark Capital colocou 16 milhões de dólares nele no início do ano. Postmates rastreia seus “mensageiros” em cidades como Boston, San Francisco e New York usando um aplicativo móvel nos seus iPhones enquanto eles se apressam para entregar tacos artesanais e lattes de baunilha sem açúcar em casas e escritórios. Quando um novo trabalho chega, o aplicativo o encaminha para o mensageiro mais próximo, que precisa responder imediatamente e completar a tarefa em uma hora para receber o pagamento.

    Os mensageiros, que não são empregados reconhecidos da Postmates, estão menos entusiasmados que a Spark.  Eles ganham US$ 3,75 e gorjeta, e como eles são classificados como terceirizados independentes, não são protegidos pelas leis de salário mínimo.

    Dessa forma, nossas máquinas de mão se encaixam perfeitamente no mundo moderno do trabalho. O smartphone facilita modelos de emprego contingente e autoexploração ao conectar trabalhadores a capitalistas sem os custos fixos e o investimento emocional das relações de emprego mais tradicionais.

    Mas smartphones são mais do que um pedaço de tecnologia para trabalho assalariado — eles tornaram-se uma parte da nossa identidade. Quando nós usamos nossos telefones para enviar mensagens de texto a nossos amigos e namorados, postamos comentários no Facebook ou percorremos nossos feeds no Twitter, nós não estamos trabalhando — estamos relaxando, estamos nos divertindo, estamos criando. No entanto, coletivamente, através desses pequenos atos, nós acabamos produzindo algo único e valioso: nossos eus.

    Eus a venda

    Erving Goffman, um influente sociólogo americano, era interessado no eu e em como os indivíduos produzem e moldam a si mesmos através da interação social. Como ele mesmo admitia, Goffman era um pouco shakeasperiano — para ele, “o mundo inteiro é um palco”.  Ele argumentou que as interações sociais podem ser pensadas como performances e que as performances das pessoas variam de acordo com a audiência.

    Nós encenamos essas performances para as pessoas — conhecidos, colegas de trabalho, parentes julgadores — que queremos impressionar.  As performances dão a aparência de que nossas ações “mantêm e incorporam certos padrões”.  Elas convencem a audiência que nós realmente somos quem nós dizemos que nós somos: seres humanos responsáveis, inteligentes e morais.

    Mas performances no palco podem ser volúveis e muitas vezes prejudicadas por erros — pessoas falam coisas estúpidas, não compreendem sinais sociais, têm um pedaço de espinafre preso nos seus dentes ou podem ser pegas mentindo. Goffman era fascinado pelo quanto nós trabalhamos duro para aperfeiçoar e manter nossas performances e pelo quão frequentemente nós falhamos.

    Smartphones são uma dádiva divina para os aspectos dramatúrgicos da vida.  Eles nos permitem gerenciar as impressões que nós fazemos nos outros com uma precisão de quem é obsessivo por controle.  Em vez de falar com os outros, nós podemos enviar mensagens de texto, preparar frases espirituosas e estratégias de evasão com antecedência. Nós podemos mostrar nosso gosto impecável no Pinterest, habilidades maternais no CafeMom e talentos artísticos florescentes no Instagram, tudo em tempo real.

    A revista New York recentemente lançou um artigo sobre as quatro pessoas mais desejáveis de New York de acordo com o OKCupid. Esses indivíduos criaram perfis de namoro tão atraentes que eles são socados por pedidos atenciosos e picantes — seus telefones tocam continuamente com mensagens de potenciais amantes. Tom, um dos quatro escolhidos, ajusta regularmente seu perfil, aparecendo em novas fotos e dando nova redação à sua autodescrição. Ele já até usou o MyBestFace, serviço de otimização de perfil do OKCupid.

    Tom diz que todo esse esforço é necessário na nossa atual “cultura das curtidas”. Ele considera que seu perfil no OKCupid é uma “extensão de si mesmo”: “Eu quero que ele pareça bom e limpo, então eu faço ele fazer flexões e o que for”.

    O alcance incrível dos meios de comunicação social e a adoção rápida das pessoas produzindo e executando a si mesmas estão gerando o surgimento de novos rituais de interação mediados tecnologicamente. Smartphones são agora centrais na forma como nós “geramos, mantemos, reparamos e renovamos, bem como… contestamos ou resistimos a relacionamentos”.

    Tome rituais de mensagens de texto, que, com todas suas regras complexas e não escritas, agora desempenham um papel dominante na dinâmica de relacionamento da maioria dos jovens adultos. Não se precisa lidar com nostalgia nociva para se admitir que rituais novos e mediados tecnologicamente estão deslocando ou alterando radicalmente convenções mais antigas.

    Manter, gerar e contestar relações digitalmente através de smartphones é um pouco diferente de usar telefones para completar tarefas associadas com o trabalho assalariado.  Os indivíduos não recebem salário pelo seu perfil no Tinder ou para fazer upload das fotos das suas aventuras do fim de semana no Snapchat, mas os eus e os rituais que eles produzem estão certamente à venda.  Independentemente da intenção, quando uma pessoa usa seu smartphone para se conectar com pessoas e com a comunidade digital imaginada, o resultado do seu trabalho de amor é provavelmente, e cada vez mais, vendido como mercadoria.

    Empresas como o Facebook são pioneiras no empacotamento e venda dos eus digitais. Em 2013, o Facebook teve 945 milhões de usuários que acessaram o site através dos seus smartphones. Ele fez 89% da sua receita naquele ano através de publicidade, metade disso veio de publicidade móvel. Toda a sua arquitetura é projetada para guiar a produção móvel de eus numa plataforma que torna esses eus negociáveis.

    É por isso que ele instituiu sua política de “nomes reais”: “fingir ser algo ou alguém não é permitido”. O Facebook precisa que os usuários usem seus nomes legais de forma que ele possa facilmente corresponder os eus corporais com os eus digitais, porque dados produzidos e ligados a um humano de verdade são mais rentáveis.

    Usuários do site de encontros OKCupid concordam com uma troca similar: “dados para um encontro” [data for a date]. Empresas de terceiros ficam no fundo do site, colhendo fotos, visões política e religiosas e até mesmo romances do David Foster Wallace que os usuários professam adorar. Os dados são então vendidos aos anunciantes, que criam anúncios direcionados e personalizados.

    A quantidade de pessoas que tem acesso aos dados do OKCupid é extraordinariamente grande — OKCupid, junto com outrtas empresas como Match e Tinder, é propriedade da IAC/InterActiveCorp, a sexta maior rede on-line do mundo. Construir um eu no OKCupid pode ou não render um amor, mas definitivamente rende lucros corporativos.

    A consciência de que nossos eus digitais são agora mercadorias está se espalhando. A professora da New School, Laurel Ptak publicou recentemente um manifesto chamado “Salários pelo Facebook” e em março de 2014, Paul Budnitz e Todd Berger criaram o Ello, uma alternativa transitoriamente popular ao Facebook.

    Ello proclama: “Nós acreditamos que uma rede social pode ser uma ferramenta para empoderamento. Não uma ferramenta para enganar, coagir e manipular — mas um lugar para se conectar, criar e celebrar a vida. Você não é um produto.” Ello promete não vender seus dados para terceiros, ao menos por enquanto. Ele reserva-se ao direito de fazer isso no futuro.

    Entretanto, as discussões sobre o tráfico de eus digitais por empresas de dados do mercado paralelo e os gigantes do Vale do Silício estão normalmente separadas de conversas sobre as condições de trabalho cada vez mais exploradoras ou o crescente mercado de trabalho precário e degradante. Mas esses não são fenômenos separados — eles estão intrinsecamente ligados, todos peças no quebra-cabeça do capitalismo moderno.

    iCommodify

    O capital precisa se reproduzir e gerar novas formas de lucro ao longo do tempo e do espaço. Ele precisa constantemente criar e reforçar a separação entre trabalhadores assalariados e proprietários do capital, aumentar o valor que extrai dos trabalhadores e colonizar novas esferas da vida social para criar mercadorias. O sistema e as relações que o compõe estão em constante movimento.

    A expansão e a reprodução do capital na vida cotidiana e a colonização de novas esferas da vida social pelo capital não são sempre óbvias. Pensar sobre o smartphone nos ajuda a juntar as peças porque o dispositivo em si mesmo facilita e sustenta novos modelos de acumulação.

    A evolução do trabalho ao longo das últimas três décadas tem sido caracterizada por uma série de tendências — o prolongamento da jornada de trabalho, o declínio de salários reais, a redução ou eliminação de proteções não-salariais a partir do mercado (como pensões fixas ou regulações de saúde e segurança), a proliferação do trabalho de tempo parcial e o declínio dos sindicatos.

    Ao mesmo tempo, normas relativas à organização do trabalho também tem mudado. Modelos de trabalho temporários e orientados a projeto estão se proliferando. Não é mais esperado que os empregadores forneçam segurança ou horas regulares no trabalho, e os empregados já não esperam essas coisas.

    Porém, a degradação do trabalho não está dada. O aumento da exploração e da pauperização são tendências, não resultados fixos ordenados pelas regras do capitalismo. Eles são o resultado de batalhas perdidas pelos trabalhadores e vencidas pelos capitalistas.

    O uso ubíquo dos smartphones para estender a jornada de trabalho e expandir o mercado para trabalhos de merda é um resultado da fraqueza tanto dos trabalhadores como dos movimentos da classe trabalhadora. A compulsão e a vontade de um número crescente de trabalhadores a se engajarem com seus empregadores através dos seus telefones normaliza e justifica o uso dos smartphones como uma ferramenta de exploração e solidifica a disponibilidade constante como um requerimento para receber um salário.

    A não ser na Grande Recessão, as taxas de lucro das empresas vêm subindo constantemente desde o final dos anos 80 e não só como um resultado do capital (e do Estado) revertendo os ganhos do movimento operário. O alcance dos mercados globais tem alargado e aprofundado, e o desenvolvimento de novas mercadorias tem crescido em ritmo acelerado.

    Expansão e reprodução do capital são dependentes do desenvolvimento dessas novas mercadorias, muitas das quais emergem do movimento incessante do capital de cercar novas esferas da vida social para lucrar, ou, como diz o economista político Massimo de Angelis, “colocar [essas esferas] para trabalhar para as prioridades e movimentos [do capital]”.

    O smartphone é central para esse processo. Ele fornece um mecanismo físico para permitir o acesso constante aos nossos eus digitais e abre uma fronteira quase inexplorada da mercantilização.

    Indivíduos não são pagos em salários para criarem e manterem eus digitais — eles são pagos em satisfação de participar de rituais e no controle proporcionado sobre eles nas suas interações sociais. São pagos na sensação de flutuar na vasta conectividade virtual, mesmo que suas máquinas de mão mediem os laços sociais, que ajuda pessoas a imaginarem coletividade enquanto as mantêm separadas como entidade produtivas distintas. A natureza voluntária desses novos rituais não os torna nem um pouco menos importantes ou menos rentáveis para o capital.

    Braverman disse que “o capitalista encontra no caráter infinitamente maleável do trabalho humano o recurso essencial para a expansão do seu capital”. Os últimos 30 anos de inovação demonstram a verdade dessa afirmação e o telefone tem emergido como um dos principais mecanismos para ativar, acessar e canalizar a maleabilidade do trabalho humano.

    Os smartphones garantem que nós estamos produzindo para mais e mais das nossas vidas despertas. Eles apagam a fronteira entre o trabalho e o lazer. Os empregadores agora têm acesso quase ilimitado a seus empregados e cada vez mais, fazendo até um trabalho mal pago e precário depender da capacidade de se estar sempre disponível e pronto para trabalhar. Ao mesmo tempo, os smartphones proporcionam às pessoas acesso móvel constante aos bens comuns digitais e ao transparente ethos da conectividade, mas apenas em troca pelos seus eus digitais.

    Os smartphones borram a linha entre a produção e o consumo, entre o social e o econômico, entre o pré-capitalista e o capitalista, garantindo que se alguém usa seu telefone seja para trabalho ou prazer, o resultado é cada vez mais o mesmo — lucro para os capitalistas.

    Será que a chegada do smartphone significa o momento debordiano no qual a mercadoria completou sua “colonização da vida social”? Não é verdade que não só nossa relação com as mercadorias é fácil de ver, mas que “mercadorias são agora tudo o que há para se ver”?

    Isso pode parecer um pouco pesado. O acesso a redes sociais e a conectividade digital através de telefones móveis têm, sem dúvidas, elementos liberatórios. Os smartphones podem ajudar a luta contra a anomia e promover um senso de conscientização ambiental, enquanto ao mesmo tempo torna mais fácil para as pessoas gerar e manter relações reais.

    Uma conexão compartilhada entre eus digitais pode também nutrir resistência à hierarquia de poder cujo mecanismos internos isolam e silenciam indivíduos. É impossível imaginar os protestos desencadeados por Ferguson e a brutalidade policial sem smartphones e mídia social. E, finalmente, a maioria das pessoas ainda não está compelida a usar smartphones para trabalhar e certamente não são obrigadas a executar seus eus através da tecnologia. A maioria poderia jogar seus telefones no mar amanhã, se quisesse.

    Mas não vai. As pessoas adoram suas máquinas de mão. Comunicar-se principalmente através de smartphones está rapidamente se tornando uma norma aceita e mais e mais rituais estão se tornando mediados tecnologicamente. A conexão constante às redes e informação que nós chamamos de ciberespaço está se tornando central para a identidade. Por que isso está acontecendo é uma especulação labiríntica.

    Será, como o especialista em mídia e tecnologia Ken Hillis sugere, que é simplesmente uma outra forma de “evitar o vazio e a falta de sentido da existência”? Ou, como a novelistaRoxane Gay recentemente ponderou, nossa capacidade de manipular nossos avatares digitais fornecem um bálsamo para o nosso profundo senso de impotência em face da injustiça e do ódio?

    Ou — como o guru da tecnologia Amber Case se pergunta — estamos todos nos transformando em ciborgues?

    Provavelmente não — mas isso depende de como você define ciborgue. Se um ciborgue é um humano que usa um pedaço de tecnologia ou uma máquina para restaurar funções perdidas ou melhorar suas capacidades e conhecimento, então as pessoas têm sido ciborgues por um bom tempo, e usar o smartphone não é diferente de usar um braço protético, conduzir um carro ou trabalhar numa linha de montagem.

    Se você define uma sociedade ciborgue como uma em que as relações humanas são mediadas e moldadas pela tecnologia, então nossa sociedade certamente parece cumprir esse critério e nossos telefones desempenham um papel protagonista. Mas nossas relações e rituais têm sido mediadas por um bom tempo pela tecnologia. A ascensão de grandes centros urbanos — cubos de conectividade e inovação — não teria sido possível sem ferrovias e carros.

    Máquinas, tecnologia, redes e informação não conduzem ou organizam a sociedade — as pessoas o fazem. Nós fazemos as coisas e usamos as coisas de acordo com a teia existente de relações sociais, econômicas e políticas e o equilíbrio de poder.

    O smartphone, e a forma como ele molda e reflete as relações sociais existentes, não é mais metafísico do que os Ford Rangers que uma vez saíram da linha de montagem em Edison, New Jersey. O smartphone é tanto uma máquina como uma mercadoria. Sua produção é um mapa de poder, logística e exploração globais. Seu uso molda e reflete o confronto perpétuo entre os movimentos totalizantes do capital e a resistência do resto de nós.

    No presente momento, a necessidade de capitalistas de explorar e mercantilizar é reforçada pelas formas pelas quais os smartphones são produzidos e consumidos, mas os ganhos do capital nunca são seguros e inatacáveis. Eles precisam ser renovados e defendidos a cada passo. Nós temos o poder de contestar e negar ganhos de capital, e devemos. Talvez nossos telefones venham a calhar ao longo do caminho.

    Nicole M. Aschoff é professora do Departamento de Sociologia da Universidade de Boston, editora da Jacobin Magazine e autora de “The New Prophets of Capital”.

    Fonte: Jacobin Magazine
    Tradução: Tiago Madeira

  • JUDAS, de Amós Oz

    JUDAS, de Amós Oz

    JudasO maior escritor israelense volta-se para o ícone máximo da traição no ocidente, mas absolve-o do pecado supremo de entregar Jesus aos carrascos romanos: Judas Iscariotes queria apenas que seu ato fosse a causa de um novo milagre. O nazareno deveria ter descido da cruz e submetido romanos e os vis judeus que os serviam à vergonha e à extinção. Mas não foi o que ocorreu e a Judas só restou enforcar-se ao entardecer.

    Em seu romance, Amós Oz traça um paralelo entre o discípulo que traiu Jesus e David Ben Gurion, o líder judeu que no final dos anos 50 consolidou o estado de Israel contra o entorno regional árabe. O confronto ali se iniciava e até hoje se mantém. A certa altura um dos personagens afirma: “judeus e árabes foram, ao longo da história, vítimas da Europa cristã. Os árabes foram humilhados pelas potencias colonialistas e sofreram a vergonha da opressão e da exploração e gerações e mais gerações de judeus sofreram degradação, banimento, perseguições, expulsões, morticínio e por fim o assassinato de um povo que não teve precedentes na história do mundo. Duas vítimas da Europa cristã. Será que não existe um fundamento histórico profundo para relações de amizade e compreensão entre eles?”

    O romance levanta a questão, pouco absorvida pelo grande público, de que a colonização inglesa alimentou os conflitos religiosos para se beneficiar. A antiga técnica de dividir para governar. Há também uma severa crítica ao expansionismo israelense resumida nas seguintes palavras: “O grande mal é que os oprimidos anseiam secretamente em se tornar opressores de seus opressores. Os perseguidos sonham em ser perseguidores. Os escravos sonham em ser senhores.”

    A obra consolida a posição de Amós Oz não só como um dos autores máximos de Israel, mas de todo o Oriente Médio.

    Flavio Braga é escritor