Categoria: Notícias

  • Veja os vídeos de apresentação das teses do 6º Congresso do PSOL

    Veja os vídeos de apresentação das teses do 6º Congresso do PSOL

         A Fundação Lauro Campos disponibiliza os vídeos das apresentações das teses inscritas para o 6º Congresso Nacional do PSOL, que será realizado nos dias 2 e 3 de dezembro de 2017. Conforme a circular apresentada na Executiva Nacional do Partido, os vídeos agora divulgados são os das teses que agendaram a gravação na sede da FLC em algum dos 3 dias disponibilizados. Também poderá ser conferido o texto integral de todas as teses, mesmo as que não realizaram a gravação da apresentação, clicando no título.

        Veja as apresentações e ajude a difundir o debate político tão necessário na conjuntura atual.

     

     

  • Antonio Negri na Fundação Lauro Campos

    Antonio Negri na Fundação Lauro Campos

       A Fundação Lauro Campos tem o prazer de receber o filósofo político Antonio Negri para debater as “lições da Revolução de Outubro”, em atividade dentro das comemorações do centanário da Revolução Russa.

    Antonio Negri, ou “Toni” Negri, nasceu em Pádua, na Itália. Foi integrante, entre outros, do Partido Socialista Italiano, do Autonomia Operaia, do Potere Operaio e lecionou na Universidade de Pádua, na Universidade de Paris VIII e no Collège International de Philosophie. É autor, entre outros livros, de “A anomalia selvagem: poder e potência em Spinoza”; “Império”; “Multidão. Guerra e Democracia na era do Império” e “Trabalho de dionísio: uma crítica da forma-estado”, os três últimos escritos em conjunto com Michael Hardt.

    O evento é gratuito e contará com tradução consecutiva.

     

     

    Quando: 06/10 – 18h30

    Onde: Sede da Fundação Lauro Campos –  Alameda Barão de Limeira, 1400, Campos Elísios – São Paulo, capital.

    Entrada franca e tradução consecutiva.

    Confirme sua presença no evento do Facebook e venha participar.

     

    (Antonio Negri veio ao Brasil, convidado pela Boitempo Editorial e pelo SESC-SP, para participação no Seminário Internacional “1917: o ano que abalou o mundo”, que ocorre no SESC Pinheiros entre 26 e 29 de setembro.)

  • Considerações sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

    Considerações sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

    por Adriano Camargo de Oliveira*

         Como base dos processos de transformação social, a educação, mais especificamente o ensino básico, está constantemente em foco nas articulações políticas. De um lado, os movimentos sociais de educadores que lutam por uma escola com princípios de qualidade norteados por ideias progressistas (igualdade, coletivismo, democracia etc.), que entram em enfrentamento com o outro lado do debate, comumente os privatistas e grupos que veem a educação como um campo econômico, um serviço, que precisa e deve ser modelado e uniformizado com base nos interesses do mercado. São, a grosso modo, as influências neoliberais na educação que se arrastam pelas políticas educacionais principalmente desde o fim da Ditadura Militar (1964-1985).

          Desses debates e enfrentamentos, surgem as principais políticas que regulamentam e servem de indicadores para a educação básica, por exemplo: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (L9394/96), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e a mais recente Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ponto central que gostaria de fazer uma análise mais acentuada.

          Desde a Constituição Federal de 1988, já estava prevista a criação de uma Base Comum para o currículo das escolas de todo o país. Na LDB, em 1996, o assunto voltou às discussões, mas somente em 2010, momento de debate para a elaboração do que se tornaria o novo Plano Nacional de Educação (2014-2024), é que se aprofundaram as ideias sobre essa base curricular. Basicamente, a recente tão propagandeada BNCC propõe um conjunto de conteúdos que seriam essenciais ao aluno da educação básica. A grosso modo, desconsideradas as particularidades regionais e culturais, desconsiderado o contexto em que a escola está inserida dadas às questões da própria cultura escolar, um aluno de região periférica, que vez ou outra tem suas aulas canceladas por enfrentamentos entre facções criminosas e as forças do Estado, deveria aprender os mesmos conteúdos que outro aluno que frequenta uma escola pública na região central da cidade.

          De certa forma, a BNCC pode se tornar um entrave ao princípio de uma escola democrática que, atenta ao contexto em que está inserida, propõe uma estrutura curricular sensível aos alunos que recebe.

           Então, por que criar uma Base Comum para os currículos da educação básica?

          A princípio, a ideia de uniformizar as bases curriculares parece ótima, afinal todos os alunos receberiam os mesmos conteúdos e, ao final do processo, teriam a mesma carga de conhecimento. É exatamente nesse pensamento que consiste o erro. Os principais índices divulgados hoje para mensurar a qualidade da educação são os de repetência, evasão e muitas vezes o rendimento escolar. De cara, são índices que buscam uma homogeneização do contexto educacional e isso pode deixar implícito os interesses de grupos financeiros que visam uma educação mais produtiva para o mercado. Exemplo disso, a possibilidade de substituição do Ensino Médio pelo Ensino Técnico na nova reforma, formador para o mercado de trabalho, como a principal função social agregada à escola, que atinge as família em vulnerabilidade socioeconômica com a possibilidade de uma ínfima ascensão financeira em melhores condições de trabalho, sobrepondo, então, à ideia da formação para a cidadania, da formação para a democracia, da formação para a mudança social.

          Os princípios de equidade e igualdade propostos pela BNCC não são sociais, mas curriculares, são princípios burocráticos com a intenção de restringir assuntos pertinentes ao contexto de cada escola. Muito mais proveitoso às escolas seria o exercício da gestão democrática, na busca de uma comunidade escolar mais ativa nas decisões escolares, de um grêmio estudantil incentivado para a participação política como um preparo para a vida pública, de um conselho escolar que se sobrepõe às decisões impetradas pelas direções das escolas que sustentam a estrutura de micropoder abafada pelo Estado.

          Antes de se implementar uma Base Nacional Comum Curricular, há que se discutir os princípios qualitativos a serem almejados para todas as escolas que, muito além da inserção do aluno no mundo do trabalho, o pilar central de sustentação do modelo neoliberal de economia, desejável por uma formação acrítica, deveria, então, construir uma base democrática e mais próxima da realidade, visionária ao fim da desigualdade social, inerente às discussões de grupos minoritários que precisam exercer sua participação social com plenitude.

     

    * Adriano Camargo de Oliveira, 24, é graduando em História da UFMS, desenvolvendo pesquisa sobre o Ensino de História em âmbito penitenciário e sobre a Gestão Democrática das Escolas. É filiado PSOL.

     

     

  • 365 dias de golpe e a vida das mulheres

    365 dias de golpe e a vida das mulheres

        por Setorial Nacional de Mulheres do PSOL

     

        Vamos combinar que um processo presidido por Eduardo Cunha, legitimado por centenas de parlamentares brancos, homens e que estão há anos reproduzindo a velha política excludente, não poderia colher bons frutos no seu 1º aniversário.

        Nós, mulheres, estamos exaustas. Se a classe trabalhadora não teve tréguas após o golpe, nós, as mais vulneráveis dessa classe, muito menos. Logo no início do desgoverno de Michel Temer, a reforma ministerial rendeu o fim da pasta de políticas públicas para as mulheres e uma nova composição dos ministérios formada apenas por homens, o que significa, em se tratando de aliados golpistas, um total de zero políticas públicas voltadas para nós.

        Ainda em 2016, no final do ano, a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram a proposta de emenda constitucional que cria um teto para os gastos públicos, a PEC 241 ou PEC 55, a depender da Casa legislativa, que congela as despesas do Governo Federal por até 20 anos. Essa medida abocanha mais de 40% dos gastos públicos obrigatórios e só poderá ser revisada, se houver interesse, daqui a 10 anos. Mas e daí? E daí que mesmo a economia voltando a crescer, a aplicação de recursos em setores fundamentais, como saúde, educação e moradia, permanecerão congelados. Vale dizer aqui que isso nunca aconteceu em nenhum lugar do mundo. Nós, mulheres, armamos uma forte resistência contra essa medida, juntamente com os estudantes secundaristas que realizaram ocupações de escolas por todo o Brasil – com grande parte de suas lideranças formada por mulheres, meninas que sonham com o futuro e batalham por ele no presente.

        As mulheres são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), representando 58,1% dos usuários. O analfabetismo entre as mulheres negras é duas vezes maior do que entre mulheres brancas. A evasão nas universidades tem sido maior entre as mulheres pela falta de políticas de permanência que entendam nossas especificidades e também pela pressão social machista que nos impõe tarefas que não deveriam ser atribuídas majoritariamente às mulheres. O desmonte da política de ensino básico e fundamental impede a ampliação de vagas em creches e escolas públicas, impactando diretamente a vida das mulheres, uma vez que não terão contrapartida do Estado para cuidarem de seus filhos. As maiores beneficiárias dos programas de moradia também são as mulheres. Em resumo: retirar direitos fundamentais previstos na Constituição Federal é também negar às mulheres o direito à vida digna.

        Já seria ataque suficiente se parasse por aí, né? Mas os golpistas discordam. O que puderem fazer para manter o privilégio do 1% e intensificar as desigualdades sociais, farão sem dó. Tanto é que as reformas que cortam direitos conquistados com muito suor pelo povo brasileiro foram colocadas como pautas urgentes a serem aprovadas, com o argumento de sempre, “vamos salvar a economia”, já desmontado por uma série de especialistas. Importante falar sobre as reformas, vamos lá.

        Recentemente aprovada no Senado, a Reforma Trabalhista, que beneficia os que sempre foram beneficiados nas relações trabalhistas, autoriza que as negociações entre patrões e empregados se sobreponham à lei, ainda que isso possa prejudicar a classe trabalhadora. Mas pode isso, se sobrepor à lei? Agora pode. Pausa: em um país com 13,3 milhões de desempregados, qual é o poder de negociação do trabalhador ao pautar condições de trabalho, férias, carga horária, entre outros? Baixa. E se for mulher? Fica ainda pior. A nova reforma autoriza que grávidas e lactantes trabalhem em locais insalubres e nós, que estamos sujeitas a todo tipo de assédio e discriminação exclusivamente por sermos mulheres, encontramos ainda mais dificuldade. Vamos exemplificar com os dois pés na realidade: o trabalho doméstico remunerado é a terceira principal atividade econômica exercida pelas brasileiras, 63,4% das mulheres negras (RASEAM 2015) têm esse emprego e apenas 32,3% (Pnad 2015) com carteira assinada. Os direitos recém conquistados por elas se esvaem ralo abaixo uma vez que historicamente estiveram expostas aos abusos dos patrões.

        Em pleno século XXI, o salário da brasileira média representa aproximadamente 65% do masculino no mercado informal e 75% no formal, diferença que cresce ao comparar os rendimentos de uma mulher negra aos de um homem branco. Também neste século, dados do Pnad 2014 apontam que 88% das mulheres ocupadas com mais de 16 anos realizam trabalhos domésticos. Já entre os homens, a estatística é de apenas 46%. Nós passamos 20,6 horas semanais lavando, passando, cozinhando, cuidando dos filhos e os homens apenas 9,8 horas, em média, para as mesmas tarefas. Ao final da semana, se juntarmos trabalho remunerado com trabalho doméstico, os homens trabalham aproximadamente 5 horas a menos que as mulheres.

        E apesar disso, tramita na Câmara dos Deputados a Reforma da Previdência que ignora essa diferença brutal e colocará fim na diferença de idade para que homens e mulheres se aposentem. A realidade das mulheres do campo vai ser ainda mais perversa, pois das que se dedicam à atividade agrícola, 97,6% realizam afazeres domésticos, enquanto os homens, apenas 48,22%. Elas dedicam, em média, 28,01 horas semanais a esse trabalho. É quase um terço a mais que a média das mulheres da cidade e quase três vezes mais que os homens na mesma atividade econômica.

        Agora deu, né? Já são muitas lutas para travarmos contra e garantirmos nossos direitos. Parece que não. A ofensiva contra os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres está sendo orquestrada a todo vapor.

        O Estatuto do Nascituro (PL 478/2007), que privilegia os direitos do feto desde o momento da concepção e que transforma o aborto em crime hediondo, teve parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania na Câmara e está pronto para ser votado no plenário. Não sendo suficiente esse projeto, começou a ser debatida em comissão especial também na Câmara a PEC 181/2015, que a princípio seria positiva para as mulheres ao garantir a extensão da licença maternidade em casos de bebês prematuros, porém uma emenda será aplicada defendendo a vida desde a concepção. Eu ouvi golpe? Sim, golpe. Concordamos que essas discussões não deveriam nem rondar um espaço como o Congresso Nacional, afinal, que propriedade eles têm para decidir sobre nossos corpos?

        Imaginem que caso qualquer um desses projetos seja aprovado, poderemos ter o fim da pílula do dia seguinte e de aborto em caso de estupro. Esses sãos os que se dizem pró-vida, mas ignoram que mais de 1 milhão de brasileiras interrompem a gestação anualmente e que muitas delas, principalmente negras e pobres, morrem em decorrência de procedimentos inseguros. Toda e qualquer resistência será mais do que necessária, por nenhuma a mais nas prisões e por nenhuma a menos na sociedade.

        Por falar em nenhuma a menos, estamos sendo bombardeadas por notícias de aumento nos índices violência de gênero, principalmente estupro, estupro coletivo e casos de feminicídio espalhados pelos quatro cantos do país. Em contrapartida não vemos nenhum parecer dos governos sobre as violências cometidas contra nós, mulheres, e nenhuma alternativa voltada para políticas públicas que nos garantam autonomia e liberdade para continuarmos existindo. E sim, estamos falando também da Justiça de um país extremamente punitivista, mas que concede sem constrangimento crimes contra as mulheres. Vivemos com medo, sofremos a dor em cada notícia lida porque sabemos que poderia ser qualquer uma de nós, mas aquela mulher violentada tem história e foi reduzida mais uma vez a um número. Estamos extremamente cansadas de sermos estatística em um Brasil que nega debates tão fundamentais como o de gênero nas escolas, e por consequência parece naturalizar o fato de sermos o 5º país que mais mata mulheres no mundo. Esse modelo de sociedade não nos serve e é nisso que vamos nos pautar.

        A força das mulheres não tem limites, nem fronteiras. Nós estamos constantemente em alerta e construindo a resistência por mais dura que pareça a realidade. A verdade é que estamos, sim, fartas de tantas atrocidades, mas nos reconhecemos umas nas outras e transformaremos nossa consciência de oprimidas em uma grande fortaleza que reinventará a política e a sociedade. Por mim, por você, por nós e por elas: nenhuma a menos!

  • Unicameralismo, para o fim da gastança

    Unicameralismo, para o fim da gastança

    por Jorge Antunes *

       O povo brasileiro, parece, aguarda ansioso o ano de 2018. Acredita-se que teremos a grande oportunidade de renovar o Parlamento brasileiro, com muitos corruptos e corruptores na cadeia, e com um Congresso Nacional que passará o país a limpo.

       Eu sou mais otimista ainda. Acredito que será possível, a médio prazo, a instalação de uma nova Assembleia Constituinte para que sejam revistos os 92 remendos que a Constituição Cidadã recebeu, e que sejam implementadas algumas das belas cláusulas da Carta Magna de 1988, que ainda são letra morta. Nessa possível Constituinte futura, será necessária uma séria e profunda discussão sobre as vantagens e desvantagens do bicameralismo e do unicameralismo.

       O Brasil sempre adotou o sistema bicameral: uma Câmara dos Deputados e um Senado. Assim foi determinado na Constituição do Império de 1824, na República, com a Constituição de 1891, também na Constituição de 1934, na Constituição do Estado Novo, em 1937, na Carta Magna de 1946, na Constituição de 1964, com o golpe militar e, finalmente, na Constituição “Cidadã” de 1988.

       De onde saiu esse modelo? Por que a teimosia brasileira em manter duas Casas legislativas que anulam, praticamente, o princípio democrático. Isso é fato, porque a atuação de uma Casa pode ser contraditada pela outra. De onde surgiu o sistema bicameral?

       O vício bicameral vem da Inglaterra. Lá, os poderes da soberania eram divididos entre o Rei e as Assembleias dos Lordes e dos Comuns. A Câmara dos Lordes era integrada pelo alto clero e a nobreza. A Câmara dos Comuns congregava o baixo clero, os burgueses e os cavalheiros. Foi lá, nos idos de 1066, que o sistema se esboçou, quando Guilherme I adotou o sistema feudal com um Conselho para avaliar as leis. O parlamento, nos moldes conhecidos, teve início em 1200 durante o reinado de Eduardo I. O Parlamento do Reino Unido com o sistema bicameral, foi formado em 1707.

       Vem do latim parliamentum a palavra parlamento, que foi usada, pela primeira vez, justamente na Inglaterra. A tradição bicameral se impôs na Europa, com vários macacos de imitação: França, Holanda, Suécia, Bélgica, Suiça, Alemanha, Áustria, Itália, Irlanda.

      Nas Américas poucos países decidiram não copiar o modelo britânico. Exceções são Panamá, Paraguai, El Salvador, Honduras e Costa Rica, que adotam Câmara única: um Congresso Constitucional. A Finlândia também adota sistema unicameral.

       Os que defendem o sistema bicameral exaltam as diferenças entre as duas Casas, mencionando os números de representantes, as idades de seus membros, a duração dos mandatos. O Senado, como câmara alta, deveria, teoricamente, compensar eventuais discrepâncias entre as bancadas de cada Estado. Na prática, assuntos referentes aos entes da Federação acabam, alheios ao Senado, sendo negociados entre os poderes executivos estaduais e federal. É o caso da guerra fiscal, da reforma tributária e da dívida pública, entre outros temas.

       Os bicameralistas também ressaltam o papel do Senado como instituição revisora, retificadora, controladora, apuradora. Mas há muitas décadas, quiça séculos, o nosso Senado não vem controlando coisa alguma, muito menos apurando, retificando e revendo. O radical que deu origem à palavra senado, é o mesmo das palavras sênior, senil e senilidade. O Brasil nunca teve um conselho de anciões sábios, como teria sido o Senado romano. Também não podemos sonhar com uma Casa marcada pela vivência dos mais velhos, tal como o conselho de anciões da comunidade indígena Guarani Mbyá. No Brasil é necessário ter no mínimo 35 anos para ser Senador e 21 anos para ser deputado. No nosso “conselho de anciões” –o Senado Federal–, temos hoje um senador com 39 anos de idade.

       Os defensores do unicameralismo apresentam muitos argumentos em defesa do sistema. Todos eles se referem à representação popular e à prática democrática. Meu argumento é o de caráter financeiro. Segundo a ONG Contas Abertas, o trabalho dos parlamentares brasileiros custa, em 2017, cerca de R$ 28 milhões por dia. A Casa mais cara é a Câmara dos Deputados, com a qual, para 2017, está previsto o gasto de R$ 5,9 bilhões. Esse total resulta da soma dos salários e benefícios dos 513 deputados e dos 16 mil funcionários efetivos e comissionados. Com a recente liberação de verbas para emendas parlamentares, os gastos aumentaram de R$ 4,2 bilhões. Em 2016, também de acordo com levantamento da ONG Contas Abertas, o custo só com serviços relacionados a carros oficiais foi de mais de R$ 1,6 bilhão.

       A nossa câmara pretensamente “alta”, pode ser extinta, com a criação de uma única Assembleia do Povo, sem mordomias, sem carros oficiais, com pequenas verbas de gabinete, fazendo com que a atividade de tribuno deixe de ser uma profissão.

    * Jorge Antunes é maestro, compositor, professor titular aposentado da UnB, membro da Academia Brasileira de Música, filiado e militante do PSOL-DF.

  • “Público X Privado em tempos de Golpe” disponível online

    “Público X Privado em tempos de Golpe” disponível online

    A Fundação Lauro Campos disponibiliza online na sua página o livro “Público X Privado em tempos de Golpe”, parceria da FLC com a Fineduca.

    A obra reúne sete artigos escritos por 11 especialistas na área de financiamento da educação e foi organizada pelos professores Luiz Araújo e José Marcelino Pinto.

    Em tempos de golpe parlamentar e sucessivos ataques aos direitos sociais, o lançamento deste livro, fruto de uma parceria entre a Fundação Lauro Campos e a Associação Nacional de Pesquisadores em Financiamento da Educação (Fineduca) é uma contribuição para lançar luz sobre a relação entre público e privado na educação e como tal conflito se acirrará com o quadro que vivemos atualmente.

    Se as contradições que sinalizavam repasse de recursos públicos para a iniciativa privada já estavam presentes no período anterior e, inclusive permeando várias estratégias do próprio PNE, o golpe parlamentar e a aprovação da Emenda Constitucional 95 alteram profundamente a dinâmica anterior, abrindo a possibilidade para perdas de direitos e ocupação de novos espaços pelo setor privado no uso dos recursos do fundo público.

    O livro está disponível na íntegra abaixo, ou pode ser adquirido na sede da Fundação Lauro Campos em São Paulo.

     

    Sumário

     

    . “Apresentação” – Luiz Araújo

    . “A privatização da Educação Básica no Brasil: considerações sobre a incidência de operações na gestão da educação pública” – Theresa Adrião

    . “Discussão sobre a Participação do Setor Privado na Educação Básica Pública no Brasil” – Glecenir V. Teixeira e Marisa R. T. Duarte

    . “Estado da arte da relação público e privado na Educação Básica” – Luiz Araújo

    . “As creches conveniadas em São Paulo – quais os reais motivos dessa opção política” – Ana Paula Santiago do Nascimento e Cleber Nelson de Oliveira Silva

    . “O Público e o Privado na Definição da Meta 20 do PNE 2014-2024” – Juliana Marques da Silva e Cristina Helena Almeida de Carvalho

    . “Programa de Bolsa Creche e Pro-creche: dois casos de subvenção pública à iniciativa privada” – Jacqueline dos Santos Oliveira, Beatriz Aparecida Costa e Raquel Fontes Borghi

    . “A aprovação da PEC 241 significa estrangular a Educação Pública Brasileira e tornar letra morta o Plano Nacional de Educação 2014-2014” – Nota Conjunta da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca)

     

    Público x Privado em tempos de golpe

  • “Libertando a vida: a revolução das mulheres” disponível online

    “Libertando a vida: a revolução das mulheres” disponível online

    A Fundação Lauro Campos traduziu e publicou a obra “Libertando a Vida – a Revolução das Mulheres”, de Abdullah Öcalan, que trata da participação das mulheres curdas na luta pelo reconhecimento e independência de seu território.

    “Libertando a vida: a revolução das mulheres é leitura imprescindível para compreender as batalhas protagonizadas pelos curdos em Rojava, hoje possivelmente um dos mais avançados frontes da luta anticapitalista no mundo. Um movimento a ser assimilado por toda a esquerda”, escreve Carolina Peters, da Executiva Nacional do PSOL, na orelha da obra.

    Ela pode ser conferida online no link abaixo, ou adquirida na sede da Fundação Lauro Campos em São Paulo.

    Libertando a vida: A Revolução das Mulheres.

  • “Um partido necessário: 10 anos de PSOL” disponível online

    “Um partido necessário: 10 anos de PSOL” disponível online

    Uma breve trajetória de um partido que mais cresce na esquerda brasileira, suas conquistas e desafios analisados por diferentes olhares. A obra, publicada em 2016 pela Fundação Lauro Campos, pode ser conferida na íntegra abaixo ou ser adquirida na sede da Fundação Lauro Campos em São Paulo.

    Organizado por Juliano Medeiros e Israel Dutra, o livro traz diversos artigos que narram a trajetória do Partido Socialismo e Liberdade escritos por alguns daqueles que ajudaram a construí-lo. Escrevem na obra Luciana Genro (prefácio), Juliano Medeiros (Por uma história do PSOL), Babá (A decadência do PT e o surgimento do PSOL), Chico Alencar (O porvir do PSOL), Afrânio Boppré (A alegria do amanhã), Milton Temer (Parece que foi ontem), Edmilson Rodrigues (Utopia renascida: o PSOL como desafio e promessa), Edilson Silva e Albanise Pires (Socialismo com Liberdade: eis o convite desafiador do PSOL), Roberto Robaina (Breve Balanço dos anos de legalização do PSOL), Ivan Valente (A disputa do espaço à esquerda), Gilberto Maringoni (Dez ano adiante), Luiz Araújo (Um partido para um novo ciclo da esquerda no Brasil) e Lincoln Secco (Epílogo).

    Uma excelente leitura para entender a gênese do Partido Socialismo e Liberdade e os desafios futuros a serem enfrentados.

     

    Um partido necessário 10 anos de PSOL

  • Movimentos sociais lançam plataforma para debater uma alternativa de esquerda para o país

    Movimentos sociais lançam plataforma para debater uma alternativa de esquerda para o país

    Movimentos sociais que estão organizados na Frente Povo Sem Medo lançam nesta segunda-feira (14/08) a plataforma Vamos!, que será um canal na internet para debater projetos pensando o futuro do país. Junto ao lançamento do site, será realizada uma série de debates em diversas capitais brasileiras, transmitidos através do Vamos!. Na oportunidade, os internautas poderão participar de forma interativa, sugerindo temas para a elaboração de um programa de esquerda para o Brasil.

    A iniciativa é inspirada no Podemos, da Espanha, e os encontros serão em espaços públicos, com ampla participação da sociedade. Os idealizadores do projeto explicam que o objetivo é garantir que a participação nos debates não fique restrita à militância. “Essa ferramenta de rede permite que mais gente participe, pessoas que às vezes não têm o costume de se organizar e atuar em movimentos de rua”, disse, à Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos, dirigente nacional do MTST e um dos articuladores do Vamos!.

    Propostas referentes a diversos temas, como saúde, educação, moradia, participação social, juventude, comunicação, direitos humanos, raça, gênero, LGBT, meio ambiente, entre tantos outros, serão debatidos. O Fora Temer também estará na pauta.

    Boulos argumenta que há uma demanda de participação política na sociedade, expressada muito por meio das redes sociais, em especial pela juventude.

    Fonte: PSOL50