Curso On-Line – “150 anos da Comuna: Estamos aqui pela Humanidade!”
A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, em comum com a Biblioteca Lívio Xavier e a Secretaria de Formação do PSOL CE, ofertam à militância dos movimentos sociais a realização do curso “150 anos da Comuna: Estamos aqui pela Humanidade!
Proclamada em 18 de março de 1971, a Comuna foi uma verdadeira “tomada dos céus” pela classe trabalhadora parisiense, em resposta ao abandono da capital pelo governo francês ante a iminente invasão pelo exército prussiano. Entre os dias 18 de março e 27 de maio de 1871, a Comuna sitiada soube resistir de armas nas mãos, enquanto tomava medidas que abriam caminho para a emancipação política e econômica das forças do trabalho diante da dominação do capital.
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“Comuna foi formada por conselheiros municipais, eleitos por sufrágio universal nos vários bairros da cidade, responsáveis e revogáveis em qualquer momento. A maioria dos seus membros eram naturalmente operários ou representantes reconhecidos da classe operária. A Comuna havia de ser não um corpo parlamentar mas operante, executivo e legislativo ao mesmo tempo. Em vez de continuar a ser o instrumento do governo central, a polícia foi logo despojada dos seus atributos políticos e transformada no instrumento da Comuna, responsável e revogável em qualquer momento. O mesmo aconteceu com os funcionários de todos os outros ramos da administração. Desde os membros da Comuna para baixo, o serviço público tinha de ser feito em troca de salários de operários. Os direitos adquiridos e os subsídios de representação dos altos dignitários do Estado desapareceram com os próprios dignitários do Estado. As funções públicas deixaram de ser a propriedade privada dos testas-de-ferro do governo central. Não só a administração municipal mas toda a iniciativa até então exercida pelo Estado foram entregues nas mãos da Comuna.” (Marx)
A Comuna, assim como registrado por Euclides da Cunha sobre Canudos, não se rendeu, resistiu até o esgotamento completo. Após 72 dias de resistência heroica, a Comuna foi finalmente derrotada no dia 21 de maio, pelas tropas do próprio exército francês, que invadiram Paris, dando início à infame “Semana sangrenta”, na qual foram mortos 20 mil partidários da Comuna, além de mulheres e crianças. Nas semanas seguintes, 38 mil rebeldes foram presos e 7.500 deportados. A perseguição aos Comunnards perdurou até 1880, quando finalmente foi conquistada a anistia para esses heróis da classe trabalhadora.
150 anos depois de seu esmagamento, a Comuna segue inspirando com seu heroísmo e realizações o programa da transformação radical da sociedade no século XXI. A realização desse curso visa fomentar a memória desse acontecimento épico, para que não caia no esquecimento das novas gerações de lutadoras e lutadores sociais, e que se debata sobre o significado histórico e a importância política e programáticas para as lutas presentes.
Sobre o curso:
Ministrante: Nilo Sérgio Aragão. Um dos fundadores do PSOL, foi membro da primeira Direção Nacional do partido. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará.
Plano de aulas: 3 (três) encontros de 90 minutos cada, com exposição e diálogo entre os participantes. No primeiro encontro, a aula será precedida de uma breve abertura, com falas dos organizadores do curso e do marxista Michael Lowi. As aulas começarão sempre às 18h30.
23/04 – “Os tempos dos Comunnards: Revolução Industrial, lutas operárias e Internacionalismo”.
30/04 – “Marx e A Comuna de Paris”.
07/05 – 3º Encontro: “A Comuna e Nossos Tempos”.
Bibliografia sugerida para leitura:
ARCARY, Valério. A Comuna de Paris e a Teoria da Revolução em Marx e Engels: 1871 – 1895. in BOITO Jr, Armando A Comuna de Paris na História, Xamã, 2001.
BATALHA, Cláudio. Três visões da Comuna de Paris: Benoît Malon, Louise Michel, Prosper-Olivier Lissagaray, in BOITO Jr, Armando A Comuna de Paris na História, Xamã, 2001.
BENSAID, Daniel e LÖWY, Michael. Auguste Blanqui, Comunista Herege, in BENSAID & LÖWY, Centelhas, São Paulo, Boitempo, 2017.
LOURENÇO, Fernando. “Delito de Lesa-Humanidade”: os parlamentares do Império brasileiro frente à Comuna de Paris. in BOITO Jr, Armando A Comuna de Paris na História, Xamã, 2001.
LÖWY, Michael. A cidade, lugar estratégico do enfrentamento das classes – Insurreições, barricadas e haussmannização de Paris nas Passagens de Walter Benjamin. Margem Esquerda: ensaios marxistas, n. 8.
MARX,. Karl. A Guerra Civil na França. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
MARX, Karl. O Capital: crítica da Economia Política. Livro 1. São Paulo: Boitempo, 2013. Ilustração da Lei Geral da Acumulação Capitalista, Capítulo 23, seção 5.
MARX, Karl. Crítica do programa de Gotha. São Paulo: Boitempo, 2012.