Categoria: Observatório Internacional

  • Observatório Internacional, de 24 a 30 de julho de 2016

    Observatório Internacional, de 24 a 30 de julho de 2016

    Das principais agências jornalísticas do mundo, o Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos destaca como principais fatos da semana: as novas jogadas de Erdogan na Turquia, a Convenção do Partido Democrata nos EUA, as pressões que Merkel tem sofrido dentro da Alemanha, a divisão do jihadismo na Síria, a revolta da oposição na Armênia, a mobilização das LGBTs na China, a queda do primeiro-ministro tunisiano, os diversos movimentos sociais em luta na América Latina, a exortação do papa Francisco na Jornada Mundial para que os jovens sejam mais rebeldes, a crise institucional do MERCOSUL, o enfraquecimento dos adversários de Daniel Ortega na Nicarágua, entre outros acontecimentos.

     

    TURQUIA

    Erdogan amplia controle sobre Exército; “expurgo” continua

    Depois de massivo ato no domingo (24/07), que reuniu simpatizantes da oposição e apoiadores do governo em uníssono contra o golpe militar, a semana na Turquia foi marcada pelo prosseguimento das medidas discricionárias de Recep Erdogan. O Exército e os serviços de espionagem serão reformados, segundo anunciou o presidente para uma TV local.

    O plano é reformar a constituição para que o comandante das Forças Armadas e o chefe da polícia de inteligência sejam subordinados diretamente ao chefe do Executivo. Além disso, as escolas militares darão lugar a um Universidade Militar unificada.

    Já são mais de 16 mil detidos e 50 mil exonerados do funcionalismo público. Neste sábado (30/07), um tribunal ordenou a prisão de 17 jornalistas por envolvimento com a intentona mal-sucedida. Mais de 100 órgãos de imprensa estão sob vigilância ou intervenção direta do governo, segundo o NY Times.

    Ante aos diversos posicionamentos da comunidade internacional, repudiando a escalada autoritária do governo turca, Erdogan respondeu com uma retórica confrontativa: “Que cuidem dos seus assuntos. Nenhum membro da União Europeia ou do Ocidente veio até aqui prestar condolências às vítimas do golpe.”

    Num raro gesto de distensão, o presidente anunciou também que irá retirar todos os processos que ele move contra os opositores que o ofenderam pessoalmente.

    Neste domingo (31/07), em Colônia na Alemanha, mesmo com a polícia local impedindo a exibição de uma mensagem de Erdogan num telão, cerca de 20 mil turcos foram às ruas protestar contra o golpe e a favor do governo.

    O líder da formação pró-curdos Partido Democrata Dos Povos (HDP), Selahattin Demirtas, fez um chamado para que governo e Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) iniciem conversas para pacificação. Além disso, reafirmou seu rechaço a qualquer intervenção do Exército na política, defendendo que o povo que saiu às ruas em defesa da ordem democrática, o fez em apoio simultâneo a uma constituição mais liberal.

    O HDP foi o único partido com expressão parlamentar até agora que Erdogan não convidou para discutir a situação política nacional.

    Informações extraídas dos seguintes links:

    1- http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/30/actualidad/1469906202_585192.html

    2- http://www.dailymail.co.uk/wires/ap/article-3716716/Large-pro-Erdogan-rally-planned-German-city-Cologne.html

    3- http://www.nytimes.com/2016/07/28/world/europe/turkey-media-newspapers-shut.html

    4- http://aa.com.tr/en/politics/erdogan-withdraws-forgives-all-cases-of-insults-to-him/618335

    5- http://www.hurriyetdailynews.com/hdp-co-chair-calls-for-return-to-peace-talks.aspx

     

     

    ESTADOS UNIDOS

    Apoiadores de Sanders agitam Convenção Democrata; Trump cai nas pesquisas

    A Convenção Democrata na Filadélfia, que ratificou a chapa Hillary Clinton-Tim Kaine, teve como um dos pontos altos a intervenção da ala sanderista que se manifestou o quanto pode contra as manobras da cúpula do Partido e em favor de uma candidatura independente de Sanders. O senador de Vermont (vaiado numa reunião preparatório pelos próprios seguidores) , no entanto, reafirmou sua tática de lutar na mesma trincheira que Hillary para derrotar o perigo representado por Donald Trump.

    Frente a uma plateia dividida, Hillary sinalizou rever seu apoio ao Tratado Trans-Pacífico, acordo comercial amplamente rechaçado pela classe trabalhadora do país. O encontro teve forte conotação patriótica, numa tentativa de seduzir os eleitores tradicionalmente republicanos insatisfeitos com a heterodoxia de Trump. Todos os principais expoentes do establishment democrata participaram, com destaque para o ex-presidente Bill Clinton e o atual Barack Obama.

    Do ponto de vista das pesquisas, a Convenção resultou positiva para os democratas que abriram 6 pontos percentuais de distância de seu oponente republicano, conforme pesquisa realizada na sexta-feira (29/07). Além da maior exposição midiática, Hillary foi beneficiada por uma declaração polêmica de Donald Trump que pediu à Rússia o hackeamento de todos os 30 mil e-mails privados de sua adversária. A repercussão negativa fez com que o bilionário se desculpasse pela “piada”

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://www.newsweek.com/hillary-clinton-donald-trump-polls-lead-democratic-national-convention-485656

    2- http://www.democracynow.org/2016/7/29/as_hillary_clinton_accepts_democratic_nomination

    3- http://www.bbc.com/news/election-us-2016-36907541

    4- https://www.washingtonpost.com/opinions/the-conventions-are-done-and-its-clear-what-is-at-stake-in-this-years-election/2016/07/30/74526940-55a7-11e6-88eb-7dda4e2f2aec_story.html

    5- http://www.washingtontimes.com/news/2016/jul/27/bernie-sanders-launches-a-new-revolution/

     

    ALEMANHA

    Angela Merkel defende sua política para refugiados e enfurece extrema-direita alemã

    A chanceler germânica Angela Merkel interrompeu suas férias de verão para conceder uma entrevista coletiva na quinta-feira (28/07). Em pauta, a questão imigratória, no calor dos recentes atentados terroristas no continente europeu. Merkel descartou um endurecimento na legislação do país, causando pronta reação de seus aliados mais conservadores e da extrema-direita, que saiu às ruas de Berlim (5 mil participantes segundo a política) neste sábado (30/07).

    Todavia, o plano que a primeira-ministra anunciou para coibir novos ataques incluem: mais militarização da segurança pública, facilitação da expulsão de solicitantes de abrigo que tenham ficha criminal, um sistema de autovigilância dos refugiados que alerte sinais de radicalização no interior dessas comunidades, entre outros.

    Pesquisa divulgada na terça-feira pela associação GfK apontou que o tema que mais preocupa a sociedade alemã no momento são os imigrantes. 82% escolheram essa questão, ante 13% que elegeram o mercado de trabalho como principal desafio na atualidade. No ano passado, na mesma pesquisa, apenas 35% haviam respondido que a imigração constituía sua maior preocupação.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/28/actualidad/1469703914_622432.html

    2- http://www.dw.com/pt/preocupa%C3%A7%C3%A3o-com-imigrantes-atinge-recorde-na-alemanha/a-19429636

    3- http://www.dailymail.co.uk/news/article-3715877/Thousands-German-protesters-prepare-streets-Merkel-demonstration-against-Premier-s-immigration-policies-say-caused-terror-attacks.html

     

    EUROPA

    Maiores bancos europeus necessitam de 250 bilhões de euros para cumprir regras do Fed, revela estudo acadêmico

    Uma nova análise, comandada pelo economista Vyral Acharia da Universidade de Nova York, revela que para serem cumpridas as regulamentações do Federal Reserve (a autoridade monetária dos EUA), os maiores bancos necessitarão de uma injeção de 250 bilhões de euros nos próximos meses. Num cenário de crise, a cifra se elevaria para 572 bilhões de euros, no mínimo. Entre as 34 instituições avaliadas, constam entre outras o HSBC, o Deustche Bank e o UniCredit, gigantes do mercado financeiro globalizado.

    O estudo foi apresentado poucas horas dos resultados dos chamados “testes de estresse” da União Europeia em conjunto com os 51 maiores bancos do bloco, sendo que 37 participam da zona do Euro. Estes exames de balanços visam medir a capacidade dos bancos de suportarem choques econômicos nos próximos três anos.

    A conclusão de Bruxelas é que o conjunto dos bancos europeus estão mais resistentes (com algumas exceções, principalmente na Irlanda e na Itália), em consequência de seu fortalecimento nos últimos anos. Reportagem do El País, no entanto, relembra os vários erros cometidos por esses testes nesta década.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://www.wsj.com/articles/new-study-quantifies-european-banks-capital-shortfalls-as-stress-tests-loom-1469818076

    2- http://expresso.sapo.pt/economia/2016-07-29-Maiores-bancos-europeus-precisam-no-minimo-de-250-mil-milhoes-segundo-estudo-americano

    3- http://economia.elpais.com/economia/2016/07/29/actualidad/1469827899_957425.html

     

    PORTUGAL E ESPANHA

    Comissão Europeia anula multa a países ibéricos

    A Comissão Europeia cancelou a multa que aplicaria sobre a Espanha e Portugal, por excederem o déficit fiscal que o organismo havia delineado para os dois países. A medida constitui, num primeiro momento, uma vitória parcial principalmente para o governo português (de maioria do Partido Socialista, capitaneado por Antônio , que à diferença do antecessor brigou para que as sanções não se consolidassem.

    O Bloco de Esquerda (partido que viabilizou a ascensão de António Costa ao governo) saudou o triunfo (“Defender o país vale a pena”) e alertou para o fato provável de que até a aprovação do Orçamento Nacional serão intensificadas as pressões da União Europeia para cortar investimentos sociais.

    “O jogo da Comissão Europeia, o jogo da União Europeia, não é um jogo que valha a pena ser jogado, é a roleta russa, e por muito que tenhamos ganho desta vez, continua a ser a roleta russa em setembro, por isso nós sabemos que Portugal não ganha por jogar pelas regras, Portugal ganha por defender a dignidade de quem aqui vive e por não ceder à pressão”, defendeu Catarina Martins, porta-voz do BE.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://www.dn.pt/portugal/interior/catarina-martins-vao-existir-pressoes-europeias-ate-ao-orcamento-5311959.html

    2- http://www.esquerda.net/opiniao/regras-do-jogo/43860

     

    ARMÊNIA

    Erevan tomada por protestos contra o governo

    A capital armênia viveu um mês atribulado. Um grupo de opositores ao presidente Serge Sarkissian (de uma linha diplomática pró-Rússia) tomou uma delegacia no último 17 de julho, exigindo a renúncia do governo empossado e reeleito desde 2008. O resultado foram duas semanas de fortes protestos de rua em apoio aos rebeldes, centenas de detidos e dois policiais mortos.

    Neste domingo (31/07), ocorreu a rendição dos amotinados, os quais declararam ter cumprido a função de “levantar o país contra a opressão do governo” e que prosseguirão a luta dentro da cadeia.  Os rebeldes são partidários do líder Jirait Sefilian, preso em junho por defender uma sublevação popular armada contra o governo.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- https://www.theguardian.com/world/2016/jul/30/armenia-hostage-police-station-fourth-summer-of-protest

    2- https://armenpress.am/eng/news/855736/armed-group-in-yerevan-takes-decision-to-surrender-1inam.html

     

    TUNÍSIA

    Parlamento derruba governo de Habib Essid

    A crise política iniciada em junho deste ano culminou neste sábado (30/07) na queda do primeiro-ministro Habib Essid, um tecnocrata independente. O governo não conseguiu renovar o voto de confiança do parlamento.

    A Tunísia, um dos primeiro países onde a primavera árabe se desenrolou, possui um regime semipresidencialista. Uma coalizão de quatro partidos (protagonizada por Nidá Tunis – formação que abriga diversos auxiliares da ditadura de Ben Ali – e pelo Ennahda – islâmicos moderados) domina o Parlamento do país que é presidido por Beji Essebsi (Nida Tunis), de quem Essid era desafeto. Dessa coalizão que deve sair o próximo premier.

    Zied Lajder, dirigente da Frente Popular (um agrupamento de esquerdas), expressou ao El País seu descontentamento com a maioria governante: “Eles favorecem a corrupção e seus atos se baseiam em cálculos políticos”.

    A nação africana não saiu da crise econômica e social, ainda que tenha conseguido um pouco de estabilidade política nos últimos anos. Em janeiro, protestos massivos voltaram a ocupar as ruas tunisianas.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/30/actualidad/1469895345_744058.html

    2- http://www.aljazeera.com/news/2016/07/tunisia-pm-habib-essid-loses-confidence-vote-160730174505286.html

     

    AUSTRALIA

    Praças australianas são tomadas em protesto contra abuso policial sofrido por aborígenes

    Vídeos em centro de detenção juvenil chocaram a Austrália nesta semana. Grupos de direitos humanos há tempos vinham denunciando torturas e abusos contra jovens, comumente aborígenes, no interior dos presídios. Tais alertas foram corroborados por imagens do antigo reformatório Don Dale (no norte australiano): rapazes sendo espancados em celas insalubres de 2010 a 2014, ano em que a instituição penal foi fechada.

    Em reação às medidas tímidas do governo e à situação de total descaso para com a população aborígene, milhares de australianos ocuparam as praças de Sidney, Melbourne e Brisbane, exigindo o fim dos maus tratos nas prisões e o cumprimento dos direitos humanos.

    Dos 23 milhões de habitantes da Austrália, estima-se que 450 mil são aborígenes. Entretanto, as estatísticas indicam que 69% dos jovens encarcerados se declaram aborígenes. A situação é mais grave, porque na região onde aconteceu os abusos, a população aborígene é majoritária.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/26/actualidad/1469521831_540255.html

    2- http://www.newsx.com/world/36498-hundreds-of-people-rally-in-auatralia-over-juvenile-torture-footage

    3- http://it.euronews.com/2016/07/30/australia-in-piazza-contro-gli-abusi-nella-prigione-minorile-don-dale

    4- https://www.theguardian.com/australia-news/2016/jul/30/nt-juvenile-detention-centre-treatment-snap-protests-called-across-australia

     

    SÍRIA

    Antigo grupo terrorista Al-Nusra “rompe” com Al-Qaeda e muda de nome

    A filial da Al-Qaeda na Síria divulgou vídeo durante essa semana, anunciando sua separação do grupo idealizado por Osama Bin Laden. A “ruptura” (aparentemente consensuada com a cúpula da Al-Qaeda) é vista por analistas internacionais como uma mudança de estratégia do grupo, no sentido de aproximar a agora “Frente de Conquista do Levante” dos governos do Golfo, além de incluí-la em hipotéticas negociações de trégua ao lado dos grupos oposicionistas com os quais colabora para enfrentar o regime de Assad e o seu rival extremista Estado Islâmico.

    Vale lembrar que os jihadistas (tanto do ISIS quanto do ex-Al Nusra) vêm perdendo terreno para as forças leais a Assad nos últimos meses. As chancelarias dos EUA e da Rússia mostraram ceticismo em seus comentários acerca da “ruptura” e prometeram manter os bombardeios contra todos os grupos terroristas.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://es.euronews.com/2016/07/29/al-nusra-rompe-con-al-qaeda-para-reconciliarse-con-los-gobiernos-del-golfo

    2- http://www.aljazeera.com/news/2016/07/al-nusra-leader-jolani-announces-split-al-qaeda-160728163725624.html

     

    BURUNDI

    Conselho de Segurança da ONU decide enviar forças policiais em conflito civil

    O pequeno país no centro do continente africano está bipartido desde que o presidente Pierre Nkuruzinza decidiu concorrer a um terceiro mandato consecutivo. O conflito interno já vitimou mais de 500 pessoas e levou a que 270 mil procurassem refúgio em outros países.

    A ONU decidiu intervir, a título de “prevenção”, enviando 220 policiais ao país, dentre os quais o governo afirmou, entretanto, estar disposto a abrigar somente 50.

    Cerca de 1000 pessoas marcharam na capital Bujumbura no sábado (30/07) em protesto contra a decisão do Conselho de Segurança. Eles foram diretamente para a frente da embaixada francesa.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://www.aljazeera.com/news/2016/07/protest-burundi-decides-send-police-160730143153025.html

    2- http://observador.pt/2016/07/30/conselho-de-seguranca-da-onu-decidiu-enviar-228-policias-para-o-burundi/

     

    NICARÁGUA

    Grupo de deputados opositores é destituído por tribunal eleitoral

    Dezesseis deputados que formavam o bloco de oposição (ligado ao ex-presidente conservador Eduardo Montealegre) ao governo de Daniel Ortega foram destituídos pelo Conselho Superior Eleitoral. Com isso, Ortega domina agora plenamente a Assembleia Nacional nicaraguense, além de ser o único candidato com grande estrutura partidária com condições de concorrer nas eleições presidenciais de novembro.

    Enquanto parte da imprensa internacional classifica as decisões dos órgãos judiciais como um “golpe” em favor de Ortega, aliados do presidente defendem-no, apontando que quem pediu a destituição dessa bancada foi o próprio presidente do Partido Liberal Independente, Pedro Reyes, que entrou em colisão com Montealegre.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://www.elmundo.cr/disputas-alianza-derecha-deja-16-diputados-destituidos-nicaragua/

    2- http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/29/internacional/1469811779_708844.html

    3- https://www.facebook.com/medeirosjuliano/posts/629352440556139

     

    GUATEMALA

    Marcha camponesa e indígena contra a corrupção

    Na segunda-feira (25/07), centenas de camponeses e indígenas organizados pelo Comitê de Desenvolvimento Camponês (Codeca) saíram às ruas exigir medidas do governo de Jimmy Morales contra a corrupção e a renúncia de 15 deputados envolvidos em escândalos.

    Informações retiradas do seguinte link:

    1- http://www.telesurtv.net/news/Marcha-de-campesinos-contra-la-corrupcion-desborda-las-calles-de-Guatemala-20160726-0021.html

     

    ARGENTINA

    Professores da Província de Buenos Aires anunciam paralisação

    As voltas às aulas na Argentina nesta semana serão marcadas também pela paralisação de professores da Província de Buenos Aires. Eles exigem do governo local melhores salários e condições de trabalho. A média salarial de um professor na província é de 580 dólares, apenas 160 a mais do que a quantia suficiente para uma família ser declarada indigente.

    Em vista disso, os profissionais da educação cruzarão os braços nas próximas segunda e terça-feira, até que o governo de María Eugenia Vidal (aliada de Macri) cumpra as promessas feitas em fevereiro deste ano.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://www.telesurtv.net/news/Maestros-argentinos-convocan-nueva-huelga-para-exigir-mejores-sueldos-20160730-0014.html

    2- http://www.diarioregistrado.com/politica/se-agrava-el-conflicto-docente-y-se-complica-el-reinicio-de-clases-en-varias-provincias_a579de82e46db7f4250f3e657

     

    CHILE

    Estudantes marcham mais uma vez por universidades gratuitas

    Na quinta-feira (28/07), o movimento estudantil chileno percorreu as ruas de Santiago, para reivindicar uma outra reforma educacional que contemple a desprivatização do ensino superior no país. O ato protagonizado pelos secundaristas foi mais uma vez dispersado pela polícia.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- https://correodelsur.com/mundo/20160729_chile-estudiantes-piden-nueva-reforma-educativa.html

    2- https://noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/policia-chilena-dispersa-alunos-que-protestavam-contra-reforma-na-educacao,b977017f36893f251f507f67e2069f86n20hqcr2.html

     

    CHINA

    Diplomas negados a casal de lésbicas gera mobilização de comunidade LGBT internacional

    A Universidade de Guangdong decidiu perseguir um casal de estudantes lésbicas que fizeram um pedido público de casamento no dia da cerimônia de encerramento do curso. Além de receberem ameaças de perder o diploma, as duas foram denunciadas para as suas famílias e tiveram os apartamentos revistados pela polícia. Funcionários do Partido Comunista Chinês procuraram as namoradas e pediram para que “elas guardassem para si” a orientação sexual.

    As propostas de matrimônio são comuns em festas de diplomação entre casais de estudantes chineses.

    A punição absurda ganhou repercussão nas redes sociais e, impulsionado pela ONG All Out, 75 mil assinaturas foram recolhidas no mês exigindo exigindo que a instituição peça desculpas a Jean Ouyang e Xiaoyu Wang e que implemente um programa de combate a homofobia no campus.

    Informações retiradas dos seguintes links

    1- https://go.allout.org/it/a/china-proposal/

    2- http://www.bbc.com/news/world-asia-china-36921331

     

    MERCOSUL

    Venezuela assume presidência do Mercosul, sob protestos do Paraguai

    Em meio a uma grave crise política no interior do próprio país, a Venezuela assumiu nesta sexta-feira (29/07)  a presidência do Mercosul, sucedendo o Uruguai. O presidente paraguaio Horácio Cartes manifestou contrariedade ao anúncio feito por Nicolás Maduro. O Paraguai, juntamente com o governo interino no Brasil e o governo de Macri na Argentina, reluta em aceitar que a Venezuela comande pelos próximos seis meses a agenda e a representação do bloco. Por outro lado, a Bolívia, presidida por Evo Morales.

    Informações retiradas dos seguintes links:

    1- http://www.telesurtv.net/news/Uruaguay-traspasa-presidencia-pro-tempore-de-Mercosur-a-Venezuela-20160728-0034.html

    2- http://www.clarin.com/mundo/Crisis-Mercosur-Venezuela-presidencia-Paraguay_0_1622837857.html

    3- http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/07/uruguai-encerra-presidencia-mercosul-sem-transferir-posto.html

  • Observatório Internacional, de 15 a 23 de julho de 2016

    Observatório Internacional, de 15 a 23 de julho de 2016

    Reunir semanalmente os fatos geopolíticos, os acontecimentos decisivos da luta de classes, vitórias e as derrotas dos movimentos sociais, as constatações e as previsões da economia global. Este é o objetivo do clipping do Observatório Internacional, da Fundação Lauro Campos.

    Vasculhamos, selecionamos e apresentamos matérias dos jornais e portais informativos mais acessados e prestigiados do jornalismo mundial. Dos sites e publicações de esquerda, enfatizamos os debates que mais ocuparam espaço na semana.

    Nesta edição do clipping, sublinhamos a resposta repressiva de Recep Erdogan à tentativa de golpe militar na Turquia, o pânico causado pelos ataques terroristas na Europa e no Oriente Médio, as cartadas iniciais dos presidenciáveis estadunidenses, a batalha de Jeremy Corbyn para se manter à frente dos trabalhistas britânicos, a crise social na Venezuela, a mobilização das mulheres na Argentina, a greve massiva dos professores panamenhos, entre outros destaques.

     

    TURQUIA

    Com estado de sítio, Erdogan contragolpeia; milhares de opositores são perseguidos e “projeto Taksim” é ressuscitado

    A democracia respira por aparelhos na Turquia. À derrota do golpe militar na sexta-feira (15 de jul.) sobreveio diversas ações repressivas do presidente turco Recep Tayyep Erdogan, que caracterizam um expurgo civil. No velório das mais de 300 vítimas do golpe militar, o líder prometeu “limpar” a nação dos traidores.

    Diversas agências reportam a prisão, demissão e deportação de milhares de descontentes com o governo, para além dos generais diretamente implicados na intentona. Funcionários públicos só podem sair do país com a devida autorização dos superiores. A Justiça, a Polícia, o Exército, os serviços de inteligência e as universidades estão perdendo boa parte de seus quadros por afastamento compulsório ou, até mesmo, detenção. Tudo isso, sem as devidas garantias legais suspensas pela decretação de Estado de Sítio válido pelos próximos três meses – a primeira vez que isso acontece em 15 anos.

    A pena de morte, condenada pela União Europeia e rejeitada em referendo pela Turquia em 2004, pode ser reativada caso os anseios de Erdogan não sejam interrompidos. A Convenção Europeia de Direitos Humanos, que veta a punição capital e assegura as liberdades fundamentais, foi embargada no país por iniciativa governamental.

    No bojo das medidas autoritárias, Erdogan discursou para os seus seguidores, anunciado a retomada do projeto que destrói a Praça Taksim (importante centro cultural e político das esquerdas turcas), em favor de empreendimentos imobiliários e da construção de um quartel militar.

    Acusando o movimento islâmico moderado Hizmet (dissidência do AKP) de envolvimento na quartelada, Erdogan pediu aos EUA a extradição do clérigo carismática Fethullah Gülen, um de seus principais adversários políticos. Até o momento, a Casa Branca nega o requerimento, alegando falta de provas.

    O Partido Democrático dos Povos (HDP), pró-curdo, repudiou tanto o golpe militar quanto o fechamento do regime por Erdogan. Os 59 deputados da formação votaram contra o Estado de Emergência. “Não temos nenhuma confiança no AKP. As políticas erradas de Erdogan levaram à tentativa de golpe”, afirmou Selahattin Demirtas, um dos co-porta-vozes do grupo.

    LINKS:

    https://www.afp.com/es/noticias/208/el-poder-en-turquia-inicia-la-limpieza-de-los-servicios-de-inteligencia

    http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/22/actualidad/1469202897_767548.html

    http://www.esquerda.net/artigo/erdogan-completa-o-seu-golpe-retomando-o-projeto-da-praca-taksim/43764

    http://www.esquerda.net/artigo/erdogan-responde-tentativa-de-golpe-militar-com-um-golpe-de-estado-civil/43718

    http://www.newsweek.com/what-does-erdogans-state-emergency-mean-turkey-482592

    http://www.ndtv.com/world-news/turkey-kurdish-leader-against-both-coup-and-recep-tayyip-erdogan-1434930?browserpush=true

     

    FRANÇA

    Após atentado de Nice, Hollande reforça apoio a exército iraquiano; oposição de direita endurece discurso

    Depois do atentado em Nice que matou 84 pessoas, o presidente François Hollande prorrogou a validade estado de emergência na França até dezembro deste ano, horas depois de ter anunciado o seu término no fim de julho. Além disso, Hollande anunciou para agosto o envio de artilharia ao exército iraquiano a fim de combater o grupo Estado Islâmico, o qual reivindicou participação no trágico evento do Dia da Bastilha.

    Desde 2015, o governo do Partido Socialista vem aumentando os poderes legais do serviço secreto e engrossando os auxílios bélicos às forças de combate ao ISIS no Oriente Médio. Entretanto, pesquisa recente do instituto IFOP revela que 67% dos franceses não confiam nas táticas oficiais de prevenção ao terrorismo.

    Entidades em defesa dos direitos humanos têm alertado para a ocorrência de detenções arbitrárias, a pretexto de bloquear as ações terroristas.

    A nove meses do próximo sufrágio presidencial, Marine Le Pen, a candidata da ultra-direita, exigiu que o Governo adote medidas mais extremas, tais como a expulsão de condenados de dupla nacionalidade e a declaração de guerra ao islamismo radical. A líder da Frente Nacional reivindicou ainda a saída do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve:“Em qualquer outro país no mundo, um ministro com um balanço de mortalidade tão horrendo como o dele -50 mortos em 18 meses — já teria pedido demissão”.

    Já entre os Republicanos, Allan Juppié – ex-primeiro-ministro conservador bem cotado nas pesquisas eleitorais- defendeu que o governo acelere a velocidade das medidas deliberadas desde o ano passado, por ocasião do atentado na boate Bataclan e no semanário Charlie Hebdo. “Se tudo tivesse sido feito nos últimos 18 meses, a tragédia de Nice não teria acontecido”.

    Eric Coquerel, coordenador do Parti de Gauche (o partido de Jean-Luc Melénchon), criticou tanto a abordagem governista quanto à abordagem da direita. “O que vejo é que o governo de François Hollande tem as mesmas responsabilidades que a direita de Nicolas Sarkozy nesta situação. As mesmas responsabilidades em termos de política exterior seguidora da OTAN comandada pelos Estado Unidos favoreceram a desintegração do Estado nesta região: Síria, Iraque. Antes que o avanço da democracia, o que veio foi o desenvolvimento das forças jihadistas locais. Responsabilidades que tem a ver também com as políticas de austeridade. Escutando Nicolas Sarkozy, ontem à noite, percebo que ele se esquece de ter eliminado 13 mil agentes policiais, o que prejudica os serviços de inteligência”.

    LINKS:

    http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/22/actualidad/1469187109_639585.html

    http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/17/actualidad/1468778508_589937.html

    http://www.lefigaro.fr/politique/2016/07/17/01002-20160717ARTFIG00144-sondage-les-francais-ne-font-pas-confiance-au-gouvernement-pour-lutter-contre-le-terrorisme.php

    http://www.lemonde.fr/politique/article/2016/07/18/apres-l-attentat-a-nice-juppe-reitere-ses-attaques-contre-le-gouvernement-depuis-berlin_4971412_823448.html

    http://www.france24.com/fr/20160718-france-reaction-attentat-nice-nicolas-sarkozy-critique-nationale-politique-terrorisme-secur

    http://lelab.europe1.fr/le-parti-de-gauche-accuse-hollande-davoir-les-memes-responsabilites-que-sarkozy-sur-le-terrorisme-2802037

    Reforma trabalhista é aprovada “à fórceps” no parlamento

    A oposição de esquerda não conseguiu passar uma moção de censura e a “Loi Traveil” foi aprovada na Assembleia Nacional. A reforma laboral que flexibiliza os direitos da classe trabalhadora francesa chegou ao seu último trâmite legislativo, após o governo socialista adotar por duas vezes o dispositivo 49.3 da Constituição, o qual permite a sanção de projeto de lei sem a votação parlamentar. Recentemente, François Hollande defendeu a proposta como “consistente dentro dos valores de esquerda” e afirmou que a reforma seria implementada “imediatamente” depois de sua aprovação.

    Cabia à oposição vetar nesta semana a iniciativa do governo. Em meios às férias de verão e a diminuição dos protestos sindicais, esquerda crítica à reforma não logrou juntar os votos necessárias. Já a direita republicana – dividida nas primárias para as eleições presidenciais-  absteve-se de coligar com a extrema-direita populista (contrária ao projeto) para impor uma grave derrota ao primeiro-ministro Valls, o que provavelmente redundaria na queda de seu gabinete e na precipitação de uma crise política nacional.

    As principais centrais sindicais e os movimentos juvenis prometem retomar a mobilização a partir de 15 de setembro. Os partidos da esquerda radical contestarão a legalidade da reforma também nas cortes constitucionais.

    LINKS:

    http://www.liberation.fr/france/2016/07/21/le-projet-de-loi-travail-definitivement-adopte-au-parlement_1467683

    http://es.rfi.fr/francia/20160722-francia-aprueba-una-reforma-laboral-muy-cuestionada

     

    REINO UNIDO

    Milhares se juntam ao Partido Trabalhista para defender Jeremy Corbyn

    A ala direita dos trabalhistas teve pouco a comemorar nesta semana em sua luta para retirar Jeremy Corbyn da liderança do partido. Em apenas dois dias, cerca de 180 mil simpatizantes pagaram a taxa de inscrição (25 libras) para decidir se o Labour Party continua sob a direção da esquerda ou se os blairistas retomarão o controle do comitê executivo. Esta onda de adesões tende a favorecer Corbyn, uma vez que ele é benquisto pelas bases sindicalizadas, em proporção inversa à bancada parlamentar que impulsiona a candidatura de Owen Smith. Desde o referendo sobre a UE, 130 mil cidadãos assinaram a ficha de filiação do Labour Party, totalizando mais de 550 mil filiados.

    A data da votação interna está agendada para 24 de setembro. Pesquisa elaborada pelo Opinium/Observer demonstra que Corbyn conta com o apoio de 54% dos militantes trabalhistas contra 22% que endossam o desafiante Smith. Conforme a mesma sondagem, se as eleições gerais, programadas para 2020, ocorressem hoje os Conservadores alcançariam 37% dos votos, os Trabalhistas teriam 31%, o UKIP (extrema-direita) 15%, os Liberais 6%, o SNP (nacionalista escocês) 6%, os Verdes 4%.

    LINK: http://www.theguardian.com/politics/2016/jul/23/labour-leadership-jeremy-corbyn-more-double-support-owen-smith

    http://www.bbc.com/news/uk-politics-36851524

    May ouve ultimato de Hollande: sem livre circulação de pessoas não haverá livre mercado

    Nesta semana, a primeira-ministra britânica Theresa May reuniu-se com o presidente francês François Hollande na capital parisiense. Em pauta, os rumos das relações comerciais entre o Reino Unido e o continente. Hollande alertou-a para as dificuldades da Inglaterra continuar tendo livre acesso ao mercado europeu, caso adote uma política de endurecimento nas questões imigratórias, o que faz parte dos planos de May.

    À parte isso o cronograma do Brexit apresentado por Londres agradou ao premier francês, de modo similar ao que havia manifestado a chanceler alemã Angela Merkel. A UE deve dilatar o prazo de saída do Reino Unido.

    LINK: http://www.theguardian.com/politics/2016/jul/21/may-gets-hollande-ultimatum-free-trade-depends-on-free-movement

    http://www.reuters.com/article/us-britain-eu-may-hollande-idUSKCN1012MN

     

    ALEMANHA

    Simpatizante da extrema-direita mata nove jovens e se suicida em Munique

    Admirador e estudioso de atentados fascistas, David Sonboly de 18 anos abriu fogo em um shopping de Munique, levando à morte outros 9 jovens. A matança ocorre exatos cinco anos depois que Andres Breivik massacrou a 77 integrantes da juventude do Partido Social-Democrata da Noruega, o que levou à polícia investigativa descartar a hipótese inicial de terrorismo inspirado pelo ISIS.

    LINK: http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/23/actualidad/1469261714_708037.html

    http://www.bbc.com/portuguese/internacional-36874727

    Movimento islamofóbico decide formar um partido

    Na segunda-feira (18 de jul.), o movimento Pegida (sigla em alemão para “Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente”) anunciou a intenção de organizar um partido de extrema-direita na Alemanha. Semanalmente, o grupo de islamofóbicos organiza marchas anti-imigração na Alemanha. Para as próximas eleições federais em 2017, o Pegida já declarou apoio ao partido neonazista Alternativa para a Alemanha (AfD).

    Pesquisa divulgada em junho pela Universidade de Leipzig mostra que a islamofobia cresce na Alemanha. Metade dos entrevistados afirmou se sentir como um estrangeiro no próprio país, e 40% afirmaram que os muçulmanos deveriam ser proibidos de entrar em território alemão.

    LINKS:

    https://www.rt.com/news/346930-islamophobia-germany-refugees-study/

    https://www.theguardian.com/world/2016/jul/18/pegida-starting-political-party-as-authorities-mull-ban-over-extremism

     

    ESTADOS UNIDOS

    Convenção republicana oficializa Donald Trump como candidato

    Realizada esta semana em Cleveland, a congregação dos delegados republicanos confirmou o bilionário nova-iorquino como o nome que disputará à Casa Branca em novembro. Os quatro dias de Convenção foram marcados pela ostensiva defesa da “lei e da ordem” pelos dirigentes conservadores, pelo estardalhaço das intervenções divergentes em matéria de economia e política externa e pelas ausências de figuras de peso do partido, relutantes em apoiar o “outsider” imprevisível.

    O discurso de Trump reforçou a proposta de construção de um muro anti-imigrantes para diminuir a criminalidade, defendeu que o país precisa de mais ordem para combater o terrorismo, antagonizou diretamente com Bernie Sanders, descreveu o caos econômico que os democratas teriam criado no país, defendeu a redução de impostos e do intervencionismo militar.

    Segundo pesquisa da CNN, três quartos dos espectadores que acompanharam o evento aprovou o discurso do magnata, focado em ressaltar a insegurança que vive os cidadãos do país sem apresentar um programa que transcenda a xenofobia. Um dos líderes da Ku Klux Klan, David Duke, tuitou: “Grande discurso de Trump. América em primeiro lugar! Vamos parar as guerras! Derrotemos as elites corruptas! Vamos proteger nossas fronteiras! Comercio justo! Ele não poderia ter dito melhor “

    Enquanto a convenção se desenrolava, do lado de fora centenas de manifestantes ridicularizavam a proposta de construir um muro que isolasse os EUA do continente latino-americano.

    O jornal Washington Post publicou editorial ressaltando os perigos que Trump representa para as instituições americanas e mundiais. Em raciocínio semelhante, o diário espanhol El País também se posicionou contrário ao triunfo do candidato racista.

    LINKS:

    https://www.thenation.com/article/protesters-in-cleveland-bring-the-wall-to-donald-trump/

    https://www.washingtonpost.com/opinions/donald-trump-is-a-unique-threat-to-american-democracy/2016/07/22/a6d823cc-4f4f-11e6-aa14-e0c1087f7583_story.html

    http://www.democracynow.org/es/2016/7/22/titulares/blm_co_founder_on_trump_this_is_kind_of_speech_hitler_would_make

    Senador moderado é escolhido por Hillary Clinton como vice

    Desapontando as expectativas dos ativistas mais críticos do Partido Democrata que esperavam uma parceria mais à esquerda, Hillary Clinton optou por Tim Kaine, senador pela Virgínia, para compor sua chapa presidencial. Os estrategistas de sua campanha aponta Kaine como vice ideal para atrair tanto os republicanos descontentes com a escolha de Trump quanto para consolidar os votos “latinos”, visto que é fluente em espanhol e favorável a políticas de abertura das fronteiras. No campo econômico, Kaine se define como um liberal: no Parlamento sempre votou conforme os lobbies dos bancos. Ao passo que no campo dos costumes, defende o direito das mulheres ao aborto seguro e legal.

    Analistas ponderam que uma chapa Hillary-Kaine pode atrapalhar o desempenho eleitoral dos democratas, uma vez que não dissocia o partido do establishment ao postular duas figuras bastantes conhecidas pelo eleitorado americano.

    LINKS:

    http://www.nytimes.com/2016/07/23/opinion/the-swing-state-appeal-of-mr-kaine.html

    http://www.nytimes.com/roomfordebate/2016/07/22/is-tim-kaine-the-right-running-mate-for-hillary-clinton/clinton-continues-to-take-voters-of-color-for-granted

    http://www.latimes.com/politics/la-na-pol-tim-kaine-liberal-reaction-20160722-snap-story.html

    https://news.vice.com/article/clinton-taps-tim-kaine-for-vice-president-but-fails-to-impress-sanders-supporters

    #BlackLivesMatter realiza protestos em várias cidades dos EUA; mais um tira é absolvido em julgamento do assassinato de Freddie Gray

    Segundo o site Democracy Now, durante esta semana, “vários grupos da organização Black Lives Matter realizaram manifestações em diferentes cidades, em protesto contra a brutalidade policial. Em Oakland, centenas de pessoas se reuniram em frente à prefeitura. Em Durham, Carolina do Norte, manifestantes foram às portas do Departamento de Polícia demandar a reversão do plano municipal de construir uma nova estação da polícia com custo de 70 milhões de dólares. Em Pittsburgh, uma das principais ruas foi bloqueada no horário de pico, em defesa do fim da utilização de cães policiais nas detenções.”

    Na segunda-feira, a Justiça americana inocentou o policial Brian Rice, um dos seis indiciados pela morte do jovem negro Freddie Gray, assassinado em maio de 2015 em Baltimore. Rice é o terceiro absolvido no caso.

    LINKS:

    http://www.democracynow.org/2016/7/22/headlines/blacklivesmatter_protests_police_brutality_in_multiple_cities

    http://www.nytimes.com/2016/07/19/us/freddie-gray-baltimore-police.html?_r=0

     

    MÉXICO

    Mesa de diálogo entre governo e professores trava; CNTE acusa utilização repressiva de grupos paramilitares em Chiapas

    O maior sindicato de professores do México afirmou na quarta-feira (20 jul) que os protestos e bloqueios de estradas continuarão nas férias de verão, frente à intransigência do governo em discutir um novo projeto de reforma educação.

    No mesmo dia, cerca de 200 pessoas armadas com paus, machados e revólveres atacaram professores, estudantes, familiares, representantes dos vilarejos de Chiapas e ativistas de diversas organizações que desde 27 de junho bloqueava a rodovia San Cristóbal- Tuxtla Gutiérrez para exigir a suspensão do remodelamento da educação.

    LINK:

    http://lajornadasanluis.com.mx/ultimas-publicaciones/cnte-determina-mantener-protestas-vacaciones-verano/

    http://www.tercerainformacion.es/articulo/internacional/2016/07/22/cnte-de-mexico-gobierno-financia-paramilitares-para-reprimir-protestas

    Direita à frente das pesquisas para as presidenciais em 2018; Lopez Obrador segue bem-posicionado

    Pesquisa divulgada no começo do mês pelo jornal El Universal aponta que o Partido da Ação Nacional (PAN), direita, está à frente da preferência do eleitorado mexicano, depois de sete anos. A sondagem reflete o desgaste do PRI e do presidente Enrique Peña Nieto (rejeitado por 70% dos mexicanos). Para 2018, a afinidade partidária se distribui da seguinte maneira: PAN, 24%; PRI (direita governista), 20%; Morena (esquerda), 17%; PRD (centro), 6%.

    Caso sejam feitas alianças, a coligação Morena e PT (partidos de esquerda), com Andrés Manuel López Obrador como candidato, teria 28 % de intenções de voto; PAN e PRD, com o ex-deputado Ricardo Anaya como candidato, 26 %; PRI, PVEM (verdes) e Panal (liberais), com o secretário de governo Miguel Osorio Chong, 25 %.

    A principal figura pública da esquerda mexicana, Lopez Obrador, já impôs suas condições caso o PRD se oriente nos próximos meses para uma aliança com o Movimento de Regeneração Nacional (Morena): “O PRD teria que mostrar clareza de que é preciso não se envolver, não fazer acordos, com os partidos da máfia do poder e com o governo. As reformas estruturais que estão prejudicando o país contam com o apoio tácito do PRD. Se eles rompem com o regime e demonstram um propósito claro de transformar o país, podemos conversar. Se não, não” declarou em entrevista para a rádio Ciro.

    LINK:

    http://www.infolatam.com/2016/07/18/el-2018-visto-en-julio-de-2016/

    https://es.panampost.com/elena-toledo/2016/07/11/crece-lopez-obrador-ciudad-de-mexico/

    http://www.eluniversal.com.mx/articulo/nacion/politica/2016/07/14/lopez-obrador-pone-condiciones-al-prd-para-posible-alianza

    http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/18/mexico/1468857036_419633.html

     

    VENEZUELA

    FAO descarta necessidade de ajuda humanitária para Venezuela

    O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), Marcelo Resende afirmou que na Venezuela não estão dadas “as condições para receber ajuda humanitária”. Seria a primeira vez na história que a ONU enviaria esse tipo de auxílio para um país fora de situação de guerra.

    Os dados sobre a crise social no país carecem de precisão e versões desencontradas circulam na imprensa internacional. Enquanto o FMI estima uma queda de 10% do PIB venezuelano e uma inflação de 700% em 2016, o governo de Nicolás Maduro apresentou na quarta-feira um relatório, apontando a evolução dos indicadores sociais no país em comparação com os anos 90.

    O instituto Datanálisis revelou uma pesquisa em 43% dos lares venezuelanos sofrem com a escassez de produtos básicos como arroz, farinha ou leite.

    LINK:

    http://www.telesurtv.net/telesuragenda/Venezuela-entre-cifras-y-difamaciones-20160721-0060.html

    http://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-36837574


    Ala do chavismo crítico apoia o referendo revocatório

    “A Plataforma pela Defesa da Constituição, integrada pelos ex-ministros de Chávez como Ana Elisa Osorio, Héctor Navarro e Gustavo Márquez, o genereal Alcalá Cordones e o movimento Marea Socialista, entregou um documento ao CNE (justiça eleitoral) na segunda-feira, no qual exigem o respeito à Constituição no que se refere a não obstaculizar a realização do referendo revocatório.

    O vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, respondeu à ação da plataforma negando que os integrantes da mesma sejam chavistas. “Deveriam ir com Ramos Allup e com Caprilles a recolher assinaturas, porque sua atitude é a mesma atitude esquálida”, afirmou o deputado.

    No entanto, a visão no interior do movimento é outra. Alguns apontam que o chavismo poderia se manter com oportunidades eleitorais se permite que se cumpram os preceitos constitucionais de expressão política da população.

    Nicmer Evans, dirigente do Marea Socialista, resume isso desta maneira ao ser consultado o quão benéfico para o chavismo seria a realização de uma consulta sobre a continuidade do mandato do presidente Maduro. “Um último esforço democrático poderia facilitar a rearticulação e reestruturação do chavismo, enquanto com mais vocação totalitária menos chances o chavismo teria de triunfar eleitoralmente.”

    Conforme mesma matéria publicada no site El Tiempo, 7,7% dos eleitores que se autodenominam chavistas assinalam que votariam a favor da revogação do mandato de Maduro. A pesquisa realizada com 1200 venezuelanos em finais de junho revela que 49% da população se declara opositora, enquanto 29% se diz oficialista. Para o diretor do instituto Venebarómetro, Ernesto Gutierrez, o eleitorado duro do chavismo se localiza 15% do eleitorado, quase a metade que Hugo Chávez exibia em vida. Tal número dificultaria uma possível reeleição de um candidato no campo chavista.

    LINKS:

    http://eltiempo.com.ve/venezuela/politica/criticos-buscan-contener-resquebrajamiento-del-chavismo/224657

    http://www.aporrea.org/ideologia/n294054.html

    http://www.dw.com/es/movimiento-chavista-marea-socialista-a-favor-del-referendo-revocatorio/av-19413467

     

    ARGENTINA

    Milhares de argentinas realizam “piquetetazo” pelo direito à amamentação em espaços públicos

    As praças do país foram tomadas nesta semana por mães com seus bebês. Movimentos feministas convocaram um “tetazo” nacional em defesa da lactância materna e em apoio a uma jovem que foi impedida pela polícia de amamentar seu filho em San Isidro.

    LINK:

    http://www.clarin.com/sociedad/Tetazo-masivo-plazas-mujeres-amamantando_0_1618638238.html

    http://www.lavozdelpueblo.com.ar/nota-41455-se-realizo-el-%E2%80%9Ctetazo%E2%80%9D-masivo

     

    COLÔMBIA

    Corte constitucional aprova referendo sobre acordo de paz com as FARC

    O Tribunal superior da Colômbia aprovou que o plebiscito será válido se os votos favoráveis ao acordo de paz alcançam o mínimo de 13% do censo eleitoral (algo em cerca de 4,5 milhões), número proposto pelo governo de Manuel Santos. A expectativa é que governo e FARC assinem um documento no final de agosto e a consulta ao povo ocorra no mês seguinte.

     

  • Observatório Internacional, de 07 a 15 julho de 2016

    Observatório Internacional, de 07 a 15 julho de 2016

    Logo_Observatorio_InternacionalNa presente edição do clipping semanal (07/07 – 15/07), o Observatório Internacional selecionou as movimentações no tabuleiro da geopolítica e os eventos da luta de classes que mais espaço ocuparam nos principais portais e periódicos do planeta. Destacamos, dentre outros acontecimentos, o golpe militar frustrado na Turquia, algumas das derivações do Brexit na política e na economia do continente europeu, o lamentável atentado terrorista na França, o novo levante do movimento negro estadunidense, o afunilamento da disputa entre Democratas e Republicanos e os efeitos da crise econômica na América Latina.

    Boa leitura internacionalista e até a próxima semana!

    TURQUIA

    Golpe militar é derrotado pelo povo nas ruas

    A sexta-feira, 15 de julho, entrou para a história da Turquia. Uma fração do exército turco assumiu o poder turco por algumas horas, aproveitando-se de uma viagem do presidente Recep Erdogan ao exterior. A quartelada foi derrotada, depois que Erdogan conclamou, por meio de uma entrevista a um canal de TV, que o povo saísse às ruas em defesa de seu mandato. Conforme os milhares de partidários de Erdogan responderam ao chamado, partidos da oposição e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, repudiaram o levante armado. A situação foi controlada na madrugada do sábado, 16 de julho, com o regresso de Erdogan que já antecipou que o destino dos militares envolvidos no golpe deverá ser a pena máxima.

    [Mais informações na próxima edição do Clipping].

    LINKs: https://www.theguardian.com/world/2016/jul/15/turkey-coup-attempt-military-ankara-istanbul

    http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/15/actualidad/1468612953_710585.html

    http://www.nytimes.com/2016/07/16/world/europe/tumult-in-turkey-what-we-know-and-what-we-dont-know.html?_r=0&hp&action=click&pgtype=Homepage&clickSource=story-heading&module=a-lede-package-region&region=top-news&WT.nav=top-news

    http://www.lemonde.fr/europe/live/2016/07/15/en-direct-tentative-de-coup-d-etat-en-turquie_4970413_3214.html

    http://www.reuters.com/article/us-turkey-security-primeminister-idUSKCN0ZV2HK

    REINO UNIDO

    Theresa May é a nova primeira-ministra da Grã-Bretanha

    Nesta quarta-feira, David Cameron cumpriu a promessa feita após a derrota no Brexit.  O ex-primeiro-ministro transmitiu oficialmente a liderança do Parlamento britânico para Theresa May, a qual venceu a disputa no interior do Partido Conservador, tornando-se a segunda mulher a assumir tal posto. A primeira foi a também conservador Margareth Thatcher.

    May exerceu o cargo de Ministra do Interior de Cameron e deixou como marca a defesa de fortes restrições à política migratória, tendo chegado a propor a proibição da entrada de parentes de cidadãos britânicos que não tivessem uma renda anual de 18 mil libras.

    Apesar de também ter se posicionado a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia, a experiente deputada é vista pelas diferentes forças do establishment europeu com um perfil adequado para conduzir o processo de Brexit. Para sinalizar máximo respeito à decisão vencedora no referendo, May escolheu o controvertido Boris Johnson para o cargo de chanceler, o que gerou revolta na burocracia da União Europeia, visto que o ex-prefeito de Londres desferiu pesados ataques contra o bloco durante a campanha do referendo.

    Em seu primeiro discurso, a economista excedeu as baixas expectativas da oposição progressista ao falar em “combate à desigualdade social” e trazer de volta a noção de “classe operária”. Num telefonema ao presidente francês, May pediu à UE um maior prazo para que o Reino Unido se retire definitivamente.

    LINK: http://www.theguardian.com/politics/2016/jul/11/cameron-announces-he-will-step-down-after-pmqs-on-wednesday

    http://www.telegraph.co.uk/news/2016/07/14/uk-needs-time-to-prepare-for-brexit-theresa-may-tells-eu-leaders/

    Jeremy Corbyn mantém-se vivo na defesa de sua liderança

    Nesta semana, o líder esquerdista obteve uma importante vitória no Comitê Executivo do Labour Party, ao conseguir barrar a obrigatoriedade do improvável apoio de 50 deputados para poder se recandidatar ao posto de principal referência trabalhista. Contando com o suporte dos grandes sindicatos (principais financiadores do partido), Corbyn ganha fôlego para encarar os deputados blairistas que desafiaram sua autoridade após o referendo britânico. Angela Eagle e Owen Smith cobiçam o lugar de Corbyn, alegando inaptidão do atual dirigente para conduzir a uma vitória da oposição nas eleições previstas para 2020.

    LINK: http://www.theguardian.com/politics/2016/jul/12/jeremy-corbyn-must-be-on-labour-leadership-ballot-paper-party-rules-nec

    FRANÇA

    Atentado terrorista mata mais de 80 e deixa centenas de feridos em Nice

    As comemorações do dia da Bastilha terminaram em terror na França. Um “lobo solitário” franco-tunisiano direcionou um caminhão frigorífico contra uma multidão que voltava do espetáculo de queima de fogos em Nice, vitimando fatalmente dezenas de pessoas e ferindo centenas.

    O terceiro grande atentado terrorista em solo francês nos últimos 18 meses (Charlie Hebdo, boate Bataclan, Nice) chocou a comunidade internacional e ofereceu motivos para o presidente François Hollande estender por mais três meses, além de recrudescer as medidas de segurança no país e a luta contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, não obstante nenhuma organização terrorista tenha reivindicado a barbárie.

    LINK: http://www.lemonde.fr/police-justice/live/2016/07/15/en-direct-plusieurs-morts-a-nice-apres-qu-un-camion-a-fonce-sur-la-foule_4969598_1653578.html

    http://www.humanite.fr/reaction-apres-lattaque-au-camion-nice-melenchon-611879

    Ascendente nas pesquisas, Melénchon sinaliza fim de aliança com o Partido Comunista

    No começo de julho, o eurodeputado do Parti de Gauche (Partido de Esquerda), Jean-Luc Melénchon afirmou em entrevista ao jornal Mediapart que a Frente de Esquerda era “página virada” e que não confiava mais nos dirigentes do Partido Comunista, acusando-os de se apropriar do prestígio da coalizão (que obteve 11% dos votos nas presidenciais de 2012) para construir exclusivamente as próprias figuras públicas.

    “A confiança morreu. Eu fui maltratado de uma maneira inaceitável. A privatização da Front de Gauche se tornou visível. Eleição após eleição, eu tomava conhecimento pela imprensa quem eram os candidatos da Front de Gauche […]. Me diga em qual momento eu retribuí esse mesmo tratamento?”

    O distanciamento entre Partido de Esquerda e o Partido Comunista remonta às eleições municipais de 2014, quando os comunistas se aliaram em muitas localidades, inclusive na capital parisiense com os socialistas.

    Em 5 de junho deste ano, Melénchon lançou a plataforma “Le France insoumise” (“A França rebelde”), uma caravana por direitos que visa impulsionar sua candidatura à presidência em 2017, recrutando cidadãos indignados com o regime político francês e, em especial, dissidentes socialistas decepcionados com a guinada à direita de François Hollande. Em clara referência a linguagem empregada pelo Podemos espanhol, Melénchon fala em “desalojar a casta”, “recuperar direitos”, “soberania popular”, “rechaço aos tratados europeus”, etc.

    Em pesquisa divulgada nesta semana, pela primeira vez, Melénchon aparece em alguns cenários à frente de François Hollande, com uma pontuação que varia de 13 a 15% da preferência eleitoral. Tecnicamente empatados, Hollande e Melénchon estão atrás da direita republicana (que ainda não tem candidato definido) e de Marine Le Pen, que encabeça a corrida no primeiro turno, apesar de ser vencida no segundo turno seja qual for o adversário.

    LINK: http://www.lefigaro.fr/politique/le-scan/2016/06/15/25001-20160615ARTFIG00293-melenchon-devance-hollande-dans-un-sondage.php

    http://lelab.europe1.fr/jean-luc-melenchon-signe-lacte-de-deces-du-front-de-gauche-et-ereinte-le-pcf-2789458

    http://www.liberation.fr/france/2016/07/12/je-vote-ils-degagent-melenchon-lance-sa-caravane-des-droits_1465752

    ESTADOS UNIDOS

    Movimento negro reage com força à violência racista da polícia

    No começo de julho, o assassinato de dois cidadãos negros em Minnesota e Lousiana desencadeou uma onda de protestos de rua contra a brutalidade policial nas grandes metrópoles do país. A tensão racial adquiriu maior evidência na mídia depois que 5 policiais brancos foram alvejados e mortos em Dallas por um jovem franco-atirador, durante uma das manifestações na sexta-feira (8 jul.). A tragédia foi prontamente repudiada pelos organizadores do movimento do #BlackLivesMatter, sem deixar de apontar a maior responsabilidade do Estado.

    Em Baton Rouge, no estado de Lousiana, 180 pessoas foram presas no domingo (10/07) ao bloquearem o trânsito contra a brutalidade policial. Nas redes sociais, artistas e estrelas da NBA clamaram por medidas que combatam o racismo estrutural e institucional, a começar pela reformulação da ação e do treinamento das forças de segurança pública.

    Segundo estudo divulgado pela ONU, os indivíduos negros têm um risco de serem assassinado oito vezes maior que os brancos nos EUA. Só em 2016, mais de cem jovens negros foram brutalmente assassinados pela polícia do país.

    LINK: http://www.democracynow.org/2016/7/12/headlines/protests_continue_nationally_against_fatal_police_shootings

    http://www.nytimes.com/interactive/2016/07/15/us/15protests.html?

    rref=collection%2Ftimestopic%2FPolice%20Brutality%20and%20Misconduct&action=click&contentCollection=timestopics&region=stream&module=stream_unit&version=latestcontentPlacement=6&pgtype=collection&_r=0

    http://www.huffingtonpost.com/entry/black-lives-matter-alicia-garza-dallas-shooting_us_578105c4e4b0344d514f834c

    Sanders declara apoio a Hillary Clinton; Trump escolhe vice conservador

    Derrotado por uma pequena diferença nas primárias democratas, o senador Bernie Sanders anunciou publicamente apoio à candidatura de Hillary Clinton, depois de negociações sobre a plataforma programática que será referendada na convenção democrata daqui uma semana. Segundo Sanders, em que pese as diferenças expressivas com Clinton, as prévias do Partido Democrata produziram as propostas mais progressivas já apresentadas pelo partido. Para atrair os seguidores de Sanders (mais de 13 milhões de votos na disputa interna).

    Clinton oferece ampliar os investimentos de sistema público de saúde e de educação, elevar o salário mínimo para 15 dólares a hora trabalhada, avançar nos direitos para a comunidade LGBT e reforçar o combate contra as mudanças climáticas.

    Contudo, a decisão não soou de forma unânime para os colaboradores de Sanders. O ativista e filósofo Cornel West escreveu no The Guardian que fará campanha para Jill Stein, a candidata outsider do Partido Verde.

    “Eu estou apoiando Jill Stein. Eu tenho uma profunda admiração pelo meu irmão Bernie Sanders, mas eu discordo dele sobre Hillary Clinton. Eu não acho que ela será uma “excepcional candidata”. O seu militarismo faz do mundo um lugar menos seguro.”

    Em email dirigido para sua equipe de campanha, Sanders justificou a sua decisão.

    “Eu sei que muitos de vocês estão desapontados com essa decisão. Mas eu acredito que, neste momento, nosso país, nossos valores e nossa visão comum para transformar a América, são melhores servidos pela derrota de Donald Trump, e a eleição de Hillary Clinton.”

    O staff do senador socialista prometeu ainda lançar de duas a três organizações colaterais na próxima semana para dar consequência à revolução política que sua pré-candidatura iniciou. Conforme reportagem do Washington Post: “Uma será encarregada de formular políticas. A segunda será focada em recrutar e treinar candidatos. E a terceira poderia trabalhar em outra atividade, possivelmente organizando comitês de ação”.

    O apoio de Sanders coincide com uma queda significativa de Hillary Clinton nas pesquisas, depois de reaberta uma investigação oficial sobre o uso indevido de seu email privado quando era secretária de Estado. A sensação do eleitorado oscilante de que Clinton teria mentido, segundo relatório do FBI, causou-lhe a perda de nove pontos percentuais nas sondagens de julho, em comparação com junho. Se as eleições fossem hoje, Clinton estaria tecnicamente empatada com Trump.

    LINKS:

    https://www.washingtonpost.com/news/post-politics/wp/2016/07/12/to-further-his-revolution-sanders-looks-to-launch-up-to-three-new-organizations/

    http://www.nytimes.com/2016/07/13/us/politics/bernie-sanders-hillary-clinton.html

    http://edition.cnn.com/2016/07/15/politics/jill-stein-green-party-cornel-west-endorsement/

    https://www.washingtonpost.com/news/post-politics/wp/2016/07/12/to-further-his-revolution-sanders-looks-to-launch-up-to-three-new-organizations/

    http://dailycaller.com/2016/07/13/poll-hillarys-national-support-falls-below-50-percent-for-first-time-in-a-year/

    Do lado republicano, Donald Trump anunciou pelo twitter o conservador Mike Pence como vice. O atual governador de Indiana (meio-oeste dos EUA, zona crucial nas eleições) é um experiente articulador que agregaria musculatura institucional para o bilionário nova-iorquino que jamais exerceu qualquer mandato. Pence se posiciona contra o aborto, o casamento gay e o fim da ocupação do, além de ser financiado pela indústria tabagista.

    LINK: http://www.nytimes.com/2016/07/16/us/politics/mike-pence-donald-trump-vice-president.html

    http://thinkprogress.org/politics/2016/07/14/3798417/mike-pence-tobacco-money/

     

    ITÁLIA

    Sistema financeiro italiano é a nova dor de cabeça das bolsas europeias

    A desconfiança com a saúde contábil dos bancos do Itália acendeu o alerta vermelho do mercado financeiro mundial. Desde o Brexit, as principais instituições bancárias italianas tiveram uma perda de 30% do seu valor acionário, o que tem levado economistas a prognosticarem um futuro crash financeiro com epicentro na “velha bota”.

    Relatório recente do Fundo Monetário Internacional indica que serão completadas duas décadas de inexpressivo crescimento para o país, cuja dívida pública é a maior do bloco europeu (cerca de 132% do PIB). Desde 2008, o PIB italiano encolheu 8% e seus bancos correm o risco de perder 400 bilhões de dólares em empréstimos que dificilmente serão ressarcidos, dado a anomia produtiva do país.

    O primeiro-ministro Matteo Renzi (centro-esquerda) vê-se agora ante o dilema de resgatar com dinheiro dos contribuintes as instituições privadas (o que fere as regras da UE) ou deixá-las a sua própria sorte e azar.

    LINK: http://www.ft.com/cms/s/0/921dee0a-4737-11e6-b387-64ab0a67014c.html#axzz4EUt3QaWo

    http://www.bbc.com/portuguese/internacional-36780547

    ESPANHA

    Investidura de Rajoy estagna

    Após concluir uma rodada de conversas com as outras três principais forças políticas da Espanha (PSOE, Podemos e Ciudadanos), Mariano Rajoy (Partido Popular) ainda não conseguiu obter apoio necessário para formar uma maioria governante, 16 dias decorridos da eleição geral. Pablo Iglesias, porta-voz do Podemos, declarou que não há nenhuma possibilidade programática da formação radical sustentar um governo conservador e lançou um desafio público aos socialistas: “Rajoy, uma alternativa de esquerda ou novas eleições”.

    Albert Rivera (Ciudadanos) e Pedro Sánchez (PSOE) negam “por enquanto” o fechamento de um acordo nos termos propostos por Rajoy, na expectativa de quem arcará primeiro com o ônus de facilitar o governo de uma força política que tem sido incapaz de retirar a Espanha da crise política e econômica.

    Enquanto isso, os principais meios de comunicação burgueses pressionam para que Rajoy, Sánchez e Rivera cedam um pouco cada um para que o país adquira um governo “forte”, capitaneado pelo Partido Popular. Conforme editorial do El País, o fim da interinidade do governo permitiria acelerar as medidas impostas pelas instituições europeias, tal como “a aprovação de um teto no gasto orçamentário”.

    LINK: http://politica.elpais.com/politica/2016/07/13/actualidad/1468394557_302816.html

    http://elpais.com/elpais/2016/07/13/opinion/1468434928_732233.html

    http://www.comiendotierra.es/2016/07/14/de-la-gran-coalicion-a-la-abstencion-modesta/

    ALEMANHA

    Protestos radicalizados em Berlim contra desalojamento conquistam vitória

    Movimentos anticapitalistas de Berlim enfrentaram a repressão policial da maneira mais aguda dos últimos 5 anos. Tudo começou depois que um prédio na região central da capital alemã foi desocupado pela polícia no dia 22 de junto. A ocupação anarquista datava dos anos 1990 e sempre resistiu às investidas do poder público. A intervenção policial foi respondida com protestos pacíficos no sábado (9 de jul.), que aglutinaram milhares de pessoas. Concomitante à marcha, grupos autonomistas incendiaram carros e estabelecimentos comerciais, a fim de que a pauta ganhasse relevância no noticiário. Mais de 120 policiais saíram feridos e 86 manifestantes foram detidos.

    Nesta quarta-feira, um tribunal deu razão aos manifestantes e ordenou que as tropas deixem o legendário prédio Rigaer 94.

    Berlim terá eleições municipais em 18 de setembro e o prefeito social-democrata Michael Muller dificilmente será reeleito, segundo sondagens. Seu ex-aliado democrata-cristão Frank Henkel é o principal desafiante.

    LINK:

    http://www.startribune.com/berlin-condemns-riots-that-injured-scores-of-officers/386274781/

    http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/08/actualidad/1467998607_031435.html

    http://www.thelocal.de/20160714/berlin-squatters-win-court-victory-after-illegal-police-raid-rigaer-strasse

    ZIMBABWE

    Cresce a indignação contra governo autoritário de Robert Mugabe

    Em meio ao caos econômico, a população zimbabweano prossegue a luta contra Robert Mugabe, o ditador de 92 anos que há mais de três décadas governa o país. A falta de moeda e o descalabro na saúde pública são os principais motivos das greves que têm estalado pelo Zimbabwe há algumas semanas.

    Na última terça-feira (12 de jul.), o pastor Evan Mawarire foi preso por “incitar a violência”, depois de viralizar um vídeo em que criticava o governo e convidava as pessoas a saírem às ruas. No dia seguinte, um tribunal concedeu-lhe a liberdade, ante a ameaça de uma nova greve geral, o que foi comemorada pelos seus seguidores.

    Outras 307 pessoas já foram presas nos últimos 10 dias, por envolvimento nas manifestações.

    LINK:

    https://www.theguardian.com/world/2016/jul/14/zimbabwe-protest-leader-calls-for-more-strikes-against-mugabe-rule

    http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-07-14-Protestos-sobem-de-tom-a-medida-que-desce-a-qualidade-de-vida-no-Zimbabwe

    SUDÃO DO SUL

    Guerra civil iniciada em 2013 tem escalada de confrontos

    Cinco anos após a independência patrocinada pelos Estados Unidos, o Sudão do Sul mergulha numa guerra intestina. Forças leais ao presidente Salva Kiir tentam debelar a rebelião encabeçada pelo vice Riek Machar. O saldo ultrapassa três centenas de mortos e 42 000 refugiados que rumaram para Uganda, Quênia, Etiópia e Sudão. Uma trégua frágil foi anunciada pelos dois lados, sob a tutela da ONU e dos EUA.

    A nação mais jovem do mundo abriga a terceira maior reserva de petróleo do continente africano, além de portentosas jazidas de ferro, cobre, cromo, zinco, mica, ouro e diamantes. Por outro lado, um em cada três sul-sudanês padece de fome. O país é um dos líderes do ranking internacional de pobreza elaborado pela ONU.

    LINK: http://jornaldeangola.sapo.ao/mundo/africa/sudao_do_sul_leva_ban_ki-moon_a_kigali

    http://www.telesurtv.net/telesuragenda/Conflicto-en-Sudan-del-Sur-20160712-0037.html

    http://www.aljazeera.com/news/2016/07/south-sudan-refugees-hit-million-160715143807203.html

    ISRAEL

    Netanyahu patrocina lei contra ONGs críticas à ocupação da Palestina

    O parlamento israelense aprovou na última segunda-feira (11 de jul.) uma lei que pressiona as ONGs estrangeiras atuantes no país a abrirem sua contabilidade.

    Segundo o El País, “entre as organizações afetadas figura a Paz Agora – fundada pelo escritor Amos Oz junto com intelectuais e políticos de esquerda – que nesta terça-feira qualificou a aprovação da lei como ‘uma contundente violação da liberdade de expressão (…) que pretende silenciar a oposição às políticas do Governo sobre a a ocupação’. A nova norma só afeta as doações recebidas dos organismos públicos e não ao financiamento privado das ONGs, o que beneficia fundamentalmente os grupos partidários da colonização da Cisjordânia e do leste de Jerusalém. ‘Se o governo estivesse realmente preocupado com a transparência, teria requerido que se fizessem públicas todas as fontes de financiamento das ONGs”, argumentou por sua vez a Human Rights Watch.”

    LINK: http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/12/actualidad/1468323376_228658.html

    IRAQUE

    Milhares protestam contra o governo em Bagdá

    A capital iraquiana assistiu nesta sexta-feira (15 de jul.) um dos protestos mais massivos de sua história. Centenas de milhares desafiaram a proibição do gabinete Haider Al-Abadi e foram à Tahrir Square pedir o fim da corrupção no governo e do sectarismo religioso na política. A direção dessa manifestação cabe a Moqtada Saqr, um influente clérigo xiita, que nas últimas semanas vem convocando atos em todas as sextas-feiras.

    O Iraque atravessa mais uma turbulência política, em meio a confrontos para expulsar as milícias armadas do ISIS de sua segunda maior cidade, Mossul (norte do Iraque).

    LINK: http://www.aljazeera.com/news/2016/07/iraq-thousands-defy-ban-protest-corruption-160715065405528.html

    CHINA

    Tribunal de Haia barra reivindicações chinesas sobre o Mar do Sul

    A Corte de Arbitragem Internacional considerou que Pequim feriu os direitos de soberania das Filipinas, “ao interferir na exploração de pesca e petróleo mediante a construção de ilhas artificiais” no mar ao sul da China. A região é rica em recursos naturais e constitui uma ampla zona de rotas marítimas que transportam bilhões de dólares em mercadorias. Trata-se, portanto, de uma área de grande interesse geoestratégico no Pacífico.

    O governo chinês afirmou que descumprirá a decisão, por não reconhecer legitimidade nessa corte, e que não teme nenhuma potência. Já a chancelaria da Filipinas declarou estar disposta a uma solução moderada com o vizinho gigante.

    LINK: http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/13/actualidad/1468404879_307910.html

    http://www.huffingtonpost.com/entry/philippines-south-china-sea_b_10928374

    ÍNDIA

    Região da Caxemira arde em chamas, após morte de líder separatista

    No sábado (9 jul.) o maior grupo rebelde da Caxemira (região ao norte da Índia, que também é disputada pelo Paquistão) perdeu um  de seus maiores líderes, Burhan Awani, assassinado pelo exército indiano. A queda do jovem combatente de 21 anos despertou uma onda de distúrbios que resultaram em 23 mortes e milhares de feridos.

    O governo paquistanês anunciou que organizará atos em apoio ao povo da Caxemira na próxima semana, o que enfureceu as autoridades indianas.

    Desde os anos 1990s, mais de 68 mil pessoas perderam a vida em conflitos na região.

    LINK: https://www.theguardian.com/world/2016/jul/11/kashmir-death-toll-23-protests-shooting-burhan-wani-independence-violence

    http://www.aljazeera.com/news/2016/07/kashmir-violence-indian-troops-clash-protesters-160715140719576.html

    https://noticias.terra.com/mundo/asia/pakistan-anuncia-jornada-de-protestas-el-martes-por-la-violencia-en-cachemira,1adec0f59f4c7fe3a2d6679a1045ccb85g9a538k.html

    HONDURAS

    Terceira ativista é assassinada em menos de 4 meses

    No último 6 de julho, a ecologista hondurenha Lesbia Urquia foi encontrada morta em Marcala, a oeste de Tegucigalpa. A dirigente comunitária opunha-se a construção de uma represa hidrelétrica em território indígena, projeto impulsionado pelo governo conservador Juan Orlando González. Sua mentora, Berta Cáceres, foi assassinada em março deste ano, meses depois de ganhar o Prêmio Ambiental Goldman, a máxima honraria para quem luta em defesa da natureza.

    Segundo a ONG britânica Global Witness, Honduras é considerado o país mais inseguro para ativistas ambientais no mundo em termos per capita. Desde 2010, registraram-se já mais 100 mortes de militantes verdes.

    O Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh) luta agora para que a Justiça esclareça as mortes de Cáceres e Urquía e puna os envolvidos.

    LINK: http://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-36741825

    http://www.latribuna.hn/2016/07/15/miembros-del-copinh-protestan-frente-al-ministerio-publico/

    http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=ES&cat=14&cod=89265

    CUBA

    Crise econômica faz governo alertar população para sacrifícios no segundo semestre

    A derrocada da economia venezuelana, um dos principais parceiros de Cuba, já provoca impactos na ilha, ainda embargada comercialmente pelos EUA. Metade do fornecimento de petróleo ao país foi reduzido e a economia desacelerou 3% no primeiro semestre de 2016 em comparação com o mesmo período de 2015.

    Frente a esse cenário adverso, o presidente Raúl Castro anunciou um plano de poupança de energia e apelou para que a população compreenda os esforços para reduzir as importações e focar investimentos em áreas de infra-estrutura. Além disso, o economista Marino Murillo deixou o cargo de Ministro da Economia e Planejamento.

    LINK: http://www.cubadebate.cu/noticias/2016/07/13/ricardo-cabrisas-nuevo-ministro-de-economia-de-cuba/#.V4lQBvkrLIV

    http://www.cubadebate.cu/noticias/2016/07/08/marino-murillo-vienen-ajustes-en-la-economia-sin-afectar-servicios-fundamentales-a-la-poblacion/#.V4lQcPkrLIU

    VENEZUELA

    Maduro autoriza ocupação da fábrica de Kimberly Clark

    O governo venezuelano aprovou que trabalhadores passem a comandar a fábrica de papel higiênico e de fraldas da multinacional estadunidense que abandonou o país, alegando escassez de matérias-primas.

    A medida vem em meio a uma crise de abastecimento no país, que tem levado à população a improvisar saídas, tais como cruzar as fronteiras com a Colômbia para adquirir remédios e alimentos.

    LINK: http://www.aporrea.org/contraloria/n293616.html

    http://www.aporrea.org/contraloria/n293911.html

    PERU

    Começa primeiro julgamento contra militares que cometeram abusos sexuais contra mulheres na década de 1980

    Na sexta-feira (8 de jul.) iniciaram-se as primeiras sessões do julgamento oral de militares acusados de violar sexualmente nove camponesas de comunidades da região serrana do Peru durante o conflito armado (1980-2000) do Estado contra o grupo terrorista Sendero Luminoso. Segundo estudo do Conselho de Reparações, mais de 4 mil mulheres foram submetidas à violência ao longo das duas décadas de confronto e, até o presente, nenhum militar havia sentado no banco dos réus.

    Conforme relato do La Jornada, “na porta da Sala Penal, um grupo de quatro mulheres vestidas de negro gritavam “nem esquecimento, nem perdão!”. Haviam acomodado várias pedras redondas no chão de tal forma que juntas compunham a palavra: Justiça.”

    LINK: http://www.jornada.unam.mx/ultimas/2016/07/08/abren-juicio-contra-militares-que-abusaron-de-campesinas-hace-30-anos-en-peru

    http://elpais.com/elpais/2016/07/11/planeta_futuro/1468236408_252103.html

    ARGENTINA

    Cacerolazo contra aumento de tarifas de energia empareda Macri

    Milhares compareceram às ruas dos principais bairros de Buenos Aires nesta quinta-feira, 14 de julho, para bater panelas contra o abusivo aumento nas contas água, gás e luz autorizado pelo governo de Maurício Macri. No começo da semana, o presidente argentino havia pedido à população que consumisse menos energia, não ficando “descalços e de camiseta dentro de casa”, o que auxiliou na indignação das famílias argentinas.

    LINK: http://www.pagina12.com.ar/diario/ultimas/20-304340-2016-07-15.html

    URUGUAI

    Central sindical paralisa serviços públicos por 24 horas contra ajuste

    A recusa do presidente Tabaré Vazquez (Frente Amplio) em revisar sua política salarial e os cortes orçamentários levou a uma greve geral de um dia (14 de jul.) convocada pela Central Nacional dos Trabalhadores (CNT). Os grêmios sindicais estimaram cerca de um milhão de trabalhadores com os braços cruzados, aos quais se somaram entidades estudantis e aposentados.

    A ação operária e popular escancarou as contradições no interior da Frente Ampla, coalizão das esquerdas que governa o país. Enquanto o Partido Comunista e o Partido Vitória do Povo marcharam junto com as reivindicações sociais, dirigentes do Partido Socialista e do Partido Liberal instaram os movimentos sociais a defenderem o governo contra uma “provável ofensiva da direita”.

    LINKs: http://www.elobservador.com.uy/un-paro-que-incomodo-al-frente-amplio-y-al-gobierno-n941861

    http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&idioma=1&id=5066701&Itemid=1

  • Observatório Internacional, de 29 de junho a 06 de julho de 2016

    Observatório Internacional, de 29 de junho a 06 de julho de 2016

    Nesta edição do Clipping Semanal preparado pelo Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos repercutimos: os ecos do Brexit e do relatório Chilcot nos partidos ingleses, as tratativas para a formação de um governo na Espanha, a corrida presidencial nos Estados Unidos, o realinhamento tático do Estado Islâmico, as mobilizações classistas e juvenis na América Latina, a crise política na Venezuela, a greve geral no Zimbábue, a vitória democrática dos ativistas angolanos, as manobras geopolíticas da Turquia e o prenúncio de uma nova etapa de protestos em Hong Kong.
    Saudações internacionalistas aos companheiros do PSOL.
     
    DESDOBRAMENTOS DO BREXIT
    Disputa interna pelas lideranças dos partidos após resultado do referendo na Grã-Bretanha

    Após os resultados do referendo que definiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, os dois principais partidos estão em ebulição. O principal motivo é a possibilidade de antecipação de eleições gerais e a escolha dos nomes que representariam os blocos numa nova disputa.
    No Partido Trabalhista, o líder Jeremy Corbyn passou por uma tentativa de golpe da ala mais moderada, que aprovou uma moção de “desconfiança” entre os deputados do partido, numa pressão aberta pela renúncia de Corbyn, além de já acumularem mais de 60 renúncias aos cargos de liderança dos trabalhistas na Câmara. Dentre os argumentos levantados, estão a repulsa da ala moderada à sua posição abertamente marxista, bem como acusações de antisemitismo alavancada pela declaração “Nossos amigos judeus são tão responsáveis pelas ações de Israel ou do governo Netanyahu quanto nossos amigos muçulmanos são pelos atos de variadas organizações ou autodenominados estados islâmicos”

    O atual líder do Labour, que foi eleito principalmente pelo voto da base sindical do partido e da juventude, conquistando 60% dos votos, aposta neste apoio e mantém sua posição. O ato em apoio a Corbyn reuniu milhares, e as filiações ao Labour Party e ao Momentum (movimento social que construiu a campanha de Corbyn) tiveram aumento expressivo – as filiações a Momentum chegaram a dobrar de 6 para 12 mil.
    LINK:http://www.theguardian.com/
    Já no Partido Conservador, a disputa é pelo sucessor do atual primeiro-ministro, David Cameron, que anunciou sua renúncia no dia da apuração do referendo, após a posição que defendeu, pela permanência na UE, ser derrotada. Os candidatos cotados são afavorita Ministra do Interior Theresa May, o ministro da Justiça Michael Gove (que até pouco tempo apoiava o nome de Boris Johnson, o qual se retirou da disputa após escândalo de e-mails vazados) e a Secretária de Energia Andrea Leadsom.

    http://www.theguardian.com/

    A disputa pela liderança também chegou ao partido de extrema-direita UKIP. Nigel Farage, líder que ficou conhecido, juntamente com o Tory Boris Johnson, um dos principais defensores do voto pela saída da UE, renunciou ao seu cargo na liderança do UKIP. O nome mais cotado para substituí-lo é o de seu único deputado, Douglas Carswell.

    LINK: http://www.bbc.com/news/uk-

    O acordo para o Brexit
    Além da polêmica em torno da escolha dos próximos representantes dos partidos, o destaque fica para a indefinição acerca do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o qual trata especificamente do protocolo de saída voluntário da União Europeia.
    “O artigo 50 afirma que ‘Qualquer estado-membro pode decidir retirar-se da união em acordo com seus próprios requisitos constitucionais’
    Ele especifica que o país que se retire deve notificar o Conselho Europeu da sua intenção, negociar uma cordo sobre sua retirada e estabelecer bases legais para uma futura relação com a UE. Já para a UE, o acordo precisa de uma maioria qualificada de estados-membros e consentimento do parlamento Europeu”
    “Em seu discurso de renúncia, David Cameron deixou claro que não estava com pressa para apertar o botão. “A negociação com a União Europeia terá de começar com um novo primeiro-ministro e eu acho que é certo que este novo primeiro-ministro tome a decisão sobre quando acionar o artigo 50 e iniciar o processo formal e legal de deixar a UE”, ele disse.
    Assim, ele fez um favor para quem se esforçou para derrubá-lo – Boris Johnson e Michael Gove. Ambos argumentaram que não deve haver pressa para puxar o gatilho: isso iria iniciar o cronômetro, colocando a Grã-Bretanha em desvantagem na negociação em um momento em que sua classe política está em desordem.
    Mas há forte pressão para fazer a bola rolar. Ukip não vê razão para o atraso, com o líder do partido Nigel Farage apelando por uma ação “assim que for humanamente possível”. Talvez mais importante, os líderes europeus, frustrados, irritados e extremamente decepcionados com o êxodo auto-imposto da Grã-Bretanha, querem as questões resolvidas de forma inteligente para haver um mínimo de incerteza e evitar que o contágio da saída se espalhe.”
     

    Na Escócia, a expressiva votação pela permanência na UE levou a primeira-ministra Nicola Sturgeon à Bruxelas defender a permanência a despeito da saída do Reino Unido.

    LINK: http://www.theguardian.com/politics/2016/jun/29/nicola-sturgeon-scotland-plea-eu-leaders-sympathy-little-hope

    Relatório oficial sobre Guerra do Iraque denuncia arbitrariedades de Blair; Corbyn faz pedido de desculpas oficial em nome do Partido Trabalhista.
    O relatório Chilcot, iniciado em 2009 pelo governo britânico, concluiu que o país avançou para a guerra no Iraque antes de estarem esgotadas as vias pacíficas e sem provas da existência de armas de destruição massiva.
     

    Tony Blair, primeiro-ministro que decidiu apoiar a invasão estadunidense do Iraque em 2003, é o principal denunciado no relatório. Oito meses antes do início da guerra, o premiê do Partido Trabalhista escreveu à George W Bush prometendo apoio incondicional (“I will be with you, whatever”).

    LINKS: https://www.theguardian.com/

    Em um duro discurso contrário à ala belicista do Partido Trabalhista ocorrido numa atividade de Momentum, Jeremy Corbyn faz pedido oficial de desculpas em nome de seu partido ao povo iraquiano, às famílias dos soldados britânicos e à população de seu país. O crescente apoio à sua manutenção como liderança no partido levou Angela Eagle, sua principal desafiante e apoiadora da entrada da Grã-Bretanha na Guerra do Iraque, a abrir mão de disputar contra ele.
    Veja aqui entrevista de Tariq Ali sobre as revelações do Relatório Chilcot: http://www.esquerda.net/
    FRANÇA
    Hollande e Valls escapam de moção de censura e forçam reforma trabalhista
    Na segunda votação da matéria na Assembleia Nacional, a esquerda parlamentar francesa ficou a dois votos de obter a moção de censura ao governo de Hollande e Manuel Valls, depois de utilizarem o artigo 49.3 que atropela as decisões do Legislativo. É nítido que o governo já não tem a maioria absoluta da Assembleia, visto que parte do Partido Socialista está descontente com as manobras antidemocráticas do Executivo.
    O projeto da reforma trabalhista segue agora para apreciação do Senado que espera votar em definitivo no dia 20 de julho.
    Os sindicatos têm organizado passeatas multitudinárias nas últimas semanas para resistir à reforma. O risco de desmobilização nas férias de verão tem levado a preparação de um novo ascenso de lutas no mês de setembro, quando o país em tese costuma ter suas atividades econômicas normalizadas. “Nós voltaremos com tudo em setembro” prometeu Phillipe Martinez, dirigente da CGT.
     
    ÁUSTRIA
    Problemas na contagem de votos fez Corte Constitucional anular segundo turno das eleições presidenciais que dariam vitória a partido de extrema-direita
     
    “Durante a primeira rodada de votação, Norbert Hofer, o candidato do Partido da Liberdade (FPÖ) garantiu mais de 30 por cento dos votos, expulsando dois partidos históricos da Áustria do governo (os social-democratas, SPÖ e o conservador ÖVP) [2]. A sequência foi um segundo turno presidencial entre Hofer e Alexander van der Bellen, um independente cuja campanha foi apoiada pelo Partido Verde.”
    “FPÖ é um partido com raízes no passado nazista da Áustria. Seu primeiro líder era um ex-oficial da SS, e seus membros do núcleo consistiram em camadas da sociedade austríaca que não foram de-nazificadas depois da guerra.”
    “Esta é uma combinação que está sendo perseguida por partidos como o UKIP que se afirmam anti-establishment, ao reivindicar a herança nacional a partir dessas elites que eles mesmos pretendem se opor. Como vimos a partir do Brexit, isto tem permitido a expressão popular de eleitores rurais conservadores alinhados com os eleitores urbanos em áreas que têm baixos níveis de investimento ou habilidades. Uma vitória fascista na Áustria seria o maior passo em frente até à data no desenvolvimento dessas tendências.”
     
    ESPANHA
    Negociações para formar o governo
    A formação de um governo na Espanha, após as eleições de 26 de junho, segue em marcha lenta. O PSOE está dividido quanto a permitir um governo de Rajoy e do Partido Popular, que por sua vez fracassam em conquistar aliados regionais ou ao centro.
    Já o PSOE rechaçou a proposta de Pablo Iglesias de tentarem um acordo de “esquerdas”, análogo ao que ocorreu em Portugal.
    EUA
    Com a vantagem de Clinton sobre Sanders, milhares de ativistas discutem como dar consequência à “revolução política” que empolgou progressistas em todo o país

    “O que acontece no dia 28 de julho, quando Clinton ganhar a nomeação, deixando para aqueles que apoiaram um socialista democrático escolher entre uma democrata corporativa pró-austeridade e um xenófobo de extrema-direita? Como podem os ativistas e voluntários de Sanders continuar a propor às pessoas inspiradas por sua mensagem algo para fazer e acreditar?
    Aceitar a derrota e retirar-se da política eleitoral seria desastroso. Desnecessário dizer que os movimentos nunca devem comprometer toda a sua energia com a disputa eleitoral, compreendida por muito tempo – e com razão – como um cemitério de insurgência popular. Mas a campanha Sanders começou a corroer a divisão de meio século de tempo entre ativistas e os corredores do poder.”
    LINK: 
    https://www.jacobinmag.
    MÉXICO
    Professores prosseguem luta contra Peña Nieto: nova onda de protestos em Oaxaca
    Rodovias dos estados mexicanos Oaxaca e Chiapas continuam bloqueadas por professores A reforma educativa proposta por Peña Nieto que aprofunda a privatização do ensino mexicano desagrada amplos setores da sociedade mexicano.
    Sem sucesso, governo lança ultimatos atrás de ultimatos para que os professores retornem às salas de aula e desbloqueiem as vias públicas. A Secretaria do Governo não abre negociações e dezenas de estradas permanecem ocupadas. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação anunciou uma greve indefinida a partir de 5 de julho.
    Segundo o La Jornada, 40 prefeitos assinaram uma nota em apoio à luta dos professores, contra a repressão do governo e pela abertura de diálogo.
    Confira trecho de reportagem feita pelo jornal espanhol Público sobre que vem acontecendo no México:
    Os professores protestam contra uma reforma que veem como primeiro passo para a privatização. O Executivo tem respondido com violência, atirando com firmeza contra as organizações sociais o que já provocou várias mortes nos enfrentamentos. Os professores levam numerosos bloqueios de estradas e reivindicam a auto-organização cidadã”.
    ARGENTINA
    Austeridade de Macri afunda economia argentina na recessão e amplia pobreza
    Levantamento do Centro de Economia Política Argentina e o Instituto de Economia Popular realizado entre a população de urbana da Grande Buenos Aires apontou que a indigência cresceu de 5,7% (novembro de 2015) para 7,9% (abril de 2016), enquanto a pobreza saltou de 19,8% (nov. 15) para 33,3% (abr. 16). Em seis meses, o poder aquisitivo despencou 28%.
    O impacto da desvalorização nos preços da cesta básica total conjugado com um estacamento dos salários no mesmo período teve um efeito negativo no poder aquisitivo dos salários médios” alerta o informe.
    A política de ajuste com transferência de renda de setores assalariados para grupos de poder econômico foi central para explicar a piora econômica e o retrocesso da qualidade de vida de amplos segmentos da população” conforme reportagem do Página 12.
    Organizações sociais marcham contra tarifazo
    Em pleno inverno, os boletos de gás e energia têm causado surpresa e indignação na classe trabalhadora argentina. Aumentos sucessivos das tarifas ditadas pelo governo Macri, mês após mês, tornam cada vez mais insuportável viver com um mínimo de dignidade no país. As organizações sociais buscam oferecer resistência ao ajuste macrista, intensificando a presença nas ruas pelo fim do tarifazo.
    Em reportagem do site El País, Alejandro Bodart, representante do MST-Nueva Izquierda observou: “Rechaçamos os tarifazos impagáveis do governo macrista e também as privatizações que são a maior corrupção sistêmica que persiste desde o menemismo. Para o povo trabalhador não há “revolução da alegria”, mas ajuste. Já apresentei um projeto de amparo contra a subida das passagens de coletivos e trens. Tão logo o governo portenho decrete o aumento do bilhete do metrô, apresentarei outro projeto.” 
     
    BOLÍVIA
    COB paralisam regiões da Bolívia por três dias e obrigam Evo a abrir diálogo
    O fechamento da empresa estatal de têxteis Enatex provocou a demissão de 900 funcionários no primeiro semestre de 2016. Os fortes protestos operários em La Paz, Cochabamba e Potosí levaram o presidente Evo Morales a instalar uma mesa de negociação com a Central Obrera Boliviana (COB), a qual ameaça uma greve geral indefinida caso o governo não recue e continue a postergar a agenda dos trabalhadores.
    Como resultado de uma reunião realizada ontem, a Central Obrera Boliviana (COB) decidiu rechaçar a proposta governamental de que 180 trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Têxteis (Enatex) entrem num regime laboral transitório e exige que sejam ampliados sob a Lei Geral do Trabalho ao serem re-contratados pelo Serviço Nacional de Têxteis (Senatex).”
    Os três dias de paralisação (29 jun., 30 jun., 1 jul.) foram marcados por bastante repressão, dezenas de manifestantes presos e um gravemente ferido a bala em Cochabamba.
    LINK:
    Conforme assinala a socióloga Maria Teresa Zegada:
    “”Este último conflito da Central Obrera Boliviana (COB) mostra uma sorte de “regeneração” de um dos atores que foi protagonista principal da sociedade civil boliviana desde sua conformação, em 1952. Esta última greve escalonada logrou paralisar alguns departamentos do país, mobilizar altas autoridades do Governo, como o próprio vice-presidente, e impor um cenário de negociação a seus intrelocutores. Em geral, o papel da COB durante os primeiros governos de Evo Morales este muito pouco claro. Desde os primeiros meses, sua presença foi marginal, tanto nas decisões como nos cenários de protesto, que só alcançaram um ponto alto entre os anos 2010 e 2012.”
    CHILE
    140 estudantes são presos em marcha contra reforma educativa de Bachelet
    Em Santiago, marcha convocada pela Confederação dos Estudantes do Chile (Confech) terminou com a intervenção dos carabineros: 140 estudantes foram detidos de maneira violenta, dentro os quais dezenas de menores de idade.
    Os estudantes insistem no fato de que a reforma educativa apresentada pelo Governo do Chile mantém uma lógica de mercado e dá carta branca ao lucro na educação universitária, além de descumprir com a promessa de gratuidade universal prometida pelo governo.”
    VENEZUELA
    Crise política não cessa e população sofre no dia a dia
    A queda de braço entre governo e oposição de direita está longe de um desfecho. Enquanto a MUD tenta recolher assinaturas suficientes para a realização do referendo, Nicolás Maduro eleva o tom com o presidente da Assembleia Nacional, o direitista Ramos Allup, chamando-lhe de “covarde”, que algumas semanas antes havia dito que quem “tem legitimidade para pautar a agenda na Venezuela é a oposição”.
    Dentro do chavismo, o espaço dos descontentes com Maduro amplia, na medida em que a população padece com o caos econômico instalado no país. O general aposentado Cliver Alcalá defendeu recentemente a renúncia de Maduro e a entrada do vice Aristóbulo Istúriz, conhecido por ser um articulador experiente.
    Outros, dentro do chamado chavismo crítico exigem retificação ao governo e perguntam-se qual acordo Maduro e Shannon fizeram em seu aperto de mãos. Dentro do arco bolivariano concretizam-se descolamentos do governo através de uma Plataforma do Povo em Luta e do Chavismo Crítico, onde convergem sindicatos, coletivos, Marea Socialista e o Partido Socialismo y Libertad (PSL).
    Em sua plataforma expõem nove pontos: plano de emergência alimentar e sanitária, aumento geral dos salários, fim das demissões em empresas públicas e privadas; revogação de leis e normas que restringem o direito de greve e manifestação auditoria pública das empresas importadoras, reforma agrária democrática, anulação do Decreto do Arco Minerador, rescisão dos contratos no setor petroleiro; moratório do pagamento da dívida externa.”
     
    ANGOLA
    Presos políticos são libertados após um ano
    Supremo Tribunal de Angola determinou que os 17 ativistas detidos em junho de 2015 fossem libertados. A decisão vem depois de muita pressão internacional para que a ditadura de José Eduardo dos Santos colocasse um fim nessa prisão arbitrária de jovens que se reuniam em Luanda para debater política.
    ZIMBÁBUE
    Greve geral paralisa Zimbábue
    O país no sul da África atravessa uma grave crise financeira. Professores, enfermeiros, soldados e médicos estão sem receber há um mês. Robert Mugabe, à frente da presidência desde 1980, não pode mais emitir mais moeda, desde que adotou o dólar em 2009. A escassez de cédulas piora as condições de vida das classes populares. As suspeitas de corrupção e de esbanjamento de dinheiro público nas altas esferas do poder contribuem para que o povo perca a paciência e o medo da repressão. Em fevereiro deste ano, Mugabe gastou 1 milhão de dólares para comemorar seu 92 º aniversário.
    A greve geral em 6 de julho, convocada pelos ativistas sindicais, foi uma das mais fortes no país desde que Mugabe assumiu o governo.
    TURQUIA E RÚSSIA
    Moscou e Ancara se reaproximam
    Matéria do El País destaca o restabelecimento da interlocução entre Putin e Erdogan, um ano após o abatimento do caça russo pelas forças armadas da Turquia. A crise da UE incentiva essa parceria. A Turquia busca potências aliadas para dinamizar sua economia, ao passo que a Rússia tem interesse em investir no gasoduto turco. No conflito sírio, essa reaproximação poderia significar uma trégua de Ancara em relação a Assad.
     
    ESTADO ISLÂMICO (ISIS)
    Perda de território altera tática do ISIS
    A perda de quase a metade de seus domínios no Iraque e o recuo de suas posições na Síria ocasionou uma mudança de tática para o Estado Islâmico. Seus porta-vozes têm conclamado que seus seguidores façam ataques letais e descentralizados onde for possível. Atentados explosivos recentes no Iraque, Bangladesh, Turquia, Líbano, Iêmen vitimaram mais de 300 pessoas, o que corrobora tal tese defendida por diferentes analistas internacionais e pelo Departamento de Estado dos EUA.
    Como aponta uma reportagem do El País, “já são 60 as nações que se somaram à guerra internacional contra o ISIS, sem por isso ter muita clareza da natureza do inimigo com o qual se defrontam. Seja com lobos solitários como o do ataque de Orlando (EUA), seja com grupos jihadistas locais como Jamaat al Muahidin em Dacca (Bangladesh) seja com redes filiadas estrangeiras em Istambul (Turquia), ISIS diversifica tanto sua logística como estratégia. “Os lobos solitários seguem sendo o maior desafio para os serviços de inteligência na luta contra o terrorismo. São mais difíceis de monitorar que as redes assentadas, como na Turquia, as quais levam anos seguindo-lhes a pista”, aponta Maya Yahia, diretora do Centro Carnegie de Beirut. “A via militar não é, em absoluto, a solução para derrotar o ISIS. Enquanto prevalecerem as causas pelas quais se alistam em suas fileiras milhares de jovens frustrados, sujeitos a governos repressivos, a um vazio de legitimidade política e religiosa, ou ao deficiente sistema educativo entre outros, o ISIS seguirá existindo. E caso seja expulso fisicamente do Iraque ou da Síria, outro ISIS sob outra forma virá a ocupar seu lugar”, adverte Yahia.
    HONG KONG
    Milhares vão às ruas protestar contra as autoridades chineses
    No 19 º aniversário de retorno de Hong Kong para a soberania chinesa, dezenas de milhares marcharam por mais democracia e pela saída do chefe de governo Leung Chiun-Ying, alinhado com as políticas de Pequim. O estranho desaparecimento de cinco livreiros, especializados em trabalhos críticos em relação à cúpula do Partido Comunista, aguçou a indignação dos setores que reivindicam a total independência da cidade.
    A chamada “Revolução dos Guarda-Chuvas” ocorrida em 2014 gerou a criação de diversos coletivos e partidos que advogam a autodeterminação de Hong Kong. A tese de “um país, dois sistemas” perde cada vez mais apoio junto à população da cidade.
    As eleições legislativas em setembro poderão ser um bom barômetro se os localistas não passam de grupos marginais na sociedade, como propagam os porta-vozes da China.
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