A Fundação Lauro Campos e Marielle Franco (FLCMF), do PSOL, realizou neste sábado (15/02) o lançamento da nova edição da revista Jatobá, a publicação socioambiental da entidade. O evento ocorreu em São Paulo, após a reunião do Diretório Nacional do partido, e foi conduzido por Mariana Riscali, diretora de Comunicação da Fundação – contando, ainda, com as participações de Max Costa e Pedro Charbel, editores da revista, da deputada estadual Lívia Duarte (PSOL-PA), além do professor de Economia da PUC-SP, João Machado, e Zenaida Lauda Rodriguez, da Rede Sul-Americana para Migrações Ambientais, que escreveram artigos para a publicação.
Esta nova edição da Jatobá traz contribuições teóricas e políticas fundamentais para o avanço da luta ecossocialista no país e no mundo, com reflexões sobre a adaptação climática antirracista, as vidas afetadas pelos eventos extremos, o desmonte ambiental que ocorreu no Rio Grande do Sul sob o governo Leite, os perigos da financeirzação do risco climático, entre muitos outros temas.
Mariana Riscali, diretora de Comunicação da FLCMF, lembrou que a Fundação vem desenvolvendo e apoiando uma série de iniciativas ecossocialistas no último período, como a parceria para a formação política de jovens indígenas com o PSOL de Roraima e a Escola Ecossocialista da Amazônia, no Pará, em conjunto com a Casa Amazônia. “A Jatobá é, também, uma ferramenta para que nós, enquanto PSOL, tenhamos uma intervenção na COP 30 e à Cúpula dos Povos que nos permita fortalecer as lutas junto com os movimentos sociais, colocando a Fundação à disposição do conjunto da militância”, disse Mariana.
A deputada Lívia Duarte parabenizou a FLCMF pela publicação da revista e lembrou a vitoriosa luta dos indígenas no Pará, que, após 30 dias de ocupação da Secretaria Estadual de Educação, conseguiram revogar uma legislação impulsionada pelo governo de Helder Barbalho contra o sistema de educação indígena. “A educação indígena, quilombola e ribeirinha é necessária e precisa de investimento. Precisamos dizer aos governos estaduais e federal como é importante que se amplie essa educação”, cobrou.
Max Costa, um dos editores-chefe da revista, falou sobre a necessidade de a militância se apropriar do significado de ser ecossocialista e também colocou a Jatobá como ferramenta importante no marco da conferência climática da ONU. “É preciso fazer uma agitação política em torno das pautas apresentadas pela Jatobá como processo preparatório para nossa intervenção na COP 30”, pontuou. Já Pedro Charbel, também editor-chefe da publicação, apresentou um histórico das edições anteriores e frisou a importância da capa da nova edição. “A capa é uma obra do Matheus Ribs, um artista da Rocinha, que sintetiza o espírito desta edição, porque vemos a tragédia, mas também vemos a resistência e os saberes, imaginando outros mundos”, refletiu.
O professor João Machado escreveu, nesta nova edição da Jatobá, um texto sobre o ecossocialismo de Karl Marx. Em sua fala no lançamento da revista, ele abordou as intersecções entre o pensamento de Marx e a luta ambiental. “Alguns ecologistas, ainda no final do século XX, tratavam Marx como uma espécie de autor antiecologista, como alguém que acreditava no progresso indefinido das forças produtivas, desconhecendo as limitações dos recursos naturais do planeta. Marx teve, sim, algumas formulações que sugeriam isso, mas posteriormente foi se tornando cada vez mais consciente de que o capitalismo ia destruindo cada vez mais as fontes verdadeiras de toda a riqueza, o ser humano e a natureza. Marx mostrou que o socialismo teria que repensar completamente a relação do ser humano com a natureza”, concluiu.
Por fim, Zenaida Lauda Rodriguez, da Rede Sul-Americana para Migrações Ambientais (RESAMA) – que também contribuiu com um artigo para a revista -, frisou a importância de se compreender de forma ampla o conceito de migração ambiental. “A migração ambiental envolve todo um ciclo, que vai desde o momento anterior à migração, passando pela própria migração e contemplando também o momento posterior. Em todo esse ciclo, as pessoas afetadas sofrem várias violações de direitos”, definiu.
Também estiveram presentes no lançamento da Jatobá a presidenta nacional do PSOL, Paula Coradi, os deputados Professor Josemar (PSOL-RJ) e Fábio Felix (PSOL-DF), a vereadora de Belém, Vivi Reis, e a co-deputada Poliana Nascimento, do Movimento Pretas. Nos próximos dias, a revista Jatobá estará disponível na íntegra e de forma gratuita no site da Fundação.
A revista Jatobá é de distribuição gratuita e pode ser solicitada pelas redes sociais da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco e em nossa sede, na Rua Silvio Sacramento, 146, em São Paulo.
