Categoria: Geral

  • Observatório da Democracia debateu armadilha evolutiva, o direito como arma de guerra e responsabilidade dos dirigentes partidários

    Observatório da Democracia debateu armadilha evolutiva, o direito como arma de guerra e responsabilidade dos dirigentes partidários

    Observatório da Democracia debateu armadilha evolutiva, o direito como arma de guerra e responsabilidade dos dirigentes partidários

    ‘Law fare, Psicologia Social e Neurociência’ foram temas da terceira live do Seminário Guerra Cultural e Luta Ideológica

    O terceiro debate do Seminário Guerra Cultural e Luta Ideológica falou sobre as facetas dessa guerra, o uso do lawfare, termo utilizado para o uso do direito na política, os prejuízos psicológicos das fake news e como o termo Guerra Cultural tem cunho de extrema direita e precisa parar de ser utilizado. Quem proporcionou essas reflexões sobre os temas expostos foram a advogada Lorena Freitas, o psicólogo social, Marcos Ferreira, e o neurocientista Sidarta Ribeiro, com a mediação de Mariana Moura, do Instituto Cláudio Campos.

    Sidarta abriu a conversa falando sobre a armadilha evolutiva em que nos encontramos e alertando sobre como as mentiras são mais propagáveis na internet que as verdades e como a febre das fake news tomou conta do planeta. “Isso está acontecendo, em parte, porque nosso cérebro evoluiu e passou a detectar novidades e estímulos muito exagerados. As pessoas querem novidades e estão viciadas em estímulos permanentes que se tornam perigosos, à escala planetária, tornou isso uma Torre de Babel da mentira”, explicou. Segundo ele, a única maneira de sair disso é questionar, pensar fora da caixinha e modificar o jeito de estar no mundo. “Há muitas camadas de ilusão e para que tudo funcione é preciso muita mentira. Ou a gente desfaz essa arapuca cultural ou daqui a pouco não terá mais solução. As pessoas não estão juntando ‘lé com cré’”, disse o neurocientista.

    A advogada Lorena Freitas trouxe em sua fala o que é lawfare ou guerra jurídica e explicou que é mais uma faceta da Guerra Cultural. “O direito não pode ser visto nem desconectado da política, nem da nua realidade cultural. A visão crítica dos fatos é indispensável para colocar freio ao cenário de inversão de consciência que se instalou”, explanou. Para ela, há uma crescente das chamadas guerras híbridas, que são diferentes das guerras armadas, e que se dão pelo planejamento estratégico, operando em uma variedade de formas que são mais atrativas e eficazes, tendo o direito um papel fundamental nessa estratégia. “A lawfare ou a guerra jurídica usa a legislação para perseguir e atacar politicamente adversários dentro da estratégia de hegemonia. O direito não é a luta como deveria ser e, sim, como concretamente é”, elucidou.

    Já o professor Marcos Ferreira falou sobre a formação de ideias e teorias que hoje permeiam a nossa política. Segundo ele, há máquinas de formar consensos e não ligamos para elas, citando alguns veículos de imprensa. “Nós compramos uma ideia em 2018 que havia uma onda inelutável de extrema direita no planeta e isso abalou as pessoas e houve um desânimo coletivo, que levou à atual situação que enfrentamos, mas que de fato não se concretizou, como provam as eleições em Portugal, Espanha e outros países. Ferreira atentou para um grande problema que, se não for corrigido a tempo, pode prejudicar uma vitória da esquerda na próxima eleição: a falta de enfrentamento no campo das fake news. “Há um coletivo para o qual precisamos chamar a atenção, que são os organizadores e dirigentes políticos. Pesa nos ombros deles uma responsabilidade enorme, pois não há uma coordenação de resistência para a avalanche de fake news e manipulação, o que acarreta a perda do enfrentamento”. O professor disse, ainda, que não podem chamar o combate da esquerda de Guerra Cultural, porque tanto o nome quanto o significado estão ligados à direita, são termos cunhados por eles. “O que o seminário e o livro fazem é um processo civilizatório humanizador, organizado, com gente responsável nas direções dos nossos partidos, capazes de nos dar orientação e linha e trazer as pessoas para uma visão de solidariedade”, explica.

    Em mais um debate de alto nível e cheio de fatos e ideias que fazem pensar, o que fica latente é a diferenciação de como a direita elitista que está no poder trata o povo, tentando mudar a sua essência e formatando-o ao que consideram um padrão apropriado, em vez de estudar, valorizar as individualidades e dar voz para a parcela da população que mais tem sofrido com essa polarização política, econômica e social que vivemos, como disse o professor Ferreira. A luta é buscar o mínimo denominador comum para que haja união em torno de uma agenda positiva para o país no pleito de 2022, como reiterou Sidarta.

    Confira os próximos debates:

    Seminário: GUERRA CULTURAL E LUTA IDEOLÓGICA – caminhos para reconstruir a democracia
    Horário – das 19 às 20h30 – YouTube do Observatório da Democracia

    Dia 8/9 – Frente Ampla na Luta Ideológica e Programa

    Aldo Arantes (advogado)
    Juca Ferreira (ex-ministro da Cultura/Fundação Perseu Abramo)
    Carlos Lopes – Instituto Claudio Campos
    Dep. Glauber Braga – Fundação Lauro Campos/Marielle Franco
    Alexandre Navarro – Vice-Presidente da Fundação João Mangabeira
    Mediação – Fundação Maurício Grabois

    Dia 13/9 – Tática da Luta Ideológica – Construção de Plataformas Sociais

    Everton Rodrigues
    Beatriz Tibiriçá (Coletivo Digital)
    Jonas Valente (Coalizão Direitos na Rede)
    Claudia Archer (diretora da Associação Software Livre).
    Mediação – a confirmar

  • Distribuir máscaras à população: ÓBVIO!

    Distribuir máscaras à população: ÓBVIO!

    Distribuir máscaras à população: ÓBVIO!

    Franklin Douglas (*)

    Com a confirmação dos cenários antevistos por infectologistas, biólogos e demais cientistas, de que a Covid-19 colocaria em colapso o sistema de saúde dos países, chega-se à alternativa que há muito se alertava: a necessária prevenção. E um instrumento que se comprovou eficaz para esse fim foi a máscara – sobretudo a de utilização caseira, recomendada pelas autoridades de saúde.

    Não à toa, após dar um giro de 180 graus, o presidente dos Estados Unidos partiu até mesmo para uma novíssima pirataria em seu combate ao coronavírus: interceptar máscaras que a China tem doado ou vendido a diversas nações.

    Foi o caso de carregamento de máscaras da China à Europa, comprado pelos Estados Unidos por valor até quatro vezes maior do que o negociado por chineses aos europeus. Assim como o envio de 23 aviões cargueiros americanos para transportar 200 milhões de máscaras e demais equipamentos que o Brasil tinha adquirido da China.

    Mas, na guerra das máscaras, não são apenas os norte-americanos no vale-tudo. A França também confiscou 4 milhões de máscaras destinadas à Espanha e à Itália. A República Checa interceptou 680 mil máscaras enviadas da China para a Itália. Berlim (Alemanha) deixou de receber 200 mil máscaras, confiscadas por Bangkok (Tailândia).

    O que isso tudo nos ensina? O óbvio: quem teme o coronavírus tem pressa!

    A estupidez ideológica do governo brasileiro nos fez perder a interlocução privilegiada com a China. No caso dessa guerra das máscaras, é preciso menos política ideológica e mais agilidade e coordenação entre os entes governamentais.

    Incentivar a produção em massa de máscaras caseiras é a solução mais viável!

    Governo do Estado e Prefeitura de São Luís devem fornecer o material inicial necessário e adquirir a produção de diversos grupos de costureiras, artesãos dos barracões das escolas de samba e sedes dos grupos de bumba-meu-boi. Estamos falando de algo em torno de 300 grupos de bumba-meu-boi, 10 escolhas de samba e 32 blocos tradicionais. Todos eles com seus ateliês que, sobrecarregados nos períodos momesco e junino, estão subutilizados neste momento. Afora os diversos grupos ligados à economia solidária.

    Quando fui secretário adjunto do Trabalho e Economia Solidária, no governo Jackson Lago (2007-2009), pude verificar e contribuir com o apoio a esses grupos de produção artesanal. Nosso pioneirismo na criação da SETRES, agregando a economia solidária (Ecosol) à estratégia de emprego, geração de trabalho e renda, deu visibilidade a esse setor. A Ecosol gera renda e potencializa o comércio solidário de produtos de excelente qualidade. Falta apoio.

    Incentivar esses grupos de produtores e artesãos, apoiando a produção dessas máscaras caseiras por parte deles, e, ao mesmo tempo, combatermos a proliferação da Covid-19. Toda a produção seria adquirida pelo Poder Público e distribuída gratuitamente à população. Eis a oportunidade de criarmos um círculo virtuoso: injetar recursos na economia local, dar trabalho a setores vulnerabilizados e potencializar o combate à Covid-19, incentivando uma prática profilática. No combate à Covid-19, basta que copiemos as boas iniciativas.

    “Não há mudança nem solidariedade espontâneas, algo tem que acontecer primeiro”, diria uma personagem do filme “O Poço” – em exibição na plataforma Netflix. Distribuir máscaras à população para prevenir o coronavírus é o “óbvio”, diria “o velho”, outra personagem desse mesmo filme.

    Só não defende isso quem, estando no andar de cima, acredita que nunca chegará ao fundo do poço: o leito de uma UTI. Porque se convenceu que o vírus não seria mais do que uma simples “gripezinha”… Não é, óbvio!

    Franklin Douglas – professor e doutor em Políticas Públicas.
    Artigo publicado no jornal O Imparcial (05.04.2020, p. 04),

    Disponível também aqui:
    https://ecosdaslutas.blogspot.com/2020/04/distribuir-mascaras-populacao-obvio.html

  • Revista Socialismo e Liberdade – Ed. 21

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  • Você sabe porque surgiu o Observatório da Democracia?

    Você sabe porque surgiu o Observatório da Democracia?

    Você sabe porque
    surgiu o Observatório
    da Democracia?

    Veja no vídeo o porque da criação do Observatório da Democracia, com o presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, Francisvaldo Mendes.

  • FLCMF apoia o V Salão do Livro Político

    FLCMF apoia o V Salão do Livro Político

    O Salão do Livro Político, um dos mais importantes eventos das editoras de São Paulo, iniciou com casa cheia no Tucarena (PUC/SP) para debater o “Governo Bolsonaro – como o Brasil pode superar essa encruzilhada?”  A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco é parceira do Salão, que ocorre neste ano de 27 a 30 de maio.

    Confira a programação:
    V Salão do Livro Político
    Quatro dias de debates, cursos, slams, performances e muitos livros!
    Em 2019, o  Salão do Livro Político homenageia o educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire e conta com debates que discutem a educação, a cena política nacional e suas intersecções globais.
    SEGUNDA-FEIRA (27/05)
    17:00 – A opressão da mulher: família, propriedade privada e Estado.
    Com: Flávia Biroli (UNB), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Maria Cláudia Badan Ribeiro (USP). MEDIAÇÃO:  Maria Lucia Barroco (PUC-SP).
    19:00 – Governo Bolsonaro – como o Brasil pode superar essa encruzilhada?
    Com: Celso Amorim  (Ex-ministro da Relações Exteriores), Erica Malunguinho (Aparelha Luzia e PSOL), Fernando Haddad (PT) e Flávio Dino (PCdoB). MEDIAÇÃO: Ivana Jinkings.
    TERÇA-FEIRA (28/05)
    10:00 – Imprensa: a hora da autocrítica?
    Com: Carla Jimenez (El País), Eleonora de Lucena (Tutameia) e Natália Viana (Agência Pública). MEDIAÇÃO: Fabio Cypriano (Jornalismo PUC-SP).
    14:30 – Curso: A relevância e a atualidade do pensamento freiriano.
    Com: Sonia Couto (Instituto Paulo Freire).
    17:00 – Educação ou barbárie: a volta da Idade Média?
    Com: Carina Vitral (PCdoB), Carlos Giannazi (PSOL), Fernando Cassio (UFABC) e Maria Amalia Andery (Reitora PUC-SP). MEDIAÇÃO: Alípio Casali (PUC-SP)
    19:30 – Atividade Cultural  – Peça Quando Quebra e Queima
    21:00 – Atividade Cultural – SLAM da Guilhermina: antifa e feminista
    QUARTA-FEIRA (29/05)
    10:00 – Previdência: o fim da aposentadoria?
    Com: Eduardo Fagnani (Unicamp), João Sicsu (UFRJ), Leda Paulani (USP) e Nelson Marconi (PUC-SP). MEDIAÇÃO: Maria do Socorro (PUC-SP).
    14:30 – Aula-Teatro – Com: Ana Saul (PUC-SP) e Luciana Saul (USP).
    17:00 – Do tráfico a milícia: o estado paralelo que mata Marielles todos os dias.
    Com: Camila Nunes Dias (UFABC), Douglas Belchior ( Uneafro-Brasil), Henrique Carneiro (USP) e Luiz Eduardo Soares (UERJ). MEDIAÇÃO: Hudson Corrêa.
    19:00 – Atividade Cultural – Cabaré Feminista.
    21:00 Atividade Cultural – Espetáculo O Capital – Arlequins – Apresenta Marx.
    QUINTA-FEIRA (30/05)
    10:00 – Venezuela, Bolívia e a restauração conservadora no resto da América Latina.
    Com: José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), Fábio Luis Barbosa dos Santo* (Unifesp), Reginaldo Nasse* (PUC-SP) e Igor Fuse* (UFABC). MEDIAÇÃO: Laura Capriglion* (Jornalistas Livres).
    14 – 16h – Hegemonia cultural, antifascismo e a defesa da educação: mesa de encerramento e concentração para o ato #30M.
    Com: Acácio Augusto (Unifesp/ Nu-sol PUC-SP), Edison Urbano (Edições ISKRA), Pedro Monzón (embaixador de Cuba), Peter Pál Pelbart (PUC-SP) e Sabrina Fernandes (Tese Onze). MEDIAÇÃO: Pedro Fassoni (PUC-SP).

    Serviço:
    V Salão do Livro Político
    Dias 27, 28, 29 e 30 de maio,das 10h às 22h.
    Teatro Tucarena (PUC-SP) – Rua Monte Alegre, 1024, São Paulo, SP.
    Instagram: https://www.instagram.com/salaodolivropolitico/ #salaodolivropolitico
    Promoção e realização: Editoras Alameda, Anita Garibaldi, Autonomia Literária, Boitempo, EDUC, Geração Editorial e Veneta.
  • Ainda está por vir

    Ainda está por vir

    Ainda está por vir

    Chegou o vento frio
    o outono
    invernado
    Chegaram os estudantes
    grito rouco
    indignado
    Chegou o professor
    a alma
    dilacerada
    Chegou a vergonha
    a boca
    calada
    Chegaram os cortes
    profundos
    profanos
    Chegará a culpa
    ferida
    sangrando
    Dos que acreditaram
    por medo
    engano
    Será sempre tempo
    de luta
    acolhimento
    Dos que se perderam
    no ódio
    no vento
    Ainda há tempo
    de ternura
    perdão
    De abraço forte
    de dar
    as mãos
    O que dividiu
    se revela
    em vão
    Será derrotado
    pela beleza
    da Educação
    Chegará a poesia
    pelo campo
    pelas ruas
    Chegará a verdade
    forte
    nua
    Chegarão as cores
    vermelha
    amarela
    Chegaremos juntos
    de mãos dadas
    com a primavera.
    Autor: João Paulo Rillo