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  • FLCMF fecha parceria com Observatório da Violência Policial e Direitos Humanos – OVP-DH

    FLCMF fecha parceria com Observatório da Violência Policial e Direitos Humanos – OVP-DH

    FLCMF fecha parceria com
    Observatório da Violência Policial
    e Direitos Humanos – OVP-DH

    A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco firmou uma parceria com o Observatório da Violência Policial e Direitos Humanos para manutenção e ampliação de um sistema de mapeamento e cadastramento da violência policial no Brasil.

    Esse sistema, que terá um canal anônimo de denúncias, tem metodologia científica aplicada por vários profissionais para sistematizar e analisar os dados sobre as diversas violências cometidas por parte dos agentes do Estado. Com isso, a FLCMF tenta contribuir contra a barbaridade cometida em Paraisópolis (SP) que matou nove jovens.

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  • Mulher, raça e classe: FLCMF abre inscrições para curso de verão em São Paulo

    Mulher, raça e classe: FLCMF abre inscrições para curso de verão em São Paulo

    Mulher, raça e classe: FLCMF abre
    inscrições para curso de verão em São Paulo

    A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco (FLCMF) abriu inscrições para o curso presencial de verão “Mulher, raça e classe”, que será realizado entre os dias 5 e 8 de fevereiro de 2020, em São Paulo (SP). O objetivo do curso é auxiliar as (os) militante do PSOL na perspectiva de construir uma alternativa concreta para consolidação de formadores políticos de caráter feminista, anticapitalista e ecossocialista. A ideia do curso é fornecer uma base sólida da teoria marxista para a discutir e entender o tema específico das mulheres, das raças e classes.

    A ideia é criar um espaço de estudo, de pesquisa da realidade social e de reflexão sobre os temas tendo como base o material preparatório “Manifesto do Feminismo para os 99%”, de Tithi Bhattacharya, Cinzia Arruzza e Susan Ferguson (Boitempo Editorial, 2019), sendo enviado aos inscritos antecipadamente. As atividades do curso se alternarão entre teóricas e práticas, com modo de contar com espaços mais dinâmicos de apropriação e elaboração coletiva dos temas.

    Para participar do curso, a (o) participante deverá construir com uma taxa de inscrição de R$10,00 (dez reais).

     

  • Líderes sociais debatem estratégias políticas para o RJ

    Líderes sociais debatem estratégias políticas para o RJ

    Líderes sociais debatem estratégias políticas para o RJ

    No dia 30 de outubro, representantes de organizações sociais de base, ativistas sociais e políticos se reuniram no auditório do Corecon, no centro da cidade do Rio de Janeiro, para o encontro “Estratégias Políticas Inovadoras e a situação do Rio de Janeiro“. 

    Da primeira mesa de discussão,  “Contexto da América Latina, brasileiro e a atual situação do Rio de Janeiro“, participaram o presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, Francisvaldo Mendes, o diretor do Asuntos del Sur, Matías Biachi, e a diretora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Rita Correa Brandão, com moderação de Caru Schwingel, pesquisadora parceira da FLCMF e membro do Conselho Estratégico de Asuntos del Sul. Buscou-se identificar situações semelhantes na atual situação política das esquerdas na América Latina, Brasil e Rio de Janeiro.

    Para Matías Bianchi, mediante o contexto das eleições e retrocessos da América Latina dos últimos anos, processos inovadores não podem estar desatrelados do fortalecimento dos partidos políticos. “Os partidos na América Latina necessitam de uma maior capilaridade social,  confiança política e politizar assuntos que não estão politizados, como o meio ambiente, as questões de gênero e as novas tecnologias”. 

    Francisvaldo Mendes apresentou as características de um país governado por uma direita neoliberal. Destacou questões como a perda da soberania nacional, a perda dos direitos dos trabalhadores com as reformas trabalhista e da previdência, a situação da Petrobras e do “negócio” petróleo, o aumento da violência policial e da impunidade de foma geral. Sobre o processo eleitoral passado, um dos pontos destacados por Francisvaldo Mendes foi o uso das redes sociais pela equipe de Jair Bolsonaro como mecanismo de influência das pessoas.

    Rita Correa Brandão falou sobre a necessidade de “novas formas de fazer política e diferentes maneiras de reunir as pessoas para ter uma maior participação política”. Apresentou projetos do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas em seus 38 anos de atuação principalmente nas comunidades do Rio de Janeiro.

    Ainda pela manhã, a diretora do Projeto SISA, Cora Ruiz Tena, e a Coordenadora de Incidência Territorial de Asuntos del Sur, Sofía Castro Mariel, apresentaram o Método SISA, uma ferramenta elaborada com mulheres de nove países da América Latina para projetos de incidência política com perspectiva feminista. A oficina aplicou a dinâmica SuperSISA que visa gerar soluções criativas e inovadoras para as dificuldades enfrentadas pelas mulheres cotidianamente pelo fato de serem mulheres.

    Integrada à oficina, realizou-se uma roda de conversa quando várias mulheres representantes de organizações sociais e instituições políticas apresentaram suas atuações, os trabalhos que realizam nos territórios e começaram a pensar em possibilidades de diálogo com o Método Sisa para fortalecer seus projetos.

    Com a emotividade de quem dedica sua vida à luta e ao empoderamento feminino, Roberta Eugênio, pesquisadora do Instituto Alziras, apresentou o panorama de participação das mulheres na política no Rio de Janeiro e país. Falou sobre a pesquisa Perfil das Prefeitas no Brasil (2017-2020) que mapeou as 649 prefeitas eleitas em 2016 e ouviu 45% delas. “As mulheres à frente das prefeituras acumulam experiência na política em sua trajetória, têm mais anos de estudo do que os prefeitos homens e superam enormes desafios em municípios pequenos e sem recursos”. Discutiu-se sobre o fato de muitas mulheres políticas serem filhas ou casadas com políticos homens. 

    Bárbara Aires, do Fórum de Articulação estadual de Travestis e Transexuais do Estado do Rio de Janeiro, apresentou a realidade das violências não tão evidentes contra as mulheres trans e travestis. “Na saúde pública, as mulheres trans não são assistidas pela saúde da mulher e tampouco pela saúde do homem. Ficam completamente desassistidas, sem acesso – e com a idade piora ainda mais”. Falou sobre a necessidade do avanço dos direitos sociais e da importância de campanhas como a do exame de próstata  para uma população com expectativa de vida de 35 anos. 

    A Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), movimento político ​feminista  anti-capitalista, anti-racista, anti-patriarcal com 25 anos de atuação no país, esteve representado por uma de suas lideranças no Rio de Janeiro , a feminista Tânia Lopes Muri. A coordenadora da AMBRio apresentou os temas importantes, que alicerçam as lutas do movimento, como os direitos sexuais reprodutivos,  contra a criminalização das mulheres e pela legalização do aborto, o combate a todas as formas de violência contra a mulher, a divisão sexual do trabalho, a justiça socioambiental. Falou sobre ações, incentivos e formação política para mais mulheres ocuparem espaços de poder: “Há uma representação ínfima de mulheres dentro dos espaços de poder, seja no nível federal, no Congresso, nas assembleias estaduais ou nas câmaras municipais de todo o país”. Tânia Lopes fez uma breve descrição das ações do AMB no país e no Rio de Janeiro nesses últimos anos. “A articulação têm lançado mão de estratégias criativas para enfrentar e dar visibilidade aos retrocessos, que as conquistas, de até então, nas políticas públicas e legislação para as mulheres, vem sofrendo”.​ Falou sobre parcerias com movimentos no Brasil e América Latina, sem perder de vista a importância da ação local, destacando as ações feitas pelos Movimento de Mulheres de Cabo Frio e da Região dos Lagos. 

    A pesquisadora Iara Amora enfatizou a importância da escuta e das trocas de saberes nos processos de formação feminista. “É preciso reconhecermos e valorizarmos os saberes e experiências locais de cada mulher”. Mestranda em Políticas Públicas e Direitos Humanos, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisa sobre a luta das mulheres por creches públicas e destaca a importância de avanços legais que garantam os direitos das mulheres. Com o aumento dos casos de feminicídio, violência e o incetivo à cultura da desvalorização de ações feministas nesse último ano, chamou a atenção para a necessidade de projetos de lei, de avanços legais. “As casas legislativas têm sido mais uma trincheira de batalha contra os conservadorismos e retiradas dos direitos das mulheres. Embora ainda falte avançarmos muito, é muito representativo a ocupação desses espaços por mulheres, em especial mulheres negras, – e a atuação de parlamentares feministas”, disse.

    Iara Amora integra a equipe de gênero da deputada estadual Mônica Francisco, que também esteve presente com as assessoras Rogéria Peixinho e Lana de Holanda, esta a primeira transexual a conquistar o direito de usar o nome social no crachá da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Rogéria Peixinho, por sua vez, lembrou que várias das mulheres que hoje atuam com gênero nas equipes das deputadas Mônica Francisco, Dani Monteiro e Renata Souza trabalharam com Marielle Franco. “Avançar reconhecendo a história dos movimentos, das pessoas que foram e são sementes, como Marielle”.  

           


    Pela tarde, a Roda de Conversa “Experiências de ativistas – ações possíveis no Rio” demonstrou a tradição social e política de resistência e resiliência da cidade do Rio de Janeiro. Organizações com décadas de história e atuação emocionaram nas vozes e relatos de seus representantes.

    David Amen, do Instituto Raízes em Movimento, que atua no Complexo do Alemão, falou sobre os jovens que formaram e formam nesses 18 anos do Raizes, sobre a estratégia de comunicação que adotam no território e para fora dele. “O Raízes em Movimento busca facilitar a participação dos atores locais como protagonistas de ações para o desenvolvimento humano, social e cultural”. Comunicação, empreendedorismo, ações sociais, visibilidade para as questões cotidianas das e dos cidadãos das 13 favelas/comunidades do Complexo do Alemão são parte de suas ações, porém, David Amen ressalta que a prioridade no momento é “manter-se vivo”, em função do aumento da violência nas periferias do Rio de Janeiro, principalmente a policial. Destaca também que a estratégia de comunicação é interna e com os parceiros da mídia independente, já que “não há como dialogar com os meios de comunicação hegemônicos”, devido ao etnocentrismo, à falta de compreensão da visão do outro, daquele que é diferente. 

    Anàpuàka Muniz Tupinambá, comunicador indígena de Rádio Yandê e coordenador de Yby Festival, falou sobre a dificuldade de ser sustentável quando se faz comunicação de base. Há seis anos, junto com uma sócia tupinambá e um baniwa, criaram a primeira web rádio indígena do país. “Nosso objetivo é difundir a cultura indígena através da ótica tradicional, com a velocidade e alcance da internet”. Sem anunciantes ou patrocinadores, buscam a sustentabilidade por meio de cursos, consultorias, palestras, formação de outros comunicadores indígenas. Com a proposta do primeiro Festival de Música Indígena do país. o Yby, buscam ampliar um ecossistema da produção indígena, mostrando exemplos, colocando pessoas em contato para que, através da música e da arte, possibilidades se apresentem. Anàpuàka Tupinambá desenvolveu a proposta de etnomídia indígena como estratégia para o reconhecimento, a visibilidade dos direitos, o respeito para notícias, para o resgate cultural e, principalmente, como forma de quebrar antigos estereótipos ou preconceitos historicamente difundidos pelos meios de comunicação.

    Daniela Moura, coordenadora do Maré de Notícias, apresentou matérias e a missão do veículo digital: “reportar o cotidiano da Maré, o dia-a-dia das e dos 140 mil moradores da Maré, pessoas que vivem num conjunto de 16 favelas, é a nossa proposta”. O Maré de Notícias Online é o meio jornalístico da Redes da Maré, organização da sociedade civil criada em 1997, para produzir conhecimento, elaborar projetos e ações que garantam políticas públicas efetivas na defesa do direitos dos moradores do complexo. A parceria com a imprensa hegemônica ou fazer circular conteúdos do Maré de Notícias nos grandes veículos, tem sido uma das estratégias do equipe de jornalismo. Também Daniela Moura destacou o fato de jornalistas da periferia, negras e negros, que começaram sua vida profissional no Maré de Notícias hoje estarem trabalhando na grande mídia, diversificando as redações e o olhar para os acontecimentos. 

    A jornalista responsável pela Agência Narra da Maré, Elena Wesley, apresentou o resultado do projeto Agência de Narrativas de Periferias do Observatório de Favelas. “A Narra é uma  agência de jornalismo composta por jovens repórteres das favelas cariocas. Damos serviço e informações para nossas comunidades desde nosso ponto de vista”. A jovem coordenadora relembra que a criatividade, o empreendedorismo, a solidadriedade mediante adversidades e violência traz a perspectiva defendida pelos intelectuais da Maré, de que a favela não é e nunca foi falta, mas sim favela é potência, é criatividade, é construção e luta social. “Muitas situações vividas na periferia, na favela, os grandes veículos nem percebem. A Narra conta a história de nossa perspectiva, da vivência de quem ali cresceu e conhece os problemas e potencialidades do entorno”. Outro aspecto destacado foi o preconceito e estereótipos criados pela mídia em relação aos moradores das comunidades. “O favelado consegue falar de qualquer assunto a partir da sua própria perspectiva. As pessoas estranham o diferente, não o reconhecem, e criam estereótipos nocivos. A Narra conta histórias da região metropolitana, da Baixada à Niterói, passando pelas favelas e subúrbios do Rio de Janeiro, em direção à Maré dos moradores, de pessoas, não de estereótipos”. 

    Uma das principais lideranças da Greve dos Garis que impactou o Rio nos carnavais dos anos 2014 e 2015,  Célio Viana, também esteve nesta roda de conversa. O movimento autônomo foi contra o empregador e o sindicato e valorizou o trabalhador assalariado insatisfeito com as condições, atuou na auto-estima dos profissionais e levou à estruturação do Círculo Laranja. “O Círculo Laranja é uma iniciativa cidadã, construída pelos garis, que tem como ponto central o debate do lixo e do meio ambiente. Nosso lema é ‘Andamos, Perguntando e Mandamos, Obedecendo’”.  O líder social falou sobre como o Círculo Laranja se estruturou, deixando de ser um movimento somente dos garis ao tratar o problema do lixo de forma mais ampla, incorporando todos os que se preocupam com o ambiente no qual vivem. “Gari é um agente de saúde ambiental”, afirma Célio Viana. Ao fazer uma análise da situação atual e retrocessos políticos do Rio de Janeiro, a porta-voz do Círculo Laranja, Luiette Ornellas, disse ser fundamental não apenas se pensar e atuar no política nos anos eleitorais. “Não basta fazer política apenas nas eleições ou na campanha salarial, é preciso se envolver de maneira contínua.  Uma das formas contínuas de fazer política é pela cultura”. Por isso que o Círculo Laranja atuou na construção do 1o. Viradão Cultural Suburbano, evento totalmente colaborativo ocorrido em 09 e 1o de novembro com 36 horas de duração em 19 bairros suburbanos da cidade do Rio de Janeiro. “Mesmo que as instituições não nos ouçam, que o poder público não nos dê ouvidos, nós existimos, estamos presente, organizados, produzindo cultura. Somos uma multiplicidade de singularidades que desde sempre produziu cultura. Principalmente o subúrbio, que sempre foi criatividade, construção, acolhimento, alegria e amor. Precisamos seguir com esta ideia para avançarmos”, afirmou Luiette Ornellas. 

    As Brigadas Populares, movimento militante, popular, de massas, “uma organização socialista, classista, feminista, antirracista, anti-imperialista, anti-punitivista e nacionalista-revolucionária” que atua em apoio às ocupações urbanas nos grandes centros, esteve representada pelas coordenadoras Kelly da Silva e Luciane Galdina. “É máquina mesmo de moer negro”, afirmou a coordenadora da Ocupação Moisés Luciane Galdina ao relatar como o governador do Rio de Janeiro, do helicóptero chamado pelos moradores de “Caveirão”  entra nas favelas atirando a esmo para o alto. “E a polícia também entra assim, atirando, como outras pessoas aqui já disseram. Matando vários inocentes, a maior parte é tudo estudante, crianças. E na maioria das vezes não é para prender bandidos, é para caçar”.  Moradoras da Ocupação Moisés, na Rua do Riachuelo, na Lapa, centro do Rio, as militantes falaram sobre as abordagens policiais e a forma como as 50 famílias de moradores são tratadas pelo poder público. “A força policial dizia ser uma ocupação promovida por tráfico de drogas e coisas ilícitas. Recentemente, tivemos uma audiência em que a juíza afirmou ter tido uma ideia discriminatória a partir dos autos, e que agora, ao conhecer as famílias, via que não era nada daquilo. Vamos ter uma solução pacífica”, disse a coordenadora das Brigadas Populares do Rio de Janeiro, Kelly da Silva. As duas lideranças, junto com o advogado, foram intimidadas e ameaçadas pelos policiais em várias ocasiões. Porém dizem que a escolha do nome da ocupação é para lembrar a luta por direito à moradia. “Moisés é quem levou o povo para a sua terra. Referência bíblica que reafirma o direito da população à sua própria terra, direito à sua casa, a um pedacinho do chão”. 

    Mônica Cunha, Coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e líder do Movimento Moleque, referência por sua luta por direitos para adolescentes que estão no sistema socioeducativo e para seus familiares, encerrou as falas da roda de conversa da tarde. O Movimento Moleque foi fundado por um grupo de mães que no dia 10 de dezembro de 2003 foram na unidade do sistema socioeducativo Padre Severino, no Rio de Janeiro, vestidas de preto e viradas de costas para a porta da instituição, reivindicar pelos direitos de seus filhos. Dois anos antes, o filho do meio de Mônica Cunha, Rafael, havia sido preso por participar de um roubo. “Quando cheguei à delegacia, meu filho estava algemado e sujo, como se o tivessem arrastado pelo chão. Eu fiquei desesperada”. Ouviu também que havia “parido bandido”, então, começou a ler o Estatuto da Criança e do Adolescente e a buscar os direitos dos menores infratores. Com seus 16 anos de luta em busca de estratégias de enfrentamento à violência e para a aplicação de medidas efetivamente socioeducativas, a ativista emocionou ao apresentar os retrocessos pelos quais estado e cidade do Rio  de Janeiro vêm passando, principalmente nesse último ano. Destacou as lutas comuns, o que une os movimentos sociais nas mais distintas comunidades do Rio de Janeiro, como o racismo explícito e estrutural. ” O Moleque busca estar em todos os locais e de todas as formas onde a informação e o debate a respeito do jovem em conflito com a lei e o sistema sócio-educativo possam contribuir para a transformação desta realidade. Busca-se promover a formação dos familiares, para que outros pais e mães, através de cursos de capacitação e oficinas, possam se engajar ainda mais nessa luta”. A luta e atuação direta do movimento é contra a redução da maioridade penal, contra a revista vexatória nas visitas de familiares e a favor dos direitos humanos e dos direitos dos adolescentes infratores e de seus familiares.

    Os organizações parcerias do Asuntos del Sur, Instituto de Governo Aberto (IGA) e Cidadania Inteligente, estiveram presentes no evento. Vanessa Meneguetti e Laila Bellix, coordenadoras do IGA, apresentaram suas trajetórias e atuação junto às Prefeituras das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e ações ao Governo Federal. Ana Carolina Lourenço e Maria Luisa Freire, do Cidadania Inteligente, deram suporte às discussões que perpassam esta organização que atua há mais de 10 anos em 14 países da América Latina.

    “Estratégias Políticas Inovadoras e a situação do Rio de Janeiro“, que ocorreu no dia 30 de outubro, no auditório do Corecon, na cidade do Rio de Janeiro, foi um dos dois eventos abertos que compuseram a Jornada da Certificação em Inovação Política. Esta, proposta como forma de reunir os bolsistas e participantes da formação em Inovação Política com os tutores e facilitadores das equipes de Asuntos del Sur e da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco. O outro encontro ocorreu em São Paulo, no dia 02 de novembro.

           
  • Escuta-te no lugar de fala?

    Escuta-te no lugar de fala?

    Escuta-te no lugar de fala?

    Por Ceila Santos*

    Sábado, 2 de novembro, feriado dos Mortos. Detalhe: sol na medida para ficar de bobeira com pernas para o ar ou jogar conversa no boteco. É importante destacar este contexto pra dizer que foi, neste dia, que comecei a atender o pedido da Malu, minha filha de 15 anos, que deseja conhecer a política.

    São tantas perguntas, que pulsa a curiosidade dela dentro de mim, que eu tenho despertado a escuta e fechado os olhos. E, foi assim, que cheguei naquela rua arborizada do Campos Elíseos. Feliz por iniciar nossa jornada juntas num encontro, que reunia brasileiras, cariocas e latino-americanas com um objetivo claro: sinergia.

    Eu não tinha aceso em mim que a Fundação Lauro Campos e Marielle Franco era entidade pública do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e viver essa surpresa no decorrer do encontro foi um presente recebido das amizades que o idealismo político me proporcionou.

    É desse lugar de fala que começo a tecer contigo a reflexão que o Encontro Estratégias Políticas Inovadoras para as Eleições de 2020 proporcionou na minha vida, de 45 anos – pisei no palco ativista, pela primeira vez, em 2011, representando o movimento Parto do Princípio, na Conferência das Mulheres. Ou seja, oito aninhos, apenas. É uma infância, sem dúvida. Vivida com muita intensidade. Fui conselheira de Distrito do Conselho Participativo, delegada regional do Fórum das Mulheres e me envolvi com ANEP Brasil como representante da Educação Pré-Natal nos grupos de trabalho da Rede Nossa São Paulo.

    Não recebi o ativismo de herança familiar, escolar ou juvenil. Nasci ativista aos 38. Fui uma das mulheres que tomei consciência do lugar do corpo feminino na sala obstétrica. Antes, eu sabia de muita coisa que devia ser feita sobre as questões de Gênero, mas não fazia. Saber fazer e não fazer é o mesmo que não saber. Ao fazer, aprendi outro ditado: fazer sem poder é doença.

    Falo, hoje, de um lugar que reconhece a importância do saber e do poder pra ser ativista e, deste lugar, eu acredito fielmente em encontros. Ainda mais quando eles trazem o objetivo de reconhecer ações e estratégias
    inovadoras. 

    Ouvir as vozes de Letícia Maria, Aline, Thaís, Jô, Alejandra, Valesca, Vanessa foi escutar e reconhecer o meu processo. Um acalanto perceber suas soluções, desejos, sonhos e ideais na fala das outras, mas também um furacão ao reconhecer as diferenças na forma de expressar e lidar com a sabedoria do poder. Nenhuma delas representa a minha história nem consciência. É dolorido reconhecer isso: nenhuma me representa! Mas
    todas falam com algo que já vivi, ou experimentei. É, por isso, que pergunto: escuta-te no lugar de fala?



    Eu não tenho dúvida da luta pelo lugar da mulher na sociedade e, de tantas outras lutas, que me vinculo pela consciência ou pela história, mas me remoo por dentro quando reconheço a complexidade do lugar de fala quando desejamos uma estratégia que represente o novo, seja a jovem de 15 anos que anseia pela política, a mãe que foi cortada pela violência obstétrica ou as lideranças que movem as dores locais da sua comunidade.

    Quando digo que a voz de quem fala não me representa não significa que não me toca. A fala da Jô Pereira, representante da Ciclocidade, bateu em mim da cabeça aos pés, fez meu corpo vibrar com a autenticidade que ela
    transmite no lugar de mulher, negra e periférica. Me tocou e ainda ressoa, nos meus olhos, bem claro a diferença, daquilo que nos separa: a pele. A cor da pele. Sou branca, filha de brancas, neta de brancas, bisneta de mulato e
    índia.

    Não carrego a visibilidade da luta na minha pele. Ouço a fala de quem legitima meu desejo de justiça e, nesta escuta, sinto-me tão diferente de quem carrega a visibilidade da luta que torno-me quase incapaz de usufruir o direito pela justiça.

    É dessa complexidade que reconheço o caminho do novo. Não se trata de um lugar de fala, apenas. Nem só de escuta. O diálogo da complexidade de quem sonha junto exige uma abertura que vai muito além da representatividade ou pertencimento.

    É um lugar de interesse de pessoa para a pessoa. Um lugar de atenção e respiro. Um lugar de domínio das emoções e das brincadeiras. É um lugar que exige de nós não só lembrar das forças das heroínas latino-americanas, exemplos do Hemisfério Sul – como ensina as mulheres, que apresentaram o Método SISA, uma ferramenta para processos de inovação criativos com enfoque feminista – mas de reconhecer que essas forças devem ser  aplicadas, às vezes, dentro de nós com nós mesmas para nascer fora,
    o novo.

    Pois, naquela tarde de sábado, os desejos foram ditos. Nós sabemos o novo que desejamos: Transparência para abrir o governo, como trouxe Vanessa Meneguetti, do Instituto do Governo Aberto. Co-deputar pra quem já fazia essa função dentro de saraus e no Capão, como sintetizou Fernando Ferrari, da Bancada Ativista, trazendo estatísticas e números para retratar sua trajetória ativista. 

    Ser jovem porque existe um Nós, como contaram Valesca, Pedro, Saulo e Agnes, da Rede Popular de Cursinhos Ubuntu, deixando claro a importância do coletivo e do pertencimento, nesta fase da vida, para seguir em frente na transformação da periferia.

    Sinergia é uma busca. Não é conhecida. Quando me pergunto o que escuto de mim na fala das mulheres que sonham com a equidade de gênero, eu reconheço o desafio e compreendo nossas inabilidades de cuidar de quem cuida, ou deseja cuidar, das dores do mundo, como apresentou Evelyn Gomes neste lindo dia de sábado.

    E compreendo que o diálogo, carrega padrões que perpetuam a inabilidade do saber e do poder, e, por isso, ele é tão árduo, necessário e deve ser o caminho para o futuro.
    Obrigada a todas e todos pelo encontro!

    *Ceila Santos é jornalista, gestora cultural, facilitadora de grupos e de círculos de mulheres.


    O evento Estratégias Políticas Inovadoras para as Eleições de 2020 ocorreu no dia 02 de novembro, na sede da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, em São Paulo.

  • Estratégias Políticas Inovadoras para as eleições de 2020

    Estratégias Políticas Inovadoras para as eleições de 2020

    Estratégias Políticas Inovadoras para as eleições de 2020

    A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, em parceria com a organização argentina Asuntos del Sur, promove o encontro Estratégias Políticas Inovadoras para as eleições de 2020. O evento ocorre na sede da Fundação em São Paulo (Alameda Barão de Limeira, 1400 – Campos Elíseos), no dia 02 de novembro, sábado, das 9 às 18h.

    A mesa de abertura “Contexto político da América Latina, Brasil e São Paulo: uma visão socialista” visa discutir o atual momento político desde a perspectiva das esquerdas e do socialismo. Depois, acontecerão oficinas e rodas de conversas sobre ferramentas, métodos e experiências aplicadas para a inovação política.

    A proposta é colocar em contato pessoas inovadoras com ações políticas inovadoras, conhecer, dialogar e buscar sinergias. 

    Faça sua inscrição no evento. É gratuito, porém as vagas são limitadas. 

    Programa do Encontro Estratégias Políticas Inovadoras para as eleições de 2020
    9.00 a 9.30 hs | Credenciamento dos participantes

    9.30 a 10.00 | Abertura – Boas-vindas aos participantes.
    Proposta: Contexto do evento – este encontro ocorre no âmbito da Certificação em Inovação Política, curso on-line de três meses parceria entre o Asuntos del Sur e FLCMF. Será feita uma breve contextualização para quem não está fazendo a formação, bem como apresentar/reconhecer quem a está realizando.

    10.00 a 11.30 | Mesa Tema: Contexto político da América Latina, Brasil e São Paulo: uma visão socialista
    Matías Bianchi – Asuntos del Sur (Argentina)
    Francisvaldo Mendes – Fundação Lauro Campos e Marielle Franco
    Mônica Seixas – Bancada Ativista 
    Toninho Vespoli – vereador de São Paulo pelo PSOL
    Moderadora: Caru Schwingel – pesquisadora e ativista
    Proposta: Esta mesa irá apresentar a atual situação política da América Latina, com vistas a identificar as visões e atuações da esquerda (governos e movimentos). Procurará responder: que agentes atuam na região? Quais ações da esquerda tiveram e têm efetividade? Qual o contexto político de continente, de país, estado e do Rio de Janeiro? A perspectiva é identificar, dentro do possível, ações e movimentos que tenham impulsionado o socialismo, igualdade social e os direitos humanos na região. Há aliados internacionalmente? E local? Como agir? 

    11.30 a 11.45  | Coffee break

    11.45 a 13.30  |  Oficina Método SISA – Elaboração de projetos políticos criativos com perspectiva feminista / Roda de conversa
    Proposta: Apresentar o Método SISA como ferramenta para processos de inovação criativos com enfoque feminista. Fazer uma dinâmica com o Guia SuperSISA. Coordenadoras/ representantes de ações/organizações de mulheres apresentarão seus projetos e buscarão interseções com o Método SISA para criar projetos inovadores de incidência territorial.

    13.30 a 14.30| Almoço

    14.30 a 16.00 | Roda de Conversa  – Experiências políticas inovadoras 
    Proposta: A proposta desta Roda de Conversa é colocar em contato pessoas inovadoras com ações políticas inovadoras. Com tantas situações difíceis vividas por nosso campo nos último anos, há também muitas pessoas, movimentos, instituições, políticXs com atuações integradoras que fazem avançar o bem estar social e os direitos humanos. A perspectiva é conhecer as ações e discutir estratégias possíveis para o campo político das esquerdas em São Paulo.

    16.00 a 16.15  | Coffee break

    16.15 a 17.15 | Convite à ação: segurança digital para ativistas
    Proposta: Apresentar as principais ferramentas e estratégias para a segurança digital de ativistas políticos.

    17.15 a 17.45| Dúvidas sobre a Certificação
    17.45 a 18.00 | Fechamento do Encontro.
    Serão tiradas dúvidas sobre a formação e feito o fechamento do Encontro.

    O evento será na Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, Alameda Barão de Limeira, 1400 – Campos Elíseos, em São Paulo, capital, no dia  02 de novembro, sábado, das 9h30 às 18h

    Venha fortalecer e/ou construir o campo político de São Paulo. Inscreva-se.
    Vagas Limitadas / Alimentação inclusa.

  • O que é inovação política? Venha discutir com a gente no Rio de Janeiro

    O que é inovação política? Venha discutir com a gente no Rio de Janeiro

    O que é inovação política? Venha discutir com a gente no Rio de Janeiro

    O encontro Estratégias Políticas Inovadoras e a situação do Rio de Janeiro objetiva discutir política e a atual situação das esquerdas na América Latina, Brasil e Rio de Janeiro, evidenciando ações e estratégias inovadoras. Buscamos colocar em contato pessoas inovadoras com ações políticas inovadoras. Com tantas situações difíceis vividas na América Latina nos últimos anos, há também muitas pessoas, movimentos, instituições, políticxs com atuações que fazem avançar o bem estar social e os direitos das cidadãs, dos cidadãos, dxs trabalhadorxs. A proposta é conhecer, dialogar, buscar sinergias. 

    O evento  ser realizado na cidade do Rio de Janeiro, na quarta-feira, 30 de outubro, no auditório do Corecon-RJ (Conselho Regional de Economia), na Avenida Rio Branco, 109, das 9 às 18h, é uma ação da Certificação em Inovação Política. Este curso surgiu da aliança entre a Fundação Lauro Campos e Marielle Franco e a organização argentina Asuntos del Sur para auxiliar ativistas brasileiro(a)s em teorias e técnicas para a inovação política e fortalecer suas capacidades tendo em vista as eleições de 2020. Por três meses, os 200 bolsistas da FLCMF estão em contato com ferramentas, práticas e experiências nacionais e regionais ligadas a tecnologias cívicas, gênero e liderança.

    Faça sua inscrição no evento, é gratuito, porém as vagas são limitadas. 

    Programa do Encontro Estratégias Políticas Inovadoras e a situação do Rio de Janeiro
    9.00 a 9.30 hs | Credenciamento dos participantes

    9.30 a 10.00 | Abertura – Boas-vindas aos participantes.
    Proposta: Contexto do evento – este encontro ocorre no âmbito da Certificação em Inovação Política, curso on-line de três meses parceria entre o Asuntos del Sur e FLCMF. Será feita uma breve contextualização para quem não está fazendo a formação, bem como apresentar/reconhecer quem a está realizando.

    10.00 a 11.30 | Mesa Contexto da América Latina, contexto brasileiro e a atual situação do Rio de Janeiro
    Matías Bianchi – Asuntos del Sur (Argentina)
    Francisvaldo Mendes – Fundação Lauro Campos e Marielle Franco
    Rita Brandão – Diretora de Ibase
    Proposta: Esta mesa irá apresentar a atual situação política da América Latina, com vistas a identificar as visões e atuações da esquerda (governos e movimentos). Procurará responder: que agentes atuam na região? Quais ações da esquerda tiveram e têm efetividade? Qual o contexto político de continente, de país, estado e do Rio de Janeiro? A perspectiva é identificar, dentro do possível, ações e movimentos que tenham impulsionado o socialismo, igualdade social e os direitos humanos na região. Há aliados internacionalmente? E local? Como agir? 

    11.30 a 12.15 | Painel de discussão – Estratégias inovadoras nas campanhas vitoriosas e na atuação parlamentar
    Renata Souza – deputada estadual do PSOL
    Proposta: Este painel visa apresentar as estratégias inovadoras das campanhas dxs deputadxs estaduais eleitos no Rio de Janeiro, quais aspectos foram inovadores em suas campanhas e quais atuações consideram possíveis para as eleições de 2020 no Rio de Janeiro.

    12.15 a 12.30 | Coffee break

     12.30 a 14.00 |  Oficina Método SISA – Elaboração de projetos políticos criativos com perspectiva feminista / Roda de conversa
    Proposta: Apresentar o Método SISA como ferramenta para processos de inovação criativos com enfoque feminista. Fazer uma dinâmica com o Guia SuperSISA. Roda de conversa com as equipes de gêneros e/ representantes de ações/organizações de mulheres apresentarão seus projetos e buscarão interseções com o Método SISA para criar projetos inovadores de incidência territorial. 

    14.00 a 15.00| Almoço

    15.00 a 16.30 | Roda de Conversa  – Experiências de ativistas de Rio de Janeiro  – Ações possíveis no contexto do Rio
    Proposta: A proposta desta Roda de Conversa é colocar em contato pessoas inovadoras com ações políticas inovadoras. Com tantas situações difíceis vividas por nosso campo nos últimos anos, há também muitas pessoas, movimentos, instituições, políticXs com atuações integradoras que fazem avançar o bem-estar social e os direitos humanos. A perspectiva é conhecer as ações e discutir estratégias possíveis para o campo político das esquerdas no Rio de Janeiro.

    16.30 a 17.15 | Roda de discussão – Ações Políticas Inovadoras em Instituições
    Proposta: A proposta desta Roda de Conversa é discutir ações políticas inovadoras a partir de instituições inovadoras. A perspectiva é conhecer as ações e discutir estratégias possíveis para o campo político das esquerdas em 2020  no Rio de Janeiro. 

    17.15 a 17.45| Dúvidas sobre a Certificação
    17.45 a 18.00 | Fechamento do Encontro.
    Serão tiradas dúvidas sobre a formação e feito o fechamento do Encontro.

    O evento será no auditório do Corecon-RJ (Conselho Regional de Economia), na Avenida Rio Branco, 109, 19o andar – Centro, no dia  30 de outubro, quarta-feira, das 9h30 às 18h

     Se você tem disponibilidade e quer fortalecer estas discussões e campo conosco, pedimos que confirme sua participação preenchendo o Formulário de inscrição aqui.

    Vagas Limitadas / Alimentação inclusa.

  • “Mais que traição à Revolução Cidadã, foi uma traição ao povo”, comenta Rosa Erraez sobre as política de Lenin Moreno no Equador

    “Mais que traição à Revolução Cidadã, foi uma traição ao povo”, comenta Rosa Erraez sobre as política de Lenin Moreno no Equador

    “Mais que traição à Revolução Cidadã, foi uma traição ao povo”, comenta Rosa Erraez sobre as política de Lenin Moreno no Equador

    A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, conversou com a sindicalista, Auxiliar de Enfemagem e Secretária Geral do Sindicato Nacional dos Auxiliares de Enfermagem do Ministério da Saúde Pública, Rosa Ana Garrido Erraez, que nos contou como foi o processo de eclosão social no Equador e os principais impactos da políticas antipopulares de Lenin Moreno.

    FLCMF – Qual é a real situação no Equador com a eclosão da revolta popular?
    Rosa Ana Garrido Erraez – A situação no Equador tornou-se caótica, uma vez que as vias de acesso às diferentes cidades foram bloqueadas, a manifestação dos cidadãos percorreu todos os espaços em protesto às medidas adotadas pelo governo.

    FLCMF – O que significa para o Equador a traição de Lenin Moreno ao programa e os fundamentos da “Revolução Cidadã”?
    Rosa Ana Garrido Erraez – Mais do que uma traição à Revolução Cidadã, foi uma traição ao povo, por conta de Moreno não estar aberto a uma consulta com o povo, para o povo decidir. 

    FLCMF – Quais são os reais efeitos na população do “Paquetazo”?
    Rosa Ana Garrido Erraez – É o aumento dos custos de alimentação, transporte, moradia, serviços básicos e tudo que nos mantém vivos.

    FLCMF – É histórico do movimento indígena e social do Equador cercar Quito para pressionar (e derrubar) governos que não respondem aos anseios do povo. Na história recente do Equador, 5 foram derrubados. O que significa a mudança do governo para Guayaquil?
    Rosa Ana Garrido Erraez – A proteção do poder e das funções de Lenin Moreno como presidente também é apoiada por grupos de direita tradicionais estabelecidos em Guayaquil e em Quito.

    FLCMF – Há a possibilidade do governo também ser cercado em Guayaquil?
    Rosa Ana Garrido Erraez – As possibilidades são muito menores que as de Quito.

    FLCMF – O petróleo é um bem do povo equatoriano. O quão é importante mantê-lo no domínio dos equatorianos?
    Rosa Ana Garrido Erraez – É muito importante, uma vez que os lucros advindos da venda desse recurso são investidos no país e no benefício do seu povo.

    FLCMF – Antes de colocar em prática esse projeto de país, como você acha que vai terminar esse processo de enfrentamento?
    Rosa Ana Garrido Erraez – Esse processo de confronto terminou com a revogação do decreto 883, que eliminou o subsídio ao combustível e propôs reformas trabalhistas antipopulares, com o governo se abrindo ao diálogo para reformular esse decreto, levando em consideração a opinião de grupos sociais e cidadãos em geral.

  • Nossos sonhos cabem na política? FLCMF lança primeiro livro da Coleção Cadernos do Povo

    Nossos sonhos cabem na política? FLCMF lança primeiro livro da Coleção Cadernos do Povo

    Nossos sonhos cabem na política? FLCMF lança primeiro livro da Coleção Cadernos do Povo

    Escrito por Chico Alencar, historiador, professor e ex-deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Este livreto faz parte da coleção Cadernos do Povo que, a Fundação Lauro Campos/Marielle Franco, do Partido Socialismo e Liberdade, tem a honra de produzir e editar.

    O título da coleção faz referência a outra, publicada entre 1962 e 1964, “Cadernos do Povo Brasileiro”, durante o governo do presidente João Goulart. Naquele Brasil ávido por mudanças, por reformas estruturais, de base, a educação popular tinha enorme importância. A iniciativa foi dos editores Ênio Silveira (1925-1996) e Álvaro Vieira Pinto (1909-1987), por meio de uma parceria entre a Editora Civilização Brasileira, o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC da UNE).

    A formação política é uma das principais missões das Fundações Partidárias. Para a Lauro Campos/Marielle Franco é urgente e decisivo chegar à base da sociedade, a quem é negado o acesso à informação democrática, para nos constituirmos, de fato, como uma República digna desse nome. O escritor Lima Barreto (1881–1922) disse que “o Brasil não tem povo, tem público”. Povo, aqui, significa consciência política, organização, vontade coletiva de mudar uma situação social que não garante vida decente às maiorias. Sem massa que se transforma em povo nada muda pra valer.

    O sistema capitalista, controlado pelo capital financeiro, com ‘público’ que não percebe alternativas e não luta por elas, favorece a perpetuação da dominação de grupos restritos e privilegiados sobre os demais. Isso ajuda na reprodução da nossa maior chaga, a desigualdade social.

    O objetivo desta coleção, em cada obra a ser lançada, a partir desta, é contribuir para a elevação do nível de consciência política da nossa gente, na direção da emancipação, da participação nas políticas públicas voltadas para as maiorias. Nosso horizonte é o socialismo, que para nós não existirá sem povo consciente e organizado, único fiador da democracia de alta intensidade, da democracia sem fim.

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  • Presidentes das fundações traçam plano de comunicação para o Observatório da Democracia

    Presidentes das fundações traçam plano de comunicação para o Observatório da Democracia

    Presidentes das fundações
    traçam plano de comunicação
    para o Observatório da Democracia

    Os presidentes das fundações partidárias se reuniram para traçar um plano de comunicação para o Observatório da Democracia. O planejamento das ações visa atingir o máximo de pessoas possíveis para difundir as informações cruciais sobre os atentados à democracia e o desmonte do Estado brasileiro produzido pelo governo atual. Nessa reunião, foi integrado ao Observatório a fundação partidária do Partido Comunista Brasileiro (PCB), a Fundação Dinarco Reis, representada pelo professor Antônio Carlos Mazzeo.

    O presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, Francisvaldo Mendes, comenta que “é necessário elaborar uma estratégia para ampliar o alcance das informações produzidas pelo Observatório, assim como de seus eventos, para que o público possa ter acesso a um tipo de informação que, geralmente, não será fornecido pela grande mídia”.

    Entre as ações planejadas, estão a criação de uma página do Observatório da Democracia no Facebook e um perfil no Instagram, a difusão das informações do portal – www.observatoriodademocracia.org.br – em formato de cards e textos curtos, além de ampliar o relacionamento com a imprensa, influenciadores e a realização de eventos abertos ao público.

    Com o plano de comunicação realizado pelo Observatório e o trabalho conjunto das fundações que o integram espera-se dar, às pessoas que mantêm uma postura crítica com relação ao governo atual, argumentos fáticos para defender a democracia e denunciar o desmantelamento do Estado brasileiro.

    O que é o Observatório? O Observatório é integrado pelas sete fundações partidárias ligadas ao PSOL, PT, PCdoB, PDT, PSB, Pros e PCB.  Os dirigentes das fundações apresentaram um relatório conjunto, com análises e dados que evidenciam as ameaças aos direitos e revelam o desmonte da estrutura do Estado brasileiro resultante dos primeiros meses do atual governo.