Categoria: Observatório Internacional

  • Observatório Internacional, de 07 a 14 de agosto de 2017

    Observatório Internacional, de 07 a 14 de agosto de 2017

    Na presente edição do Clipping Semanal, o destaque fica por conta da saída às ruas da extrema-direita estadunidense, no último sábado, que vitimou fatalmente uma militante antirracista. A absurda manifestação dos supremacistas brancos fez reacender o debate racial no país de Donald Trump, o qual demorou para condenar os grupos neo-nazistas por trás dos incidentes de Charlottesvile, na Virgínia.

    Outro ponto de tensão durante a semana que passou foi a troca de ameaças de ataques nuclerares entre o ocupante da Casa Branca e o líder norte-coreano Kim Jong-un que se somaram à preocupante declaração de Trump de que não descarta invadir militarmente a Venezuela de Nicolás Maduro – a intimidação ianque foi rechaçada pela maioria dos países sul-americanos.

    O Clipping Semanal traz, além disso, as coberturas das crises políticas na África do Sul e em Israel, as primárias PASO na Argentina, a reforma da previdência no Chile, o envolvimento de Keiko Fujimori com o esquema da Odebrecht, as turbulentas eleições no Quênia e em Ruanda, a resposta do Irã aos EUA e a trágica situação dos refugiados na Europa.

    Na segunda metade deste trabalho, realçamos a Convenção dos Democratics Socialists of America (DSA) em Chicago, onde o PSOL esteve representado ao lado do Podemos da Espanha, o Bloco de Esquerda de Portugal, o Momentum britânico e La France Insoumise. Trata-se da maior congregação de socialistas estadunidenses desde a II Guerra Mundial, na esteira do processo aberto pela candidatura de Bernie Sanders nas primárias democratas. Mais uma vez, selecionamos também diferentes posições sobre a situação venezuelana.

    O Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos deseja a todos os seus leitores uma semana de intensos avanços na luta revolucionária mundial

    Charles Rosa – Observatório Internacional

     

    ARTIGOS E NOTÍCIAS DA IMPRENSA INTERNACIONAL

    Supremacistas brancos saem às ruas de pequena cidade da Virgínia; Trump demora para condenar extrema-direita

    NY Times (13/08): “Um guia para a cobertura da violência em Charlottesville”

    “Se você está apenas se aproximando dos eventos do fim de semana em Charlottesville, Virginia, ou está sobrecarregado com o volume de notícias, aqui está uma visão geral da cobertura do New York Times. (…) Os nacionalistas brancos reuniram-se no sábado para uma marcha “Unir a Direita” em Charlottesville, onde encontraram manifestantes contrários. Provocações viraram empurrões, que se intensificaram em brigas. Então, por volta das 13:45, um carro foi jogado contra um grupo de manifestantes antirracistas. Uma pessoa morreu: Heather D. Heyer, de 32 anos, uma funcionária da Justiça de Charlottesville que “foi uma defensor apaixonada dos desprotegidos e foi muitas vezes abatida pelas injustiças do mundo”. Dois soldados estaduais também morreram no sábado. O tenente H. Jay Cullen e o soldado Berke M. M. Bates estiveram em um helicóptero que circulava por Charlottesville, monitorando as manifestações, quando o helicóptero caiu e explodiu em chamas.”

    LINK (em inglês): goo.gl/PvqhFR

    NY Times (13/08): “Um encontro da extrema-direita explode em confrontos”, por Hawes Spencer

    “Uma manifestação nacionalista branca em Charlottesville, Virgínia, tornou-se uma cena de constante fluxo de projéteis enquanto os participantes brigavam com manifestantes de uma marcha contrária. Inicialmente, o ambiente estava calmo. Cornel West, professor de Harvard, estava de braços dados com cerca de 20 clérigos, que haviam caminhado para o parque a partir do nascer do sol em uma igreja em grande parte afro-americana para contra-protestar a manifestação por neo-nazistas e supremacistas brancos. Tom Perriello, ex-congressista e pré-candidato a governador, também estava para se opor à manifestação. Mas então as brigas estouraram. Os manifestantes começaram a golpear uns aos outros, jogando garrafas de água e balões cheios de urina – alguns dos quais atingiram repórteres – e batendo uns com os outros com mastros, paus e armas improvisadas. Em pouco tempo, o centro da cidade era um ataque corpo a corpo. As pessoas estavam curvando-se e cobrindo com um constante fluxo de projéteis passando pelos nossos rostos, e o ar estava cheio de sons de punhos e paus contra a carne.”

    LINK (em inglês): goo.gl/ozRQq3

    Editorial do NY Times (13/08): “O ódio do qual ele ousa não falar”

    “Após o ataque, e antes de falar, o Sr. Trump teria consultado conselheiros. Eles disseram a ele para condenar os nacionalistas brancos que fomentaram a violência. Ele não fez. Em vez disso, ele falou de uma “exibição flagrante de ódio, fanatismo e violência que está em muitos lados”. O Sr. Trump está sozinho na história presidencial moderna em sua disposição de convocar demônios de intolerância e intolerância em serviço para si mesmo. Ele começou sua carreira política em uma mentira sobre a cidadania do presidente Barack Obama e não conseguiu condenar firmemente as palavras e os atos dos supremacistas brancos, dos neonazistas, dos líderes do Ku Klux Klan e de outros fanáticos que se reuniram atrás dele. Algumas dessas pessoas, incluindo David Duke, o antigo mago imperial de Klan, e Richard Spencer, autodidata teórico da extrema-direita, faziam parte das referências exaltadas pelos fanáticos em Charlottesville.”

    LINK (em inglês): goo.gl/zs1Asv

    Editorial do The Guardian (13/08): “Trump e racismo: uma falha moral que envergonha a América”

    “Nenhum presidente anterior dos EUA, nos tempos modernos, teria deixado de condenar os nacionalistas brancos do país. Trump falhou. É difícil acreditar que a omissão foi um descuido e difícil tratá-lo apenas como uma lembrança do despreparo do Sr. Trump para a presidência. A apreensão é de que a falha do Sr. Trump tenha sido deliberada tanto que até a Casa Branca ficou inquieta com a reação. A preocupação é que ele reconhece que sua eleição empodera brancos irritados, incluindo aqueles que se descrevem como “alt-right”, mas que devem ser chamados de “supremacistas brancos”. A esperança é que este momento desonesto e moralmente vergonhoso irá definir o Sr. Trump para americanos suficientemente dignos, fazendo com que ele não receba confiança novamente. Infelizmente, a evidência da América moderna dá poucas razões para otimismo.”

    LINK (em inglês): goo.gl/zYJaKE

    NY TIMES (14/08): “Trump condena a violência em Charlottesville e chama o racismo de ‘mal’”

    “O presidente Trump se curvou à pressão esmagadora para que ele condenasse supremacistas brancos que incitaram manifestações em Charlottesville, Virgínia, durante o fim de semana. Discursando na Casa Branca, nesta segunda-feira, Trump afirmou que ‘a KKK, os neo-nazis, os supremacistas brancos e outros grupos de ódio são repugnantes para todos nós que amamos ser americanos’. As tensões chegaram a um ponto de ebulição no início da segunda-feira, depois que o presidente atacou o chefe dos produtos farmacêuticos da Merck, que é negro, por ter deixado um conselho consultivo.”

    LINK (em inglês): goo.gl/uU2bHX

    El País (13/08): “O ápice da extrema-direita caminha lado a lado com Trump”

    “A marcha dos supremacistas de Charlottesville na sexta-feira tinha por objetivo protestar contra a decisão da Prefeitura — impedida pela justiça — de retirar uma estátua de Robert E. Lee (1807-1870), general do Exército Confederado durante a Guerra Civil. Alguns consideram a peça uma homenagem ao passado escravista a ser apagado, e outros, uma peça de história a ser respeitada. O conflito em si mostra as feridas ainda abertas de um país em que negros e brancos continuam separados por enormes barreiras socioeconômicas. (…) A declaração de Trump depois do ocorrido deixou silêncios tão eloquentes que um porta-voz da Casa Branca teve de se apresentar para esclarecer que sua rejeição à violência também incluía os neonazistas, os membros da KKK e os demais extremistas representados na manifestação. O prefeito de Charlottesville, o democrata Mike Signer, não só criticou a mornidão do presidente — “foi um ato de terrorismo no qual se usou um carro como arma”, disse à rede NBC; “cabe ao presidente Trump dizer que basta”, acrescentou — como também lhe apontou o dedo. O prefeito acusou o republicano de estimular os grupos racistas. “Olhem a campanha eleitoral que fez”, disse.”

    LINK (em português): goo.gl/yxmE4a

    TRUMP E COREIA DO NORTE TROCAM AMEAÇAS

    Público.pt (10/08): “Coreia do Norte colocou Guam na mira. Por quê?”

    “Nos últimos dias assistiu-se a uma escalada de tensão como há muito não se via nas já complicadas e conflituosas relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Depois da reação de Pyongyang às sanções da ONU, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que se a Coreia do Norte voltar a ameaçar os EUA será brindada com “fogo e fúria como o mundo nunca viu”. Horas depois, o regime de Kim Jong-un respondeu, garantindo estar a preparar um plano para atacar Guam, a pequena ilha no Pacífico sob jurisdição norte-americana. A importância estratégica deste território, que serviu de base para uma história sangrenta, pode explicar o interesse e a razão pela qual é utilizada como ameaça por parte dos norte-coreanos.”

    LINK (em português): goo.gl/qx8ZLg

    Washington Post (13/08): “Funcionários minimizam a ideia de que a guerra nuclear com a Coreia do Norte é iminente”

    “Depois de uma semana de linguagem incendiária do presidente Trump e do líder norte-coreano Kim Jong Un, os funcionários do governo no domingo tentaram diminuir os temores de que as duas nações estejam à beira de uma guerra nuclear. Os funcionários proclamaram a calma, numa mensagem dirigida tanto para a Coréia do Norte quanto para os americanos, em um esforço concertado para ser mais cauteloso na linguagem que eles usam sobre a nação nuclear e não escalar uma situação já perigosa. “Um ataque da Coréia do Norte não é algo que seja iminente”, disse o diretor da CIA, Mike Pompeo, no “Face the Nation” da CBS.”

    LINK (em inglês): goo.gl/9ASV2F

    Editorial do The Observer (13/08): “Coreia do Norte e o papel da ONU”

    “A retórica de Trump é um perigo para o mundo. As autoridades superiores devem agir. Trump precisa atender ao conselho de Xi e a da alemã Angela Merkel, falando pela Europa, de interromper os xingamentos e ameaças tolas e oferecer um gesto de boa vontade – cancelando os exercícios militares desnecessariamente provocativos deste mês. Se Trump não faz, os adultos em Washington devem chamar sua atenção. Para o bem de todos os coreanos e do mundo em geral, é hora de terminar a conversa sobre a guerra e relançar um processo de negociação diplomática sob os auspícios da ONU.”

    LINK (em inglês): goo.gl/xMjvSS

    G1 (14/08): “China cumpre sanções impostas pela ONU e suspende importações da Coreia do Norte”

    “A China, principal apoio econômico de Pyongyang, anunciou nesta segunda-feira (14) a suspensão das importações de ferro, chumbo, minérios dos dois metais e produtos marítimos procedentes da Coreia do Norte, em aplicação às sanções decididas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidos (ONU). (…) O anúncio acontece após o presidente da China, Xi Jinping, ter conversado por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim de semana. Trump criticou em várias ocasiões a China, o principal aliado da Coreia do Norte, por “não fazer nada” para resolver o problema provocado pelos testes balísticos norte-coreanos. Pyongyang, que já manifestou seu descontentamento com Pequim por apoiar as sanções, não comentou a decisão.”

    LINK (em português): goo.gl/jnyJez

    TRUMP AMEAÇA INVADIR A VENEZUELA

    NY Times (11/08): “Trump alarma a Venezuela ao falar de opção militar”

    “O comentário do presidente Trump na sexta-feira de que ele não descarta uma “opção militar” para reprimir o caos na Venezuela desencadeou um duelo diplomático de fim de noite, com o ministro da Defesa acusando o Sr. Trump de “um ato de loucura” e da Casa Branca, dizendo que desligou uma ligação do presidente da Venezuela. “É um ato de extremismo supremo”, disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, na sexta-feira, em Caracas, a capital. “Como nosso ministro da defesa e um cidadão venezuelano”, ele acrescentou, “eu digo que é um ato de loucura”.”

    LINK (em inglês): goo.gl/QuuJCc

    DW (13/08): “América Latina rechaça em peso ameaça de Trump à Venezuela”

    “As declarações em tom de ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que uma ação militar seria uma opção para a crise na Venezuela foi recebida com rechaço por países latino-americanos – ainda que sem citar diretamente Washington. Na sexta-feira, de férias em seu campo de golfe em Nova Jersey, Trump disse que os EUA têm várias opções para a Venezuela, incluindo a militar. “Temos tropas em todo o mundo, em lugares muito distantes. A Venezuela não é muito distante, e as pessoas estão sofrendo e morrendo.” Em nota divulgada pelo Itamaraty e assinada pelos demais países do Mercosul (Paraguai, Uruguai e Argentina), o Brasil reafirmou que os únicos instrumentos aceitáveis para a promoção da democracia são o diálogo e a diplomacia.”

    LINK (em português): goo.gl/MYrrAU

    El País (14/08): “Vice-presidente dos EUA baixa tom usado por Trump sobre intervenção militar na Venezuela”

    “Na América Latina, Mike Pence faz discurso conciliador, mas não se afasta da doutrina de seu chefe. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, iniciou seu giro pela América Latina neste domingo na Colômbia rebaixando o tom belicista com que Donald Trump se referiu à crise da Venezuela. “O presidente me enviou aqui para continuar buscando o apoio da América Latina e alcançar a restauração pacífica da democracia na Venezuela”, declarou após uma reunião com o presidente Juan Manuel Santos. “Os amigos têm que dizer as verdades, expressei ao vice-presidente Pence que a possibilidade de uma intervenção militar não deve ser contemplada”, respondeu o líder colombiano. “Nem a Colômbia nem a América Latina, do Rio Grande à Patagônia, poderiam estar de acordo. A América é um continente de paz. Vamos mantê-lo assim.”

    LINK (em português): goo.gl/7Z4zPG

    El Mundo (09/08): “Nicolás Maduro faz negócios petroleiros com um envolvido no caso ‘Gurtel’”

    “O governo venezuelano aprova a constituição de uma empresa mista com Ramón Blanco Balín, suposto lavador de dinheiro de Francisco Correa Sanchez, para explorar uma bacia de petróleo cru. A autorização foi feita pelo Tribunal Supremo, controlado pelo presidente, ante a situação da Assembleia Nacional”

    LINK (em espanhol): goo.gl/YfRXMn

    BBC (12/08): “A Assembleia Constituinte decreta adiantar as eleições regionais na Venezuela para “consolidar a paz” “

    “A Assembleia Constituinte da Venezuela deu uma nova mostra de seu poder absoluto ao decretar neste sábado o adiantamento das eleições regionais, que estavam previstas para 10 de dezembro. O suprapoder eleito em 30 de julho e instalado há uma semana aprovou por unanimidade que as eleições de gobernadores sejam celebradas em outubro ao invés de 10 de dezembro, como havia anunciado o Conselho Nacional Eleitoral, que agora deverá fixar a data concreta. Os governadores têm seu mandato constitucional vencido desde dezembro do ano passado, quando deveriam ter celebrado as eleições.”

    LINK (em português): goo.gl/tQrFyC

    REALIZAÇÃO DAS PRIMÁRIAS NA ARGENTINA

    El País (14/08): “Macri domina as primárias, porém Kirchner empata em Buenos Aires”, por Carlos Cué

    “O Governo consegue um grande resultado nas Eleições PASO 2017 em todo o país, porém não ganha em Buenos Aires, ponto-chave. (…) A eleição real é 22 de outubro. Mas a chave era a guerra psicológica. E a ganhou claramente Macri antes da meia-noite. Os kirchneristas trataram de empatá-la de madrugada, mas já não era fácil. A realidade é que olhados os resultados globais, os candidatos de Macri obtiveram importantes triunfos sobre o peronismo em distritos-chave como a cidade de Buenos Aires, onde alcança quase 50% dos votos, Córdoba, Mendoza e inclusive em Santa Cruz, bastião histórico do kirchnerismo, o que consolida seu poder. Sem a cereja da província de Buenos Aires, a vitória não era total, mas sim importante. Terá que esperar outubro para ver o resultado definitivo.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/CqYhyB

    Terra (14/08): “Governista e Kirchner empatam em polêmica primária argentina”

    “A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner estava empatada com o candidato do governo do atual presidente Mauricio Macri com quase 100% dos votos apurados, em uma eleição primária para o Senado vista como um teste para um possível retorno da esquerda e o fim da agenda reformista de Macri. Com 95,58% dos votos da província de Buenos Aires –que abriga quase 40% do eleitorado argentino– apurados, a coalizão liderada pelo ex-ministro da Educação de Macri Esteban Bullrich tinha 34,19%, enquanto Cristina tinha 34,11%, na madrugada desta segunda-feira. Nunca houve dúvidas de que Cristina –que concorreu sem oposições dentro de seu próprio partido– se candidataria ao Senado na eleição do dia 22 de outubro, mas muitos investidores temiam que um resultado forte da ex-presidente poderia enfraquecer Macri e preparar o caminho para o retorno de Cristina à Presidência em 2019. O peso argentino havia caído cerca de 9% desde que Cristina formou um novo partido político e declarou sua candidatura no dia 24 de junho. Cristina Kirchner foi presidente de 2007 a 2015 e foi indiciada por corrupção no último ano.”

    LINK (em português): goo.gl/ssA8bx

    REFORMA DA PREVIDÊNCIA NO CHILE

    Pagina 12 (12/08): “Bachelet apresenta reforma para mudar o sistema privado de aposentadoria por um misto”

    “A presidenta do Chile, Michelle Bachelet, apresentou ao Congresso três projetos de lei de reforma do sistema de aposentadorias imposto durante a ditadura de Augusto Pinochet. Sua finalidade é aumentar gradualmente em seis anos o aporte patronal de 10 a 15 por cento e deixa esses fundos nas mãos do Estado e não das Administradoras de Fundos de Pensão (AFP) privadas, com a ideia de aumentar em 20% o montante que receberão os aposentados”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/1gjkkQ

    VÍNCULOS DA ODEBRECHT COM KEIKO FUJIMORI

    ABC.es (12/08): “A procuradoria do Peru confirma que a Odebrecht realizou doações para a campanha de Keiko Fujimori”

    “O procurador peruano, Alonso Peña Cabrera confirmou que Marcelo Odebrecht realizou doações à campanha de Keiko Fujimori em 2011 e que como prova disso, figura a anotação nos cadernos do próprio Odebrecht:«aumentar 500 para Keiko e fazer uma visita». Até o momento, o caso Lava Jato no Peru causou a investigação e a ordem de detenção dos ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-06) e Ollanta Humala (2011-16), que está preso desde julho passado”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/u2CLDz

    CAMPANHA ELEITORAL NA ALEMANHA

    Telegraph.co (13/08): “Eleição alemã: pesquisas e probabilidade de Merkel conseguir seu quarto mandato como chanceler”

    “As eleições alemãs entraram em um último mês de campanha antes que o país elege um novo Bundestag em 24 de setembro, com a chanceler Angela Merkel defendendo sua posição contra Martin Schulz por um quarto mandato no poder. Atualmente, as pesquisas mostram que o partido da União Democrata Cristã (CDU) de Merkel – com sua partido irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU) – será o maior partido depois das eleições, mas não terá a maioria. Isso é comum na Alemanha e, portanto, o parlamento resultante é em parte determinado pela forma como os partidos menores se aliam e pelas possibilidades da coalizão que nascerá.”

    LINK (em inglês): goo.gl/iD3TjB

    REFUGIADOS NA UNIÃO EUROPEIA

    El País (10/08): “UE retoma devolução de refugiados à Grécia”

    “A União Europeia, com a Alemanha à frente, se dispõe a reativar na Grécia uma das normas mais questionadas do Tratado de Dublin, o qual estabelece os critérios e mecanismos de asilo na UE: a devolulação de solicitantes de asilo ao país de chegada. A pouco mais de um mês das eleições gerais nas quais a crise imigratória tem se revelado o tema primordial em campanha, Berlim pretende devolver à Grécia os que chegaram nos últimos cinco meses, para que tramitem o asilo no país pelo qual entraram na União Europeia, como estipula o Tratado de Dublin. A decisão não compete somente à Alemanha; outros membros da UE começaram também a solicitar o retorno, em virtude de uma recomendação da Comissão Europeia, que em dezembro propôs aos países-membros a devolução gradual dos imigrantes irregulares chegados desde 15 de março deste ano”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/mGy8ff

    REPERCUSSÕES DO BREXIT

    Independent.co (13/08): “Primeira deputada conservadora ameaça deixar partido se Theresa May levar adiante um Brexit duro”

    “Anna Soubry tornou-se a primeira deputada conservadora a ameaçar abandonar o partido se Theresa May avança com um duro Brexit. A ex-ministra advertiu que o partido Tory se separaria se a primeira-ministra não estivesse “preparada para enfrentar os ideólogos” em seu gabinete cujas políticas trariam a ruína econômica. Se isso acontecesse, disse Soubry, era possível que ela passasse a trabalhar com “pessoas de mentalidade semelhante que querem salvar nosso país de um destino tão assustador”.”

    LINK (em inglês): goo.gl/CxF7kP

    The Guardian (11/08): “Dois ministros estariam interessados na ideia de um novo partido anti-Brexit”

    “Um ex-assessor de David Davis e George Osborne afirma que dois ministros do gabinete têm manifestado interesse em sua idéia de formar um partido centrista destinado a bloquear Brexit. James Chapman intensificou sua campanha on-line para um grupo proposto de “democratas” que ele montou durante as férias na Grécia, dizendo que Brexit sinalizou o desaparecimento dos conservadores. Alguns ministros atuais e antigos entraram em contato com Chapman depois que ele publicou uma série de tweets provocativos nesta semana, Chapman disse ao programa Today da BBC Radio 4.”

    LINK (em inglês): goo.gl/PLBguW

    INVESTIGAÇÕES CONTRA NETANYAHU

    Folha de SP (12/08): “Justiça aperta o cerco contra premiê de Israel, que é alvo de delação de aliado”

    “Um obscuro confidente de Binyamin Netanyahu —que enfrenta investigações em casos de corrupção, fraude e quebra de confiança— pode ser o pivô da queda do primeiro-ministro israelense, no poder desde 2009. O consultor político Ari Harow, ex-chefe de gabinete do premiê, assinou um acordo de delação premiada com a promotoria pública israelense pelo qual promete revelar os detalhes que Netanyahu gostaria que permanecessem às escuras e que podem levá-lo até mesmo para a cadeia. Se, até 4 de agosto —dia da assinatura do acordo—, Netanyahu parecia confiante de que as investigações não dariam em nada “porque não há nada” (palavras dele), o envolvimento de Ari Harow é um divisor de águas. Um indiciamento parece ser apenas questão de tempo. Por lei, Netanyahu não precisa renunciar caso seja indiciado. Mas a pressão pública e precedentes talvez o levem a isso. Segundo pesquisa divulgada na quinta-feira (10), 69% dos entrevistados afirmaram que o premiê deve deixar o cargo se for indiciado. E mais: 67% não acreditam em sua inocência.”

    LINK (em português): goo.gl/LMWTLf

    ATRITOS DOS EUA COM IRÃ

    G1 (13/08): “Irã aprova sanções contra os EUA e mais dinheiro para progama de defesa militar”

    “Parlamento do Irã aprovou neste domingo (13) por unanimidade um projeto de lei que contém um plano de contramedidas para se opor às sanções dos Estados Unidos, incluindo um reforço de US$ 500 milhões para o programa defensivo militar do país. Em uma esperada sessão, os deputados ratificaram o projeto com 240 votos a favor e uma abstenção, segundo a página oficial do Parlamento iraniano. Metade dos citados US$ 500 milhões ser destinada às Forças Armadas para expandir o programa de mísseis, o motivo pelo qual Washington sancionou Teerã.”

    LINK (em português): goo.gl/rGyARW

    Editorial do New York Times (14/08): “Antes que você anule o acordo com o Irã”

    “O Irã é muito grande para ser ignorado. E se Washington persegue a mudança de regime, como alguns funcionários parecem se inclinar, os riscos serão enormes. Este é um momento crucial para o Irã, à medida que os líderes revolucionários morrem e a competição se afunila entre os ‘linha-dura’ com uma ideologia islâmica anti-ocidental estrita e pragmatistas que apoiam o acordo nuclear e o envolvimento internacional. No balanço há uma população de 80 milhões, principalmente jovens, iranianos que, nos últimos anos, elegeram líderes relativamente moderados inclinados a uma reforma evolutiva. Como aconteceu com adversários como os russos e os chineses, os Estados Unidos podem fazer progressos envolvendo os iranianos e evitando o tipo de escalada que habilita os ‘linha-dura’.”

    LINK (em inglês): goo.gl/w6ZrFK

    CRISE POLÍTICA NA ÁFRICA DO SUL

    Editorial do The Guardian (08/08): “África do Sul: Zuma continua – mas a que custo?”

    “O presidente sobreviveu a mais uma votação de confiança. Mas ele danificou seu partido, bem como seu país. O candidato oficialista a sucessão terá que responder pelo Sr. Zuma e a decisão do ANC de acompanhá-lo, por mais infeliz que seja, quando o eleitorado se pronunciar em 2019. Apesar do domínio continuado do partido, já está começando a ser atingido na urna . A oposição fará o seu melhor para garantir que ninguém se esqueça do voto de terça-feira. O resultado foi uma espécie de vitória para o Sr. Zuma. Mas ninguém poderia chamá-lo de uma vitória para o ANC.”

    LINK (em inglês): goo.gl/gHvzye

    ELEIÇÕES NO QUÊNIA

    Editorial do New York Times (13/08): “O real suspense no Quênia”

    “A presidência foi uma das 1.880 posições que os 19 milhões de eleitores do Quênia preenchiam. Foi a corrida mais rigorosamente monitorada por causa da violência após as eleições presidenciais passadas, principalmente em 2007, quando mais de 1.300 pessoas morreram e centenas de milhares foram deslocadas. Desde então, o governo queniano fez mudanças admiráveis na Constituição, devolvendo poderes consideráveis a 47 municípios recém-criados, para que a corrida presidencial não fosse uma corrida de só um vencedor. Mas a identidade étnica ainda desempenha um papel importante na política do Quênia, com todos os presidentes, exceto um, desde a independência, incluindo Jomo Kenyatta, o primeiro presidente e pai do atual, vindo da tribo Kikuyu, a maior do país. (…) Tudo o que pode e deve ser verificado. Mas, entretanto, é imperativo que o Sr. Odinga inste fortemente seus seguidores a permanecerem calmos. Aos 72 anos, ele poderia pensar a idéia de que uma exibição de respeito pela nova Constituição seria um legado muito melhor do que outro espasmo sangrento de violência.”

    LINK (em inglês): goo.gl/XfKEdw

    SUSPEITAS DE FRAUDE NAS ELEIÇÕES DE RUANDA

    Editorial do New York Times (11/08): “A democracia é o candidato perdedor de Rwanda”

    “No mês passado, a Human Rights Watch publicou um relatório alarmante sobre as execuções sumárias de suspeitos de pequenos ladrões pelos militares, a polícia, as unidades de segurança e até mesmo civis ruandeses encorajados pelas autoridades locais. Ruanda sabe muito bem o que pode acontecer quando o Estado de Direito derruba e os cidadãos tomam a justiça em suas próprias mãos. Enquanto isso, os líderes mundiais também foram adulterados em amnésia voluntária sobre os assassinatos em massa de Hutus no Congo, em que as forças do Sr. Kagame foram implicadas depois que ele tomou o poder. Seus partidários para o exterior não fazem nada para o povo de Ruanda mantendo silêncio sobre o comportamento autoritário do Sr. Kagame, com os cidadãos temerosos de falar suas mentes, concorrerem a cargos políticos ou a negócios. Além do que o país está fazendo, o lado sombrio da história de sucesso do Sr. Kagame torna Rwanda um anti-modelo para o mundo em desenvolvimento.”

    LINK (em inglês): goo.gl/6Vg59n

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA MUNDIAL

    CONVENÇÃO DO DSA NOS ESTADOS UNIDOS

    Portal de la Izquierda (12/08): “Os punhos se levantaram na maior reunião socialista desde a Segunda Guerra Mundial”, por Pedro Fuentes e Mari Riscali

    “O DSA é o partido anticapitalista e socialista que mais cresceu em seis meses. Passou de 8000 para 25000 militantes. Tivemos a responsabilidade de participar como militantes do PSOL na convenção do DSA que durou quatro dias. Fomos junto com Momentum de Jeremy Corbyn, Bloco de Esquerda de Portugal, Insoumise de Mélenchon e Podemos da Espanha, as organizações internacionalistas convidadas.”

    LINK (em português): goo.gl/b8y6tF

    VIOLÊNCIA EM CHARLOTTESVILLE

    DSA (13/08): “Declaração do DSA sobre a violência nazista em Charlottesville”

    “Os eventos de ontem em Charlottesville, Virgínia, são um lembrete de que devemos lutar pelo socialismo ou sucumbir à barbárie da supremacia branca. Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, o ataque terrorista da supremacia branca, racista e antisemita a nossos companheiros no DSA, o ISO, IWW, Antifa e todos os outros que juntaram forças nas ruas de Charlottesville, Virgínia, ontem. O número final permanece desconhecido. No entanto, os últimos relatórios sugerem que pelo menos uma pessoa perdeu a vida e pelo menos 19 feridos. Dois membros da DSA foram hospitalizados e desde então foram de alta. Há relatos de que um camarada do ISO também foi ferido. Um camarada da Industrial Workers of the World perdeu a vida na linha de frente da batalha contra o fascismo.”

    LINK (em inglês): goo.gl/WhqNW2

    Sin Permiso (13/08): “Abaixo os monumentos dos confederados”, Derrick Morrison

    “A longa luta para eliminar os monumentos pró-confederados reafirma as palavras da Constituição dos Estados Unidos, amplia os limites da democracia e em última instância é uma luta por uma democracia e uma república onde a discriminação por razões de raça, gênero, orientação sexual, crenças religiosas ou origem nacional não existem”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/n2byqW

    TENSÕES ENTRE EUA E COREIA DO NORTE

    Sin Permiso (13/08): “Dossier da crise nuclear entre Donald Trump e Kim Jong-un”, textos de Mel Gurtov, Thomas Knapp, Richard Falk, David Krieger

    “Até que esta estrutura nuclear não seja superada, é quase seguro que se seguirão produzindo crises no futuro. É temerário supor que as catástrofes nucleares podem ser evitadas indefinidamente sem abordar estes desafios mais profundos, que existem desde o ataque atômico original contra Hiroshima.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/G1QiW2

    CRISE POLÍTICA NA ÁFRICA DO SUL

    Sin Permiso (13/08): “Jacob Zuma sobrevive à moção de censura, mas a custo da unidade da ANC”, por Stephen Grootes

    “Em 8 de agosto Jacob Zuma sobreviveu a uma moção de censura no Parlamento. Apesar da confluência das forças de oposição a seu governo, tanto fora como dentro do Congresso Nacional Africano (ANC), Zuma segue sendo o Presidente da República da África do Sul. Tem razões para estar contente. Houve uma votação secreta e sobreviveu. Mas por debaixo, a história é muito mais complicada. Um grupo de deputados da ANC, que devem sua lealdade política, seus salários e suas carreiras ao Congreso Nacional Africano, se rebelaram contra a disciplina do partido. De certo modo, a votação de 8 de agosto parece só no começo de uma fase muito mais turbulenta do cenário político sul-africano.”

    LINL (em espanhol): goo.gl/BLLTgd

    GRANDE RECESSÃO MUNDIAL

    Sin Permiso (13/08): “Dez anos do começo da Grande Recessão”, por Michael Roberts

    “Depois de dez anos e uma fase de recuperação econômica longa mas decididamente muito débil do ‘ciclo econômico’, teremos outra crise logo? Assim parece sugerir a história. Não será provocada pela crise imobiliária, em minha opinião. Na maioria dos países os preços imobiliários ainda não recuperaram os níveis de 2007, apesar das baixas taxas de juros e os volumes das transações de moradias são modestos. A nova faísca é provável que seja o próprio setor industrial. A dívida corporativa segue aumentando em todo o mundo, especialmente nas chamadas economias emergentes”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/7c5qNZ

    VENEZUELA

    Aporrea.org (11/08): Gonzalo Gómez: “abriu-se uma discussão no chamado chavismo crítico” e “Marea não avaliza nenhum acordo com a MUD”

    “Marea Socialista não aceitou o convite de conversar com a MUD, por discordar de qualquer intenção de “unidade política” ou “frente ampla” com a MUD, e destacou sua diferenciação com a oposição tradicional de direita como com o governo do PSUV e sua Constituinte, a qual considera ilegítima. Distanciou-se taxativamente dos propósitos e dos métodos da MUD e denunciou o aprofundamento da “viragem autoritária” do governo. Assinalou a necessidade de construir uma nova referência política alternativa, que canalize a expressão de setores sociais majoritários que não se identificam com nenhum dos fatores da polarização.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/mb6FGo

    BBC Mundial (14/08): “Boaventura de Souza Santos: ‘por quê sigo defendendo a revolução bolivariana’ na Venezuela”

    “O que está claro é que a Venezuela não é uma ditadura, porque se fosse uma ditadura não poderia se fazer o que a oposição está fazendo: queimando centros de saúde, queimando escolas, um helicóptero que bombardeia o Tribunal Supremo, a oposição na rua provocando todo tipo de problemas, de provocações”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/RvaxCd

    REFORMA DA PREVIDÊNCIA NO CHILE

    El Dínamo (11/08): “O governo perdeu uma oportunidade histórica, disse Luis Mesina (No+AFP)”

    “A Presidenta, por clara intervenção do ministro da Fazenda, desperdiçou uma oportunidade histórica: pela primeira vez depois de 36 años o país, não um grupo de dirigentes, o país em sua grande maioria tem questionamento a esta indústria. O que se fez com esta proposta de reforma é deixar intacto o sistem, pois se lhe permite seguir mantendo um gigantesco fluxo ara as AFP, administrando-a com discrição”, acrescentou o dirigente”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/VsBmyK

  • Observatório Internacional, de 01 a 07 de outubro de 2017

    Observatório Internacional, de 01 a 07 de outubro de 2017

    Da primeira semana de agosto, o Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos destaca em seu clipping de notícias a lei imigratória sancionada por Donald Trump nos EUA e o agravamento da situação política venezuelana com o estabelecimento de uma Assembleia Constituinte. Enquanto na América do Norte, boa parte dos analistas se debruçam sobre as consequências da restrição à entrada de estrangeiros no país, na América do Sul, os venezuelanos se defrontam com a intensificação da cisão interna no país e com o cerco imperialista.

    Outros temas que abordamos neste compilado de artigos e reportagens internacionais são: a continuidade na prisão de Ollanta Humala, a ruptura do Alianza País no Equador, o aumento do número de mortes na fronteira EUA-México, a indecisão do governo britânico sobre qual estratégia tomar para o Brexit, a mobilização popular na Polônia para barrar a concentração de poderes no Executivo, a inacabável purga de Erdogan no Estado turco, as dificuldades de Rohani para fazer avançar suas prometidas reformas no Irã, a rota de colisão entre Índia e China no Himalaia, as sanções da ONU sobre a Coreia do Norte, o caos ingovernável na Líbia e as eleições presidenciais do Quênia sob forte risco de confronto militar entre as forças concorrentes.

    Na segunda parte, destinada aos debates realizados pela esquerda mundial, como não poderia deixar de ser, o complexo problema venezuelano ocupa novamente a maior parte do espaço. A fim de fomentar as discussões, buscamos contemplar diferentes posições sobre o governo Maduro e a Constituinte que ele patrocinou. Ademais, realçamos uma entrevista com o economista grego Costas Lapavitsas sobre os desafios da esquerda europeia, um artigo-denúncia da ditadura de Kagame em Ruanda, as possibilidades de uma rebelião contra o governo Erdogan na Turquia, as reflexões sobre o socialismo nos EUA e a luta das mulheres no Chile para pautar a violência misógina na agenda eleitoral.

    Uma ótima leitura a todos!

    Charles Rosa – Observatório Internacional

    ESTADOS UNIDOS NA ERA TRUMP

    Trump sancionou na quarta-feira (02/08) projeto de lei que restringe a concessão de ‘green cards’, pretendendo reduzir a imigração total nos EUA em 41% no primeiro ano e em 50% no décimo ano.

    Editorial do NY Times (07/08): “Trump abraça uma proposta imigratória sem sentido”

    “O presidente Trump aprovou a legislação que reduziria a imigração legal pela metade, principalmente através da redução do número de vistos concedidos aos parentes dos cidadãos, ao mesmo tempo em que favorece as pessoas que falam inglês e possuem diplomas avançados. O projeto de lei, que não faria nada para resolver os desafios econômicos e de imigração do país, provavelmente não se tornará lei. A única maneira de entender o apoio vocal do Sr. Trump de um fracasso óbvio é mais uma tentativa de dinamizar sua base cada vez menor de apoiadores nativistas e de direita.”

    LINK (em inglês): goo.gl/CJ1m4E

    Wahsington Post (02/08): “Trump diz que o projeto de lei de imigração aumentará os salários para os americanos. Não vai.”, Jeremy Robbins (diretor executivo da New American Economy)

    “Os economistas que estudam imigração imensamente concordam que a imigração é uma benção econômica para nosso país. Na verdade, quase 1.500 economistas republicanos, democratas e independentes – incluindo seis prêmios Nobel – lançaram recentemente uma carta enfatizando o “acordo quase universal” entre economistas de todas as listras sobre “o amplo benefício econômico que os imigrantes deste país trazem”. (…) cortes drásticos nos níveis legais de imigração prejudicariam o crescimento econômico e resultariam em menos empregos para os americanos. Fechar nossas portas aos imigrantes não irá reverter a automação, a globalização ou o aumento da tecnologia. Em qualquer caso, tira os Estados Unidos da nossa maior vantagem competitiva na economia global: atraímos tantos empreendedores talentosos e inovadores e indivíduos de tantos lugares diferentes.”

    LINK (em inglês): goo.gl/743Anv

    Donald Trump assinou na quarta-feira (2) a legislação que impõe novas sanções à Rússia. As novas sanções econômicas foram aprovadas no do Congresso dos Estados Unidos no final de julho.

    Editorial do The Guardian (06/08): “Sanções: uma ferramenta essencial”

    “A presidência de Trump tornou mais difícil o uso de sanções, não mais fácil. Ele ataca o multilateralismo e se preocupa pouco com os direitos humanos. Ele diminuiu o soft power  que ajuda a construir o consenso. Seus tweets irritados e erráticos criam ofensa gratuita, não política. A recente e unânime adoção de novas sanções contra a Coréia do Norte pelo Conselho de Segurança da ONU foi um raro triunfo da diplomacia sobre o Twitter. As sanções precisam de uma abordagem crível com objetivos alcançáveis. No entanto, nas mãos do Sr. Trump, são embriagadas por problemas políticos de sua própria criação – verifique seu discrição sobre se levantar um embargo comercial contra o Sudão por causa de divisões e falta de pessoal. As sanções, cada vez mais o baluarte do sistema internacional, podem funcionar. Mas não o farão se a Casa Branca estiver paralisada pela indecisão, ou, quando for confrontada com escolhas complexas, atacar sem se preocupar em consultar os outros.”

    LINK (em inglês): goo.gl/7eRhSm

    VENEZUELA

    BBC (06/08): “Cinco eventos inéditos que marcaram uma semana turbulenta na Venezuela”

    “Se os últimos meses na Venezuela foram marcados por protestos massivos e eleições contestadas, a última semana viu as tensões escalarem em ritmo ainda mais intenso no país. O clima de enfrentamento cresceu com mortes nas ruas, reações do Mercosul e a posse, na sexta-feira, da polêmica Assembleia Nacional Constituinte do governo Nicolás Maduro, que pretende reformar o Estado e redigir uma nova Constituição. Neste domingo, o governo venezuelano disse ter contido um ataque contra uma base do Exército em Carabobo (noroeste do país), cujos autores, vestidos com roupas militares, afirmavam se tratar de um levante para “restaurar a democracia”.”

    LINK (em português): goo.gl/4wL64o

    EBC (05/08): ‘Constituinte da Venezuela inicia trabalhos e substitui procuradora-geral”

    “Em sua primeira sessão, a Assembleia Constituinte da Venezuela, que tomou posse na sexta-feira (4), nomeou Tarek William Saab como novo procurador-geral do país, após destituir do cargo Luisa Ortega Díaz, considerada opositora do governo de Nicolás Maduro.”

    LINK (em português): goo.gl/MnXryb

    BBC (02/08): “Como o lobby do petróleo pode ter feito Trump focar sanções em Maduro, e não na Venezuela”

    “Mas por que os Estados Unidos decidiram se focar nos investimentos e negócios pessoais do presidente venezuelano? Para especialistas consultados pela BBC Brasil, as respostas passam pelo lobby da indústria americana do petróleo, que não quer ver preços mais altos nos postos de gasolina, por possíveis críticas internacionais a sanções mais drásticas contra o país e pela possibilidade de um eventual fortalecimento de Maduro – que poderia reagir a bloqueios contra a Venezuela com novas medidas radicais ou autoritárias. O xadrez geopolítico inclui ainda o risco de aprofundamento da crise humanitária no país sul-americano – que já sofre com desabastecimento, escassez de alimentos e uma escalada sem precedentes de violência que deixou pelo menos dez mortos durante protestos no último fim de semana.”

    LINK (em português): goo.gl/45CsVB

    UOL (05/07): “Mercosul impõe nova suspensão à Venezuela”

    “Os chanceleres de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai decidiram pela suspensão política da Venezuela do Mercosul, em reunião realizada na Prefeitura de São Paulo, neste sábado (5). O Mercosul anunciou suspender a Venezuela do bloco por ruptura da ordem democrática. A decisão, unânime, é sanção máxima prevista nas regras do bloco. (…) Com a suspensão pelo Protocolo de Ushuaia, a Venezuela só pode voltar ao bloco após uma mudança de regime, com eleições democráticas.”

    LINK (em português): goo.gl/7ELWnd

    FOLHA DE SP (06/08): “EUA não devem intervir militarmente na Venezuela, diz assessor de Trump”

    “O assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, Herbert Raymond “HR” McMaster, descartou uma intervenção militar de seu país na Venezuela, atingida por uma grave crise política e econômica, em entrevista divulgada neste sábado (5). “Não. Acredito que não”, respondeu o tenente-geral ao ser consultado sobre o assunto. (…) O alto militar destacou as “consequências devastadoras” do que chamou de “ditadura” sobre a Venezuela. No entanto, recordou que a história de intervenção americana na América Latina causou “problemas no passado”, e que Washington não quer dar a “este regime ou a outros” a oportunidade de dizer que os americanos “são a causa do problema”. ”

    LINK (em português): goo.gl/eQd1bS

    PERU

    G1 (04/08): “Tribunal peruano determina que ex-presidente Humala permaneça preso”

    “Um tribunal de apelação peruano decidiu nesta sexta-feira que o ex-presidente do país Ollanta Humala e sua mulher devem continuar em prisão preventiva por até 18 meses, enquanto procuradores preparam as acusações de lavagem de dinheiro contra eles. O ex-mandatário peruano e a ex-primeira-dama Nadine Heredia são acusados de aceitarem doações de campanha ilegais da Odebrecht.”

    LINK (em português): goo.gl/1ckLQY

    EQUADOR

    BBC (03/08): “Presidente Lenín Moreno retira “todas as funções” do vice Jorge Glas”

    “A suspensão de todas as prerrogativas do vice-presidente do Equador, Jorge Glas, por parte do presidente do Equador, Lenín Moreno, é -por ora- o último capítulo de uma luta de poder no seio do partido do governo que também envolve o ex-presidente Rafael Correa. Desde a mudança presidencial em 24 de maio, os equatorianos viram os principais líderes do Alianza País passar da celebração de um novo mandao  -depois de 10 anos no governo- a se distanciar publicamente com declarações feitas, em sua maioria, através das redes sociais”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/6iMNYJ

    MÉXICO

    The Guardian (03/08): “Trump para Peña Nieto: o muro da fronteira não é tão importante – apenas não diga que não pagará”

    “Reportagem revela transcrições vazadas de chamada telefônica entre presidentes dos EUA e México, em que Trump pede a Peña Nieto que não diga à imprensa que não pagará pelo muro”.

    LINK (em inglês): goo.gl/dBZrHC

    ONU (04/08): “Aumenta número de mortes ao longo da fronteira entre EUA e México, diz ONU”

    “Nos sete primeiros meses de 2017, 232 mortes foram registradas ao longo da fronteira entre Estados Unidos e México. É o que revela um levantamento divulgado nesta semana pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Número representa um aumento de 17% na comparação com os 204 óbitos identificados no mesmo período, em 2016. Cinquenta corpos foram descobertos no mês passado.”

    LINK (em português): goo.gl/YcqJfh

    BREXIT

    El País (06/08): “Qualquer opção de Brexit é pior que sua alternativa”, Xavier-Vidal Folch

    “O informe da consultora Oliver Wyman (lembram-se? a mesma da crise da banca espanhola de 2012) para preparar o setor financeiro inquietará: calcula que o Brexit super-duro aumentaria os custos da banca instalada em Londres em cerca de 4% e que as entidades deverão reforçar seu capital até um terço (quase 60 bilhões de euros). Porque afrontarão todas as dificuldades para cumprir as regras dos europeu, o grosso de seus clientes favoritos. Vários bancos anunciam seu deslocamento parcial ou total ao continente, mais Frankfurt que Amsterdã. Como o HSBC e outros asíáticos e norte-americanos que caíram junto ao Tâmisa porque este desembocava então na Normandia. A emigração afetará entre 20 000 e 40 000 bancários qualificados, entre uma quarta parte e metade do pessoal do setor financeiro local.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/RnQPoF

     

    CRISE ECONÔMICA GLOBAL

    Editorial do El País (05/08): “Herdeiros do ‘crash’”

    “Dez anos depois, é possível constatar que a crise financeira e econômica mais grave desde a Grande Depressão deixou sua marca nos mercados globais. Embora esteja formalmente superada, suas sequelas se estendem no tempo e ainda são visíveis. O colapso financeiro, que começou com a crise das hipotecas subprime, a quebra de grandes instituições financeiras nos Estados Unidos (Bear Stearns, Lehman Brothers) e continuou com os resgates bancários muito dispendiosos pagos com dinheiro público, se prolongou em uma recessão econômica global que destruiu milhões de empregos (mais de 8 milhões nos EUA; na Espanha, por exemplo, foram entre 2,5 milhões e 3 milhões). Dez anos depois, o crescimento mundial ainda não conseguiu materializar sua capacidade potencial e permanecem em vigor as políticas monetárias excepcionais. Estamos convalescendo da Segunda Grande Depressão.”

    LINK (em português): goo.gl/uVWgR8

    POLÔNIA

    Carta Capital (04/08): “Na Polônia, pressão popular barra interferência na Suprema Corte”

    “As gigantescas manifestações de rua e o repúdio internacional levaram Andrzej Duda, presidente de direita da Polônia, a vetar em 24 de julho duas controversas leis que permitiriam ao Partido da Lei e da Justiça, que governa o país, a interferir na independência do Poder Judiciário.”

    LINK (em português): goo.gl/3JZtwJ

    TURQUIA

    NY Times (02/08): “O presidente Recep Tayyip Erdogan da Turquia substitui os principais chefes militares”

    “O presidente Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, aprovou na quarta-feira novos líderes para o exército, a marinha e a força aérea, na maior reestruturação desde que ganhou novos poderes para a presidência em um referendo em abril. As nomeações ocorrem em meio a uma purga contínua do governo de oficiais e civis suspeitos de participar de um golpe fracassado no ano passado, mas também como parte de um esforço a mais longo prazo para impor o controle civil sobre as forças armadas turcas dominantes”.

    LINK (em inglês): goo.gl/mCAFEX

    IRÃ

    The Guardian (04/08): “O acordo nuclear não é um desastre – mas o seu desmantelamento poderia ser”

    “Rouhani prometeu que o acordo traria prosperidade. A economia iraniana está crescendo novamente; ele diminuiu a inflação e estabilizou a moeda. Mas a pobreza aumentou, um quarto dos jovens está desempregado e o investimento estrangeiro permanece bem abaixo das projeções. Os iranianos ainda não sentiram os benefícios que eles esperavam. Paralelamente à insatisfação econômica, outras preocupações são geradas. As pessoas mais jovens querem especialmente a reforma, para ver mais mulheres no governo e melhores ligações com o mundo exterior. Enquanto isso, os adversários da linha dura do presidente, incluindo a Guarda Revolucionária e o Judiciário, retrataram o acordo como uma capitulação por pouca recompensa – não menos importante, porque desafia seus interesses. Eles sentem a oportunidade; note a recente detenção do irmão do senhor Rouhani. Os presidentes iranianos geralmente ficam enfraquecidos em seu segundo mandato e o aiatolá Ali Khamenei disparou um tiro no gol do presidente, insinuando um paralelo com Abolhassan Banisadr, um reformista retirado do cargo cedo.”

    LINK (em inglês): goo.gl/b9hKCk

    ISRAEL

    The Guardian (04/08): “A polícia israelense confirma que Netanyahu é suspeito em investigação de fraude”

    “O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi nomeado como suspeito em duas investigações sobre alegações de “fraude, violação de confiança e subornos” com seu ex-chefe de gabinete assinando um acordo com promotores para testemunhar contra ele. Os movimentos marcam a crise política mais séria para o líder israelense, o único primeiro-ministro a enfrentar o pai fundador David Ben-Gurion pela longevidade no cargo. As suspeitas contra Netanyahu, que nega qualquer irregularidade, foram reveladas pela primeira vez em um pedido judicial de detetives na quinta-feira buscando um pedido de mordaça sobre o relatório de negociações com Ari Harow, o ex-chefe de gabinete, para se tornar uma testemunha estatal. As negociações foram concluídas na sexta-feira com Harow assinando um acordo no qual concordou em testemunhar.”

    LINK (em inglês): goo.gl/kfgCAS

    BUTÃO

    Editorial do NY Times (04/08): “Dois poderes se chocam sobre o Butão”

    “O minúsculo Butão encontra-se no meio de uma disputa territorial entre a Índia e a China, duas potências nucleares com embriões ambições nacionais à beira do conflito. Em questão está um remendo de 34 milhas quadradas do território remoto himalaio no planalto Dolam. Em 16 de junho, as tropas chinesas que acompanham uma equipe de construção de estradas entraram em uma área que tanto o Butão como a China reivindicam. O Butão solicitou assistência indiana, e a Índia socorreu com tropas, vendo uma ameaça ao Corredor de Siliguri que liga a massa central da Índia ao seu território nordestino. Com a economia agora crescendo mais rápido do que a China, e com uma forte cautela militar e profunda sobre as ambições da China na Ásia, a Índia, sob a liderança do primeiro-ministro Narendra Modi, está determinada a enfrentar a China.”

    LINK (em inglês): goo.gl/o1nC22

    CHINA

    The Guardian (07/08): “Trump desafiar a China no comércio provocaria uma resposta “muito agressiva”,  especialista prevê”

    “Movimentos de Donald Trump para enfrentar a China no comércio provocariam uma resposta “muito agressiva”, disse um ex-negociador de comércio dos EUA, já que Pequim disse que uma próxima visita do presidente dos EUA ajudaria a “mapear” o próximo meio século de laços entre as duas maiores economias do mundo.”

    LINK (em inglês): goo.gl/UEbzzP

    COREIA DO NORTE

    El País (06/08): “Coreia do Norte ameaça responder às sanções com um “mar de fogo” sobre os EUA”

    “O Conselho de Segurança aprovou, no sábado, uma nova rodada de sanções econômicas contra a Coreia do Norte, com o objetivo de bloquear as compras de elementos como carbono, ferro e chumbo feitas por Pyongyang, além de mariscos e outros produtos. Segundo os cálculos da ONU, sua entrada em vigor reduzirá em um bilhão de dólares (3,1 bilhões de reais) por ano a renda obtida pelo regime através do comércio exterior. A efetividade dessas medidas depende quase totalmente da China, origem e destino de 90% das transações comerciais da Coreia do Norte. Pyongyang é objeto de sanções econômicas desde 2006, mas seu programa nuclear, longe de terminar, intensificou-se sobretudo com a chegada do jovem Kim Jong-un ao poder. Washington, Seul e Pequim entraram em acordo, neste domingo, quanto ao endurecimento das sanções. A China, contudo, relativizou seu apoio dizendo que punir Pyongyang “não deveria ser o objetivo primordial”.”

    LINK (em português): goo.gl/hoF72x

    QUÊNIA

    DW (07/08): “Medo de violência na véspera das presidenciais no Quênia”

    “Cerca de 19 milhões de quenianos são chamados às urnas na terça-feira (08.08) para decidir o destino político do país. O resultado das presidenciais mostra-se imprevisível. Sondagens de opinião antecipam uma luta renhida entre os dois principais candidatos, o Presidente Uhuru Kenyatta e o rival Raila Odinga. Os cidadãos também elegem um novo Parlamento e representantes locais. Esta segunda-feira (07.08), alguns quenianos armazenaram comida e água, e a polícia preparou kits de emergência, devido ao temor generalizado de que o pleito acabe em violência.”

    LINK (em português): goo.gl/ygRcdG

    LÍBIA

    Terra (04/08): “Na Líbia, o caos governa”

    “Desde a queda de Kadafi, país vive intensa luta pelo poder. Hoje, há dois centros políticos rivais, em Trípoli e Tobruk, e nenhum detém o controle efetivo sobre o território líbio e os grupos armados que o apoiam.A Líbia sempre foi um país extremamente dividido, mas, desde a morte do ditador Muammar Kadafi, em 2011, o caos tomou conta de seu território, com milhares de milícias lutando pelo poder.”

    LINK (em português): goo.gl/DhsMZy

    DEBATES DA ESQUERDA MUNDIAL

    VENEZUELA

    1- Portal de La Izquierda (01/08): “Constituinte fraudulenta – Manifesto da Plataforma Cidadã em Defesa da Constituição ao povo da Venezuela”

    “No domingo passado, 30 de julho, se consolidou um atropelamento generalizado aos direitos constitucionais e legais do povo venezuelano ao que a palavra ‘fraude’ não alcança minimamente para descrever. Também passou um fraude, mas em realidade o que passou foi muito mais do que isso, e muito mais grave.”

    LINK (em português): goo.gl/xgvvxN

    2- Rebelión.org (03/08): “Declaração de experts eleitorais que observaram eleição Constituinte a consideram satisfatória”

    “Do ponto de vista  técnico – electoral, o que caracteriza a natureza do  CEELA, como de seus integrantes, alheios ao político, manifestamos que cremos total e absolutamente na veracidade dos resultados da votação para integrar a Assembleia Nacional Constituinte, dadas todas as garantias ao longo do processo, especialmente as auditorias prévias à jornada eleitoral, além da confiabilidade e segurança que oferecem tanto a máquina eleitoral como o dispositivo de autenticação integral – CAPTA HUELLAS. Para esta Missão, a auditoria sobre os votos depositados se faz durante o escrutínio, é a garantia para a confiança no resultado apresentado pela Presidenta do CNE.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/rUzLpT

    3- Sin Permiso (06/08): “A tragédia da Venezuela”, por Michael Roberts

    “Setores importantes das elites do governo de Maduro utilizaram a crise para seu próprio benefício pessoa. Compraram dívida pública com fortes rendimentos, enquanto que ao mesmo tempo se asseguram que não fará uma bancarrota pública, tudo isso às custas da queda dos níveis do povo que deve pagar esta dívida através dos impostos e os ingressos do petróleo não-percibidos. As divisas destinadas ao pagamento da dívida externa foram compensadas pela redução das importações de alimentos, medicamentos ou insumos industriais essenciais”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/gN74NN

    4- Atílio Borón (07/08): “Verdades incômodas sobre Venezuela e a fúria das oligarquias midiáticas. Reflexões em defesa própria”

    “Na Venezuela, a oposição está composta por dois setores. Um, que aceita o diálogo com o governo. Outro, totalmente oposto a ele e disposto a quebrar a ordem constitucional e derrubar Nicolás Maduro apelando qualquer recurso, legal ou ilegal. Desgraçadamente, esta fração foi a que até a semana passada tem hegemonizado a oposição ameaçando o setor dialoguista com uma brutal represália se cedesse aos chamados do governo”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/Tsn9aN

    5- Sin Permiso (06/08): “A Assembleia Constituinte Madurista”, por Edgardo Lander

    Os severos problemas que hoje enfrenta o país não são de ordem jurídico-normativo. Não é mediante modificações constitucionais que se vai resolver a severa crise humanitária nos âmbitos da alimentação e da saúde, a profunda recessão e a deterioração do aparato produtivo ou a existência de uma dívida externa que não tem como ser paga. Menos ainda pode se esperar que uma constituinte que, no melhor dos casos, não contou com o respaldo de  58,47 por cento do padrão eleitoral, possa servir como instrumento de diálogo e de paz”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/mJZPst

    6- SEPLA-México (07/08): “O imperialismo estadunidense contra a Venezuela”

    “Ante a incapacidade da oposição de derrubar pela força o governo de Maduro e de impedir a realização da Assembleia Constituinte, o imperialismo estadunidense aumenta sua ingerência. Um por um obriga aos governos subordinados (de México, Colômbia, Argentina, Brasil e até Porto Rico) para impulsionar, à margem da própria OEA (ministério de colônias), e de qualquer instância genuinamente latino-americana, uma ofensiva final contra o governo bolivariano. Sepla-México rechaça a ofensiva imperialista e exige que o governo de Enrique Peña Nieto e a seu chanceler aprendiz restabeleçam os princípios de não-intervenção e de autodeterminação dos povos”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/tRZ8HC

    7- Portal de la Izquierda (04/08): “Os resultados da Constituinte não são nada confiáveis”, entrevista com Gonzalo Gomez (Marea Socialista)

    “Ao longo da entrevista, lhe foi perguntado sobre as diferenças entre o chamado “chavismo crítico” e o “madurismo”, ao qual o porta-voz de Marea Socialista respondeu enfatizando as diferenças na prática da democracia e falou do “falso antiimperialismo” do governo de Nicolás Maduro e do PSUV. Concluiu reafirmando a necessidade de que os setores da população, que considera majoritários, e que não estariam com nenhum dos polos confrontado que nos vêm levando a uma “guerra civil”, façam sentir seu peso, se organizem e expressem politicamente com uma nova referência política, porque isso não vai ser resolvido com uma “varinha mágica”. ”

    LINK (em espanhol): goo.gl/EdxqZJ

    8- Rebelión.org (07/08): “O olhar da China sobre a Venezuela”, por Raúl Zibechi

    “Ainda que circunspecta, a análise chinesa revela três questões centrais. A presença chinesa na região chegou para ficar; está claro que existe um conflito com os Estados Unidos; e não vão interferir nas relações direita-esquerda, porque  –ainda que o neguem– sua presença é de caráter estratégico. (…) A seguir por este caminho, a China terminará substituindo os Estados Unidos como principal mercado do petróleo venezuelano, sendo o país que ostenta as maiores reservas mundiais de petróleo cru. Esta realidade, mais do que o socialismo do século XXI, explica os motivos de Washington para derrubar Maduro.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/7JSW4H

    9- Sin Permiso (06/08): “O retrocesso ‘nacional’-stalinista”, por Pablo Stefanoni

    “Trata-se de uma esquerda que poderíamos denominar “nacional-stalinista”. Um tipo ideal que permite captar um mais ou menos difuso espaço que junta um pouco de populismo latino-americano e outro de nostalgia staliniana (coisas que no passado se conjugavam mal). Dessa mescla sai uma espécie de “estrutura de sentimento” que combina retórica inflamada, escassíssima análise política e social, um binarismo empobrecedor e uma espécie de neo-arielismo frente ao império (mais do que análises marxistas do imperialismo, há amiúde certa moralina que leva a entusiasmar-se com as bondades de novas potências como a China ou com o regresso da Rússia, para não falar de simpatias com Bashar al-Assad e outros próceres do antiimperialismo). Na medida em que a onda rosa latino-americana se retrai, o populismo democrático que explicou a onda de esquerda na região perde força e esta sensibilidade nacional-stalinista, que tem alguns intelectuais em suas fileiras –vários dos quais encontraram um refúgio na Red de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad– ganha visibilidade e influência nos governos em retrocesso ou nas esquerdas debilitadas. O nacional-estalinismo é uma espécie de populismo de minorias que governa como se estivesse resistindo na oposição. Por isso, governa mal.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/pXZp3F

    10- Aporrea.org (04/08): “A Constituinte deve criar condições para um Novo Estado verdadeiramente democrático e participativo”, entrevista com Stalin Pérez Borges (LUCHAS)

    “Todos podemos considerar que foram duas gestões distintas e que Nicolás não tem o carisma, a liderança e a personalidade de Chávez. Porém, é um fato que a maioria das conquistas sociais conquistadas pelo povo com Chávez ainda se mantêm, independentemente de que não tenha o mesmo efeito social que antes. (…) Os setores populares as colocam na balança na hora de tomar decisões, valorizando o fato de que o governo mantenha ainda esses benefícios, que permanentemente os dirigentes e militante da MUD dizem publicamente que desapareceriam uma vez que eles chegassem ao poder”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/xENYTw

    CHILE

    IHU-Unisinos (05/08): “Violência contra mulheres pauta a agenda eleitoral do Chile”

    “Por não haver mais tolerância em relação à violência contra mulheres, o tema entrou na pauta das eleições que ocorrerão no Chile em 19 de novembro. Isso se deve a um acontecimento do passado do deputado Ricardo Rincón, que agrediu sua mulher em 2002. Rincón acabou condenado pela Justiça a seis meses de terapia psicológica, mas não cumpriu a sentença. No último sábado (29/7), ele foi escolhido candidato para reeleição pela Democracia Cristã, mas teve sua candidatura revogada pela presidente do partido, a senadora Carolina Goic.”

    LINK (em português): goo.gl/8RM6S4

    SYRIZA E PODEMOS

    Saltamos.net (05/08): “Se Podemos não radicaliza seu programa, será destruído como Syriza”, entrevista com o economista Costas Lapavitsas

    “É preciso ter claro que um país pequeno como a Grécia ou de tamanho médio como a Espanha não poderia ser completamente livre na economia internacional porque, obviamente, estariam sob a pressão dos mercados internacionais e os poderes financeiros. Pelo que não é uma questão de romper a Europa ou a UE e crer que já poderíamos fazer o que quisermos. O que se trata é de criar situações onde possam se alcançar maiores graus de liberdade que nos dêem a possibilidade de implementar políticas que favoreçam as classes trabalhadoras e ao interesse da economia nacional. Para isso se necessita criar sua própria liquidez, mediante uma moeda própria. Ademais, terão que ser criados novos instrumentos econômicos e levar adiante reformas nas políticas de comércio, de investimento, fiscais e monetárias. Tudo é perfeitamente alcançável e deve ser o plano que a esquerda deve trabalhar para sair da Europa”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/NSPLw4

    EUA

    South China Morning Post (05/08): “Naomi Klein volta sua ira para a ficção distópica do Trumpismo”, resenha de Allen Lane sobre o livro ‘No Is Not Enough’

    “Donald Trump é uma ficção distópica ganhando vida, escreve Naomi Klein, explicando que uma característica deste gênero é que leva tendências para sua conclusão lógica, então pergunta: você gosta do que vê? Não só é um “não” dessa ativista social mais vendida, ela também declara que a rejeição não é suficiente – o trumpismo precisa ser derrotado.”

    LINK (em inglês): goo.gl/hsKRrJ

    Jacobin Magazine (01/08): “O que os socialistas devem fazer?”, Joseph M. Schwartz e Bhaskar Sunkara

    “Os socialistas podem e devem estar na vanguarda de lutas como esta hoje. Para isso, devemos adquirir as habilidades necessárias para definir quem detém o poder em um determinado setor e como organizar aqueles que têm interesse em tirá-lo. Mas não podemos simplesmente ser os melhores ativistas das lutas de massa. Os grupos de problemas únicos muitas vezes atacam alguns atores corporativos particularmente ruins, sem também argumentar que uma determinada crise não pode ser resolvida sem reduzir o poder capitalista.”

    LINK (em inglês): goo.gl/8M6yv4

    POLÔNIA

    Sin Permiso (06/08): “UE-Polônia: retóricas jurídicas e realidades políticas”, pelo historiador Mike Macnair

    “O ‘estado de direito’ depende de um apoio político massivo. Entretanto, se é dada uma prioridade radicalmente aos interesses das classes possuidoras, o resultado será precisamente a perda do apoio político do qual depende. Os marxistas têm a esperança de que nesse apoio possa ser redirigido rumo a uma democracia radical e emancipatória – mas igualmente pode acabar desviando-se para uma demagogia autoritária de tipo católica, islâmica , Hindutva, Brexiteriana, Trumpetiana. Aliar-se a um liberalismo que interpreta o “estado de direito” como a proteção dos direitos de propriedade por cima de todos os demais é colaborar na vitória de uma demagogia autoritária”

    LINK (em espanhol): goo.gl/Wcx2FQ

    TURQUIA

    Rebelion.org (03/08): “Quais as perspectivas do levante em massa da oposição”, Emre Öngun

    “Na comemoração do fracasso do golpe de Estado de 15 de julho, quando ao redor de 90 mil mesquitas do país difundiam depois da meia-noite as orações em homenagem aos mortos durante o movimento para fazer fracassar a tentativa, Erdogan prometeu “arrancar as cabeças dos traidores”, recordando que este regime não conhece a marcha atrás. Além da resistência mostrada por uma grande parte da população curda, primeira vítima dos atropelamentos do Estado, a “marcha pela justiça” e o enorme comício que a encerrou indicam a disponibilidade das massas turcas para uma mobilização, ao menos sobre uma base democrática mínima, contra o regime e contra o neoliberalismo autoritário”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/j4uExb

    RUANDA

    Rebelión.org (05/08): “Assim é Paul Kagame, o homem que ‘ganhará’ as ‘eleições’ em Ruanda”, por Federação de Comitês de Solidariedade com a África Negra – UMOYA

    “Em 4 de agosto, Ruanda celebra ‘eleições’ presidenciais sem surpresas. O atual presidente, Paul Kagame, ‘ganhará’ com cerca de 100% de ‘apoio’. A esta vitória ajudarão fatores como ter modificado a Constituição para poder ser presidente vitalício ou ter assassinado, encarcerado ou forçado ao exílio todos os seus oponentes. Para ser justos é preciso dizer que a última que tentou ser sua oponente, Diane Rwigara, só foi proibida de se registrar como candidata, sem que lhe cortassem a cabeça ou a encarcerasse. Paul Kagame é o homem que tem governado o país desde que assaltou o poder pelas armas, em 1994. Ele e uma camarilha de chegados, cada vez mais escassos, governam este pequeno e povoado país do centro da África mediante o terror e a opressão. Ele e sua camarilha saqueiam o rico país vizinho,República Democrática do Congo, para benefício pessoal e de seus padrinhos ocidentais. Seu regime gasta um autêntico dinheirama na ‘assessoria” das empresas de relações públicas mais caras do mundo, como a do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e de sua esposa, para lavar sua imagem pessoal e a de seu despótico e sanguinário governo.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/b8QuTG

  • Observatório Internacional, de 22 a 30 de julho de 2017

    Observatório Internacional, de 22 a 30 de julho de 2017

    Nesta edição, trazemos como destaque maior a polarização na Venezuela que neste domingo (30/07) celebrou as eleições para os representantes da Assembleia Nacional Constituinte convocada por Nicolás Maduro, a despeito dos intensos protestos das oposições. Procuramos englobar os variados pontos de vista sobre a situação venezuelana na realização deste clipping.

     Nos EUA, Trump vê o Congresso sabotar sua aproximação com a Rússia, ao mesmo em que prossegue sua marcha regressiva contra os direitos das minorias no país. Na França, à medida que vai apresentando seu programa austeritário, Macron vê sua popularidade encolher, assim como ocorre com o primeiro-ministro conservador do Japão, Shinzo Abe, envolto em escândalos de corrupção. Problema, aliás, que fez a Suprema Corte paquistanesa derrubar o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif.

    Na segunda parte de nosso trabalho, ressaltamos a diversidade de posições acerca do impasse na Venezuela. Além disso, compartilhamos artigos sobre a resistência à ditadura na Filipinas, uma análise econômica sobre o Brexit e o debate sobre as relações do capitalismo com a opressão às mulheres.

    Tais temas e muitos outros são abordados nos links a seguir. Cumpre salientar, uma vez mais, que a opinião deste Observatório não necessariamente coincide com os textos selecionados, visando sobretudo observar o que se discute tanto na mídia tradicional dos países mais poderosos quanto na websfera progressista internacional.

    Charles Rosa – Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos

     

    NOTÍCIAS, ARTIGOS E EDITORIAIS DOS PRINCIPAIS SITES DO MUNDO

    Senado dos EUA aprova sanções contra Rússia; Putin responde pedindo a saída de 755 diplomatas do país

    Editorial do NY Times (27/07): “Congresso desafia Trump na Rússia”

    “Mr. Trump está particularmente atormentado com a disposição conferida ao poder do Congresso para anulá-lo caso ele tente levantar essas sanções, incluindo o retorno dos acordos combinados, como Moscou tem demandado. Tipicamente, o Congresso dá aos presidentes flexibilidade para suspender temporariamente negociações como uma ferramenta de negociação. Mas o Congresso acredita que ele não pode ser confiável, e que a Rússia deve ser responsabilizada, mesmo que a América devesse tentar trabalhar com Putin na Síria e em outras questões”.

    LINK (em inglês): goo.gl/YoXrMZ

    Editorial do The Observer (30/07): “A incompetência e as lutas internas na Casa Branca desanimam os aliados dos Estados Unidos e encorajam seus inimigos”

    “O fator comum em todas essas situações é a impotência e a ignorância auto-induzidas de Trump, sua falta crônica de credibilidade e autoridade presidencial e conseqüentes percepções da fraqueza dos EUA e do Ocidente. E no caso dos três adversários reais ou potenciais – Coréia do Norte, Irã e Rússia – essas percepções são altamente perigosas. Precisamente porque as respostas, ações e reações dos EUA não podem mais ser confiadas ou previstas, tanto por amigos como por inimigos, o potencial de erros de cálculo calamitoso está crescendo. Essa incerteza, como o caos na Casa Branca e o desordem extraordinário do político do corpo americano, decorre da flagrante incapacidade de Trump para o mais alto cargo. Como agora está ficando cada vez mais claro, isso nos ameaça a todos.”

    LINK (em inglês): goo.gl/hPLrWm

    Trump proíbe transgêneros nas Forças Armadas dos EUA

    Por meio de três tweets, o presidente dos EUA Donald Trump anunciou a revogação da portaria do seu antecessor, Barack Obama, que autorizava o alistamento de cidadãos transgêneros nas Forças Armadas do país.

    New York Times (26/07): “Trump pune patriotas transgêneros”, por Andrew Rosenthal

    “Não há nenhuma evidência de que permitir pessoas transgêneras de se alistar interferiria na “vitória decisiva e esmagadora” com a qual fantasia Trump. Estima-se que o número de recrutados transgêneros varie de cerca de 2500 para algo em torno de  15 500, a maioria dos quais não revelou sua identidade de gênero.  Há muito mais homens e mulheres gays sob farda e sua presença não a levou a qualquer enfraquecimento do poder militar norte-americano antes ou depois da política do  “don’t ask, don’t tell” ser implementada”.

    LINK (em inglês): goo.gl/UfhFbc

    Editorial do Washington Post (26/07): “A desonesta traição de Trump com as tropas transgêneras da América”

    “O que o presidente sem dúvida não considerou é o seguinte: como sua decisão afetará os milhares de americanos patriotas que agora servem, inclusive em zonas de guerra, que são transgêneros? Além de privá-los do respeito que eles merecem do seu governo, o Sr. Trump os coloca em risco: para continuar a servir, o pessoal transgênero terá que ocultar suas identidades, o que, por sua vez, tornará menos provável apresentar problemas de saúde ou Relatórios de agressão sexual. O Sr. Trump reside essencialmente em uma política vergonhosa de silêncio e discriminação.”

    LINK (em inglês): goo.gl/tueg57

    Eleição constituinte na Venezuela

    BBC (30/07): “5 pontos para entender o que está em jogo na eleição na Venezuela”

    “A oposição a está boicotando e acusa Maduro de dar um golpe ao criar mecanismos para que se torne mais autoritário e prolongue seu mandato. O presidente venezuelano diz que essa é a única forma de pacificar o país em meio aos protestos violentos que ocorrem desde abril.”

    LINK (em português): goo.gl/KAggsX

    Carta Capital (31/07): “Venezuela: Constituinte tem saldo de 8 milhões de votos e dez mortos”

    “De acordo com o governo, a eleição das 545 pessoas que vão escrever uma nova Constituição para a Venezuela foi um sucesso. Já a oposição afirmou que foi um grande fracasso e que apenas participaram 2,4 milhões de pessoas. Segundo os números oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) desta segunda-feira (31), mais de oito milhões de venezuelanos (41,53%) votaram neste domingo (30) na eleição da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro. No entanto, de acordo com o Datanálisis, uma das mais importantes empresas de pesquisas da Venezuela, 72% da população eram contra a eleição. Brasil, Espanha, Panamá, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Peru manifestaram oficialmente que não reconhecem a eleição da Assembleia Constituinte venezuelana.”

    LINK (em português): goo.gl/ZS5ngS

    Editorial do The Guardian (28/07): “À beira da ruína”

    “A oposição acusa o presidente, Nicolás Maduro, de querer acabar completamente com a democracia e teme que a reformulação se destine a permitir que ele permaneça muito tempo depois que seu mandato se esgote em janeiro de 2019. Quando seu antecessor Hugo Chávez revisou a constituição, ele realizou um Referendo para garantir que ele tinha apoiado e criou uma assembléia popular. Maduro disse que a nova constituição deve permitir o julgamento daqueles que procuram desestabilizar o país. Ele ordenou a assembléia por decreto; seu prazo é indefinido (e é por isso que as pessoas temem que ele possa suplantar o parlamento da Venezuela, que tem o poder de dissolver); e seus membros são eleitos através de um mecanismo complexo que os críticos dizem que garante que apenas a agenda de Maduro possa ganhar.”

    LINK (em inglês): goo.gl/L3W2ao

    Público.es (31/07): “Mais de 8 de milhões de venezuelanos votam apesar dos focos de violência dos opositores”

    “Os resultados oferecidos pelo poder eleitoral reforçam a posição do presidente, Nicolás Maduro, porque essa participação é em sua quase totalidade de seus seguidores, e supera o que obteve nas presidenciais de 2013, quando alcançou o apoio de pouco de mais de 7 milhões de pessoas. E é muito maior que o obtido nas últimas votações, as legislativas de 2015, nas quais o chavismo perdeu com 5,6 milhões de votos frente aos 7,7 milhões da oposição. Não obstante, cabe esperar que a opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD) não reconheça as cifras. De fato, seu ex-presidenciável, Henrique Capriles, já anunciou protestos para hoje e chamou seus partidários a marchar em Caracas no dia em que se constitua o novo órgão eleitoral”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/rnqBjA

    Página 12 (31/07): “O chavismo já tem outra carta”, por Martín Granovsky

    “O bloco dos duros não parece considerar a gravidade de uma escalada com efeito dominó. A Colômbia, principal vizinha da Venezuela, alcançou uma paz histórica com a guerrilha das FARC. Qualquer tremor na Venezuela poderia pôr em tensão um tabuleiro ainda muito frágil e aumentar os problemas humanitários. Enquanto a crise da Venezuela gera cada vez mais imigrantes de classe média aos EUA, Europa e ainda a Argentina, não cessa a migração colombiana mais humilde para a Venezuela. O desafio imediato para Maduro no plano interno é duplo. Deve assegurar a ordem democrática sem militarizar o país como fez Michel Temer no Rio de Janeiro e, entretanto, garantir a logística de abastecimento de produtos básico. Não é pouco, mas até ontem estava pior.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/cK8z4Y

    Baixa evolução na economia peruana

    UOL (27/07): “Kuczynski sofre revés econômico em 1º ano de governo no Peru”

    “Apesar de ser formado por uma equipe de tecnocratas e economistas renomados, o governo de Pedro Pablo Kuczynski sofreu um sério revés econômico em seu primeiro ano de gestão no Peru, afetado pelo escândalo Odebrecht, o golpe do fenômeno climático El Niño costeiro e outros fatores externos. Ainda que as projeções para o crescimento da economia do país para 2017 sejam de 2,8%, uma das mais altas da região, esse percentual está muito abaixo da média dos últimos anos, que foi de 6%, e do histórico 9,1% obtido em 2008, durante o segundo governo de Alan García (2006-2011).”

    LINK (em português): goo.gl/TJvUDF

    Caso Odebrecht na América Latina

    Editorial do El País (28/07): “Corrupção generalizada”

    “O fato de que o escândalo afete muitos líderes latino-americanos coloca vários países em uma perigosa crise institucional. De ex-presidentes como o peruano Ollanta Humala ou o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva a – o que é pior em termos de estabilidade política – presidentes em exercício como Michel Temer do Brasil, Juan Manuel Santos da Colômbia e Danilo Medina da República Dominicana, a lista ameaça aumentar com o avanço das investigações. Parece que com a recuperação da democracia em muitos países da América Latina após anos de ditaduras, aconteceu uma combinação perigosa de Estados fracos, administrações incapazes e a necessidade de um rápido desenvolvimento em infraestrutura. Tudo isso sobre um importante crescimento impulsionado por anos de bonança deu como resultado uma bolha colossal de subornos que tinha que estourar.”

    LINK (em português): goo.gl/yZXPLW

    Emergência da Frente Ampla no Chile

    DW (27/07): “Frente Ampla – a luta para romper o duopólio no Chile”

    “Tem uma base jovem, progressista, identifica-se com a esquerda e está cansada da partilha de poder entre os dois grandes blocos políticos que governaram o Chile nos últimos 27 anos. A governista Nueva Mayoría (antes chamada Concertación, de centro-esquerda) e a opositora Chile Vamos  (antiga Alianza por Chile, de direita) definiram os destinos do país sem contrapeso. Até agora”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/cbkNk4

    Macron perde apoio popular na França

    El País (23/07): “Popularidade de Macron despenca na França”, por Silvia Ayuso

    “A macronmania esfriou na França. Enquanto no plano internacional o presidente Emmanuel Macron continua a ter imagem muito positiva, da fronteira para dentro ela começa a se desgastar. Segundo pesquisa de opinião divulgada pelo jornal Journal Du Dimanche, em julho o índice de satisfação com o inquilino do Eliseu [palácio do Governo da França] desabou dez pontos. É preciso recuar a 1995 para encontrar uma perda de popularidade tão forte para os primeiros cem dias de mandato de um presidente, os 15 pontos de queda de Jacques Chirac entre maio e julho daquele ano. Segundo levantamento feito pelo instituto de pesquisa Ifop, 54% dos franceses estão satisfeitos com a atuação de Macron, contra 64% que se sentiam assim em junho. Os descontentes aumentam de 35% para 43% no mesmo período. E o presidente não é o único da equipe de Governo a perder pontos. Também seu braço direito, o primeiro-ministro Édouard Philippe, cai de 64% para 56% em julho.”

    LINK (em português): goo.gl/LDBXRp

    The Guardian (24/07): “Cortes nos benefícios de moradia provocam queda nos índices de aprovação de Macron”

    “Os políticos da oposição acusaram Macron de atacar os pobres e de favorecer os ricos com medidas, incluindo o afrouxamento do imposto sobre a riqueza da França, de modo que se aplica apenas à propriedade, e não aos investimentos – que a Macron argumentou impulsionará a economia. Um estudo na semana passada descobriu que, em geral, os 10% mais ricos dos agregados familiares da França provavelmente se beneficiarão com os cortes de impostos propostos pela Macron. A questão dos benefícios da habitação é a última linha sobre a tentativa da Macron de reduzir os gastos públicos e reduzir o déficit com o objetivo de cumprir as regras da UE pela primeira vez em uma década.”

    LINK (em inglês): goo.gl/uaDyCo

    Brexit

    Editorial do NY Times (26/07): “A Grã-Bretanha vê as ameaças do Brexit mais claramente”

    “À medida que as negociações avançam, visões de um divórcio indolor e de novas oportunidades para uma “Grã-Bretanha globa” provavelmente deverão definhar, ao contrária das lutas internas. Chamados para interromper o Brexit irão crescer, mas este caminho também não é fácil. Bloquear o processo seria visto como um desrespeito à vontade do povo. A ideia de outro referendo não é popular e o resultado seria incerto”.

    LINK (em inglês): goo.gl/vbvCM4

    Le Monde (30/07): “Brexit – governo britânico dividido”

    “Período de transição, livre circulação de pessoas … os ministros do governo britânico apresentar seu desacordo através da mídia. A divisão continua a reinar no governo britânico sobre o Brexit, o ministro do Comércio Internacional atacou neste domingo (30 de julho) a necessidade de período pós-transição Brexit defendida pelo Ministro das Finanças.”

    LINK (em francês): goo.gl/R2yfAL

    Tensão entre poderes na Polônia

    Editorial do The Guardian (25/07): “O poder das pessoas e o vislumbre de esperança”

    “Esta semana, depois de oito dias de protestos de rua em todo o país, o presidente, Andrzej Duda, surpreendeu muitos ao aparecerem para dividir as fileiras com o partido no poder sobre sua intenção de colocar o poder judiciário sob seu controle. O senhor deputado Duda vetou duas leis fundamentais destinadas a eliminar a independência da Suprema Corte e a conferir ao Parlamento o controle do corpo que contrata juízes. Seus motivos continuam sendo uma questão de especulação. As contas, explicou, “não fortaleceriam o senso de justiça na sociedade”. O senhor deputado Duda até então se juntou a cada movimento do governo para restringir as instituições independentes. Essa foi uma verdadeira reviravolta, ou um retiro tático projetado para tirar vantagem dos protestos? Sua decisão foi bem-vinda, mas longe de ser suficiente; Ele assinou um terceiro projeto de lei que permite o controle político sobre os tribunais. O governo já possui o controle do tribunal constitucional. Muitos temem que a outra legislação volte em forma marginalmente modificada.”

    LINK (em inglês): goo.gl/GyV3f6

    Governo espanhol tenta impedir referendo de Independência na Catalunha

    Expresso.pt (30/07): “Puigdemont, revolta na Catalunha”

    “Rajoy e a sua equipa do Partido Popular (PP, centro-direita) não modificaram estratégia: o referendo não se realizará porque é ilegal, dizem, e o Executivo tem meios para o impedir. Esta semana Puigdemont disse ao diário francês “Le Figaro”: “Se o Tribunal Constitucional me inabilitar [quando convocar a votação], coisa que pode fazer, não acatarei. Só o Parlamento [catalão] me pode suspender. Uma imensa maioria do povo catalão quer votar”. A última sondagem do Centro de Estudos de Opinião (paraestatal), divulgada dia 22, revela que, apesar de uma maioria dos catalães ser a favor da consulta, são cada vez mais os inquiridos (até 49,4%) contra a independência, havendo 41,4% a favor. Um estudo do diário “El País” em 265 das principais empresas catalãs (800 mil trabalhadores) revela que três de cada quatro executivos dessas companhias consideram o separatismo prejudicial para a economia espanhola e catalã.”

    LINK (em português): goo.gl/s8T9rE

    Autoritarismo de Erdogan

    Editorial do El País (25/07): “Perseguição à imprensa na Turquia”

    “A perseguição à imprensa coincide com a prisão da diretora da Anistia Internacional e cinco colaboradores da organização sob a absurda acusação de colaborar com o terrorismo. A Alta Representante da UE para a Política Exterior, Federica Mogherini, se reuniu na segunda-feira com o Ministro das Relações Exteriores turco para informá-lo da profunda preocupação da União Europeia pelo lamentável comportamento das autoridades turcas. O Presidente Erdogan não pode continuar por esse caminho: caso contrário, a ruptura entre a Europa e a Turquia será inevitável.”

    LINK (em português): goo.gl/3PV66u

    Aproximação de Israel com a Arábia Saudita

    Folha de SP (31/07):  “A conexão israelo-saudita”, por Jaime Spitzcovsky

    “Deu sinais de arrefecer, na última sexta-feira (28), a onda de violência delineada por atentados contra alvos israelenses e pelos protestos contra medidas de segurança implementadas, em Jerusalém, pelo premiê Binyamin Netanyahu. Em vez de nova “intifada” (rebelião palestina), avança a aproximação entre Israel e líderes regionais, como Arábia Saudita e Egito, interessados na manutenção em baixa temperatura do conflito israelo-palestino, a fim de concentrar esforços contra um inimigo comum: o Irã.”

    LINK (em português): goo.gl/jYN9WL

    Suprema Corte do Paquistão derruba primeiro-ministro por envolvimento no Panamá Pappers

    Editorial do The Guardian (28/07): “Caso internacional”

    “A expulsão do primeiro-ministro Nawaz Sharif foi provocada por revelações nos arquivos vazados de um escritório de advocacia offshore. A elite global não é mais a única que pensa e trabalha através das fronteiras. Nenhum primeiro ministro do Paquistão completou um mandato completo desde que o país conquistou a independência há 70 anos. Nawaz Sharif estava a um ano de fazê-lo; Em vez disso, ele foi destituído pela terceira vez. Na sexta-feira, o Supremo Tribunal o desqualificou do cargo e encaminhou a questão dos ativos offshore de sua família para autoridades anticorrupção. Sharif nega as alegações, mas desistiu imediatamente; aguarda-se que em breve o seu partido governista Pakistan Muslim League-Nawaz nomeie o sucessor”.

    LINK (em inglês): goo.gl/ohro4W

    Crise no governo japonês

    El País (25/07): “O primeiro-ministro japonês enfrenta a pior fase de seu mandato”, por Xavier Fontdeglòria

    “O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, está imerso num escândalo provocado por um suposto caso de amiguismo que ocasionou uma queda livre de sua popularidade em apenas um mês. Abe está há dois dias dando explicações ante o Parlamento nipônico depois que sua gestão outorgou uma licença para abir uma escola veterinária a uma organização cujo diretor é seu amigo íntimo. Ainda que o líder conservador tenha tenha negado qualquer troca de favores, suas explicações seguem sem convencer ao eleitorado e sua taxa de aprovação alcança apenas 30%”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/xazT3z

    Tunísia aprova lei sobre violência contra a mulher

    El País (27/07): “Vencem as mulheres tunisianas”, por Sami Nair

    “O Parlamento tunisiano acaba de aprovar, depois de três anos de debates e negociações, uma lei cujo objetivo é propriamente revolucionário: proibir legalmente e castigar eficazmente a violência de gênero. É um marco e um desafio para o resto dos países islâmicos, uma mostra de que a luta levada de modo ininterrupto pelas mulheres tunisianas pode desembocar numa vitória que favoreça sua emancipação nos âmbitos público e privado, além de uma conquista para o desenvolvimento do Estado de direito. Este novo estatuto da mulher consagra ao mesmo tempo, o processo democrático que se iniciou precisamente na Tunísia em 2011, do qual uma análise superficial e enganosa faria creer que já havia se desvanecido. Na realidade, tanto neste país como no resto dos Estados que experimentaram o levante democrático qualificado de primavera árabe, a demanda profunda, irrepreensível, de modernização democrática segue latente no núcleo das lutas políticas e sociais; desapareceu-se da superfície do campo de batalha, não é porque se debilitou, mas porque, devido a causas diversas, teve que se esconder profundamente no solo da sociedade, desenvolver-se secretamente com maior solidez e reaparecer mais forte e contundente sob condições políticas que a tornaram possível.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/3zmwXd

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA MUNDIAL

    Distintas visões da esquerda sobre a Venezuela

    1- Plataforma Cidadã em Defesa da Constituição

    “A Plataforma Cidadã em Defesa da Constituição se pronuncia frente à convocatória da CNE a eleições para o próximo domingo 30 de julho, de supostos constituintes a uma suposta Assembleia Nacional Constituinte (ANC) convocada usurpadoramente pelo Presidente Maduro. Por outro lado, ainda que não seja o objetivo principal deste documento, reiteramos nosso rechaço à política da cúpula da MUD dirigida a gerar uma fratura institucional através da criação de um governo e um Estado paralelo com o apoio de Washington, com todas as implicações conhecidas que isso tem. Ao se colocar à margem da Constituição, isso atiça ainda mais a violência e vai na contramão de uma saída constitucional e pacífica para a crise.”

    LINK (em português):

    http://portaldelaizquierda.com/2017/07/plataforma-cidada-em-defesa-da-constituicao-chama-a-abstencao-e-o-voto-nulo-na-constituinte/

    2- Boaventura Sousa Santos

    “Os desacertos de um governo democrático resolvem-se por via democrática, e ela será tanto mais consistente quanto menos interferência externa sofrer. O governo da revolução bolivariana é democraticamente legítimo e ao longo de muitas eleições nos últimos 20 anos nunca deu sinais de não respeitar os resultados destas. Perdeu várias e pode perder a próxima, e só será de criticar se não respeitar os resultados. Mas não se pode negar que o Presidente Maduro tem legitimidade constitucional para convocar a Assembleia Constituinte. Claro que os venezuelanos (incluindo muitos chavistas críticos) podem legitimamente questionar a sua oportunidade, sobretudo tendo em mente que dispõem da Constituição de 1999, promovida pelo Presidente Chávez, e têm meios democráticos para manifestar esse questionamento no próximo domingo. Mas nada disso justifica o clima insurrecional que a oposição radicalizou nas últimas semanas e que tem por objetivo, não corrigir os erros da revolução bolivariana, mas sim pôr-lhe fim e impor as receitas neoliberais (como está a acontecer no Brasil e na Argentina), com tudo o que isso significará para as maiorias pobres da Venezuela. O que deve preocupar os democratas, embora tal não preocupe os media globais que já tomaram partido pela oposição, é o modo como estão a ser selecionados os candidatos. Se, como se suspeita, os aparelhos burocráticos do partido do governo sequestrarem o impulso participativo das classes populares, o objetivo da AC de ampliar democraticamente a força política da base social de apoio à revolução terá sido frustrado.”

    LINK (em português):

    https://www.publico.pt/2017/07/29/mundo/noticia/em-defesa-da-venezuela-1780518

    3- Gustavo Dudamel, maestro venezuelano, apoiador dos governos de Hugo Chávez e eleitor de Nicolás Maduro em 2013

    “A partir dessa fé inabalável no que diz respeito à diversidade humana, sinto a necessidade e a obrigação como cidadão venezuelano de me manifestar contra as eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte nos termos em que foram convocadas pelo Governo da Venezuela para o próximo dia 30 de julho. A forma como as autoridades do meu país levaram adiante essa medida não faz nada mais do que intensificar o conflito nacional em vez de resolvê-lo. Nosso marco constitucional vigente não foi respeitado. Apesar dos eventos de domingo passado, em que milhões de compatriotas – na Venezuela e no exterior – expressaram sua rejeição aos planos do Governo, nós, venezuelanos, ainda não pudemos nos manifestar publicamente através de uma consulta popular prévia e vinculativa. A vontade do povo deve ser livremente expressa por meio dos canais institucionais estabelecidos em nossa Constituição.”

    LINK (em português):

    https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/19/opinion/1500457516_222096.html

    4- Jorge Rodríguez, prefeito de Caracas, apoiador de Nicolás Maduro

    “Há muita satanização com relação ao que o presidente Maduro pretende com a nova Constituição. Os direitos universais estarão garantidos, o direito ao sufrágio universal, as garantias democráticas permanecem. (…) Precisamos diversificar a produção, preservando a propriedade privada. Precisamos também proteger o país do contrabando, tudo isso estará contemplado”.”

    LINK (em português): http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/07/1905607-constituicoes-evoluem-com-seus-povos-diz-prefeito-de-caracas.shtml

    5- Catarina Martins, dirigente do Bloco de Esquerda em Portugal

    “Questionada sobre a situação na Venezuela, Catarina Martins referiu este domingo que os bloquistas nunca confundiram “a democracia com o ato formal de voto”, salientando que “há muitas ditaduras em que se vota, como por exemplo em Angola, e não são uma democracia”. “Portanto, o facto de existir hoje [na Venezuela] um ato em que as pessoas vão votar não significa que seja democrático, porque as condições da democracia exigem liberdade de expressão, pluralidade de opiniões, imprensa livre, e que haja capacidade dos próprios países tomarem decisões”, frisou. “Na Venezuela não estão garantidas condições de liberdade e de pluralidade e há também uma enorme ingerência externa que condiciona muitas decisões que são tomadas e, portanto, sobre todos os pontos de vista, diria que não estamos a olhar para uma situação democrática”, sublinhou a coordenadora bloquista. Catarina Martins afirmou-se preocupada com a situação de instabilidade no país e frisou que espera que a comunidade portuguesa aí residente seja acompanhada da melhor maneira possível.”

    LINK (em português):

    http://www.esquerda.net/artigo/venezuela-nao-estamos-olhar-para-uma-situacao-democratica/50035

    6- John Ackerman, ativista mexicano e pesquisador na UNAM

    “A nova Assembleia Constituinte na Venezuela cumpre com a mesma função, renovadora e participativa, que novas eleições nos sistemas parlamentares. Ontem, o povo venezuelano teve a oportunidade de decidir se quer seguir como país independente ou converter-se em mais um serviçal de Washington. A resposta foi um contundente sim à soberania nacional e popular”.

    LINK (em espanhol): http://www.jornada.unam.mx/2017/07/31/opinion/020a2pol

    7- Reinaldo Quijada, porta-voz do grupo chavista Unidad del Poder Popular

    “Em poucas palavras, estamos em meio a duas frações falsas, hipócritas, mesquinhas e medíocres. E além disso covardes, a covardia de quem não assume a realidade com sentido de responsabilidade. A covardia dos que não assume a política com um sentido de transcendência histórica. A nenhuma das duas importam um centímetro o país e o povo. Que triste e minguada hora vive a Venezuela! A realidade é que o universo de eleitores é de cerca de 20 milhões. Mas essa cifra requer certos ajustes já que é necessário assinalar que a abstenção crônica na Venezuela, os eleitores que nunca votam, é de 20% no mínimo. Ou seja, o universo real de eleitores está ao redor de 16 milhões de votantes ao subtrair esta abstenção crônica. A metade do país, portanto, é de 8 milhões de eleitores. O resultado do 30J indica que o país está dividido em duas partes e os dois polos deveriam considerar ao outro e não ignorá-lo, nem muito menos pretender aniquilá-lo. Isso pouco lhes importa. Ao contrário, o que prevalece, de lado a lado, é um banquete de ameaças mútuas, de superficialidades e declarações estúpidas, vazias e vulgares. Tudo isso, dá náuseas!”

    LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/actualidad/a250148.html

    8- Alfredo Serrano Montilla, economista catalão

    “Mais uma vez ganhou a democracia na Venezuela. Sim, a democracia. Um país em que as pessoas votam, de acordo com os cânones liberais, está vivendo em uma democracia. Na Venezuela, a democracia representativa é aplicada ao pé da letra. A data das eleições para a Assembléia Constituinte é outro exemplo disso. E, portanto, coloca o foco sobre o que está à frente, a fim de continuar a construir um país que nada a contracorrente e que tem múltiplos desafios a atender. A Assembleia Constituinte terá que dar novas respostas para novas demandas que o povo venezuelano tem.”

    LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/actualidad/a250142.html

    Brexit

    Sin Permiso (27/07): “Brexit, a notícia silenciosa”, por Alejandro Nadal

    “O impacto do Brexit sobre a indústria do Reino Unido será sentido em cada ramo de atividade. Mas talvez um dos efeitos negativos mais importantes será aquele que sofrerá a atividade bancária. Ao perder seu direito de “passaporte”, os bancos sediados no Reino Unido também verão sua liberdade para realizar suas operações em toda a UE. Muitos bancos internacionais acharão mais conveniente simplesmente mudar-se para Frankfurt ou Paris.  Ainda que isso não vá ocorrer da noite para o dia, o êxodo de bancos e outras empresas no setor financeiro seguramente vai-se produzir ao longo do processo de negociações.”

    LINK (em espanhol): http://www.sinpermiso.info/textos/brexit-la-noticia-silenciosa

    Macron

    Esquerda.net (17/07): “Macromania”, por Francisco Louçã

    “Resultando de um saldo eleitoral tão magro, pois os votos de confiança em Macron foram 24% na primeira volta das presidenciais e depois cerca de 30% na primeira volta das legislativas (com mais de metade de abstencionistas), estas vitórias deram-lhe uma esmagadora supremacia institucional, com dois terços do parlamento, através do truque do sistema eleitoral. Mas não lhe deram a supremacia social. Uma parada não resolve a França. Nem a Europa, já agora. Prometia Macron um novo ministro das finanças e um orçamento europeu, tudo armado por convenções em cada país a partir do próximo janeiro. Ministro talvez consiga, para habituar os países à ideia de um governo europeu, mas esse será mais um instrumento de divergência. Tudo o resto é entretenimento, se não for, como anunciou o pomposo Menasse, para matar as democracias na Europa.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/opiniao/macromania/49841

    Debate Tsipras x Varoufakis

    The Guardian (24/07): “Alexis Tsipras: O pior está claramente atrás de nós”

    “O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, assume — em entrevista esta segunda-feira ao The Guardian — que no seu governo cometeu “grandes erros“. Tsipras critica ainda o seu antigo ministro das Finanças, Yannis Varoufakis, dizendo que este “está a tentar reescrever a História”, e deixa o aviso: “Talvez chegue o momento em que certas verdades serão ditas (…) quando chegarmos ao ponto de analisar o que ele apresentou como plano B, que era tão vago que nem valia a pena discutir. Era simplesmente fraco e ineficaz.” Tsipras sabe que, para cumprir o programa de assistência internacional, não conseguiu aplicar o programa eleitoral que submeteu a votos perante o povo grego — foi o caminho para “sobreviver”, explica. Mas, mesmo assim, está tranquilo: “Se for à rua e perguntar sobre o governo, muitos podem dizer ‘mentirosos’, mas ninguém vai dizer que somos corruptos ou desonrosos ou que colocamos a mão no pote de mel“.”

    LINK (em inglês):

    https://www.theguardian.com/world/2017/jul/24/alexis-tsipras-the-worst-is-clearly-behind-us

    Blog de Varoufakis (24/07): “A incoerência perspicaz de Tsipras”

    “Dado que apresentei meus planos para o senhor Tsipras para dissuadir a agressão da troika e responder a um impasse potencial (e qualquer movimento da troika para expulsar a Grécia da zona do euro) antes de vencermos as eleições de janeiro de 2015 e fui escolhido por ele como Ministro das Finanças (presume-se) com base em seu mérito, sua resposta reflete uma profunda incoerência.”

    LINK (em inglês):

    https://www.yanisvaroufakis.eu/2017/07/24/mr-tsipras-insightful-incoherence-my-reply-in-the-guardian-24th-july-20176/

    Eleições em Angola

    Esquerda.net (28/07): “Eleições: o Ponto de Viragem em Angola”, por Rafael Marques de Morais, Maka Angola

    “As eleições são uma oportunidade para mobilizar e consciencializar os cidadãos angolanos. São um potencial ponto de viragem rumo a uma sociedade mais crítica e participativa, em que os cidadãos contribuam para construir um Estado de direito democrático.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/artigo/eleicoes-o-ponto-de-viragem-em-angola/49943

    Eleições no Timor Leste

    Esquerda.net (30/07): “Fretilin surge à frente nas “eleições mais tranquilas de sempre””

    “A contagem final dos votos deu a vitória à Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente com 168.422 votos e 23 deputados e o segundo lugar ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense, com 167.330 e 22 deputados ao parlamento. A terceira força mais votada foi o Partido da Libertação Popular, do ex-Presidente Taur Matan Ruak, que conseguiu 60.092 votos e 8 deputados, seguindo-se o Partido Democrático, com 55.595 votos e 7 deputados, e o Khunto, com 36.546 votos e 5 deputados.”

    LINK (em português):

    http://www.esquerda.net/artigo/timor-fretilin-surge-frente-nas-eleicoes-mais-tranquilas-de-sempre/49938

    Curso autoritário de Duterte nas Filipinas

    Sin Permiso (30/07): “Renasce a resistência contra a ditadura na Filipinas”, por Sonny Belencio e Walden Bello

    “Em 20 de julho passado teve lugar em Benitez Hall, Universidade da Filipinas em Diliman, a Conferência Nacional contra a Ditadura (NCAD), que pretende articular uma frente de esquerdas contra a evidente evolução do regime do presidente Duterte para a ditadura mediante a extensão do Estado de Guerra imposto em Mindanao. Recolhemos as intervenções de dois velhos amigos e colaboradores de Sin Permiso (em cujos arquivos podem-se consultar vários de seus artigos),  Sonny Melencio e Walden Bello , dois veteranos lutadores contra a ditadura de Marcos e os sucessivos regimes EDSA.”

    LINK (em espanhol):

    http://www.sinpermiso.info/textos/filipinas-renace-la-resistencia-contra-la-dictadura

    Cassação do primeiro-ministro do Paquistão

    The Guardian (28\07): “Nawaz Sharif se foi. Mas o alto nível de corrupção no Paquistão sobrevive”, por Tariq Ali

    “Desde a fundação do Paquistão em 1947, nenhum primeiro ministro cumpriu seu mandato completo. Coisas como assassinatos e aquisições militares acontecem. Hoje, foi dinheiro em vez de força que fez para Nawaz Sharif. O Supremo Tribunal do Paquistão se surpreendeu ao votar por unanimidade para garantir que ele não fosse a exceção.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/jul/28/nawaz-sharif-pakistan-colossal-political-corruption-survives

    Capitalismo e mulheres

    Outras Palavras (26/07): “Mulheres, a primeira vítima do capitalismo”, por Inês Castilho

    ““Somos as filhas das bruxas que vocês não conseguiram matar”, escreveram algumas mulheres nos muros de cidades brasileiras, durante a primavera feminista. Talvez por isso a vinda da historiadora feminista italiana Silvia Federici ao Brasil, na semana passada, para lançar Calibã e a Bruxa – Mulheres, corpo e acumulação primitiva, atraiu em torno de si e de seu livro centenas de jovens, no centro e na periferia do Rio de Janeiro e São Paulo. Uma semana de celebração para o movimento feminista brasileiro, que ao mesmo tempo recebia na Bahia a norte-americana Angela Davis para um curso sobre feminismo negro, no Recôncavo Baiano. Alás!”

    LINK (em português):

    http://outraspalavras.net/destaques/mulheres-a-primeira-vitima-do-capitalismo/

  • Observatório Internacional, de 15 a 22 de julho de 2017

    Observatório Internacional, de 15 a 22 de julho de 2017

    Nesta edição do clipping semanal do Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos, destacamos entre os acontecimentos mundiais mais repercutidos pelos grandes órgãos de jornalismo do planeta o anúncio de novas sanções dos EUA contra o Irã, a ofensiva da oposição venezuelana e o enfraquecimento do madurismo, o início da venda legalizada de maconha nas farmácias uruguaias, a greve geral em Montevidéu contra o ajuste do governo de Tabaré Vázquez, a mobilização dos trabalhadores argentinos em solidariedade aos demitidos da Pepsico, a deriva autoritária do governo polonês e a intensificação dos conflitos entre árabes e israelenses no território ocupado da Palestina.

    Na segunda parte deste clipping, selecionamos alguns artigos confeccionados por intelectuais e organizações da esquerda mundial que discutem alguns dos temas que estão mais em evidência na atualidade. Salientamos as diferentes posições existentes dentro do chavismo a respeito da crise política no país, a visão de fim de ciclos progressistas no continente da socióloga argentina Maristella Svampa e os debates econômicos acerca de uma possível nova recessão no horizonte.

    A todos uma boa leitura e até semana que vem!

    Charles Rosa – Observatório Internacional

    Semana de Donald Trump na Casa Branca

    Novas sanções econômicas dos EUA ao Irã

    Sem cancelar o acordo de 2015 de contenção do programa nuclear iraniano, os EUA anunciaram na terça-feira novas sanções econômicas a Teerã. 18 empresas e indivíduos iranianos foram atingidos pelo boicote norte-americano.

    Editorial do New York Times (20/07): “Evitando a guerra com o Irã”

    “A última coisa que os Estados Unidos precisam é outra guerra no Oriente Médio. Entretanto uma bateria de palavras, ameaças diretas e ações provocativas – tanto do Presidente Trump e de alguns de seus auxiliares mais importantes  quanto de líderes da Arábia Saudita e ativistas americanos – está elevando as tensões que poderiam levar a um conflito armado com o Irã. Teerã incita parte dessa hostilidade com movimentos como deter Xiyue Wang, um estudante de  Princeton, e apoiar o presidente sírio, Bashar al-Assad. E para muitos políticos americanos, o Irã — afastado dos Estados Unidos desde 1979— merece apenas castigos e isolamento. Mas o Irã e os Estados Unidos também compartilham alguns interesses, como o combate ao Estado Islâmico. Então, por que não aproveitar todas as ferramentas diplomáticas, incluindo abrir um diálogo, usado antes para gerir governos difíceis e mesmo hostis?”

    LINK (em inglês): goo.gl/4Kpwuj

    Diálogo misterioso entre Trump e Putin

    Editorial do NYT (21/07): “O que Trump e Putin contaram um ao outro?”

    “Se alguém confiasse que Trump, como muitos presidentes, possui um conhecimento básico dos eventos mundiais e uma bússola ética, seus encontros com Putin não causariam necessariamente alarme. Trump, no entanto, não é um presidente comum. Não apenas é um novato em política externa, mas seus sócios estão sob investigação por possíveis laços com os esforços de Putin para inverter a eleição que colocaram Trump no gabinete. Na sexta-feira, The Washington Post, citando “atuais e ex-funcionários do Departamento de Estado”, relatou que o embaixador russo em Washington contou a seus superiores que ele discutiu questões relacionadas à campanha com Jeff Sessions durante a corrida presidencial de 2016, ao contrário das alegações de Mr. Sessions.”

    LINK (em inglês): goo.gl/NGiuX9

    Editorial do Washington Post (18/07): “Por que a conversa de Trump com Putin não é uma apenas uma conversa”

    “Conversar não é ruim; o que interessa é a natureza da conversa. Para calibrar cuidadosamente as mensagens aos líderes mundiais, os presidentes normalmente contam com uma elaborada máquina burocrática, inclusive o processo inter-agências e a equipe do Conselho Nacional de Segurança. A conversa de jantar de Mr. Trump mostrou uma vez mais sua propensão a agir sozinho e ele indubitavelmente criou dores de cabeça. Sem um tomador de notas ou um intérprete estadunidense, a estrutura de segurança nacional foi deixada sem um registro de troca, exceto a memória de Trump. Putin terá um registro melhor.”

    LINK (em inglês): goo.gl/SFdw33

    Seis meses de governo Trump

    Valor Econômico (20/07): “Acuado, Trump chega a 6 meses em meio a promessas não cumpridas”, por Juliano Basile

    “O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai completar seis meses de governo nessa quinta-feira com perspectiva de aumento do déficit comercial, redução nas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), elevação do déficit público e nível de emprego subindo menos do que o deixado pelo seu antecessor, Barack Obama. Além disso, Trump e membros de sua equipe e de sua família estão às voltas com investigações sobre um possível conluio eleitoral com a Rússia. E, para completar, quase a metade dos americanos desaprova o seu governo. A mais recente pesquisa The Washington Post/ABC revelou que o índice de aprovação do presidente caiu de 42%, em abril, para 36%. Já o percentual dos eleitores que desaprovam Trump subiu de 53% para 58%. Desses 48% disseram que “desaprovam fortemente” o governo.”

    LINK (em português): goo.gl/aiF95t

    Venezuela: Referendo e Constituinte

    A oposição de direita organizou um referendo no domingo (16/07) com perguntas tendentes a rechaçar a Assembleia Constituinte convocada por Nicolás Maduro. 7,6 milhões de eleitores compareceram às urnas para expressar sua rejeição a uma nova carta constitucional. Na quinta-feira, uma greve geral foi convocada pelas mesmas forças com um alto grau de adesão.

    BBC (17/07): “O que é a ‘hora zero’ e o que muda no conflito político da Venezuela a consulta popular da oposição contra o governo de Nicolás Maduro”

    “Respaldada pelos 7,6 milhões de pessoas (de um total de 19,5 milhões habilitados para votar) que responderam ao chamado contra o presidente Nicolás Maduro e a favor de eleições livres e um governo de união nacional, a oposição assegura que a luta entra agora numa nova etapa. E nesta segunda-feira se conheceram as primeiras medidas do que se denominou “hora zero”. O vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, instou aos poderes públicos a acatar os resultados da consulta e ofereceu a possibilidade de um diálogo sério com o governo com a condição de que retire a Assembleia Constituinte”.

    LINK (em espanhol):  goo.gl/wZ9y3K

    DW (20/07): “Venezuela: mais de 80 detidos em greve geral convocada pela oposição”

    “As forças da ordem detiveram nesta quinta-feira 82 pessoas em todo o país durante a paralisação geral de 24 horas convocada pela quinta-feira para protestar contra o governo de Nicolás Maduro, informou a organização de defesa dos direitos humanos Foro Penal (FPV). O chamado a uma paralisação cívica arrancou com uma notável ausência nos locais de trabalho pela falta de transporte público, enquanto o Metrô de Caracas funcionou normalmente mas com poucos passageiros. Esta manifestação opositora foi convocada por 24 horas para insistir no rechaço à Constituinte de Maduro, cuja campanha para eleger seus 545 membros em 30 de julho prossegue apesar dos protestos.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/nRxKgK

    Início de venda de maconha nas farmácias uruguaias

    El País (19/07): “Uruguai inicia venda de maconha em farmácias e revoluciona a política mundial de drogas”

    “Tinha que ser o Uruguai. Não é casualidade que esse seja o primeiro país do mundo onde o Estado se encarregará de controlar o cultivo, o empacotamento e a venda legal de maconha em farmácias — processo que terá início na primeira quinzena de julho —, uma atitude que todas as nações vizinhas proíbem e combatem. O pequeno país de cerca de 3 milhões de habitantes é governado, desde 2005, por uma esquerda tranquila, que conseguiu alcançar um recorde histórico de crescimento ininterrupto de sua economia. O Uruguai já foi o pioneiro na América Latina em abolir a escravidão, aprovar o ensino laico, o divórcio e em legalizar a prostituição. A separação entre Igreja e Estado ocorreu há mais de 100 anos. Tudo chega antes no Uruguai, que quase sempre serve de modelo para que outros sigam o mesmo caminho.”

    LINK (em português): goo.gl/B678tw

    Greve Geral no Uruguai em 21 de julho

    Página 12 (21/07): “Paralisação exitosa da PIT-CNT no Uruguai”

    “A central sindical única uruguaia PIT-CNT qualificou de “exitoso” a paralisação geral de 24 horas que se realizou ontem em demanda de maiores verbas, o que afetou a quase todo o setor público e parte do privado. Os dirigentes da central assinalaram que “Houve alto nível de adesão” à paralisação, especialmente em Montevidéu, que desde a manhã exibia pouca gente e transporte nas ruas. se bem muitos comércios abriram suas portas”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/hRezPg

    Manifestação em apoio aos trabalhadores demitidos da PEPSICO na Argentina

    Pagina 12 (19/07): “Contra as demissões e a repressão”

    “Com a participação de organizações sociais, sindicais, políticas e de direitos humanos, a marcha realizou-se desde o Obelisco até o Congresso, onde os trabalhadores instalaram uma tenda para reclamar sua reincorporação”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/hyeVGQ

    Cúpula do Mercosul em Mendoza

    Folha de SP (22/07): “Mercosul convida Maduro e oposição a dialogar em Brasília”

    “O Mercosul convidou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e representantes da oposição para uma ‘consulta prévia’ em Brasília antes de definir outras medidas em resposta à crise no país. O convite para a reunião ainda sem data marcada, feito nesta sexta ao fim do 50ª Cúpula do Mercosul, é uma advertência mais amena do que a sugerida nas semanas anteriores que antecederam o encontro.”

    LINK: goo.gl/Q5hyW4

    Página 12 (21/07): “O Mercosul não expulsou a Venezuela do bloco regional”

    “A ofensiva argentina contra a Venezuela encontrou um limite na Cúpula de Mendoza, cuja declaração final, que não assinou Evo Morales, não contempla nenhuma sanção ao país caribenho ainda que inste ao ‘Governo e a oposição a não levar a cabo nenhuma iniciativa que possa dividir ainda mais à sociedade venezuelana’.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/VbHCBP

    Lei do aborto passa no Senado chileno, mas Câmara dos Deputados rejeita proposta

    La Nación (21/07): “Surpreendente revés para Bachelet”

    “Durou exatamente um dia no governo de Michelle Bachelet a alegria pela despenalização do aborto por três causas que o Senado havia aprovado. O projeto, uma de suas reformas mais importantes, foi revisado na Câmara dos Deputados e estava pronto para ser despachado para ser lei, mas ninguém, nem sequer o mais calculista no oficialismo, contava com que o deputado Marcelo Chávez, da Democracia Cristiana, se absteria na votação de um artigo que necessitava quórum de pelo menos 67 votos.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/htxEX2

    Protestos na Polônia contra autoritarismo do governo

    Em desafio às recomendações da UE, o governo conservador da Polônia conseguiu aprovar uma reforma controversa do Supremo Tribunal que aumenta a influência do Executivo neste órgão. A proposta gerou fortes mobilizações da população.

    Editorial El País (21/07): “O desafio polaco”

    “Em menos de dois anos, o Governo de Varsóvia vem destruindo sistematicamente as reformas modernizadoras do país. A jovem democracia polonesa está em perigo e a credibilidade da União, incapaz de reagir com contundência e a tempo para defender seus valores, quebranta-se na mesma velocidade. A Comissão Europeia tem ameaçado com a bomba nuclear nunca antes utilizada: ativar o artigo 7 da UE que permite anular o direito de voto de um de seus membros. É uma iniciativa positiva e necessária, mas as competências da Comissão são limitadas e só pode impor uma multa a Varsóvia. É preciso parar os pés do Governo de Beata Szydlo. A UE tem a obrigação moral de fazê-lo e esta tarefa só o Conselho Europeu pode culminá-la. Sua resposta é, no entanto, no momento a inação. Dizia quarta-feira, o vice-presidente da Comissão , Frans Timmermans, que o Estado de direito é mais forte que o mais forte dos Estados-membros e que é assim como se mantém unida a esta União. Os Governos da UE deveriam escutá-lo e atuar em consequência”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/KvQgs3

    Hungria pede à Itália que restrinja entrada de imigrantes

    O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, enviou uma carta para o governo italiano em que pede que o país “feche as portas” para os imigrantes ilegais que chegam através da rota do Mar Mediterrâneo.  O documento foi assinado pelos outros governos que fazem parte do chamado “Visègrad” – República Tcheca, Eslováquia e Polônia. O governo italiano Paolo Gentiloni (Partido Democrata, social-democrata) respondeu de maneira negativa. “De nossos vizinhos, dos países que compartilham o projeto europeu, nós temos o direito de pedir solidariedade. Não aceitamos lições nem palavras ameaçadoras. Serenamente, nós nos limitamos a dizer que fazemos o nosso trabalho e pretendemos que a Europa faça o seu também sem dar lições improváveis”.

    Editorial do The Guardian (18/07): “Polônia e Hungria: tomando o caminho errado”

    “Hungria e Polônia (e a República Tcheca) poderiam sofrer penalidades financeiras por barrar a entrada de refugiados, graças à ação legal por parte da UE, mas se sentem fundamentados pela maré política que se chocou contra a postura mais generosa de Angela Merkel. A discussão sobre refugiados reflete um choque mais fundamental de valores: se os ataques de Budapeste contra as ONG e as tentativas de fechar a Universidade Europeia Central, fundada por George Soros. Neste sentido, é verdadeiro afirmar que esse assalto personalizado não é pessoal: é aquilo que o sr. Soros representa. A Hungria não avançou tão longe quanto a Polônia no desmerecimento do Judiciário, mas está em uma faixa semelhante; E os ataques à mídia, academia e crítica estrangeira são bastante frequentes.”

    LINK (em inglês): goo.gl/JVvJXt

    Corte de gastos militares e austeridade de Macron

    The Guardian (20/07): “Macron criticado por gastos de defesa, corte de impostos e estilo de liderança”

    “Enquanto passava as últimas semanas polindo sua imagem internacional – entretendo o presidente dos EUA, Donald Trump, e discursando em grandes cúpulas – as dificuldades no front doméstico começaram a aparecer. Sua maior crise veio essa semana quando o chefe das Forças Armadas da França se demitiu depois de uma amarga disputa com Macron sobre cortes nos gastos de defesa. Foi um impasse sem precedentes que um general atribuiu a um suposto “autoritarismo juvenil” de Macron”.

    LINK (em inglês): goo.gl/23Zq8e

    RFI (18/07): “Macron impõe austeridade a prefeitos e colhe elogios do FMI”

    “Em um encontro com prefeitos de todo o país, Macron pediu aos prefeitos que economizem € 13 bilhões de 2018 a 2022, em contrapartida a uma maior autonomia na gestão dos repasses estatais e uma atenção particular a pequenas comunidades da zona rural. Uma das medidas polêmicas da reforma, ainda mal digerida pelos prefeitos, é o fim progressivo da atual taxa de habitação, uma espécie de IPTU, que será compensada por um aumento da Contribuição da Seguridade Social (CSG). A medida vai atingir 80% dos contribuintes em três anos. O Estado diz que a taxa de habitação é um imposto injusto por não levar em conta a capacidade de pagamento do contribuinte e pelas expressivas diferenças territoriais. Mas os prefeitos estão furiosos com a perda de € 9 a € 10 bilhões de sua principal fonte de receita. Macron ignora a ladainha e ainda propõe diminuir o número de vereadores, como pretende fazer com deputados e senadores, para reduzir os gastos públicos.”

    LINK (em português): goo.gl/WVHPke

    Crise da Alemanha com Erdogan

    Público.pt (21/07): “Nova escalada nas tensões entre a Turquia e a Alemanha. Ancara promete que “a resposta necessária” virá.”

    “Para alguém que começou por querer pôr em prática uma política externa descrita como “sem inimigos”, Recep Tayyip Erdogan parece aproximar-se cada vez mais do momento em que não lhe restarão aliados. O todo-poderoso Presidente não deixou de precisar de amigos, mas alimenta sucessivas discórdias com aliados tradicionais. É assim, acredita, que pode sobreviver no poder, conservando a sua base de apoio, cada vez mais curta (em Abril, venceu o referendo à reforma constitucional que lhe dará poderes inéditos por 51%) mas extremamente dedicada e sensível à narrativa do “inimigo externo que não quer uma Turquia forte e orgulhosa”, a potência que é por direito. São os “seis milhões” que os media turcos dizem ter participado nas comemorações do 15 de Julho em iniciativas por todo o país — incluindo “vigílias pela democracia”.”

    LINK (em português): goo.gl/muLDRi

    Separatismo de Donetsk

    DW (18/07): “Separatistas proclamam “Pequena Rússia” na Ucrânia”

    “Novo Estado teria como capital Donetsk e substituiria a atual Ucrânia, segundo anúncio de líder separatista. Presidente do país garante que Kiev restabelecerá a soberania sobre regiões rebeldes.”

    LINK (em português): goo.gl/6GRXLv

    Editorial do El País (22/07): “Desmembramento da Ucrânia”

    “O anúncio da futura proclamação unilateral de independência da região ucraniana de Donetsk, sob o controle de rebeldes pró-Rússia, é a demonstração de que Moscou não parou sua tática de desmembramento da Ucrânia. (…) A Ucrânia é um país europeu que viu como um território seu, a Crimeia, foi invadido militarmente e anexado ilegalmente mediante um referendo ilegal e não reconhecido. E tem também outra importante porcentagem de seu território sob o controle de diversas milícias pró-Rússia sustentadas financeira e militarmente por Moscou e que são responsáveis pela queda de um avião civil de passageiros que provocou 298 mortes. É, portanto, um país que sofre uma agressão militar direta de uma potência, a Rússia, que quer reinstaurar sua área de influência pela força e que não hesita em limitar a soberania e amputar o território dos que se opõem aos seus desígnios.”

    LINK (em português): goo.gl/iptY1Q

    Presidente palestino anuncia suspensão de todos os contatos com Israel

    Al-Jazeera (21/07): “Mahmoud Abbas congela contato com Israel sobre complexo de Al-Aqsa”

    “O anúncio se segue à morte de ao menos três palestinos em protestos ocorridos em Jerusalem e na Cisjordânia na sexta-feira depois da polícia israelense disparar munições ao vivo, gás lacrimogêneo e balas de aço revestidas de borracha para dispersar manifestantes. Centenas de pessoas ficaram feridas. Três israelenses também foram mortos num ataque com faca assentamento ocupado Neve Tsuf na Cisjordânia”.

    LINK (em inglês): goo.gl/GTvFWa

    Crescimento econômico na Coreia do Norte em 2016 bate recorde de 17 anos

    BBC (21/07): “Taxa de crescimento econômico da Coreia do Norte é o maior em 17 anos”

    “A economia da Coréia do Norte acelerou em seu ritmo mais rápido em 17 anos, apesar das sanções sobre seus programas nucleares e de mísseis. O produto interno bruto cresceu 3,9% em 2016 em relação ao ano anterior, de acordo com o Banco da Coréia. O crescimento decorreu em grande parte da mineração e da energia, bem como do aumento das exportações para a China. Os EUA pediram que Pequim reduza o comércio com Pyongyang enquanto as tensões se aproximam das ambições nucleares de Kim Jong-un. A China é o único aliado principal da Coréia do Norte, parceiro comercial e doador de ajuda.”

    LINK (em inglês): goo.gl/tbcYFE

    Prisão de ativistas saarauís no Marrocos

    El País (19/07): “Marrocos impõe duras penas de cárcere para 19 ativistas saarauís”

    “Depois de seis meses de juízo civil, o veredito contra os 24 ativistas saarauís – um deles viu postergado seu caso por motivos de saúde – de deu a conhecer nas primeiras horas desta quarta-feira. A sala do Criminal do Tribunal de Salé, cidade próxima a Rabat, sentenciou 19 pessoas com penas que vão desde os 20 anos de cárcere à cadeia perpétua para oito deles. Quatro dos acusados foram postos em liberdade, já que suas condenações são inferiores aos sete anos que levariam na prisão”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/5N6xgG

    Corrupção no Congo

    The Guardian (20/07): “RDC: Revelada vasta rede de negócios de presidente que não quer renunciar”

    “O presidente que atualmente se apegou ao poder na República Democrática do Congo e sua família tem uma vasta rede de negócios que atingem quase todos os setores da economia do país que se pensa ter gerado centenas de milhões de dólares em receitas desde 2003, de acordo com um relatório. Joseph Kabila deveria desistir do ano passado depois de 16 anos como presidente, mas se recusou a ir, argumentando que seu país não pode se dar ao luxo de realizar eleições. Toda a riqueza do presidente, conforme um relatório publicado na quinta-feira por um grupo de pesquisa na Universidade de Nova York, pode ajudar a explicar por que o presidente – quem, as pesquisas mostraram, ganharia apenas 7,8% dos votos se ele permitisse as eleições – estátão desesperado para permanecer em seu trabalho. Kabila possui 71 mil hectares de terras agrícolas, tanto diretamente como com seus filhos, enquanto sua irmã gêmea detém uma participação valiosa na empresa estatal de telecomunicações, seu irmão mais novo tem interesses comerciais que vão desde a mineração até a estaca na cadeia de fast food de Nando , E duas empresas familiares possuem licenças de mineração de diamantes para 450 km da fronteira sul do país. Juntos, eles possuem mais de 80 empresas na RDC e no exterior, total ou parcialmente, diz o relatório.”

    LINK (em inglês): goo.gl/3ZhxBC

    DEBATES DA ESQUERDA MUNDIAL

    Crise venezuelana

    Portal de la Izquierda (17/07): “Entrevista com Edgardo Lander – ‘Esta Constituinte não é diálogo, não é acordo é imposição’ ”

    “Lander, pensador crítico de esquerda, ativista social e político, explica que as bases comiciais da ANC estão desenhadas para favorecer o madurismo no poder e de modo algum pode interpretar tal medida como diálogo: ‘Isso é uma imposição’”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/8d7WMA

    Rebelión.org (17/07): “A oposição dobra a aposta”, por Atilio Borón

    “Só os espíritos ingênuos podem desconhecer que a oposição venezuelana está instrumentalizando uma estratégia a duas pontas para derrubar o presidente constitucional desse país. Um setor optou por desatar a violência em suas variantes mais aberrantes como forma de instalar a imagem de uma “crise humanitária” – produto do desabastecimento planificado de produtos de primeira necessidade e a orgia de ataques, saqueios, ‘guarimbas’, incêndios a pessoas vivas e atentados com “bombas molotov” a escolas e hospitais – que sirva como prelúdio a uma invasão não menos “humanitária” do Comando Sul e, aplicando a receita utilizada na Líbia para derrubar e linchar Gadafi, produzir a ansiada “troca de regime” na Venezuela.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/gEPVEV

    Portal de La Izquierda (20/07): “Editorial #24 de Marea Socialista – Simulacro, Consulta e “Hora 0”: Cavando Trincheiras”

    “O simulacro da constituinte, foi uma reação defensiva do governo frente à convocatória do plebiscito e demonstrou que o governo mantém, ainda que limitada, sua capacidade organizativa e de mobilização da maquinaria. O simulacro, preparado com um só ponto por paróquia, foi organizado dessa maneira para obter o efeito visual de enormes concentrações de pessoas dispostas a participar do mesmo.”

    LINK (em português): goo.gl/UvMe7C

    Uruguai

    Público.es (20/07): “É preciso pôr em questão a proibição das drogas como sistema de controle”, entrevista com Julio Calzada

    “Julio Calzada, ex-secretário geral da Junta Nacional de Drogas do Uruguai, defende nesta entrevista a legalização da marihuana como um primeiro passo para minar o negócio do narcotráfico: ‘Decidimos atuar para retirar o valor mercantil’”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/GNSmFK

    Portal de La Izquierda (21/07): “Para além da cortina de fumaça: greve geral no Uruguai e perspectivas de luta”, por Charles Rosa e Israel Dutra

    “Do ponto de vista no tratamento às demandas dos trabalhadores, recrudesce a truculência governamental. Meses depois de sua recondução ao Edifício Libertad, Vázquez declarou guerra aos sindicatos docentes, enviando uma lei ao Congresso que na prática eliminava o direito de greve. A impopularidade da medida foi tamanha que o projeto não prosperou. Em seguida, seu ministro da Economia, Danilo Astori preparou um pacote de cortes na Educação e um aumento de tarifas, culminado na imensa greve geral de julho de 2016. Por fim, Vázquez em abril deste ano editou um decreto que autoriza a ação repressiva das polícias nos cortes de estrada efetuados pelos sindicatos e movimentos sociais.”

    LINK (em português): goo.gl/snAsXP

    Fim de ciclo dos progressismos na América do Sul

    Diário Río Negro (16/07): “O fim de ciclo, segundo Maristella Svampa”

    “Houve um esgotamento político do progressismo, lógico depois de tantos anos de hegemonia, um cansaço em relação à narrativa tão polarizante e calcada no social, no político e no econômico, que gerou profundas feridas em nossas sociedades, que estão longe de encerrar – destaca Svampa a Télam. E com a ascensão de governo de direita, a polarização não cedeu”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/1dC6BA

    Governos ultraconservadores na Europa

    Viento Sur (21/07): Pode a União Europeia ser ainda uma barreira para as tentações totalitárias?”, por Rachel Knaebel

    “A União Europeia está disposta a recordar suas estritas regras em matéria de economia e de gastos públicos, ainda que seja a custo de impor brutais reformas aos países, como Grécia, que não se adaptariam. Quando se trata de ceder em seus valores fundamentais, baseados no respeito dos direitos humanos e do Estado de direito, o que ocorre? Um governo europeu que suprime contra-poderes e instituições que garantam o bom funcionamento da democracia é sancionado tão secamente  como se superasse o déficit público autorizado? Por em marcha políticas discriminatórias e xenófobas, que atacam a dignidade humana ou encarcerar numerosos opositores pode levar um Estado europeu, ou candidato à adesão, a uma quase quebra das sanções econômicas? Nem muito menos”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/YXaiwV

    EUA

    IWallerstein.com (15/07): “Eleição de 2018 nos EUA: quebras de entusiasmo”

    “Se olharmos para a situação política em julho de 2017, houve uma grande mudança de entusiasmo. O núcleo duro dos adeptos de Trump agora é como o núcleo duro de apoiadores de Clinton em 2016. Eles apoiam Trump porque são anti-democratas. Nancy Pelosi é a força simbólica do mal. Eles estão “desapontados” com Trump. Ele não entregou o que prometeu. Ele está cercado pelas pessoas da Goldman Sachs que ele já denunciou. Suas classificações de aprovação, baixas no início de seu mandato, continuaram a cair, mesmo entre o núcleo duro. Eles ainda estão apoiando Trump porque o outro lado parece muito pior. Mas eles arrastam seus pés um pouco. O proselitismo é menor. Eles fazem menos campanha. Eles colocam menos pressão sobre amigos e familiares. Eles fazem menos do que sair para votar.”

    LINK (em inglês): goo.gl/32JKN6

    Capitalismo

    Outras Palavras (17/07): “E o capitalismo morrerá de overdose?”, entrevista com Wolfgang Streeck

    “O diagnóstico de Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, é implacável: “A crise atual não é um fenômeno acidental, mas o auge de uma longa série de desordens políticas e econômicas que indicam a dissolução daquela formação social que designamos capitalismo democrático”.“O capitalismo está morrendo de overdose de si mesmo.” Esta é a tese do sociólogo Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, um dos centros de pesquisa mais importantes da Europa. Em seu último livro, Como Acabará o Capitalismo? Ensaios sobre um Sistema Fracassado, Streeck conduz um diagnóstico impiedoso sobre a patologia do capitalismo democrático, aquela formação social particular que, no pós-guerra, havia alinhado democracia e capitalismo em torno de um pacto social que lhe conferia legitimidade.”

    LINK (em português): goo.gl/QrxTRC

    Sin Permiso (16/07): “Reverter a austeridade acabará com a depressão?”, por Michael Roberts

    “As políticas de austeridade têm um motivo ideológico: debilitar o Estado e reduzir sua ‘interferência’ no capital. Porém a base econômica da austeridade não foi uma teoria econômica enlouquecida ou má, desde o ponto de vista do capital. Seu objetivo era reduzir os custos dos serviços públicos, as taxas de juros e os impostos paras as empresas com o fim de aumentar sua rentabilidade . O ponto de vista keynesiano ignora o movimento da rentabilidade como uma causa das crises. E ao depender da ‘demanda’ para julgar o estado de saúde de uma economia capitalista, as políticas keynesianas de estímulo fiscal são incapazes de resolver o “problema técnico” de conseguir que a economia “ruja de novo com vida”.

    LINK (em espanhol): goo.gl/UVPuAx

    La Jornada (18/07): “Regresso ao carrossel de recessões”, por Alejandro Nadal

    “A próxima recessão não é iminente, mas como se diz em Wall Street, as recuperações não morrem de idade avançada. E quando chegue o momento de afrontar essa contração, o Federal Reserve não terá margem de manobra. Como a taxa de juros continua sendo baixa, o Fed não poder recorrer a reduções em tal variável com o fim de reativar a economia. A próxima recessão poderia não ser tão violenta como a crise de 2008, mas será mais difícil de contrarrestar.”

    LINK (em espanhol): goo.gl/ofvh8w
  • Observatório Internacional, de 24 a 30 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 24 a 30 de junho de 2017

    Entre os fatos que marcaram esta semana, o Observatório Internacional destaca a tensão política no interior dos EUA: Trump falha em reunir apoio para sua proposta de reforma da saúde, ao mesmo tempo que a Suprema Corte concede razão parcial para seu decreto que restringe a entrada de cidadãos oriundos de 6 países de maioria islâmica. Do lado Democrata, a toda-poderosa Nancy Pelosi passa a ser alvo constante de críticas pela deriva em que se encontra os liberais americanos.

    Na Europa, Jeremy Corbyn massifica-se entre a juventude britânica com um discurso progressista radicalizado e torna-se um possível modelo para “reformadores à esquerda” da cambaleante social-democracia do Velho Continente.

    Já na América Latina, a Venezuela assiste a novos capítulos dramáticos de sua crise, enquanto a Colômbia vive apreensiva a nova etapa política do país com a renúncia das FARCs às armas.

    Estes acontecimentos e debates travados pela esquerda mundial durante a semana podem ser conferidos logo abaixo. Uma ótima leitura a todos!

    Charles Rosa – Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos

    TRUMP E O VETO A IMIGRANTES

    G1 (26/06): “Suprema Corte permite que decreto imigratório de Trump entre parcialmente em vigor”

    “A Suprema Corte dos EUA autorizou, nesta segunda-feira (26), que o decreto que proíbe a entrada de cidadãos de seis países de maioria muçulmana no país entre parcialmente em vigor. A decisão reduz o alcance de sentenças judiciais emitidas por instâncias inferiores e que bloqueavam completamente a ordem executiva.”

    LINK (em português): http://g1.globo.com/mundo/noticia/trump-vai-falar-na-suprema-corte-sobre-restricao-a-entrada-de-muculmanos-nos-eua.ghtml

    Editorial do NY Times (26/06): “O veto imigratório na Suprema Corte”

    “Toda a disputa legal não deve obscurecer a tolice fundamental da política por si mesma. Apesar da afirmação sem fundamento de Trump que o veto é necessário para proteger a segurança nacional, nenhum dos países afetados foram responsáveis por algum ataque terrorista nos Estados Unidos nas últimas duas décadas. Isso inclui os cinco meses recentes, durante os quais a Casa Branca insistiu repetidamente acerca da importância do veto mesmo que tenha apresentado pouca urgência em apresentar seus recursos. Agora o governo tem o verão para conduzir sua versão da verificação, que foi o raciocínio original para o travel ban – o governo necessitava tempo para “descobrir o que ocorria”, como Trump afirmou uma vez. Em outubro, o veto terá expirado e a revisão deverá ser completa. E até então, Trump poderá ter desenvolvido uma base factual para um política que continua a impedir pessoas de certos país, o que desencadeará uma nova rodada de litígios”.

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/06/26/opinion/travel-ban-supreme-court-trump.html

    Editorial do El País (28/06): “Contra a essência dos EUA”

    “A decisão da Suprema Corte dos EUA que permite, mesmo que provisoriamente, aplicar o núcleo duro do polêmico veto migratório impulsionado por Donald Trump é uma má notícia que ameaça restringir em termos de liberdades a política de aceitação de estrangeiros do país. É também um aceno para iniciativas semelhantes, ou inclusive mais radicais, que estão em andamento em outros países.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/29/opinion/1498760939_106557.html

    TRUMP E OS CORTES SOCIAIS

    Seguem as dificuldades para Donald Trump revogar o Obamacare e implementar outro programa de saúde. Nesta semana, os republicanos do Senado norte-americano foram forçados a adiar a votação do seu projeto-lei de saúde para depois do feriado de 4 de julho, dia da independência dos EUA, em mais um revés para os esforços do partido no poder.

    The Guardian (28/06): “Republicanos no Senado são forçados a postergar votação sobre a reforma da lei da saúde devido à falta de apoio”

    “A cruzada de sete anos do Partido Republicano para revogar o Ato de Assistência Econômica (ACA) está à beira do colapso, depois que os líderes do Senado foram forçados a adiar a votação de uma lei de saúde que de acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) deixaria uma estimativa 22 milhões de pessoas sem seguro de saúde até 2026. (…) A legislação do Senado reduziria o déficit do orçamento federal em 321 bilhões de dólares em uma década, em decorrência principalmente dos cortes no Medicaid, revelou estudo do CBO. Mas a análise previu também uma queda em 16% até 2026 de pessoas abaixo dos 65 anos inscritas no programa. Projeções atuais mostram que sob a lei atual, 28 milhões de americanos estarão seu plano de saúde na próxima década. Esse número aumentaria para 49 milhões com a proposta do Senado, revelou o CBO”.

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/us-news/2017/jun/27/healthcare-bill-vote-delay-senate-republicans-support

    Editorial do NY Times (29/06): “A falsa premissa por trás dos cortes dos republicanos na Saúde”

    “Da invocação de Ronald Reagan de uma “rainha do bem-estar”, passando pelo escárnio de Mitt Romney sobre “apostadores” até chegar às contas da Câmara e do Senado para reduzir os impostos para os ricos, tirando o seguro de saúde de dezenas de milhões de pessoas, a premissa do incessante corte republicano de impostos é que o sistema rouba os ricos para oferecer benefícios aos pobres. Mas aqui está uma verdade essencial e negligenciada: como parte da economia, os gastos federais com pessoas de baixa renda, além de seus cuidados de saúde, estão caindo continuamente desde que atingiu o pico em 2011, após a Grande Recessão, e ainda está ligeiramente acima da média de longo prazo, está em declínio, de acordo com uma série recente de relatórios do Centro de Orçamento e Prioridades de Políticas. Programas obrigatórios, para além da Saúde, como os tickets de alimentos, os créditos de imposto de renda e a Renda Suplementar de Segurança para idosos empobrecidos e pessoas com deficiência equivalem atualmente a 1,5% do produto interno bruto, apenas modestamente acima da média de 40 anos de 1,3%. E se os gastos com esses programas continuarem sua tendência de queda atual, ele irá cair abaixo da média de longo prazo em 2024.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/06/29/opinion/tax-cuts-republican-health-care.html

    IMPOPULARIDADE GLOBAL DE TRUMP

    Washington Post (26/06): “Pesquisa mostra que os Estados Unidos perdem respeito no mundo sob Trump”

    “O presidente Trump alarmou os cidadãos dos aliados mais próximos e de outros em todo o mundo, diminuindo a posição dos Estados Unidos em seus olhos, de acordo com um amplo estudo internacional divulgado na segunda-feira. Mas na pesquisa realizada em 37 países, a Rússia é um ponto brilhante para Trump. Enquanto o presidente está em apuros em casa, a maioria dos russos diz que tem confiança nele. E empatia dos russos com os Estados Unidos melhorou desde que Trump assumiu o cargo.”

    LINK (em inglês): https://www.washingtonpost.com/world/poll-shows-us-tumbling-in-worlds-regard-under-trump/2017/06/26/87a4f1bc-5857-11e7-840b-512026319da7_story.html

    CRISE NO PARTIDO DEMOCRATA

    Público.pt (27/06): “A fúria anti-Trump ainda não colou os cacos do Partido Democrata”

    “Vai crescendo a contestação interna à líder democrata na Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi. Depois do descalabro nas presidenciais, o partido está a ter dificuldades para encontrar um caminho que o leve à vitória nas eleições para o Congresso.”

    LINK (em português): https://www.publico.pt/2017/06/27/mundo/noticia/a-furia-antitrump-ainda-nao-colou-os-cacos-do-partido-democrata-1777111

    FORMAÇÃO DO GOVERNO DE THERESA MAY

    Nesta semana, a conservadora Theresa May assinou um acordo com o partido dos unionistas da Irlanda do Norte e conseguiu aprovar uma moção de confiança a sua política austeritária. Entretanto, May não consegue recuperar o apoio popular perdido na sociedade durante as eleições, ao passo que o líder trabalhista Jeremy Corbyn discursa para centenas de milhares de jovens.

    El País (29/06) – “May leva adiante seu Governo, mas enfrenta uma legislatura endiabrada”

    “A mesma votação que permitiu nesta quinta-feira Theresa May levar adiante seu Governo em minoria evidenciou as consequência de algumas eleições nas quais quis e não pôde reforçar seu poder ante o maior desafio da história recente do Reino Unido. Sua exígua maioria multiplica o poder dos deputados individuais e converte o colossal trabalho legislativo que o Brexit a obrigará num complicado jogo de compromissos.”

    LINK (em espanhol): http://internacional.elpais.com/internacional/2017/06/29/actualidad/1498759929_840040.html

    Editorial do The Guardian (26/06) – “Theresa May está em negação”

    “Em resumo, Theresa May age como se nada tivesse mudado. In short, Mrs May is acting as if nothing has changed. É por isso que os deputados mais à direita do Tory, desesperados por evitar concessões, se reuniram atrás dela nos Comuns na segunda-feira. No entanto, no país, as coisas mudaram e estão mudando. O público tem cansado da austeridade. Está mais preocupado com a Brexit. A Sra. May, no entanto, não mudará a menos que seja obrigada a fazê-lo. Os partidos de oposição e os conservadores pró-europeus devem fazer isso acontecer. Eles têm o poder. É hora de eles usá-lo.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/jun/26/the-guardian-view-on-the-tory-dup-deal-theresa-may-is-in-denial

    Folha de SP (28/06): “Mesmo derrotado na eleição britânica, Jeremy Corbyn vira ídolo da juventude”, por Henrique Goldman

    “Entramos num território inexplorado, mas parece que estamos assistindo a uma revolução. Esta possível insurreição ainda não foi batizada e está apenas vivendo seus motes iniciais. Seus objetivos e consequências ainda não são totalmente claros, os campos de batalha ainda não foram definidos e muitos dos protagonistas ainda não se revelaram como tais. Mas, como uma grande e incessante onda que se forma em mar bravo, ela é irreversível e promete alastrar-se para muito além das fronteiras do Reino Unido. Com a presença de Jeremy Corbyn, de repente Glastonbury em 2017 ficou com muita cara de Woodstock em 1969. Contracultura, pacifismo e resistência anticonsumista agora pairam no ar do tórrido verão londrino. O sonho, que segundo John Lennon teria acabado há quase meio século, parece de repente ter voltado do oblívio para ser sonhado mais uma vez.”

    LINK (em português): http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/06/1896452-mesmo-derrotado-na-eleicao-britanica-jeremy-corbyn-vira-idolo-da-juventude.shtml

    CRISE DA SOCIAL-DEMOCRACIA EUROPEIA

    Editorial do Le Monde (26/06) – “Na França e na Alemanha, a necessidade de renovação da social-democracia”

    “Embora se façam menos urgentes e menos brutais, as questões que enfrentam os social-democratas alemães são, de fato, bastante semelhantes àquelas que possuem os socialistas franceses. Como governar permanentemente sem ser acusado por sua base eleitoral de perder sua alma? Como, por outro lado, se regenerar ideologicamente e sociologicamente se condenar ao conforto de uma postura secundária nas bordas do poder? Na França e na Alemanha, há uma tentação entre alguns hoje de se inspirar nos recentes progressos eleitorais do trabalhista britânico Jeremey Corbyn para encontrar um caminho de salvação para uma social-democracia em crise e atormentada por dúvidas. Resta saber se este exemplo, que pode ser atraente para ganhar o poder, é o mais pertinente para aprender a exercê-lo. Certamente, não.”

    LINK (em francês): http://www.lemonde.fr/idees/article/2017/06/26/en-france-et-en-allemagne-la-social-democratie-en-mal-de-renouveau_5151192_3232.html#4wUtQrJ2dGzimmXZ.99

    El País (26/06): “O PD de Renzi cai nas capitais de província da Itália”

    “Alguns dirão que eleições locais não determinam o voto das gerais. E seguramente serão aqueles que as perdem. Este domingo a Itália pode contemplar como o Partido Democrático (PD) de Matteo Renzi obtinha uma tremenda derrota no segundo turno das eleições municipais. O segundo turno das municipais outorgou uma grande vitória para a coalizão de centro-direita, incluindo Gênova, o grande feudo da esquerda.”

    LINK (em espanhol): http://internacional.elpais.com/internacional/2017/06/26/actualidad/1498466544_696682.html

    CASAMENTO IGUALITÁRIO NA ALEMANHA

    El País (30/06): “Alemanha aprova o casamento igualitário”

    “O plenário do Parlamento Federal alemão aprovou nesta sexta-feira a legalização do casamento entre homossexuais. O projeto foi impulsionado pelos sociais-democrata (SPD) – rompendo o acordo de coalizão com os conservadores da chanceler Angela Merkel –, numa inédita aliança com os Verdes, a Esquerda e o bloco democrata-cristão. A iniciativa, a três meses das eleições gerais, recebeu o aval de 393 deputados. A chanceler (primeira-ministra) Merkel, o líder da bancada democrata-cristã, Wolfgan Kauder, e outros 224 parlamentares conservadores votaram contra o projeto, que concede aos casais do mesmo sexo direitos iguais aos casais heterossexuais, incluindo o direito de adotar filhos. Espera-se que a lei entre em vigor ainda neste ano, fazendo da Alemanha o 24º país do mundo a legalizar o casamento igualitário – que já é uma realidade em nações como o Brasil e os Estados Unidos. Na Europa ainda há vários Estados onde essa opção continua inacessível, como Áustria, Itália e Grécia e algumas nações do Leste Europeu.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/30/internacional/1498807271_931179.html

    ENTREGA DE ARMAS DAS FARCS

    BBC (27/06): “Por que não há euforia na Colômbia com a entrega das armas das FARC?”

    “Pouco imaginavam alguns anos atrás que isso pudesse ocorrer, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) poderiam ter sido parte da geografia da violência na Colômbia por mais de meio século. Mas está ocorrendo. Nesta terça-feira será levada a cabo uma cerimônia que marca o fim da entrega das armas a mais de 9.500 de seus membros (entre combatentes e milicianos) a observadores das Nações Unidas. Há quem celebre isso, evidentemente, mas no país percebe-se mais uma mescla de reticência, desinteresse e desconfiança, que de burburinho, entusiasmo e alívio.”

    LINK (em espanhol): http://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-40396081

    VENEZUELA

    Carta Capital (28/06): “Ataque com helicóptero ao Supremo agrava crise na Venezuela”

    “Granadas foram lançadas contra o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, e tiros foram disparados contra o Ministério do Interior num ataque realizado na terça-feira 27, em Caracas, a partir de um helicóptero sequestrado. Não foram registrados feridos. O presidente Nicolás Maduro classificou o incidente como “terrorista e golpista”. O governo afirmou que vai investigar possíveis vínculos com a CIA – repetindo o discurso chavista de que os americanos estariam por trás de um plano para derrubar o governo.”

    LINK (em português): https://www.cartacapital.com.br/internacional/ataque-com-helicoptero-ao-supremo-agrava-crise-na-venezuela

    The Guardian (30/06): “Procuradora-geral da Venezuela procura proteção em meio a conflito com Maduro”

    “A procuradora-geral da Venezuela solicitou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos a proteção, dias após o Supremo tribunal impedido de sair do país e ordenou congelar suas contas bancárias. As tensões entre Luisa Ortega Díaz e a administração socialista do presidente Nicolas Maduro têm aumentado constantemente desde que contestou uma decisão do Supremo Tribunal no final de março que dissolveu a Assembléia Nacional controlada pela oposição e provocou uma onda mortal de agitação.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/world/2017/jun/30/venezuela-chief-prosecutor-luisa-ortega-diaz-protection-maduro

    ESTADO ISLÂMICO

    Folha de SP: “Receitas do Estado Islâmico caem 80% em relação a 2015”

    “O autoproclamado califado do Estado Islâmico não existe mais, segundo um porta-voz militar iraquiano, e um novo relatório sobre a grande redução das receitas do grupo sugere que ele pode estar certo. (…)O aparente colapso do grupo é confirmado por um estudo divulgado na quinta-feira (29) de manhã, segundo o qual três anos depois de o Estado Islâmico (EI) ter declarado um califado em partes do Iraque e da Síria ele perdeu 80% de suas receitas e aproximadamente dois terços de seu território. O relatório, preparado pelo grupo de informação e análises IHS Markit, sediado em Londres, descobriu que a renda mensal média do EI caiu drasticamente, de US$ 81 milhões no segundo trimestre de 2015 para US$ 16 milhões no mesmo período de 2017 –uma queda de 80%. A receita está em declínio em todas as fontes de renda do grupo terrorista: taxação da populações sob seu controle, confisco de bens, contrabando e produção de petróleo e comércio ilegal de antiguidades. A IHS descobriu que a receita mensal do petróleo caiu 88% e a renda de impostos e confiscos diminuiu 79% em relação às estimativas iniciais, de 2015.”

    LINK (em português): http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/06/1897290-receitas-do-estado-islamico-caem-80-em-relacao-a-2015.shtml

    CHINA E TAIWAN

    The Guardian (30/06): “Por que a venda de 1,4 bilhões de dólares em armas de Trump para Taiwan pode ser contraproducente com a China”

    “O anúncio norte-americano de uma venda de armas de US $ 1,42 bilhão para Taiwan é um tiro de advertência não tão sutil nos arcos do presidente da China, Xi Jinping, que deve encontrar-se com Donald Trump para conversações bilaterais potencialmente tensas na cúpula do G20, na próxima semana, em Hamburgo. Mas o ataque preventivo de Trump poderia causar impactos negativos. A confirmação oficial da venda de armas, em consideração desde janeiro, coincidiu com a oficialização de Xi em um ostentoso desfile militar em Hong Kong na sexta-feira, comemorando a reunificação da China com o que até 1997 Beijing considerava uma “província renegada” semelhante a Taiwan. Em uma série de movimentos paralelos e provocativos, um comitê do Senado controlado pelos republicanos também aprovou provisoriamente as visitas a Taiwan pela US Seventh Fleet, pela primeira vez desde 1979, quando Washington reconheceu a República Popular da China e adotou uma ” Uma política da China “. A decisão, se implementada, poderia, de fato, fornecer uma base naval e instalações para porta-aviões e destruidores dos EUA, mesmo ao largo da costa do continente chinês. Isso é um pouco como o Exército de Libertação do Povo que constrói emplacamentos de armas em Long Island.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/world/2017/jun/30/trumps-142bn-taiwan-arms-sale-backfire-china

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Portal de la Izquierda (27/06): “INFORME – Conferência Mundial dos Povos: por um mundo sem muros rumo à cidadania universal”, por Bernardo Corrêa

    “Mesmo em meio a um grande apoio ao governo de Evo Morales, algumas delegadas e delegados também fizeram algumas críticas e exigências, como a necessidade de aumento da presença indígena e de mulheres nos postos de direção, a necessidade de renovação dos quadros dirigentes e outras demandas. Expressão disto é que Evo não conseguiu vencer o referendo que lhe permitiria uma nova reeleição.”

    LINK (em português): http://portaldelaizquierda.com/2017/06/informe-conferencia-mundial-dos-povos-por-um-mundo-sem-muros-rumo-a-cidadania-universal/

    Esquerda.net (30/06): “O Estado Islâmico, hoje, é um animal encurralado”, entrevista com Gilbert Achcar

    “A ofensiva em curso contra o Qatar tem como objetivos: acabar com o seu apoio à Irmandade Muçulmana e pôr fim ao trabalho de agitação, desempenhado pela emissora Al Jazeera. O que fez com que a situação desse uma reviravolta foi a mudança ocorrida em Washington, afirma Gilbert Achcar, em entrevista feita por Yvan Lemaitre.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/artigo/gilbert-achcar-o-estado-islamico-hoje-e-um-animal-encurralado/49520

    Outras Palavras (27/06): “Arábia Saudita: um homem-bomba no comando”, por Pepe Escobar

    “Mohammad bin Salman torna-se herdeiro do trono. Despreparado e belicoso, apoiador de terroristas e desprezado pela própria CIA, ele pode desestabilizar o reino e incendiar uma das regiões mais conflagradas do mundo.”

    LINK (em português): http://outraspalavras.net/destaques/arabia-saudita-um-homem-bomba-no-comando/

    Rebelión.org (24/06): “Na Colômbia está terminando uma guerra, mas não sabemos quantas mais podem estar se incubando”, entrevista com Renán Vega Cantor

    “O momento político na Colômbia é muito incerto, está terminando uma guerra aparentemente não sabemos quantos mais podem ser incubação, porque estamos testemunhando um desmantelamento da insurgência, mas não impulsionaram qualquer tipo de reforma ou alteração importante na estrutura política e econômica deste país, de modo que a Colômbia continua atolada em terrorismo de estado na prevalência de grupos paramilitares, que são donos e senhores de importantes regiões do país e agora mais ainda, dominando os setores que abandonaram as insurgências das FARC.”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/noticia.php?id=228320&titular=%22en-colombia-se-est%E1-terminando-una-guerra-pero-no-sabemos-cu%E1ntas-m%E1s-se-pueden-estar-

    Aporrea.org (25/06): “O responsável principal da repressão se chama Nicolás Maduro”, entrevista com Marino Alvarado

    “E, portanto, há uma responsabilidade de oficiais superiores, mas acima de tudo há uma clara responsável por esta repressão chama-se Nicolás Maduro. Não é apenas o chefe das Forças Armadas e da Guarda Nacional é um componente das Forças Armadas, mas é o chefe político que está liderando a repressão. Se queremos estabelecer a responsabilidade pelas mortes estabelecidos em manifestações, temos de falar sobre os autores, mas devemos também falar sobre os atores intelectuais que estão Padrino López, Ministro Reverol e, especialmente, o presidente Nicolás Maduro.”

    LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/actualidad/n310529.html

    Esquerda.net (28/06): “Oh Jeremy Corbyn”, por Joana Mortágua

    “Olhemos pelo ângulo que olhemos, o sucesso de Corbyn baseia-se num discurso antielites e de justiça social que atrai os mais jovens porque não lhes atira areia para os olhos: o mercado falhou-lhes.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/opiniao/oh-jeremy-corbyn/49464

    Viento Sur (27/06): “A popularidade das mobilizações em Tataouine pôs o governo em dificuldades”, entrevista com o deputado tunisiano Fathi Chamkhi

    “O sul tunisiano se vê sacudido de forma recorrente estes últimos anos por movimentos sociais. O da região de Tataouine é de longe o mais radical e o mais massivo. Isso se explica por vários fatores. Em primeiro lugar pela persistência da crise econômica há sete anos que é particularmente grave no sul. Esta combina a paralisia do sistema em pé desde a revolução e os efeitos da guerra civil na Líbia, pois a região de Tataouine tem tradicionalmente fortes relações econômicas com esse país fronteriço. Depois está a incapacidade dos sucessivos governos para aliviar na região o peso da crise social, em particular o desemprego e o sub-emprego, dos mais elevados no país. Convém precisar que nas eleições de 2011 e de 2014, a região de Tataounie havia votado massivamente por Ennahda. Mas esse partido islamista decepcionou bastante”.

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip.php?article12740

    NY Times (26/06): “O futuro do socialismo pode ser seu passado”, por Bhaskar Sunkara

    “Podemos chegar a esta estação da Finlândia apenas com o apoio de uma maioria; Essa é uma das razões pelas quais os socialistas são defensores tão enérgicos da democracia e do pluralismo. Mas não podemos ignorar a perda de inocência do socialismo ao longo do século passado. Podemos rejeitar a versão de Lênin e os bolcheviques como demônios loucos e optar por vê-los como pessoas bem intencionadas tentando construir um mundo melhor em uma crise, mas devemos descobrir como evitar suas falhas.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/06/26/opinion/finland-station-communism-socialism.html

  • Observatório Internacional, de 17 a 23 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 17 a 23 de junho de 2017

    Nesta edição do Clipping Internacional da Fundação Lauro Campos, selecionamos notícias e reportagens da semana que trataram, principalmente, da tentativa de Trump aprovar sua agenda de retrocessos sociais. Além disso, buscamos informações sobre as eleições legislativas na França, as negociações do Brexit, a pressão da Arábia Saudita para que o Catar feche a Al-Jazeera, a luta do povo curdo pela sua autonomia e o ensaio de retorno do kirchnerismo na Argentina.

    Na seção de debates relativos à esquerda internacional, destacamos mais uma vez a Venezuela de Maduro, o ascenso de Corbyn no Reino Unido, o problema climático no mundo e os debates que o Die Linke têm feito na Alemanha.

    Uma ótima leitura a todos.

    Charles Rosa – Observatório Internacional

    TRUMP E O RETROCESSO NA SAÚDE

    Projeto de Trump para a saúde desagrada ala de republicanos

    A liderança dos conservadores no Senado apresentou nesta quinta-feira a versão para substituir o projeto de Saúde aprovado pelo governo Obama. A proposta não somente repercutiu mal na opinião pública como uma parte dos senadores republicanos já se posicionou contrária ao texto. Trump precisa de ao menos 50 dos 52 senadores de seu partido para levar adiante o Trumpcare.

    Washington Post (23/06) – “Quais senadores do GOP têm reservas com o projeto de lei sobre a Saúde”

    “Até essa sexta-feira de manhã, nove senadores do GOP indicaram que se opõe ou tem preocupações com a lei. Se três votarem contra isso, a lei fracassaria. Os republicanos do Senado não têm muito espaço para o erro enquanto tentam se precipitar em uma conta de saúde na próxima semana. Supondo que nenhum democrata vote para este projeto de lei (uma suposição segura porque tenta desvendar Obamacare), os líderes do Senado podem perder apenas dois republicanos.”

    LINK (em inglês): https://www.washingtonpost.com/graphics/2017/politics/ahca-senate-whip-count/?utm_term=.84295ad17c59

    Editorial do NY Times (23/06) – “A insustentável Lei de Assistência do Senado”

    “Seria um grande erro chamar a legislação que os republicanos do Senado lançaram na quinta-feira de projeto de lei de saúde. É, simples e obviamente, um plano para reduzir os impostos dos ricos, destruindo programas federais críticos que ajudam a fornecer cuidados de saúde a dezenas de milhões de pessoas.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/06/23/opinion/senate-obamacare-repeal.html?ref=opinion

    The Guardian (23/06) – “Trumpcare é como um vampiro, preparando seus dentes para fincar nos pobres”, por Adam Gaffney

    “Em uma pesquisa de Quinnipiac, no final de maio, um miserável índice de 20% dos eleitores aprovou o projeto de lei, o que não é surpreendente quando se considera que a AHCA (American Health Care Act of 2017 ) era indiscutivelmente mais vampírica do que o nobre da Romênia. Considerando que o último drenaria suas vítimas uma a uma, a AHCA extraia a cobertura de saúde de cerca de 23 milhões para englobar os saldos bancários dos poucos ricos.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/jun/23/trumpcare-vampire-sinking-teeth-poor

    DEMOCRATAS BATIDOS NA GEÓRGIA

    El País (22/06) – “As derrotas agudizam a crise interna dos democratas”

    “O republicano Donald Trump tem a menor aprovação (39%) da história recente de um presidente no início de seu mandato. A Casa Branca está consumida no caos e Washington vive atazanado pela última revelação da trama russa ou o enésimo tuíte polêmico do mandatário. Trump está sendo investigado sobre se obstruiu ou não a justiça. Apesar de tudo isso, os republicanos ganharam as últimas quatro eleições especiais celebradas este ano. As derrotas —as últimas na terç-feira — têm agudizado a crise interna dos democratas desde as presidenciais de novembro.”

    LINK (em espanhol): http://internacional.elpais.com/internacional/2017/06/22/estados_unidos/1498157192_808689.html

    TRUMP E O MURO COM O MÉXICO

    El País (22/06): “Trump quer que muro na fronteira com o México seja um painel solar”

    Estamos pensando em construir o muro como um muro solar que produza energia e se pague sozinho”, disse Donald Trump em um comício em Cedar Rapids (Iowa) nesta quarta-feira. O presidente dos Estados Unidos propôs que o muro que pretende completar na fronteira com o México seja revestido com painéis solares. “Muito criativo, não é? Foi ideia minha”. Trump defende que o “muro solar” será bom para o México porque esse país “terá que pagar muito menos” por ele. Desde a campanha eleitoral, o titular da Casa Branca insiste que fará o vizinho arcar com os gastos de um eventual muro. O México respondeu diversas vezes que em hipótese alguma assumirá essa exigência.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/22/internacional/1498094733_713250.html

    PUTIN E AS ELEIÇÕES DOS EUA

    Washington Post (23/06): “A luta secreta de Obama para punir a Rússia pelo assalto eleitoral de Putin”

    “No início de agosto, um envelope com extraordinárias restrições de manipulação chegou à Casa Branca. Enviado por correio da CIA, carregava instruções “apenas para os olhos” para que seu conteúdo fosse mostrado apenas quatro pessoas: o presidente Barack Obama e três assessores seniores. No interior havia uma bomba de inteligência, um relatório extraído de dentro do governo russo que detalhava o envolvimento direto do presidente russo Vladimir Putin em uma campanha cibernética para interromper e desacreditar a corrida presidencial dos Estados Unidos. Mas foi mais longe. A inteligência capturou as instruções específicas de Putin sobre os ambiciosos objetivos da operação – derrotar ou, pelo menos, danificar a candidata democrata, Hillary Clinton, e ajudar a eleger o oponente, Donald Trump. Nesse ponto, os contornos do assalto russo às eleições dos EUA foram cada vez mais evidentes. Os hackers com vínculos com os serviços de inteligência russos haviam investigado as redes informáticas do Partido Democrata, assim como alguns sistemas republicanos, há mais de um ano. Em julho, o FBI abriu uma investigação de contatos entre funcionários russos e associados da Trump. E em 22 de julho, cerca de 20.000 emails roubados do Comitê Nacional Democrata foram lançados online pelo WikiLeaks.”

    LINK (em inglês): https://www.washingtonpost.com/graphics/2017/world/national-security/obama-putin-election-hacking/

    UE E REINO UNIDO NEGOCIAM BREXIT

    DW (19/06): “UE e Reino Unido iniciam negociações para o Brexit”

    “Por trás dos sorrisos e dos gestos amigáveis de ambos está em jogo não apenas o futuro do Reino Unido, mas também a ordem política europeia do pós-Guerra e a posição da Europa no mundo, que corre o risco de sofrer grandes abalos caso não seja atingido um acordo até o prazo final para as negociações, em março de 2019.”

    LINK (em português): http://www.dw.com/pt-br/ue-e-reino-unido-iniciam-negocia%C3%A7%C3%B5es-para-o-brexit/a-39314382

    Editorial do The Guardian (23/06): “Brexit: errado antes, errado agora, errado no futuro”

    “Os eventos dos últimos 12 meses, e as últimas 48 horas em particular, proporcionaram uma lição vívida na loucura do Brexit. Por um ano, Mrs. May a maior parte de sua liderança dentro do Partido Conservador tentando forjar – a palavra é apropriada – um novo acordo com a UE que será pior do que aquele que temos agora em todos os aspectos significativos: economicamente, socialmente e culturalmente. Em 8 de junho, os eleitores puxaram o tapete debaixo dos pés dela. O resultado é um processo do Brexit que estava errado em primeiro lugar, foi mal manipulado e agora falta credibilidade em casa e na UE. Há uma necessidade irresistível, e talvez um consenso crescente, de que a Grã-Bretanha mude suas prioridades do Brexit. Nós precisamos de uma relação mais próxima e mais engajada com a UE do que aquilo que a Mrs. May perseguiu tão ineficazmente.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/commentisfree/2017/jun/23/the-guardian-view-on-brexit-wrong-then-wrong-now-wrong-in-future

    The Independent (22/06): “Jeremy Corbyn supera Theresa May pela primeira vez na preferência dos eleitores para melhor primeiro-ministro, pesquisa indica”

    “Jeremy Corbyn superou a Theresa May pela primeira vez em uma pesquisa perguntando sobre quem seria o melhor primeiro-ministro. A pesquisa YouGov para The Times descobriu que 35 % dos entrevistados achavam que o líder trabalhista seria o melhor líder do país. A Sra. May ficou um ponto atrás de 34 por cento, enquanto 30 por cento disseram que não tinham certeza.”

    LINK (em inglês): http://www.independent.co.uk/news/uk/politics/corbyn-theresa-may-poll-best-prime-minister-pm-latest-labour-conservatives-a7803911.html

    LEGISLATIVAS NA FRANÇA

    NY TIMES (18/06): “Grande vitória de Partido de Emmanuel Macron e aliados na França”

    “Presidente Emmanuel Macron da França ganhou um selo crucial de aprovação no domingo quando os eleitores deram a ele e a seus aliados uma decisiva maioria nas eleições parlamentares, mas uma baixa recorde lançou uma sombra sua vitória, apontando para os obstáculos que ele enfrentará quando procurar reviver a economia e a confiança do país. Quando os eleitores foram contados, o partido Mr. Macron, La République en Marche, e seus aliados alcançaram 350 assentos de 577 membros na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/06/18/world/europe/france-parliament-elections-emmanuel-macron.html

    El Mundo (18/06): “Partido de Macron alcança a maioria absoluta nas legislativas francesas”

    “A França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon, o carismático líder da esquerda chavista, conseguiu um grupo parlamentar de 27 cadeiras. Ficou muito atrás do Partido Socialista (44 cadeiras), cujos anos de implementação fizeram-se notar inclusive em seu pior momento, mas Mélenchon, eleito em Marselha, decidiu mostrar-se otimista. Considerou que a altíssima abstenção equivalia a uma “greve geral cívica” dos franceses e permitia aventurar uma dura “resistência social” ao “corte de liberdades e direitos laborais” que conformava o programa de Emmanuel Macron. Mélenchon prometeu que seu grupo exerceria a única “oposição real e implacável” no Parlamento”.

    LINK (em espanhol): http://www.elmundo.es/internacional/2017/06/18/5945867a46163f2f2e8b45ce.html

    MACRON E ASSAD

    Reuters (21/06): “Macron diz que França não vê nenhum sucessor legítimo para Assad na Síria”

    “Presidente Emmanuel Macron disse nessa quarta-feira que ele não vê nenhum sucessor legítimo para o presidente sírio Bashar al-Assad e que a França já não mais considera sua saída uma pré-condição para resolver o conflito de seis anos. Ele disse que Assad era um inimigo do povo sírio, mas não da França e que a prioridade de Paris era lutar contra grupos terroristas e assegurar que a Síria não se tornasse um estado falido. Seus comentários estiveram em evidente contraste com o governo anterior da França e fortaleceram a posição de Moscou que não há nenhuma alternativa viável para Assad.”

    LINK (inglês): http://www.reuters.com/article/us-mideast-crisis-syria-france-idUSKBN19C2E7?il=0

    BLOQUEIO AO CATAR

    DW (23/06): “Países árabes exigem que Catar feche a Al Jazeera”

    “A Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que há algumas semanas cortaram relações com o Catar, apresentaram nesta quinta-feira (22/06) uma lista de exigências para pôr fim à crise diplomática. Numa lista de 13 pontos – apresentada ao Catar pelo Kuwait, que está ajudando a mediar a crise – os quatro países árabes exigem o fechamento da emissora de televisão Al Jazeera e de uma base militar da Turquia no Catar, além da redução das relações diplomáticas do pequeno país árabe com o Irã.”

    LINK (em português): http://www.dw.com/pt-br/pa%C3%ADses-%C3%A1rabes-exigem-que-catar-feche-a-al-jazeera/a-39384774

    CURDISTÃO E INDEPENDÊNCIA

    Folha de SP (22/06): “Busca por um Curdistão independente ingressa em nova fase”

    “Para muitos curdos iraquianos, chegou a hora. No começo do mês, Masoud Barzani, presidente do Governo Regional do Curdistão (GRC), no norte do Iraque, anunciou que um referendo de aplicação não compulsória sobre a independência da região será realizado em 25 de setembro. As autoridades regionais dizem que desejam que os habitantes da área administrada pelo GRC, moradores de territórios há muito disputados (e ricos em petróleo) hoje ocupados por combatentes curdos, e até mesmo membros da diáspora curda espalhados pelo planeta votem sobre a criação de um Curdistão independente. Para Barzani e seus aliados, é a culminação de décadas tanto de luta quanto de acomodação política. Para o governo central iraquiano em Bagdá, é uma jogada incômoda que pode solapar ainda mais o país, já frágil. E para os vizinhos do Iraque e os Estados Unidos, o referendo só aumenta as dores de cabeça geopolíticas em uma parte do mundo já repleta de conflitos complicados.”

    LINK (em português): http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/06/1895049-busca-por-um-curdistao-independente-ingressa-em-nova-fase.shtml

    VENEZUELA

    DW (20/06): “Corte venezuelana autoriza processo contra procuradora-geral”

    Luísa Ortega Díaz, que se posicionou contra a Assembleia Constituinte e critica o governo de Maduro, é acusada de cometer falta grave no exercício do cargo. Ação é movida por deputado chavista.”

    LINK: http://www.dw.com/pt-br/corte-venezuelana-autoriza-processo-contra-procuradora-geral/a-39340790

    Carta Capital (23/06): “Luisa Ortega, a procuradora chavista que se rebelou contra Maduro”

    Ortega é lembrada por denunciar os policiais que a Justiça condenou por participação no golpe de Estado contra Chávez em 2002, e também por promover a condenação, a quase 14 anos de prisão, do líder opositor Leopoldo López em 2014, acusado de incitar à violência nos protestos contra Maduro que deixaram 43 mortos. O cientista político Nicmer Evans, chavista crítico de Maduro, considera que o papel de Ortega será essencial para “reinstitucionalizar o país”. “Representa o chavismo digno, democrático, diante das pretensões totalitárias do madurismo”.”

    LINK: https://www.cartacapital.com.br/internacional/luisa-ortega-a-procuradora-chavista-que-se-rebelou-contra-maduro

    ARGENTINA

    Folha de SP (20/06): “Em ato realizado em estádio, Cristina Kirchner anuncia reentrada na política”

    “Em ato realizado nesta quarta-feira (20) em um estádio em Avellaneda, Província de Buenos Aires, a ex-presidente Cristina Kirchner, 64, anunciou sua reentrada oficial na política argentina com uma nova aliança partidária, a Unidade Cidadã. A nova força deixa de fora o Partido Justicialista, legenda oficial do peronismo, e reúne outras agrupações e movimentos também peronistas. Num palco rebaixado no centro do gramado, Cristina discursou por cerca de uma hora. Pediu que não se vaiasse o atual presidente, Mauricio Macri, mas fez duras críticas aos ajustes que seu governo implementa desde a posse, em dezembro de 2015.”

    LINK (em português): http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/06/1894428-em-ato-realizado-em-estadio-cristina-kirchner-anuncia-reentrada-na-politica.shtml

    PERU E POSSÍVEL INDULTO PARA FUJIMORI

    Terra (22/06): “Kuczynski afirma que “é o momento” de avaliar indulto para Fujimori”

    “O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou nesta quinta-feira que “é o momento” de avaliar um possível indulto humanitário para o ex-governante Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade. Em declarações à emissora “Canal N”, Kuczynski disse que “é o momento de ver o tema”, que será analisado “com tranquilidade”. O governante peruano comentou que tomou muito cuidado de dizer que coisas se pode atribuir e que coisas não, em uma entrevista à revista inglesa “The Economist” na qual antecipou hoje essa opção.”

    LINK: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/america-latina/kuczynski-afirma-que-e-o-momento-de-avaliar-indulto-para-fujimori,9b9efbd2010b93e8b3708ee451b21939tx39yzzr.html

    OPINIÃO E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    REINO UNIDO

    Portal de la Izquierda (16/06): “Eleições britânicas: derrota do establishment Tory, Corbyn reivindicado, políticas radicais de volta ao centro das atenções, May deve ser forçada a renunciar”

    Após o choque da Brexit, a Grã-Bretanha sofreu outro terremoto político. Theresa May está fadada ao esquecimento. Uma eleição convocada antecipadamente se transformou em um desastre Tory. O esperado êxito esmagador dos Tory, que deveria inaugurar décadas de governo Conservador, revelou-se um mito. Em vez disso, vimos a maioria do governo aniquilada por um Partido Trabalhista renascido sob a direção de Jeremy Corbyn.”

    LINK (em português): http://portaldelaizquierda.com/2017/06/eleicoes-britanicas-derrota-do-establishment-tory-corbyn-reivindicado-politicas-radicais-de-volta-ao-centro-das-atencoes-may-deve-ser-forcada-a-renunciar/

    SinPermiso (18/06): “A noite eleitoral de Corbyn foi para os convencidos. Adiante agora!”, por Yanis Varoufakis

    Enfrentando um establishment blindado, emperrado na recuperação do controle sobre o Labour Party, Jeremy Corbyn manteve-se em seu terreno em nome de uma decência humana fundamental e, ademais, da Política Progressista de Princípios”.

    LINK (em espanhol): http://www.sinpermiso.info/textos/reino-unido-la-noche-electoral-de-corbyn-fue-para-los-convencidos-adelante-ahora

    VENEZUELA

    BBC (22/06): “Nem governo nem oposição, como o chavismo crítico se perfila como uma alternativa na Venezuela”

    “Entrar nos bairros populares de Caracas confirma o descontentamento de grande parte da população com o governo, mas também certa desconfiança ante a oposição majoritária. ‘Não votaria na oposição. E em Maduro, muito menos’. Essa frase me foi dita por várias pessoas numa recente visita no bairro de 23 de Janeiro em Caraca, tradicional bastião chavista. Repete-se em outras zonas populares, onde a oposição, agrupada na Mesa da Unidade Democrática (MUD) ganha terreno sobretudo pela estafa com o governo causada pela crise econômica. Uma pesquisa realizada em janeiro pelo instituto Datanálisis revelou que 42,9% dos entrevistados se definem como opositores. 17,7% como governista e 37% assegura não ter nenhuma tendência política.”

    LINK (em espanhol): http://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-40283610

    Esquerda.net (22/06): “Maduro ataca Procuradora e muda comandos militares”, por Carlos Santos

    Presidente da Venezuela muda comandos militares, dez dias depois do secretário-geral do Conselho de Defesa da Nação se ter demitido por discordar da convocação da Assembleia Constituinte. Governo e PSUV lançam-se contra Procuradora-Geral por esta defender Constituinte de 99 e Estado de Direito. Maduro, Governo e PSUV agravam conflito político e social.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/artigo/venezuela-maduro-ataca-procuradora-e-muda-comandos-militares/49348

    MÉXICO E ZAPATISTAS

    DN (19/06): “A médica indígena que tem o apoio zapatista para suceder a Peña Nieto”, por Susana Salvador

    María de Jesús Patricio admite não ter como objetivo chegar ao poder, só chamar a atenção para os problemas das comunidades Há quase três décadas que María de Jesús Patricio usa os conhecimentos de ervas medicinais que aprendeu com a avó para garantir cuidados de saúde para as pessoas vulneráveis da sua comunidade em Tuxpan, no estado mexicano de Jalisco. Mas para esta indígena da etnia nauatle (nome da língua que também era falada pelos astecas) não é só a sua comunidade mas todo o México que precisa de uma cura. Aos 57 anos, Marichuy, como é conhecida, foi escolhida pelo Conselho Indígena para ser candidata à sucessão de Enrique Peña Nieto nas presidenciais de 2018, contando com o apoio dos ex-guerrilheiros zapatistas.”

    LINK (em português): http://www.dn.pt/mundo/interior/a-medica-indigena-que-tem-o-apoio-zapatista-para-suceder-a-pena-nieto-8572858.html

    CANADÁ

    Esquerda.net (22/06): “Esquerda ganha terreno em Quebec”

    A um ano das eleições no Quebeque, as sondagens colocam o Quebeque Solidário – liderado por Gabriel Nadeu-Dubois, líder dos movimentos estudantis de 2012 – numa trajetória ascendente com 18% das intenções de voto.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/artigo/esquerda-ganha-terreno-no-quebeque/49356

    ALEMANHA E DIE LINKE

    SinPermiso (16/06): “Die Linke se afasta um pouco mais do SPD”, por Thomas Schnee

    Uma plataforma verdadeiramente social, mas com divisões estratégicas frente a social-democratas e ecologistas: essa é a imagem nublada do programa adotado pelo Die Linke em sua convenção neste final de semana, perto de Hannover.”

    LINK (em espanhol): http://www.sinpermiso.info/textos/alemania-die-linke-en-su-laberinto

    SinPermiso (16/06): “A crise de identidade do Die Linke”, entrevista com Loren Balhorn

    Com as eleições parlamentares em setembro e a Alternativa für Deutschland (AFD), pronta para se converter na primeira força nacional de extrema-direita no país desde a Segunda Guerra Mundial, Selim Nadi conversou com o colaborador da Jacobin em Berlim, Loren Balhorn, sobre o ascenso do populismo de direita alemão, o estado da esquerda alemã, e o que aguarda”.

    LINK (em espanhol): http://www.sinpermiso.info/textos/alemania-die-linke-en-su-laberinto

    MEIO AMBIENTE

    El País: “Um terço da humanidade enfrenta ondas de calor mortal”, por Joana Oliveira

    Um terço da população mundial está exposta a condições climáticas que produzem ondas de calor mortais devido à acumulação de gases do efeito estufa na atmosfera, e isso torna “quase inevitável” a ocorrência de mortes por altas temperaturas em vastas áreas do planeta. E as previsões para o futuro são ainda piores: a cifra chegará a 48% da população até 2100, mesmo que as emissões desses gases sejam reduzidas. Essas são as principais conclusões de um estudo realizado por geógrafos da Universidade do Havaí (EUA) que analisaram mais de 1.900 casos de mortes relacionadas ao calor nas últimas quatro décadas em 36 países.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/20/ciencia/1497948259_516390.html

    Outras Palavras: “Portugal – Causas ocultas do mega-incêndio”, por Jorge Paiva

    Um naturalista português explica: florestas foram substituídas por eucaliptos; e o campo desumanizou-se em favor da monocultura. Como isso tornou a tragédia inevitável?”

    LINK (em português): http://outraspalavras.net/destaques/portugal-as-causas-ocultas-do-mega-incendio/

  • Observatório Internacional, de 10 a 17 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 10 a 17 de junho de 2017

    Nesta edição do Clipping Internacional da Fundação Lauro Campos, ressaltamos a conjuntura política europeia. Na Grã-Bretanha, o terremoto causado pelo surpreendente desempenho de Jeremy Corbyn (ala esquerda do Partido Trabalhista) está longe de ter seus efeitos estabilizados. Na França, Macron venceu com sobras as eleições legislativas, porém a  abstenção recorde coloca em xeque sua capacidade de convencer a sociedade francesa de seu programa neoliberal. Ainda no Velho Continente, observamos o prolongamento da agonia austeritária na Grécia e as enormes mobilizações independentistas na Catalunha.
    Do outro lado do Atlântico, Donald Trump encontra-se sob investigação oficial, o que não o impede de continuar promovendo mudanças em relação ao governo de Obama; a última foi a revogação do acordo histórico com Cuba. No Chile, a Frente Ampla desponta como terceira força nas pesquisas para eleições gerais de novembro. Já na Argentina, Cristina Kirchner tenta emplacar um novo partido peronista.
    Estas notícias e muitas outras podem ser conferidas abaixo.
    Charles Rosa – Observatório Internacional

     

    REINO UNIDO: Desdobramentos do resultado eleitoral
    Com popularidade em queda livre, Theresa May encontra dificuldades em encontrar parceiros para permanecer no governo. As pesquisas subsequentes ao pleito eleitoral demonstram que a legitimidade da primeira-ministra saiu bastante avariada, ao ver sua aposta – de que os conservadores aumentariam sua hegemonia parlamentar sobre os trabalhistas – se transformar justo no oposto. O prestígio de seu principal opositor, o líder do Labour Party Jeremy Corbyn, cresce a cada dia, assim como o apoio a realização de novas eleições ainda em 2017.
    Abaixo, três artigos que abordam a instabilidade da situação política britânica:

     

    Editorial do The Guardian (13/06) – “Sobre o governo conservador: a coalizão do caos”
    Um virulento ataque de um antigo primeiro ministro, renúncias ministeriais e movimentos para suavizar o Brexit, tudo isso ocorrido num outro dia extraordinário em Westminster ­-
    “Essa confusão contínua sugere que ainda é cedo para se ter uma certeza quanto a capacidade de uma ferida e desmoralizada senhora May de se aguentar tanto como líder partidária quanto primeira-ministra. Por enquanto, ela acalmou seu partido; seus parlamentares mostraram sua capacidade familiar para exibições públicas de unidade,  quaisquer que sejam as inimizades existentes abaixo do horizonte político. Ela deve provar em breve se pode comandar uma maioria na Câmara dos Comuns e a lealdade de seu partido. O primeiro desafio vai requerer uma flexibilidade nas políticas quanto ao pagamento do setor público e os cortes ameaçados para as escolas, saúde pública e assistência social, e uma atitude mais generosa em relação à imigração que pode minar o segundo desafio. O mais ardentes brexiters não serão facilmente dobrados. Somente o medo de outra eleição contra Jeremy Corbyn encontra-se entre ela e o colapso.”

     

     

    El País (12/06): “Coluna de Almudena Grandes: Jeremy Corbyn, uma alegria”
    “No panorama político britânico só existe um fator estável, um elemento coerente consigo mesmo, um homem que não vem manobrando, nem perseguindo alianças improváveis, nem mundando de opinião. Bem sei que Jeremy Corbyn não venceu as eleições, mas seu resultado vale quase tanto que uma vitória. Depois de acompanhar o resto da esquerda europeia num descanso contínuo e sustentado, tão prolongado como se estivesse selada a sua extinção, os trabalhistas britânicos não apenas inverteram a tendência. Conseguiram isso, ademais, sem marketing, sem maquiagem, sem eufemismos, com um líder que desafia todos os prejuízos pós-modernos sobre o êxito. Sem fazer analogias, eu celebro esta alegria, e celebro ainda mais a esperança de que seja a primeira de outras muitas”.

     

    The Guardian (16/06) – “Um choque para o sistema: como Corbyn mudou as regras da política britânica”, por Gary Younge
    “Se as antigas regras da política foram destruídas, ainda não sabemos quais as novas regras que prevalecerão. Muito mudou desde a semana passada. As classificações de popularidade de Theresa May caíram para -34, aproximadamente o nível de Corbyn em novembro passado, enquanto que agora tantas pessoas têm uma visão favorável de Corbyn como nunca. Survation, o instituto de pesquisa que mais se aproximou da previsão do resultado da eleição, coloca o Partido trabalhista cinco pontos à frente dos Tories. (…) Este momento pode ter a promessa de se tornar algo mais. Mas neste momento, não é mais do que uma promessa.”

     

     

    FRANÇA: Alta abstenção confere a Macron o domínio absoluto do Legislativo
    O primeiro round eleitoral das eleições legislativas levaram a formação política de Emmanuel Macron (Republicanos em Marcha) a ultrapassar a marca de 400 assentos (de um total 577). O nível recorde de abstenção (apenas 50% dos eleitores aptos saíram de casa para votar), o naufrágio absoluto do Partido Socialista e o declínio da direita tradicional foram outros destaques do pleito realizado no último domingo (11/06), o qual será completado em 18 de junho – o sistema eleitoral francês é distrital e com dois turnos.
    Editorial do Le Monde (12/06) – “Macron e os desafios da hegemonia”

     

    “A République en marche (LRM), que não existia há dezesseis meses, tornou-se a primeira formação política da França, ao menos na Assembleia Nacional. Ele não encontrará quase nenhuma oposição mais tenaz: a direita pesa a metade do que pesava antes, o PS está moribundo, a Frente Nacional e A França Insubmissa recuaram fortemente em comparação com a eleição presidencial. Além disso, muitos dos sobreviventes dessa primeira rodada de fatalidades, socialistas ou Republicanos, já declararam alinhados com o projeto presidencial, e prontos para apoiá-lo, o que não deverá ser mais necessário que o apoio de MoDem de François Bayrou, afogado na massa de deputados macronistas.
    Mas não se deve confundir velocidade com apoio popular. Este impulso dos eleitores do LRM, que levou quase todos os lugares onde que seus candidatos se apresentaram, está ainda muito longe de representar uma larga adesão em amplos setores da opinião. O sucesso sem precedentes deste partido recém-formado coincide com outro recorde histórico: pela primeira vez na história da V República, mais da metade dos eleitores não participaram do escrutínio legislativo. Essa erosão contínua depois da instauração do quinquênio desta vez experimentou um agravamento considerável: 8 pontos percentuais na participação evaporaram desde 2012. Mais uma vez, o partido copia o presidente que foi eleito em maio com 43,5% dos eleitores inscritos. Dessa vez, o avanço consequente dos “marcheurs” repousa sobre um pouco mais de 15% dos inscritos.”

     

     

    El País (12/06) – “A queda dos velhos partidos e dos populistas deixa França sem oposição”
    “Poderia ter ocorrido que, numa época de descontentamento com as elites, o vazio fosse ocupado pelos movimentos alternativos com líderes fortes. Mas a desconfiança com a UE, a mundialização, o capitalismo e o sistema em geral não se traduziu na vez de Mélenchon. Aperar de disputar com o PS o papel de primeiro partido da esquerda, não será o principal grupo oposicionista. Tampouco o ambiente de retrocesso identitário e rechaço aos imigrantes impulsiona Marine Le Pen, líder do FN. Mélenchon obteve 19,6% dos votos no primeiro turno das presidenciais, há menos de dois meses. Nas legislativas, seu partido, somado aos comunistas, fica com 13,7% dos votos. Le Pen passou para o segundo turno das presidenciais e perdeu com 34% dos votos. Domingo, teve que se contentar com 13,2%. Queria ser a Donald Trump e quiçá nem tenha uma bancada parlamentar”.

     

    CATALUNHA: Movimento independentista e referendo
    Dias depois do presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, anunciar um referendo de separação da Espanha para 1 de outubro,  em confronto com o governo Rajoy, dezenas de milhares se manifestaram em Barcelona para apoiar a decisão.

     

    The Guardian (11/06) – “Pep Guardiola se junta a chamado por referendo sobre independência catalã”
    “Pep Guardiola pode ter jogado para multidões maiores, mas nenhuma se compara a que ele se dirigiu neste domingo quando aprsentou o causa para um referendo sobre a independência catalã. Falando nos degraus de Montjuïc ante cerca de 40 000 de seus concidadãos, e flanqueado por um enorme banner com o slogan “Ame a Democracia”, o ex-treinador do Barcelona e atual manager do Manchester City leu um breve manifesto em catalão, espanhol e inglês”.

     

     

    ESPANHA: Votação de moção de censura a governo

     

    O Parlamento espanhol rejeitou a moção de censura a Mariano Rajoy, apresentada pelo Unidos Podemos. A medida, amparada nos diversos escândalos de corrupção circundando o governo conservador,  necessitava de 176 votos para sua aprovação e obteve 82. A abstenção dos 97 parlamentares do PSOE foi determinante para que o governo continuasse de pé, ainda que cambaleante.

     

    Editorial do El País (13/06) – “Moção de Confiança”
    “Com a apresentação da moção de censura que o Parlamento debateu nesta terça-feira, Pablo Iglesias buscava um triplo objetivo: desgastar Mariano Rajoy e seu governo, apresentar-se ante os eleitores de esquerda como a principal força de oposição ao PP e relegar os socialistas a um segundo plano. (…) Iglesias logrou dois objetivos, especialmente o de fortalecer-se ante o eleitorado de esquerda e impor um curto-circuito a um PSOE em má fase que luta para se recuperar. Daí que o resultado do primeiro dia de debates foi que os dois grandes protagonistas que se enfrentaram no hemiciclo, Iglesias e Rajoy, se afiançaram ante seus respectivos seguidores e conseguiram uma vantagem importante”.

     

     

    GRÉCIA: Novo resgate

     

    Depois de meses de impasse, o Eurogrupo resolveu desbloquear um pacote de resgate de 8,5 bilhões de euros para a Grécia cumprir seus compromissos de julho. O parlamento grego havia aprovado em maio uma série de medidas de austeridade para convencer as instituições financeiras a concederem novo aporte de recursos.

     

    DW (16/06) – “Alexis Tsipras e Wolfgang Schauble exaltam novo acordo de austeridade”

     

    “Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que o último acordo de austeridade negociado por seu governo permitiria que a Grécia ficasse em pé de forma financeira em breve. Os credores emprestaram ao país 8,5 bilhões de euros (US $ 9,5 bilhões) na quinta-feira. O novo empréstimo ajudará a Grécia a pagar US $ 7 bilhões devidos aos credores até julho. (…) Aqueles familiarizados com as condições na Grécia ao longo de sete anos de austeridade foram mais críticos. O economista Yanis Varoufakis,  o antípoda freqüente de Schauble, chamou a exigência de um superávit orçamentário de 3,5% do PIB até 2022 e 2% até 2060, não realista – até mesmo cruel.”

     

     

    RÚSSIA

     

    Carta Capital (12/06) – “Rússia prende líder opositor e mais de mil em protestos”

     

    “Milhares de jovens russos adotaram o feriado patriótico do Dia da Rússia para manifestar contra a corrupção no governo e exercer pressão sobre o presidente do país, Vladimir Putin. Esta é a segunda onda de manifestações na Rússia, depois da de 26 de março, organizada por Navalny, que lidera uma campanha anticorrupção na internet. Na época, ele também foi detido e passou 15 dias na prisão. O público alvo da campanha são adolescentes e estudantes que cresceram sem ter visto uma Rússia sem Putin no poder.”

     

     

    ESTADOS UNIDOS: Semana de Trump

     

    Quatro fatos ocuparam o noticiário relacionado a Trump nesta semana. Um ataque a tiros contra congressistas republicanos em Virginia, a primeira admissão pública de que está sob investigação do FBI por conluio com a Rússia nas eleições presidenciais, o depoimento favorável de seu secretário de Justiça Jeff Sessions no Senado e a reversão do acordo com Cuba assinado por Obama.

     

    NY Times (15/06) – “Retórica e balas”, por Charles M. Blow

     

    “Como o Washington Post reportou, o tiroteio de quarta-feira foi o 154° ataque massivo neste ano nos EUA. Ou seja, 154 ataques massivos em apenas 165 dias. A violência, particularmente a violência armada, é o fato americano, a vergonha americana. Este país tem uma cultura violenta, está cheio de armas e nossos legisladores federais – principalmente republicanos, deve-se dizer, porque não há equivalência real – tem menosprezado até mesmo moderadamente regulamentar o acesso às armas.”

     

     

    Folha de SP (13/06) – “Equipe de Trump mostra-se inábil para afastar suspeita de conluio”, por Marcos Augusto Gonçalves

     

    “Trump e seus assessores parecem empenhados em transformar as investigações sobre a interferência russa no processo eleitoral numa areia movediça da qual a administração republicana não consegue se afastar. Com boa vontade, os defensores atribuem os erros à inexperiência ou à “ingenuidade” do mandatário neófito sobre o funcionamento do jogo político-governamental. Para os opositores, o imbróglio é uma evidência do despreparo e da incapacidade de Trump para exercer a Presidência. O fato é que a Casa Branca demorou a tomar decisões e deixou o processo se transformar numa bola de neve política. Trump hesitou em afastar Jeff Sessions do Departamento de Justiça quando se soube que ele não mencionara ao Senado dois contatos com o embaixador russo nos EUA.”

     

    G1 (16/06) – “Trump reconhece que está sendo investigado por demitir Comey do FBI”

     

    “O presidente americano, Donald Trump, reconheceu, nesta sexta-feira (16), que está sendo investigado pela demissão do ex-diretor do FBI, James Comey. Em uma mensagem publicada em seu Twitter, ele criticou o processo, que chamou de caça às bruxas.”

     

     

    El País (16/06) – “Trump recua na aproximação com Cuba”

     

    “De volta à retórica do chicote, presidente dos EUA vai limitar as viagens à ilha, proibirá relações comerciais e estabelecerá metas para forçar avanços nos direitos civis”.

     

     

    AMÉRICA LATINA

     

    El País (15/06) – “América Latina é a região do mundo com maior proporção de riquezas em paraísos fiscais”

     

    “As grandes fortunas latino-americanas são um filão para os paraísos fiscais. Nada menos que 27% da riqueza privada total da América Latina está depositada em países que oferecem condições fiscais favoráveis para os mais ricos, o que a converte na região do mundo com maior proporção de capitais privados nessas nações, à frente do Oriente Médio e África (23%) e da Europa Oriental (20%). E a anos-luz da Europa Ocidental (7%), Ásia-Pacífico (6%) e Estados Unidos e Canadá (1%), segundo um estudo apresentado quarta-feira pelo Boston Consulting Group, uma das maiores empresas de consultoria estratégica do mundo.”

     

     

    ARGENTINA

     

    El Mundo (14/06): “Cristina Kirchner retorna à arena política e divide peronistas”

     

    “Cristina Fernández de Kirchner está de volta à arena política. E como não podia ser diferente, seu regresso, oficializado nesta quarta-feira com a criação de um novo movimento eleitoral, gerou a enésima tormenta política na Argentina. Unidad Ciudadana, a frente impulsionada pela ex-mandatária, participará nos próximos comícios legislativos, (cujo primeiro “round” serão as primárias abertas e obrigatórias em agosto) mas momentaneamente o fará por fora do marco legal do Partido Justicialista (PJ), uma forma que se concretizada supõe uma nova cisão no peronismo para regozijo do presidente conservador Mauricio Macri.”

     

     

    TURQUIA

     

    El País (15/06) – “A oposição turca inicia uma longa marcha a pé para exigir justiça”

     

    “O chefe da oposição turca, o social-democrata Kemal Kilicdaroglu, 68, começou quinta-feira um longa marcha a pé (431 quilômetros) da capital, Ankara e Istambul para exigir justiça e exigir a libertação de muitos políticos e jornalistas presos. Atualmente 167 trabalhadores dos meios de comunicação estão atrás das grades na Turquia, bem como mais de uma dúzia de deputados, incluindo Selahattin Demirtas e Figen Yüksekdağ, líderes da terceira formação no parlamento, o Partido da Democracia dos Povos (HDP, pró-curdo).”

     

     

    NOTÍCIAS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

     

    Portal de La Izquierda (15/06) – “Eleições britânicas: derrota do establishment Tory, Corbyn reivindicado, políticas radicais de volta ao centro das atenções, May deve ser forçada a renunciar”

     

    Análise eleitoral do grupo socialista britânico Socialist Appeal.

     

     

    NY TIMES (13/06) – “Bernie Sanders: Como os democratas podem parar de perder eleições”

     

    “As eleições britânicas devem ser uma lição para o Partido Democrata. Nós já temos a menor participação de eleitores de qualquer país importante no planeta. Os democratas não ganharão se a eleição de 2018 se assemelhar a 36,7 por cento dos eleitores elegíveis que votaram em 2014. Os democratas devem desenvolver uma agenda que diz respeito à dor de dezenas de milhões de famílias que estão trabalhando mais horas para salários mais baixos E aos jovens que, a menos que voltemos a economia, terão um nível de vida mais baixo do que seus pais.”

     

     

    La Haine (16/06) – “Chile: radiografia do cenário eleitoral”

     

    Meses que antecedem as eleições gerais em novembro têm demonstrado um crescimento da Frente Ampla nas pesquisas.

     

     

    El Ciudadano (15/06) – “Paraguai: Camponeses marcham em Assunção 5 anos depois do massacre de Curuguaty”

     

    Um dos países com maior concentração de terra no mundo, o Paraguai teve nesta semana uma marcha pela reforma agrária. No Congresso, Fernando Lugo foi eleito presidente do Legislativo, com o apoio de vários deputados colorados.

     

     

    Esquerda.net (13/06) – “Grécia: a violência imbecil dos credores, por Michel Husson”

     

    “A Grécia já não é uma democracia: são os credores que elaboram as leis”, afirma o economista francês Michel Husson que, neste artigo, analisa as contradições das exigências feitas à Grécia por parte da Comissão Europeia, FMI e principais credores.

     

     

    Sin Permiso (11/06) – “Referendo na Catalunha? Simplesmente democracia”, por Daniel Raventós e Miguel Salas

     

    “A convocatória de um referendo é uma reivindicação que, como repetidamente mostram distintas pesquisas, conta com o apoio de 80% da população catalã. A exigência de exercer o direito de autodeterminação representa o fracasso das políticas centralistas dos governos espanhóis, tanto do PP como do PSOE, incapazes de oferecer soluções políticas.”

     

     

    VientoSur (15/06) – “Esboço. A esquerda, o caos do irreconciliável”, por Hubert Huertas

     

    “Que desastre! A esquerda alcançou seu nível mais baixo em votos desde 1958. É ainda pior em cadeiras. O Partido Socialista afundou, França Insubmissa está debilitada e Europa Ecologia e o PC marginalizados.”

     

     

    El País (13/06) – “Feministas iemenitas na primeira linha”

     

    “Ainda que o termo feminismo ainda não tenha sido adicionado no dicionário das iemenitas, os levantes de 2011 propiciaram a criação de uma cultura política de resistência entre as mulheres”.

     

    EuroNews (16/06) – “Nicmer Evans: Um chavista contra Maduro”

     

    “O presidente Maduro está contra a Constituição de 1999, de Hugo Chavez e que teve o consenso absoluto dos venezuelanos. A única maneira de o presidente Maduro, sem legitimidade, conquistar e manter o poder no país é através de uma Assembleia Nacional Constituinte e com uns métodos eleitorais que permitam que 25 por cento da população se transforme em 75 por cento, ou 80, ou 100 por cento, e consiga assim o controlo da Assembleia Constitucional”, afirma Evans.

     

     

    IHU-Unisinos (16/06) – “A esquerda atual. Entrevista com o pensador belga Bruno Bosteels”

     

    “O que a esquerda, muitas vezes, fez frente à derrota, por se tratar de uma experiência traumática, implica certo bloqueio, certo desvio, certa estratégia de evitar. Não se trata de julgar negativamente essas respostas; cada pessoa lida com esse passado da forma como pode. Também é preciso compreender que uma forma de lidar com a autorreflexão sobre a crise e a derrota da esquerda, em suas modalidades dos anos 1960 e 1970, da revolução, da tomada de poder, da luta armada, da luta autônoma, ou até da questão da guerrilha, foi pensar que nos equivocamos”.
  • Observatório Internacional, de 02 a 09 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 02 a 09 de junho de 2017

    O acontecimento desta semana foi a realização das eleições britânica. Theresa May sai das urnas diminuída politicamente ao frustrar seu objetivo inicial de ampliar sua maioria parlamentar para ter força nas negociações do Brexit. Por outro, a esquerda mundial tem motivos de sobra para se entusiasmar com o desempenho do Partido Trabalhista. Liderados por Jeremy Corbyn da ala esquerda do partido, os trabalhistas cresceram de maneira avassaladora desde 2015 e se firmam num momento de instabilidade política intermitente no Reino Unido.

    Outros fatos relevantes envolvem Trump e seus percalços internos e externos. A investigação sobre a possível interferência russa nas eleições prossegue e o ex-diretor do FBI, James Comey, sustenta sua denúncia de obstrução da justiça por parte do presidente. Na geopolítica, a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris abre espaço para que outras potências globais busque ocupar o vácuo de liderança deixado pelo isolacionismo de Trump.

    No Oriente Médio, a crise entre os países do Golfo Pérsico e o atentado em Teerã acrescentou tensão nas rivalidades regionais entre Arábia Saudita e Irã, não sem a participação da Casa Branca.

    A repercussão destas notícias na imprensa internacional e os diferentes debates efetuados nos meios vinculados à esquerda podem ser lidos nesta edição do Clipping Internacional da Fundação Lauro Campos.

    Charles Rosa – Observatório Internacional

     

    ELEIÇÕES NO REINO UNIDO

    Em disputa acirrada, planos de May se frustram e a maioria torie não é alcançada; trabalhistas renascem com Corbyn

    Numa das eleições mais surpreendentes da história recente britânica, os conservadores ficaram à frente mas muito longe de seu objetivo inicial: ampliar sua maioria parlamentar para ter mais autoridade nas negociações do Brexit. Ao contrário, a formação liderada por Theresa May sai das urnas com 13 assentos a menos em relação às eleições de 2015 (330-317), perdendo a condição de governar majoritariamente sozinha, embora tenha aumentado sua votação nacional em 6% (de 36% para 42%).

    O motivo está no brilhante desempenho do Labour Party, que retirou uma diferença percentual de 20% nas pesquisas em menos de 60 dias. Jeremy Corbyn superou as expectativas, tanto da imprensa tradicional quanto da direita blairista no interior do seu partido, e atingiu uma votação arrasadora entre os jovens trabalhadores dos grandes centros urbanos. Em menos de 2 anos, sua plataforma à esquerda (taxação maior para os ricos, fim das privatizações, defesa do sistema de saúde pública, gratuidade no ensino superior) fizeram os trabalhistas ganharem nada menos do que 3 milhões de votos (de 10 para 13 milhões de votantes, de 30% para 40% de votação nacional), o que significa 32 assentos a mais (de 230 para 262) no Palácio de Westminster.

    Outro destaque destas eleições foi o encolhimento do Partido Nacional Escocês (SNP), terceira maior bancada diminuída em 19 assentos, em benefício dos conservadores e trabalhistas locais. Tal resultado tende a arrefecer o ímpeto independentista escocês. Por fim, confirmou-se o completo fracasso da direita ultranacionalista (UKIP) que sequer conseguiu uma vaga no Parlamento.

    As hipóteses de formação de governo estão em aberto. Os tories provavelmente terão que compor um governo com forças anti-Brexit, o que poderá acarretar num impasse permanente e quiçá em novas eleições em breve. May sai bastante enfraquecida do pleito e outras lideranças tories emergiram, cenário que facilita a renúncia da primeira-ministra, conforme pediu Corbyn em seu primeiro pronunciamento pós-eleitoral. Se May abandona seu posto, a chance de formar um governo de ampla coalizão (Trabalhistas, SNP, Liberal-Democratas, Sinn Féin, Verdes) cai nas mãos de Corbyn, sem dúvida o maior vencedor das urnas.

    The Guardian (09/06) – “Corbyn causou uma sensação – ele seria um bom primeiro-ministro” – por Owen Jones

    “Não deixemos que alguns se saiam com “ah, essa eleição apenas mostra que um líder trabalhista melhor teria vencido!”. Tolice risível. Nós realmente pensamos que os concorrentes anteriores a Corbyn para a liderança – e isso não é nada pessoal – teria inspirado milhões de pessoas, de outra forma politicamente desengajadas para sair de casas e votar, levanto o Labour Party a sua maior porcentagem desde o famoso arraso de Blair? Se o mesmo centrismo velho, rançoso e tecnocrático tivesse se oferecido, o Labour teria enfrentado uma surra absoluta, tal como aconteceu com seus partidos-irmãos na Europa.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ commentisfree/2017/jun/09/ jeremy-corbyn-prime-minister- labour

    NY TIMES (09/06) – “Conservadores perdem a maioria”

    “Claramente, os britânicos confundiram as expectativas e os mercados de apostas mais uma vez. A incerteza poderia complicar a saída da Grã-Bretanha da União Européia, conhecida como Brexit. As negociações sobre a retirada estão programadas para começar em apenas 11 dias. Os líderes europeus querem um governo britânico estável e crível capaz de negociar, mas a súplica da Sra. May aos eleitores por um forte mandato para o Brexit fracassou.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/ 06/08/world/europe/theresa- may-britain-election- conservatives-parliament.html

    El País (09/06) – “A derrota de Theresa May” – Editorial

    “A insuficiente vitóra dos conservadores não resolve questões importantes e deixa pontos de interrogação abertos tanto para a estabilidade política do Reino Unido como para o trânsito adequado da negociação do Brexit. O desconcerto da libtra nos mercados internacionais no momento em que, iniciada a madrugada, a tendência da apuração confirmou que a vitória conservadora era insuficiente e não poderá governar em solitário, é só um primeiro aviso da grande desconfiança existente em torno da capacidade de May em pilotar a nave durante os próximos cinco anos. E o fato que algumas vozes dentro de seu partido nem sequer esperaram a consumação dos resultados para a Câmara dos Comuns para pedir sua demissão antecipa um período de instabilidade”.

    LINK (em espanhol) – http://elpais.com/elpais/2017/ 06/09/opinion/1496990953_ 710514.html

    RUPTURA DOS EUA COM O ACORDO DE PARIS SOBRE O CLIMA

    Decisão de Trump enfraquece liderança global dos EUA e abre vácuo a ser ocupado

    O rompimento dos EUA com o Acordo de Trump despertou fortes críticas em todo o planeta, desde a comunidade científica até os chefes de Estado das principais potências do mundo. Grandes cidades norte-americanas, como New York, Washington e Los Angeles, decidiram permanecer no Acordo, a despeito de Trump.

    Le Monde (02/06) – “Sobre as mudanças climáticas, uma América abstencionista” – Editorial

    “Em uma iniciativa sem precedentes, o presidente Macron fez uma declaração pública – em francês e depois em inglês – para dizer que não há “plano B”, que não renegocia o acordo e que os 194 países devem respeitar os termos minuciosamente alcançados no contrato assinado. Poucos momentos depois, alemães e italianos se juntaram aos franceses em uma declaração conjunta confirmando essa posição, ressaltando uma resposta européia à decisão da América e anunciando uma mudança de guarda na liderança mundial”

    LINK (em inglês): http://www.lemonde.fr/climat/ article/2017/06/02/le-monde- editorial-on-climate-change- an-abdicationist-america_ 5138084_1652612.html

    INVESTIGAÇÕES CONTRA TRUMP

    Ex-diretor do FBI vai ao Senado e confirma tentativa de constrangimento de Trump

    Numa audiência convocada pelo Senado nesta quinta-feira (08/06), o ex-diretor do FBI James Comey detalhou a conversa na qual Trump lhe pediu que parasse de investigar as relações de sua campanha eleitoral com o serviço secreto russo. O depoimento alimenta a crise do presidente estadunidense, alvo de investigação por tentativa de obstrução da Justiça.

    NY TIMES (09/06) “James Comey move o pêndulo” – Roger Cohen

    “Qual era a motivação de Trump? É difícil ver alguém inocente ali. Suas ações parecem como uma tentativa corrupta de obstrução da justição – tal como é uma investição independente do FBI. Dado o controle republicano no Congresso, é muito improvável que haverá qualquer movimento para o impeachment até que o investigador-especial Robert Mueller complete seu inquérito. Mas se Mueller sugere que o presidente poderia ser indiciado, os procedimentos para o impeachment serão difíceis de ser barrados – e então, como afirmou Burbank, “o que nós coloquialmente chamamos de “obstrução da justiça” deverá ser encarado cmo um alto crime ou um delito, mesmo que não viole alguma lei criminal federal”. Comey moveu o pêndulo. Trump está vulnerável”.

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/ 06/09/opinion/james-comey- senate-testimony-donald-trump. html?ref=opinion

    ISOLAMENTO DO CATAR

    BBC BRASIL (05/06)- “Os argumentos dos 6 países árabes para romper com o Catar, acusado de apoiar extremistas”

    “De maneira mais ampla, há dois fatores-chave que influenciam a decisão desta segunda-feira: a relação do Catar com grupos islâmicos e o papel do Irã, o adversário regional da Arábia Saudita. Ao mesmo tempo em que o Catar participa da coalizão de países – liderada pelos EUA – contra o EI, o país é acusado por líderes xiitas no Iraque de que dar apoio financeiro ao grupo extremista – o que é negado pelo governo catariano. Acredita-se que indivíduos ricos do emirado fizeram doações e que o próprio governo tenha apoiado – financeiramente e com armas – grupos islâmicos radicais na Síria.
    O Catar também é acusado de manter relações com o grupo sírio conhecido como Frente Al-Nusra, próximo à Al-Qaeda. O governo saudita também acusou o Catar de apoiar a Irmandade Muçulmana, que atua em vários países, principalmente no Egito.”

    LINK (em português): http://www.bbc.com/portuguese/ internacional-40159150

    FOLHA DE SÃO PAULO (05/06) – “Arábia Saudita quer isolar Catar devido a tensões com o Irã”

    “Já houve desacordos entre os seis membros do GCC no passado, e as tensões com o Qatar remontam à metade dos anos 90, quando a rede de TV Al Jazeera foi criada em Doha, e passou a fornecer uma plataforma para que dissidentes árabes criticassem os governos autocráticos da região, exceto o do Qatar.
    O país do golfo Pérsico também desempenhou papel chave no apoio aos movimentos contra governos estabelecidos, na Primavera Árabe, contrariando os interesses da Arábia Saudita e dos EAU ao bancar o governo da Irmandade Muçulmana no Egito. O Qatar também concedeu asilo a membros da liderança exilada do Hamas, e mantém um relacionamento com o Irã. Em 2014, Arábia Saudita, EAU e Bahrein retiraram temporariamente seus embaixadores do Qatar. A disputa tinha por motivo o Egito, depois do golpe liderado pelo exército que derrubou o presidente Mohamed Mursi, líder da Irmandade Muçulmana. Desta vez, a Arábia Saudita citou o apoio do Qatar a “grupos terroristas que buscam desestabilizar a região”, entre os quais a Irmandade Muçulmana, o Estado Islâmico e a Al Qaeda. Os sauditas acusaram o Qatar de apoiar “grupos terroristas ligados ao Irã” que operam na província leste do reino e também no Bahrein.”

    LINK (em português) http://www1.folha.uol.com.br/ mundo/2017/06/1890311-arabia- saudita-quer-isolar-o-qatar- devido-a-tensoes-com-o-ira. shtml

    ATENTADO NO IRÃ

    Atentado duplo deixa 12 mortos no centro de Teerã

    O primeiro atentado em solo iraniano desde a revolução de 1979 foi reivindicado pelo Estado Islâmico. A ação terrorista atingiu a Assembleia Islâmica do Irã e o mausoléu do Aiatolá Khomeini, vitimando fatalmente 12 pessoas. O presidente estadunidense Donald Trump declarou que “quem financia o terrorismo está sujeito a ataques”, no que foi prontamente rebatido pelas autoridades iranianas.

    El País (07/06) – “Objetivo: Irã” – Editorial

    “A ação terrorista chega em um momento de tensão inédita, quando vários países árabes, instigados pela Arábia Saudita e com o apoio explícito de Trump, aprovaram medidas extremas contra o Catar. Não se trata de uma simples crise diplomática: além das graves acusações, está se produzindo uma expulsão de cidadãos catarenses desses países. E tudo isso, dias depois de que Trump realizasse sua primeira visita à região, o que se mostrou ter profundos efeitos desestabilizadores”.

    LINK (em espanhol): http://elpais.com/elpais/2017/ 06/07/opinion/1496856205_ 498460.html

    EXPULSÃO DA ODEBRECHT DO EQUADOR

    Parlamento aprova expulsão de construtora brasileira do país

    G1 (07/06) – “Equador aprova pedido de expulsão da Odebrecht do país”

    “EUA dizem que construtora brasileira pagou US$ 788 milhões em propinas em 12 países, entre eles o Equador. O relatório mostrou que no país, entre os anos de 2007 e 2016, a Odebrecht pagou propinas no valor de mais de US$ 35,5 milhões.
    Assembleia Nacional (Parlamento) do Equador aprovou nesta terça-feira (6) um conjunto de ações imediatas para prevenir e combater a corrupção, entre as que se incluem a chamada “morte civil”, um julgamento politico ao controlador, Carlos Pólit, e o pedido de expulsão da construtora Odebrecht.
    Com 106 votos a favor, de um total de 128 legisladores presentes na sessão plenária, a Assembleia aprovou uma moção apresentada pelo grupo governista Aliança País para executar ações imediatas contra a corrupção, em meio a um intenso debate com a oposição sobre as consequências do caso de subornos no país por parte da Odebrecht.”

    LINK (em português): http://g1.globo.com/mundo/ noticia/equador-aprova-pedido- de-expulsao-da-odebrecht-do- pais.ghtml

    VENEZUELA

    El País (02/06) – “Maduro desafia críticas do chavismo e segue em frente com Constituinte”

    “O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está disposto a avançar de qualquer forma com seu projeto de redigir uma nova Constituição, apesar da resistência que a convocação desencadeou entre ex-ministros e funcionários públicos que se alinham ao processo bolivariano. A última oferta, anunciada na noite de quinta-feira em um Conselho de Ministros televisionado, é a de submeter a votação a proposta da Carta Magna que for apresentada pela Assembleia Nacional Constituinte. “Que seja o povo quem diga se está ou não de acordo. E serão os mesmos de sempre que pedirão para votar não. Nós os derrotaremos”, garantiu. O chefe de Estado venezuelano parece estar tentando reunificar seus antigos aliados em um momento muito crítico para o regime chavista, pressionado pelos protestos diários da oposição, pelo intenso cerco diplomático da comunidade internacional para que governe sem desconsiderar o Estado de direito e pela impossibilidade de conseguir financiamento externo para seu agonizante modelo econômico.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/06/02/ internacional/1496375361_ 668573.html

    The Guardian (08/06) – “Procuradora-geral pede que venezuelanos rejeitem a constituição de Maduro”

    A procuradora-chefe da Venezuela chamou a população do país a rejeitar o empenho do presidente Nicolás Maduro para reescrever a constituição da nação e instou a Suprema Corte a anular o processo imediatamente, aprofundando sua divisão com o governo. Agarrando uma cópia do livro de constituição azul em suas mãos nos degraus da Suprema Corte, Luisa Ortega Díaz disse que estava agindo para defender tanto a constituição da nação emboscada quanto sua própria democracia. “O que está acontecendo aqui é o país”, disse ela. “A integridade dos venezuelanos”.
    Os comentários de Ortega Díaz foram o seu maior repúdio ainda pelo esforço de Maduro para convocar uma assembléia nacional que reescreva a constituição da nação, um ato que ela disse que anularia as conquistas do falecido presidente Hugo Chávez, que supervisionou a adoção da constituição atual. “Eu acho que com esta [assembléia] estamos destruindo o legado do presidente Chávez”, disse Ortega. Uma governista de longa data, Ortega Díaz primeiro rompeu publicamente com a administração Maduro no final de março, quando ela criticou um congresso de nulidade do tribunal supremo.”

    LINK (em inglês) – https://www.theguardian.com/ world/2017/jun/08/venezuela- chief-prosecutor-reject- maduro-constitution

    ARGENTINA

    El País (08/06) – “Merkel afaga Argentina em giro na América Latina que exclui Brasil”

    “Merkel, a principal dirigente da União Europeia, deixou claro suas diferenças com Trump e a decisão do norte-americano de se isolar e sair, por exemplo, do acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. A chanceler, anfitriã do próximo G-20 em Hamburgo, em julho, apoiada por aliados europeus como o francês Emmanuel Macron, disputa a liderança global com o presidente dos EUA. Isso explica esta viagem à Argentina e ao México para preparar uma reunião que será tensa pelos confrontos com Trump. Merkel quer somar os países à sua tentativa de isolar Trump. O Brasil não está de todo fora da equação. “Caso Temer sobreviva a essa semana ao julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, ele deve encontrar Merkel na reunião do G20″, aposta o professor Stuenkel. Macri por enquanto parece jogar de vários lados e evita entrar em confrontos abertos com Trump, porque precisa dos EUA como sócio já que boa parte dos investimentos estrangeiros que espera para recuperar a maltratada economia argentina virá daquele país. Mas sua linha política é muito mais próxima à de Merkel, que também promete investimentos de grandes empresas como a multinacional Siemens. E foi o que mostrou durante a conferência de imprensa conjunta. “O desafio é a revolução tecnológica, não a globalização. É mais fácil resolver através da integração”, insistiu.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/06/08/ internacional/1496920021_ 735838.html

    ARTIGOS E DEBATES NA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Jacobin Magazine (08/06) – “Por que Corbyn venceu”, por Baskhar Sunkara

    “Mesmo com uma maioria Conservadora diminuída, as coisas não serão encorajadoras amanhã. Momentaneamente humilhados, os Tories ainda governam. Seus aliados de negócios e as elites midiáticas se reagruparão. Eles apresentarão novos planos para atacar a classe trabalhadora e o bem público. Mas o partido de Corbyn está melhor posicionado que qualquer regime trabalhista recente para ser uma oposição crível enraizada numa visão de esquerda não-apologética – para oferecer esperanças e sonhos para as pessoas, não apenas medo e expectativas rebaixadas. Assim, também Bernie teria vencido”.

    LINK (em inglês): https://www.jacobinmag.com/ 2017/06/jeremy-corbyn- election-results-labour- theresa-may-left

    Aporrea (08/06) – “Minha posição sobre a Venezuela”, por Boaventura Sousa Santos

    “Os intelectuais têm um pecado original: traem as causas com muita facilidade. Há duas maneiras de trair: criticar demasiado cedo quando os processos transformadores estão em sua primeira fase ascendente; não criticar quando os sinais são evidentes que os processos transformadores não vão bem. As coisas não vão bem na Venezuela devido a uma intervenção grosseira do imperialismo norte-americano e a muitos erros cometidos pelos líderes políticos em tempos recentes. Ao assinar o documento pedindo o fim da violência nas ruas , busco manifestar meu apoio ao processo bolivariano. Quero que na Revolução Bolivariana fiquem ideias e pessoas como Edgardo Lander, um intelectual e um ativista que esteve em todas as lutas da esquerda nos últimos 20 anos (desde que eu o conheço). Não aceito que o considerem reacionário por presidir a mesa da coletiva de imprensa contra a violência nas ruas, uma mesa onde estava um ex-ministro do comandante Chávez.”

    LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/ ideologia/a247363.html

    Esquerda.net (07/06) – “Venezuela, meu amor”, por Joana Mortagua

    “O chavismo passou de projeto do povo a ditadura de caudilho, e não há democrata no mundo que aceite pactuar com isso. A tragédia que todos temos medo de antever só pode ser evitada pela realização de eleições presidenciais. É essa a saída democrática exigida pelo povo venezuelano, é a que exigiríamos se lá estivéssemos, sem esquecer os tantos portugueses entre a população diariamente sujeita às pilhagens e à miséria. Bem sei que há uma esquerda cega que, 25 anos depois da queda do Muro, ainda acha que vale tudo na defesa de regimes pseudocomunistas. É escolha sua se Brejnev ainda lhes aquece os corações. A esquerda de que faço parte nunca foi ambígua sobre a condenação de regimes que oprimem o povo e sufocam a democracia. Isso vale para Angola e para o regime venezuelano, ainda que as calúnias da direita ignorante insistam que lhes temos amor.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/ opiniao/venezuela-meu-amor/ 49123

    Esquerda.net (08/06) – “Clima e Acordo de Paris: Trump empurra nos para a ação”, por João Camargo

    “O discurso de Trump foi absolutamente revelador. Há anos que o mesmo diz que não acredita em alterações climáticas e alimenta ideias estúpidas, como a de que os Estados Unidos produzem “carvão limpo” e que o aquecimento global é uma invenção da China para baixar as exportações americanas. Desta vez não foi assim: Trump não falou nas alterações climáticas quando afirmou a sua decisão de tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas. Não pôs em causa o consenso científico à volta das alterações climáticas nem a relação direta entre a queima de combustíveis fósseis e o aumento inequívoco de temperatura registado nas últimas décadas. O presidente dos EUA foi direto ao ponto: o Acordo de Paris prejudica os interesses das empresas americanas e é desvantajoso em termos de comércio internacional. O negacionismo das alterações climáticas ancora-se em duas rochas: a ignorância das ciências naturais e os interesses da mais violenta e poderosa indústria do mundo, a dos combustíveis fósseis. Trump já não se camufla na sua ignorância: é para o benefício das indústrias do carvão, do petróleo e do gás que os Estados Unidos abandonarão o Acordo de Paris e se posicionam como um novo estado falhado no palco internacional.”

    LINK (em português): http://www.esquerda.net/ opiniao/clima-e-acordo-de- paris-trump-empurra-nos-para- acao/49069

    OutrasPalavras (04/06) – “Para resgatar o espírito rebelde de Seattle”, por Walden Bello

    “É verdade, o neoliberalismo continua a ser o discurso padrão entre vários economistas e tecnocratas. Mas mesmo antes do recente colapso financeiro global ele já havia perdido muito de sua credibilidade e legitimidade. O que fez a diferença? Não tanto a pesquisa ou debate, mas a ação. Foi necessário que acontecessem as ações de massas nas ruas de Seattle, interagindo de modo sinérgico com a resistência de representantes dos países em desenvolvimento no Centro de Convenções do Sheraton, e uma rebelião da polícia, para provocar o espetacular colapso de uma reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio e traduzir aqueles factoides em fatos. E o fracasso intelectual imposto à globalização pela luta de Seattle teve consequências bem concretas. Hoje, a revista Economist, primeiro avatar da globalização neoliberal, admite que a “integração da economia mundial está em retração em quase todos os fronts” e um processo de “desglobalização”, que antes considerava se impensável, está na verdade em desenvolvimento.”

    LINK (em português): http://outraspalavras.net/ destaques/para-resgatar- espirito-rebelde-de-seattle/

    Viento Sur (04/06) – “A violência cretina dos credores”, por Michel Husson

    “Em 18 de maio de 2017, uma maioria pequena do Parlamento grego (deputados do Syriza e Anel: 153 de 300 votos) aprovou um novo pacote de medidas de austeridade para o período 2018-2021. Em realidade, trata-se da transposição de um volumoso documento de 941 páginas elaborado pelos credores e da sintonização com o “acordo” alcançado com a Comissão Europeia em 2 de maio. O rascunho do documento, o Draft Preliminary Agreement mostra o amplo campo que abarca. Grécia já não é mais uma democracia: são os credores quem elaboram as leis”.

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12658

    VientoSur (07/06) – “Mélenchon e a construção do sujeito popular”, por Gonzalo Donaire

    “A pergunta é se esse sujeito popular construído em torno desse tipo de candidatura é útil para dar a batalha em outras arenas. A mais imediata são as eleições legislativas de junho, esse “terceiro turno” com 577 circunscrições onde a etiqueta do candidato presidencial deve se combinar com o enraizamento territorial das candidaturas, programas e alianças. Porém mais importante ainda, uma vez que se passe o ciclo eleitoral, chegarão os cortes anunciados por Macron e seu governo, seguirá o desemprego, as deigualdades, o Estado de Emergência e a violência policial nas periferias. Esse “povo” construído a partir da agregação de individualidades rompidas pelo neoliberalismo graças ao traçado astuto de novas fronteiras entre elites e “gente corrente”, dando-lhe as costas para os setores mais organizados, poderá ser uma ferramenta útil para essas lutas que vêm?”

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12668#sthash. 40hE19A7.dpuf

    Rebelión (08/06) – “Índia: a grande potência do em meio”, por Immanuel Wallerstein

    “Claramente, o problema é que a Índia é um país “de em meio”. É suficientemente forte para ser levada em consideração pelos outros, mas não é o suficiente forte para desempenhar um papel decisivo. Assim, conforme as demais potências embaralham constantemente suas prioridade, Índia parece destinada a ser uma que reage a suas iniciativas, mais que uma que faça os outros reagirem às iniciativas da Índia. Isso mudará na próxima década. Na caótica geopolítica do estado atual do sistema-mundo, tudo é possível. Mas não parece demasiado provável”.

    Link (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227727

  • Observatório Internacional, de 28 de maio a 02 de junho de 2017

    Observatório Internacional, de 28 de maio a 02 de junho de 2017

    Nesta semana, os destaques do noticiário internacional recaíram sobre a rota de colisão entre Donald Trump e Angela Merkel na disputa pela liderança do bloco ocidental de países. O presidente estadunidense prossegue com sua retórica agressiva em relação aos aliados tradicionais dos EUA na Europa e anuncia a retirada da superpotência do Tratado Climático assinado em Paris em 2015. Por outro lado, o recém-eleito Emmanuel Macron movimenta-se para assumir a primeira fila da cúpula europeia e agrada à mídia tradicional incorporando com contundência a agenda neoliberal da UE.

    No Reino Unido, a ressurreição do Partido Trabalhista, sob a liderança de Jeremy Corbyn, torna as eleições gerais de 9 de junho a mais acirrada da história recente britânica. A primeira-ministra Theresa May que planejava uma vitória arrebatadora para se fortalecer frente à mesa de negociação do Brexit corre o risco real de ver os trabalhistas tomarem a dianteira do país.
    Reportagens e editoriais sobre estes assuntos e alguns outros podem ser lido nesta edição do Clipping Internacional

    Uma boa leitura!

    CRISE NA OTAN

    Trump e Merkel se enfrentam em “batalha” de declarações: cresce a fragilidade da OTAN

    Dias após acusar a maioria dos membros de não contribuírem adequadamente com o financiamento da OTAN, o presidente Donald Trump rebateu as críticas da chanceler alemã Angela Merkel durante campanha eleitoral (29/05), afirmando pelo Twitter que a Alemanha aporta “bem menos” do que deveria para a manutenção Aliança trans-atlântica. Além disso, Trump enfatizou que as relações comerciais entre alemães e estadunidenses estão desiquilibradas e devem ser mudadas no futuro em favor de seu país.
    Diferentes analistas internacionais e editoriais concordam que as tensões entre a Europa e os Estados Unidos nunca tiveram tão expostas. Trump ameaça abandonar de vez o Acordo climático de Paris, não sinaliza a menor vontade de oferecer suas tropas para defender a segurança dos outros membros e aspira a remodelar os marcos comerciais com o Velho Continente. Já Merkel, pressionada internamente pelo processo eleitoral, necessita fazer frente ao sócio ianque, para não se ver ultrapassada em liderança por seu análogo recém-eleito na França, Emmanuel Macrôn.
    Abaixo, três editoriais que refletem a preocupação do establishment com o desenrolar da crise na OTAN.

    Editorial do El País (29/05/2017) – “Advertência de Merkel”

    “As palavras de Angela Merkel depois das reuniões da OTAN e do G-7 nas quais afirmava que os tempos em que a Europa podia confiar completamente em seus aliados britânicos e norte-americanos “terminaram” não devem ser consideradas nem como uma expressão simples de frustração com os resultados nulos das reuniões em Bruxelas e Taormina nem como um ataque de birra político destinado a obter algum benefício. São uma séria advertência sobre como está complicada a relação transatlântica, que constituiu a pedra angular do progresso e da segurança na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.”

    LINK (em português) – http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/05/29/opinion/ 1496077311_437764.html

    Editorial do Le Monde (29/05/2017) – “A Europa tem de responder ao chamado de Merkel”

    “Pode-se ver na chanceler uma dramatização deliberada: ela quer se apresentar como um polo de estabilidade, enquanto se afunila o processo eleitoral que poderá lhe conceder um quarto mandato em setembro. Na realidade, a Alemanha se encontra em uma profunda aflição, uma vez que sempre confiou nos Anglos-Saxões para não ficar demasiadamente solitária e poderosa no interior do Velho Continente. Se por um lado, os americanos tratavam de garantir a paz e a segurança, por outro os britânicos se encarregava de defender o livre-comércio frente às tentações protecionistas francesas.”

    LINK (em francês) – http://www.lemonde.fr/idees/ article/2017/05/29/europe- repondre-a-l-appel-de-merkel_ 5135432_3232.html

    Editorial do NY Times (31/05/2017) – “O insulto de Donald Trump à História”

    “Antes que o Sr. Trump assistisse às suas primeiras reuniões da OTAN e ao Grupo dos 7 na semana passada, os líderes europeus esperavam que pudessem persuadi-lo nas questões mais críticas. Isso agora parece um sonho. O Sr. Trump duplicou seus impulsos de campanha mais destrutivos, insultando os demais membros várias vezes por aquilo que ele chamou de níveis insuficientes de gastos militares e recusando reafirmar o compromisso de defesa mútua da OTAN. Ele também rompeu com os aliados sobre outras questões. Ele ofereceu uma linha mais conciliadora sobre a Rússia e recusou, apesar de suas petições, endossar o acordo de Paris sobre mudanças climáticas.”

    LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/ 05/31/opinion/donald-trump- nato.html?ref=opinion&_r=0

    ACORDO CLIMÁTICO

    O Estado de SP (31/05) – “Trump prepara saída de acordo climático; China e Europa reagem”

    “O rompimento com o pacto foi uma de suas promessas de campanha. Ao mesmo tempo, União Europeia e China anunciaram nesta quarta-feira que apoiarão o acordo na cúpula do fim de semana em Bruxelas, seja qual for a decisão do presidente Trump. De acordo com o jornal The New York Times, três fontes do governo disseram que a saída era certa, mas era preciso considerar a disposição do republicano de mudar de ideia na última hora. A decisão, segundo o jornal, enfraquecerá severamente o acordo de 2015, cujo comprometimento americano foi um marco nas negociações.”

    LINK (em português): http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,eua-estariam-prontos-para-deixar-o-acordo-de-paris-segundo-imprensa,70001820361

    CHINA E UE

    New York Times (31/05) – “China vê uma abertura em querela entre EUA e Alemanha”

    ” ‘A mudança de Trump para o papel dominante da América é ter um efeito desestabilizador’, escreveu Henrik Müller, professor da Universidade Técnica de Dortmund, em sua coluna semanal sobre a economia global para Der Spiegel. ‘Uma conseqüência: a política econômica global está classificando de uma maneira nova. As outras duas grandes economias – a E.U. e a China – estão buscando novos parceiros para trabalhar nos problemas internacionais’. O primeiro-ministro da China ressaltou a importância da Alemanha ao parar em sua capital durante dois dias de conversas antes de se dirigir à sede da União Européia em Bruxelas, onde o Sr. Trump fez uma impressão muito fraca na semana passada.”

    LINK (em inglês) – https://www.nytimes.com/2017/ 05/31/world/europe/china-sees- an-opening-in-rift-between- trump-and-germany.html

    PUTIN E MACRON

    Ao lado de Putin, Macron denuncia interferência russa em eleições francesas

    Em encontro realizado em Versalhes (29/05), Emmanuel Macron declarou que a mídia russa (Sputnik e Russia Today), financiada pelo Kremlin, foram órgãos de influência durante a campanha eleitoral na França. O presidente russo, Vladimir Putin, nunca fez questão de esconder sua preferência pela candidata da extrema-direita nacionalista Marine Le Pen.
    Depois de um distanciamento entre as diplomacias dos dois países no governo Hollande, a visita de Putin a França foi marcada pela animosidade de Macron, o qual insistiu que haverá retaliação na Síria caso Assad volte a usar armas químicas, além de mencionar a perseguição aos gays na Chechênia e a situação das ONGs na Rússia. O único ponto harmônico entre as duas chancelarias foi o discurso comum contra o terrorismo e o Estado Islâmico, uma semana após o grupo reivindicar a autoria do atentado de Manchester.

    Editorial do Guardian (30/05) – “Pressionando, mas não empurrando”

    “Foi apenas um começo, mas em seu encontro com um líder russo que tem como marca registrada incomodar o Ocidente, o sr. Macron revelou ser mais estrategista que muitos esperavam. Ele tratou a diplomacia como um barganha difícil, não um caso de romantismo sobre a história do século XVIII- mas ao mesmo tempo ofereceu ao sr. Putin um caminho diferente, caso um dia ele escolha trilhar. Em geral, ele deu um tom de boas-vindas para as negociações europeias com a Rússia, especialmente no contexto de um governo norte-americano pouco confiável com várias questões pendentes acerca de sua ligação com Moscou.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ commentisfree/2017/may/30/the- guardian-view-on-macron-and- putin-pressing-not-pushing- away

    Editorial do Le Monde (30/05) – “Macron e Putin se testam em Versalhes”

    “Na OTAN, tanto com Donald Trump quanto com o turco Recep Tayyp Erdogan, assim como com Vladimir Putin em Versalhes, sr. Macron impôs um tom. O novato na cena internacional chama as coisas pelo seu nome – em seu encontrou, não hesitou em estigmatizar as calúnias que flertam com o antissemitismo veiculadas por alguns órgãos midiáticos do Estado Russo. Mais importante, existe a vontade de aproveitar um “momento europeu”. Entre o Brexit e o isolacionismo mercantilista de Donald Trump, apontado essa semana por Angela Merkel, a UE deve cerrar fileiras e reforçar sua identidade sobre as grandes questões do dia – Ucrânia, Síria, aquecimento global”.

    LINK (em francês): www.lemonde.fr/idees/article/ 2017/05/30/macron-et-poutine- se-testent-a-versailles_ 5135969_3232.html

    ELEIÇÕES NO REINO UNIDO

    Há uma semana da eleição que poderá reforçar o mandato conservador de Theresa May ou consagrar a guinada à esquerda do Partido Trabalhista, conduzido por Jeremy Corbyn, as pesquisas apontam um cenário indefinido. A larga vantagem inicial dos Conservadores – motivo pelo qual May apostou em convocar às pressas novas eleições gerais, às vésperas de um encontro com a UE para uma nova rodada de tratativas acerca do Brexit – simplesmente evaporou, à medida que o Partido Trabalhista encampou a defesa do Ensino público gratuito e centrou fogo na plataforma austeritária apresentada pelos Tories.

    El País (30/05) – “Subida inesperada de trabalhistas na corrida eleitoral preocupa conservadores no Reino Unido”

    “Durante todo o ano passado, os tories mantiveram uma vantagem entre 10 e 20 pontos. Ela chegou a passar do 20 no começo desta campanha, ao absorver o apoio do UKIP, que vive uma crise profunda. As cinco pesquisas divulgadas no último fim de semana registram diferenças entre seis e 14 pontos, bem maiores do que a pesquisa da sexta-feira. A diferença entre elas determinará o sucesso ou o fracasso de Theresa May, que antecipou as eleições para obter uma maioria parlamentar ampla aproveitando que os trabalhistas contam com um líder que muitos consideram inelegível. A primeira-ministra aceitou centrar a campanha de seu partido na sua própria figura como líder. Se fracassar, todos saberão a quem responsabilizar por isso.”

    LINK (em português): http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/05/29/ internacional/1496093135_ 133912.html

    The Guardian (31/05) – ” ‘Ele realmente se importa’: por que os jovens eleitores estão apoiando o Labour de Jeremy Corbyn”

    “Jovens eleitores estão apoiando o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn, por causa de seu compromisso com o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) e por acreditarem que ele genuinamente se importa com as pessoas, de acordo com os eleitores entre 18-34 anos ouvidos pelo Guardian. O financiamento para a educação e aprendizagem, melhorias nos serviços públicos e um sistema de benefícios confiável – especialmente para as pessoas com deficiência e mães solteiras – foram amplamente destacadas como questões que orientam o voto jovem nos Trabalhistas. Sobre o Brexit, os jovens eleitores também dizem que apoiarão Corbyn porque eles acreditam que ele lutará pelo melhor acordo para as pessoas comuns.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ politics/2017/jun/01/why- young-voters-are-backing- jeremy-corbyn-labour

    CRISE VENEZUELANA

    Tribunal autoriza Constituinte de Maduro sem referendo; oposição boicota processo

    Carta Capital (31/05) – “Como será eleita a Assembleia Constituinte de Maduro?”

    “O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está empenhado em levar à frente uma Assembleia Constituinte, que vislumbra como um poder “acima da lei” para resolver a grave crise do país. Seus adversários a qualificaram como uma “fraude” para evitar as eleições e se manter no poder, e prometeram uma intensificação dos protestos iniciados em 1º de abril, que já deixaram 59 mortos. O procedimento eleitoral foi desenhado pelo governo, que assegura que não será uma Constituinte “partidária”, mas que surgirá do “poder primário”: a cidadania. Não haverá referendo para validar a convocação, cujo trâmite está a cargo do Poder Eleitoral.”

    LINK (em português): https://www.cartacapital.com. br/internacional/como-sera- eleita-a-assembleia- constituinte-de-maduro

    Valor Econômico (31/05) – “Reunião de chanceleres da OEA sobre a Venezuela termina sem acordo”

    “Sem apoio dos países do Caribe, os chanceleres de 14 países da OEA (Organização dos Estados Americanos), incluindo o Brasil, não conseguiram aprovar um texto pedindo a suspensão da convocação de uma Assembleia Constituinte na Venezuela e a criação de um grupo de países para facilitar as conversas entre governo e oposição. O que ficou decidido, após uma reunião de cinco horas na sede do organismo em Washington nesta quarta (31), é que os 34 países-membros continuarão negociando, até a Assembleia-Geral da OEA, de 19 a 21 de junho, em Cancún, para tentar chegar a um consenso.”

    LINK (em português): http://www.valor.com.br/ internacional/4988384/reuniao- de-chanceleres-da-oea-sobre- venezuela-termina-sem-acordo

    Goldman Sachs refinancia dívida do governo e recebe críticas em NY

    The Guardian (30/05) – “Goldman Sachs contestada por investir na Venezuela com US $ 2,8 bilhões de compra de títulos”

    “Goldman Sachs confirmou ter comprado US $ 2,8 bilhões em títulos do governo venezuelano devastado pela crise em uma movimento que os líderes da oposição criticaram por significar apoio ao “regime ditatorial” do país. De acordo com o Wall Street Journal, a Goldman pagou apenas US $ 865 milhões por títulos com valor de US $ 2,8 bilhões emitidos pela petrolífera estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) – pagando cerca de 31 centavos no dólar para os títulos.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/may/30/goldman- sachs-venezuela-bonds

    JBS NA ARGENTINA

    Reuters (30/05) – Confederação de ruralista argentina pedirá ao Congresso que investigue atuação da JBS no país

    “O chefe de um grupo de ruralistas argentinos disse na terça-feira (30/05) que pedirá ao Congresso que investigue cinco aquisições feitas pela brasileira JBS. Sua desconfiança é que a empresa tenha inflado os preços de compra para ocultar subornos, embora ele tenha dito que não tinha provas. Dardo Chiesa, diretor da Confederação Rural da Argentina (CRA), disse que a empresa, cujos fundadores estão atolados em um escândalo de corrupção que ameaça derrubar o presidente do Brasil, comprou empresas argentinas ao longo de uma década “a preços exorbitantes para competir de forma injusta”. A JBS disse que, em uma declaração enviada por e-mail, não havia irregularidades em seus negócios na Argentina ou em qualquer país fora do Brasil. Chiesa disse que estava programado para falar no Congresso na próxima semana e revelaria suas suspeitas de que a JBS pagava subornos para serem favorecidas nas cotas de exportação administradas pelo governo do ex-presidente Cristina Fernandez. Ele disse que não tinha nenhuma prova de subornos.”

    LINK (em inglês): https://www.reuters.com/ article/us-brazil-corruption- jbs-argentina-idUSKBN18Q2HX? il=0

    ÁFRICA DO SUL

    Jacob Zuma derrota moção de desconfiança e sobrevive à frente do governo

    Acossado por denúncias de corrupção e perda signifivativa de apoio de seu próprio partido (CNA), afora o declínio da economia sul-africana, Jacob Zuma venceu a segunda moção de desconfiança apresentada à cúpula do CNA em menos de 6 meses.

    The Guardian (28/05) – “Zuma bloqueia moção de desconfiança em turbulento encontro do CNA”

    “A oposição tem trabalhado para apresentar uma nova moção de desconfiança no Parlamento, que será debatida nas próximas semanas. Todavia, o presidente ainda retém um amplo apoio entre os membros do CNA em algumas áreas rurais e tem sido capaz de convencer os legisladores a não endossarem a moção de desconfiança. ‘O partido (CNA) ainda quer se manter no controle sobre a questão da liderança. O CNA não quer dar margem para que a imprensa e os partidos da oposição pareçam ter influência suficiente para precipitar uma remoção”, afirmou à AFP o analista independente Daniel Silke.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/may/29/zuma- sidesteps-no-confidence-vote- at-turbulent-anc-meeting

    ESTADO ISLÂMICO NAS FILIPINAS

    Nexo Jornal (29/05) – “Por que o Estado Islâmico atua agora nas Filipinas”

    “Uma ilha na região sul das Filipinas está vivendo sob lei marcial desde a terça-feira (23) para combater forças ligadas ao grupo extremista Estado Islâmico. O presidente Rodrigo Duterte, mais conhecido por sua violenta política de guerra às drogas, enviou tropas e contratou milícias para combater o grupo, em um conflito que já contava com 105 mortos até a segunda-feira (29). Vinte e quatro das vítimas eram civis. O episódio marca o primeiro grande confronto entre forças do governo e combatentes fiéis ao Estado Islâmico em uma região fora do Oriente Médio. Especialistas apontam as regiões do sudeste asiático – onde ficam as Filipinas – e do sul do continente como o novo foco do grupo terrorista, que vem acumulando derrotas e perdas territoriais nos últimos anos em sua região de origem.”

    LINK (em português): https://www.nexojornal.com.br/ expresso/2017/05/29/Por-que-o- Estado-Isl%C3%A2mico-atua- agora-nas-Filipinas

    ATENTADO NO AFEGANISTÃO

    Explosão terrorista em Cabul deixa 90 mortos e 350 feridos

    Caminhão-bomba provocou uma das maiores tragédias ocorridas na capital afegã, em área próxima a várias embaixadas e a um hospital. Talibãs negam autoria e repassam responsabilidade ao Estado Islâmico, num momento em que o governo afegão, aliado aos EUA, está cada vez mais enfraquecido.

    The Guardian (01/06) – “Por que a explosão mortífera em Cabul é crise para todo o Afeganistão”

    “Durante anos, a capital afegã era uma ilha de relativa segurança em um país agredido por uma onda crescente de violência. O bombardeio devastador nesta manhã de quarta-feira foi a confirmação de que agora se tornou um dos lugares mais perigosos do Afeganistão e é outro golpe pesado para um governo fraco e fraturado. O aumento do ritmo dos ataques em Cabul representa uma ameaça excepcional ao governo, à economia frágil, ao apoio estrangeiro que mantém o Afeganistão, a educação, mídia e sociedade civil, que se agrupam na capital.”

    LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/jun/01/kabul- bombing-crisis-afghanistan- civilian-society-government-

    ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

    Aporrea (28/05) – “A Constituinte nos leva a um ponto sem retorno”, entrevista com o sociólogo venezuelano Edgardo Lander

    “O governo reconheceu que nem com a Constituição de 99 nem com uma eleição na qual participem todos os venezuelanos em condições de igualdade, podia manter-se no poder. E ante a pressão de por quê não convoca eleições, agora tira da manga esta medida. E novamente em nome do diálogo, em nome de evitar a violência, em nome de criar um espaço para resolver as diferenças, cria-se um mecanismo absolutamente ilusório.”

    LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/ddhh/ n309163.html

    IHU- Unisinos – “A crise do capitalismo global e a marcha de Trump rumo à guerra”, artigo de William I. Robinson

    “Os jornalistas e comentaristas políticos têm centrado sua atenção na análise geopolítica, em seu esforço para explicar as crescentes tensões internacionais. Por mais importante que seja este enfoque, há profundas dinâmicas estruturais no sistema do capitalismo mundial que impelem os grupos governamentais à guerra. A crise do capitalismo global vem se intensificando, não obstante o otimismo dos economistas tradicionais e as elites estonteadas por índices recentes de crescimento e da repentina inflação dos preços das ações, como resultado da eleição de Trump. Em particular, o sistema enfrenta uma insolúvel crise da sobreacumulação e da legitimidade.”

    LINK (em português): http://www.ihu.unisinos.br/ 568217-a-crise-do-capitalismo- global-e-a-marcha-de-trump- rumo-a-guerra

    Viento Sur (01/06) – “Greve de fome vitoriosa, a luta continua”, artigo de Alain Pajolat

    “Depois de 40 dias de uma greve de fome excepcional por sua amplitude e sua determinação, os presos políticos palestinos decidiram suspender seu movimento. É uma derrota para Netanyahu e seu governo de extrema-direita. Desde o começo do movimento, as autoridade israelenses adotaram uma posição de total intransigência para com os grevistas e seus representantes. É preciso recordar em particular o indecente churrasco organizado por Ofer Sofer, responsável do partido de extrema-direita União Nacional, ante a prisão de Ofer para que os grevistas “sentissem o cheiro da carne”. Netanyahu rechaçava qualquer tipo de negociação com o “arquiterrorista” Marwan Barguti. Inspirando-se na doutrina Thatcher para com os nacionalistas irlandeses, assumia a eventualidade de que morressem grevistas de fome. E tentou-se toda sorte de medidas para desorganizar o movimento: desinformação, isolamentos, deslocamentos de prisioneiros, supressão do sal. Todas essas medidas fracassaram, obrigando finalmente às autoridades a negociar com a direção da greve”.

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12652#sthash. Wk3UVc6Y.dpuf

    Viento Sur (30/05) – “A corrupção, a pandemia do capitalismo”, artigo do economista Manuel Garí

    “Para melhor compreender a corrupção é preciso entender como se entrelaçam as paixões perversas e debilidades pessoais com as pulsões e interesses dos agentes que operam na sociedade. Ernest Mandel (1994) nos dá uma pista sobre a complexidade de sujeitos e fatores que intervêm na corrupção no capitalismo tardio em 1992, o ano em que foi publicado pela primeira vez “O poder e o dinheiro”. Mas apresenta as coisas de forma simples para que não haja dúvidas do que está falando: “Dado o poderio irresístivel da riqueza e do dinheiro no capitalismo, e a tendência paralela à corrupção pessoal, se desenvolve uma forma refinada de interação entre os interesses das empresas privadas, os burocratas militares, os administradores estatais (incluindo os legisladores e as autoridades municipais) e inclusive parte da burocracia sindical. Em sua descrição Mandel assinal o caráter transversal do elemento corruptor, o poder do dinheiro, no conjunto da elite, incluindo frações da mesma que baseiam sua existência e legitimidade no exercício da representação dos setores populares.”

    LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12648#sthash. fUGrrLFu.dpuf

    Rebelión.org (01/06) – “Concentração econômica e poder político”, artigo do economista Alejandro Nadal

    “A concentração afeta negativamente aos consumidores, freia a competitividade e asfixia a capacidade de inovação das empresas. Ademais, várias investigações revelam que a concentração está intimamente ligada à crescente desigualdade na distribuição da renda. Em janeiro passado, apresentou-se um estudo (nber.org/papers/w23108) no qual se mostra que a maiores níveis de concentração na indústria corresponde uma menor participação do trabalho no produto. Mas a concentração tem outros efeitos danosos que vão além dos enumerados. A concentração do poder econômico leva ao domínio político. Os legisladores que têm sentido a pressão de uma empresa como o Wall sabem disso muito bem. Por isso este fenômeno é uma ameaça para a democracia e as instituições republicanas”.

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227332&titular= concentraci%F3n-econ%F3mica-y- poder-pol%EDtico-

    Rebelión.org (30/05) – “A Rota da Seda é uma mostra de que a globalização não morreu”, entrevista com o economista Eduardo Lucita

    “Eu acho que a Rota da Seda é justamente um sinal de que a globalização não está morta, mas talvez nós estejamos em uma nova fase da globalização, desta vez liderada pela China. Isso foi demonstrado no último Fórum em Davos, quando Pequim assumiu a liderança da globalização e do livre comércio.Eu não concordo que a Rota da Seda possa ser um novo Plano Marshall, porque era uma quantidade de dinheiro despejado na Europa para reconstruí-la, aqui não há reconstrução do nada, não houve guerra, nenhum colapso, os países envolvidos têm a mesmas deficiências que há anos por outras razões. A China percebeu que ela já não pode continuar a crescer como fez até agora, com base primeiro na exportação, depois no investimento e, finalmente, no mercado interno. Necessita dar um salto em qualidade e quantidade e passar para outra escala de exportações. Sua economia que vinha crescendo a 10/12% está agora em 07/06% ao ano, o que não é pouco para a economia mundial, mas sim para os chineses. O projeto da Rota é uma rede de estradas, ferrovias, gasodutos, usinas de energia, melhorias portuárias para facilitar a conectividade e intercâmbio. É um outro tipo de plano que a China procura primeiro se posicionar bem globalmente, segundo colocar excedentes financeiros que lhe causam desequilíbrios internos e terceiro colocar produtos acabados. Ademais, com as rotas se garante o abastecimento de matérias-primas de que necessita. É um plano global.”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227230&titular= %22la-ruta-de-la-seda-es-una- muestra-de-que-la-globalizaci% F3n-no-ha-muerto%22-

    Sin Permiso (28/05) – “A estridente mudança de rota dos conservadores abre caminho para o renascimento de Corbyn”, artigo de Charlie Kimber (SWP)

    “A campanha dos conservadores tem sido confusa há vários dias. O manifesto do Partido Trabalhista foi popular, já o dos conservadores foi assombrosamente cruel e, todavia, também inepto. Cada vez mais pessoas desconfiam de May por sua atitude evasiva e sua arrogante negativa de comparecer aos debates. As brechas entre os conservadores e o trabalhismo nas pesquisas de opinião está se estreitando. Os prognósticos de “vitória aplastante” não são os mais improváveis na história das eleições. Porém, agora os conservadores estão em retirada. Percebe-se no ambiente que poderia se converter numa derrota, caso se aplique suficiente pressão.”

    LINK (em espanhol): http://www.sinpermiso.info/ textos/el-chirriante-cambio- de-rumbo-de-los-conservadores- abre-el-camino-para-el- resurgimiento-de-corbyn

    Outras Palavras (28/05) – “Assange: o Ocidente revela sua face Sibéria”, artigo de John Pilger

    “Por quase sete anos, esse erro épico nos procedimentos e processos da justiça foi ocultado por campanha de virulência jamais vista contra o fundador de WikiLeaks. Poucas vezes se viu fúria semelhante contra um acusado. Os ataques foram pessoais, mesquinhos, perversos, desumanos, dirigidos contra alguém que não fora acusado por crime algum, mas submetido a tratamento mais furioso do que seria dado a acusado de matar a própria mulher. A evidência de que a ameaça dos EUA a Assange era ameaça a todos os jornalistas ficou perdida, soterrada em montanhas de ambições e sordidez. Pode-se falar aí de antijornalismo.”

    LINK (em português): http://outraspalavras.net/ destaques/assange-o-ocidente- revela-sua-face-siberia/

    IHU- Unisinos (01/06) – “Desigualdade na América Latina é um obstáculo para o desenvolvimento sustentável, diz a Cepal”

    “A alta desigualdade registrada na América Latina constitui um obstáculo para o desenvolvimento sustentável na região, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe – Cepal. Essa é uma das conclusões que constam no relatório Panorama Social da América Latina 2016, divulgado pelo órgão no dia 30-05. O estudo aponta que a desigualdade caiu na região entre 2008 e 2015, mas o ritmo dessa redução diminuiu a partir de 2012. Entre 2008 e 2012, a desigualdade foi reduzida em 1,2% a cada ano; entre 2012 e 2015, esse ritmo diminuiu pela metade, para 0,6% por ano.”

    LINK (em português): http://www.ihu.unisinos.br/ 568211-desigualdade-na- america-latina-e-um-obstaculo- para-o-desenvolvimento- sustentavel-diz-a-cepal

    Rebelión.org (30/05) – “Maria de Jesus Patricio eleita candidata índigena presidencial”

    “ “Nossa luta é pela vida. Esta passo que damos é difícil porém necessário. Temos que dá-lo se quisermos continuar existindo como povos. Também abrimos o convite a toda a sociedade civil organizada e não-organizada a somar-se a esta luta pela vida” disse a porta-voz eleita do Conselho Indígena de Governo do Congresso Indígena Nacional, María de Jesús Patricio Martínez.”

    LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227231&titular= %93no-vamos-por-votos-nuestra- pelea-es-por-la-vida%94-