Renildo Souza
Professor dos programas de pós-graduação em economia (PPGE) e relações internacionais (PPGRI) da UFBA.
A guerra comercial, como expressão da crise do capitalismo contemporâneo, recrudesce. No centro do palco, EUA e China afiam as garras. Washington apela ao protecionismo, Pequim precisa do livre-comércio. A política tarifária do governo Trump atinge todo o comércio internacional, mas o alvo principal é a China. Canadá e México, sócios formais de tratado de livre comércio dos Estados Unidos, e aliados geopolíticos, como União Europeia, Japão, Austrália e Nova Zelândia, também foram atingidos pelas tarifas.
A Casa Branca alega que busca, com as tarifas, condições comerciais recíprocas. Depois do assim chamado Dia da Libertação, em 2 de abril, a maior parte das tarifas foram pausadas por 90 dias. Este é o prazo para as negociações bilaterais dos países com o governo americano. O gigantesco choque tarifário gerou expectativas de forte recessão nos Estados Unidos e abalos em várias partes do mundo. O colapso do mercado de títulos públicos americanos surpreendeu o governo, ameaçou gerar pânico no mercado financeiro e obrigou a pausa nas tarifas “recíprocas”, embora as tarifas globais de 10% estejam mantidas.
As tarifas sobre a China foram fixadas em 145%, mas podem atingir até 245% em alguns produtos, a exemplo de veículos elétricos. Por seu turno, a China impôs a taxa de 125% para as importações de bens dos Estados Unidos. Os chineses restringiram exportações de minerais estratégicos e vetaram as relações comerciais com uma lista de empresas americanas, a maioria delas associadas à área.
A guerra tarifária de Donald Trump evidencia a exacerbação da reação política ao declínio econômico relativo dos EUA. Diante da marcha batida de avanços chineses, Trump, em desespero, desencadeia uma enxurrada de medidas protecionistas e isolacionistas. A radicalidade das medidas e do unilateralismo denunciam o grau de gravidade dos problemas econômicos, sociais e políticos dos Estados Unidos. A própria vitória de um fascista como Trump demonstra a profundidade da ruína da sociedade americana.
Ao que parece, a Casa Branca calcula que os efeitos contraproducentes dessas políticas sejam menores e repercutam apenas no curto prazo. A grande meta é golpear a China e relançar a economia americana. O presidente Trump, no discurso no Congresso, afirmou: “As tarifas servem para tornar a América rica e grande novamente. E isso está acontecendo. E acontecerá bem rapidamente. Vai haver um pequeno incômodo, mas estamos bem com isso. Não será muito.” (5/03/2025)
Declínio de um, ascensão de outro
As novas tecnologias, como energias renováveis e semicondutores, são o principal foco da atual disputa entre Estados Unidos e China. A conquista da liderança tecnológica pode significar superioridade econômica e militar. Os EUA frustraram-se: as sanções não quebraram a Rússia e os embargos, determinados por Trump e Biden, não paralisaram a ascensão tecnológica da China. Agora, Trump, em seu segundo mandato, muda o jogo. Os EUA abandonam a Ucrânia, rebaixam o papel geopolítico da Europa e tentam atrair a Rússia em um movimento cujo objetivo é isolar a China.
A globalização neoliberal foi abalada pela clivagem entre o protecionismo americano e o desafio chinês. A ascensão econômica, comercial, tecnológica da China é o principal marcador do processo de perda de hegemonia americana. O problema principal não é apenas e isoladamente o déficit comercial dos EUA com a China, o pânico de Washington é com os efeitos políticos da supremacia econômica sistêmica dos chineses no mundo. Com efeito, há um processo de transição hegemônica, embora o seu curso ainda seja lento, parcial e relativo.
Nesse contexto, os EUA escancaram as suas práticas imperialistas. Trump fala em ocupar o Panamá, Canadá, Gaza e Groenlândia. Os EUA, com Trump, já se retiraram da Organização Mundial de Saúde e do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. O novo governo desatou implacável perseguição contra os imigrantes, apontados como causa dos problemas de segurança e emprego nos Estados Unidos. As minorias são alvo de crescente onda de preconceitos e discriminação, inclusive com a exacerbação do racismo.
Por outro lado, os chineses, engolfados por superprodução relativa, não podem escapar das políticas expansionistas do seu grande capital, privado e estatal. Ademais, à China, de posse de gigantescas concentrações de capital e diante da agressividade americana, não resta outra opção a não ser se apresentar ao Sul Global como a alternativa pacífica, desenvolvimentista, confiável. Para contrastar com o Ocidente, a China tem sido obrigada a chegar no Sul Global com oportunidades econômicas relativamente vantajosas para os parceiros, embora retenha o controle e os maiores benefícios dos negócios. Com sagacidade, Pequim constrói, paulatinamente, sua hegemonia de novíssimo tipo, considerando as particularidades do século XXI. E Trump, com seu unilateralismo desesperado, termina ajudando a elevar o prestígio e a projeção da China no mundo.
2008 foi um ponto de inflexão
Até a crise de 2008, a China abriu novas e gigantescas oportunidades de investimento e valorização para os capitais das corporações transnacionais. A China, ao se integrar ao capitalismo mundial, funcionava como uma válvula de escape. Todos os grandes capitais do Norte correram para o mercado chinês. O capitalismo, sob a forma de globalização neoliberal, ofereceu as condições contraditórias, bem aproveitadas pela China para sua rápida ascensão. Após 2008, os Estados Unidos começaram a centralizar suas atenções no desafio chinês.
O avanço chinês materializou-se no contexto aparentemente paradoxal da globalização liberal, de um lado, e das políticas desenvolvimentistas de Pequim, de outro. O projeto nacional-desenvolvimentista do peculiar capitalismo chinês alcançou espetacular êxito em pouco tempo. Enquanto a China avançava, as desigualdades explodiam no Sul Global, com desolação social extrema para uns e agravamento da desindustrialização para outros, como o Brasil e Argentina.
Agora, a China é a grande rival do Norte Global. Os chineses já ocupam até mesmo os mercados da produção mais sofisticada tecnologicamente, anteriormente preservados estrategicamente pelos velhos países centrais. Agora, por exemplo, é a União Europeia quem pressiona as empresas chinesas implantadas na Europa, reclamando transferência de tecnologia para os países hospedeiros.
O declínio relativo dos Estados Unidos vem de longe. A década de 1970 foi marcada pelo fim do Acordo de Bretton Woods e a fuga do dólar, as crises do petróleo, a recessão econômica, a vitória vietnamita, as revoluções iraniana e nicaraguense.
O fato é que há razões (ou desespero) para o retorno das políticas comerciais e industriais concretas, como a bidenomics e a trumpnomics. É estrutural a deterioração da liderança da manufatura dos EUA. A partir dos anos 1970 e 1980, as corporações, com baixa lucratividade, buscaram financeirização e inovação tecnológica e deslocaram-se para a periferia, sobretudo para a China.
Em 2024, o déficit da balança de bens e serviços dos EUA alcançou 918 bilhões de dólares. (US, 2025) Desde os anos 1970, os salários perdem poder de compra. O grupo do 1% mais rico dos americanos fica com 21%, mais do dobro dos 50% mais pobres. Os 10% mais ricos ficam com 71% da riqueza e os 50% mais pobres com somente 1%. (ROBERTS, 2024) A inflação dos bens e serviços de consumo tem piorado a vida da maioria.
A sociedade é dilacerada por ondas, cada vez maiores, de racismo, medievalismo moral, fanatismo religioso e neofascismo. A nação americana padece de esclerose política-ideológica, declínio econômico e colapso social. Para enfrentar tal estado de coisas, Washington se agarra às finanças, ao dólar, à sua superioridade militar e à desesperada guerra comercial.
O vale tudo de Trump
O governo Trump apela para todos os meios para reestruturar a economia americana, à revelia do meio ambiente e de tradicionais relações internacionais etc. Por isso, ele conclama “dril, baby, dril”, para impulsionar a produção de energia com combustíveis fósseis. Por isso, ele se choca no comércio com os aliados europeus, canadenses e mexicanos. Por isso, além do racismo odioso, ele persegue imigrantes, supondo que as vagas de emprego ficarão para os americanos.
Mas as dúvidas campeiam. A reindustrialização desejada é alcançável? A guerra tarifária ou novos acordos comerciais impostos por Trump deslocarão a produção para dentro dos Estados Unidos, trarão de volta os empregos manufatureiros, reduzirão o déficit comercial? O petróleo vai tanto gerar atividade como baixar os custos da energia? A inteligência artificial nos EUA resultará na revolução produtiva que se projeta? Quem vai colher o excedente econômico engendrado no contexto das novas tecnologias? Na verdade, as empresas de tecnologia dos EUA desfrutam de valorização insustentável, repetindo a bolha ponto.com de 1999, como mostrou o recente impacto da DeepSeek sobre as ações das big techs?
Tiro pela culatra
As tarifas desmesuradas elevarão os preços no consumo e nos custos de produção, sem provável compensação de acréscimo de capacidade produtiva doméstica. Além de motivações econômicas, o governo Trump tem usado o pretexto das importações de fentanil para impor tarifas à China, México e Canadá. Nesse âmbito, ignora as causas internas da crise de opioides. Em nova febre neoliberal contra o Estado, são desfechados cortes de gastos. Os ataques à máquina pública, comandados por Elon Musk, tendem a deprimir a demanda, além de desaparelhar a administração governamental.
No século XIX, as tarifas funcionaram para a industrialização dos Estados Unidos e Alemanha, enquanto declinava o monopólio industrial inglês. No século XX, o Brasil, a Argentina e o México se industrializaram com a política de substituição de importações. Mas nos Estados Unidos, as tarifas Smoot-Hawley, em 1930, em vez de salvar os Estados Unidos, derrubaram ainda mais o comércio internacional e agravaram a grande depressão.
Aquela Inglaterra decadente, ontem, parece ser os Estados Unidos em declínio, hoje. Aquela ascensão americana, ontem, é representada pelo salto chinês, hoje. O declínio próprio americano e a competição asiática, sobretudo da China, contrapõem-se à restauração da liderança econômica dos Estados Unidos. O centro de gravidade da economia mudou para a Ásia.
Os Estados Unidos precisam preservar o privilégio exorbitante do dólar como moeda reserva internacional. E isso implica, além das vantagens, em sacrifícios. A valorização do dólar, necessária aos mercados financeiros americanos, anula os efeitos das tarifas. Por exemplo, entre 2018 e 2019, as tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos chineses foram compensadas pelo aumento do dólar em 22% e queda do yuan em 65% entre 2018 e 2019. Além disso, as mercadorias chinesas se beneficiam das taxas de juros menores e estabilidade doméstica dos preços.
O Canadá adotou tributos, em retaliação, e promete aumentá-los se Washigton não revogar suas tarifas. Os canadenses repetiram o gesto da China, apresentando também uma queixa na Organização Mundial do Comércio contra os Estados Unidos. A China suspendeu importações de soja americana e impôs tarifas produtos agrícolas e alimentícios dos Estados Unidos. As tarifas e as retaliações reduzirão o produto interno bruto e aumentarão a inflação para Estados Unidos, Canadá e México, conforme projeções de Warwick J. Mckibbin e Marcus Noland. A indústria automobilística poderá sofrer o principal impacto negativo com as tarifas sobre o México e o Canadá. Essa indústria está profundamente estruturada em uma única cadeia produtiva de partes e componentes das três nações da América do Norte.
Estado e capital
A China possui o maior número de empresas e bancos dentre as 500 maiores corporações do mundo. O Estado chinês é uma força fundamental para respaldar o avanço dos capitais, sejam estatais, sejam privados. Na China, a maior parte da produção, exportações e empregos está em mãos de empresas privadas. Enquanto Trump se desespera, a China busca reforçar a aliança nacional-desenvolvimentista entre o poder político e a riqueza privada. Isso foi demonstrado na reunião recente entre Xi Jinping e alguns dos principais capitalistas chineses, especialmente das áreas de novas tecnologias. Participaram, do encontro, por exemplo, os presidentes da Huawei e BYD. Chamou a atenção a reaproximação do governo com Jack Ma, da gigante Alibaba.
O Estado nacional dispõe de efetiva soberania política e militar. Os gastos militares da China entre 2012 e 2021 cresceram 72%, enquanto o orçamento norte-americano diminuiu em 6,6%. Em 2021, em volume de recursos, os Estados Unidos contaram com 801 bilhões de dólares e a China com 293 bilhões. No pequeno Estado do Djibuti, Pequim conta com sua única base militar, enquanto os Estados Unidos mantêm cerca mil bases pelo mundo, sobretudo na Ásia-Pacífico.
A China está encharcada de produção e capitais. A sobreacumulação exige exportações de mercadorias, investimentos produtivos e empréstimos. As suas empresas, estatais ou privadas, extraem mais-valor dos trabalhadores na periferia e açambarcam recursos naturais. Trocam manufaturados por alimentos, petróleo e outros recursos básicos.
Apenas seis produtos agrícolas e minerais representam cerca de 72% das exportações latino-americanas para a China, segundo a CEPAL. São eles: soja, cobre, minério de ferro, petróleo, catodo de cobre e carne bovina. (BERMÚDEZ, 28/04/2024) A China nos levou de volta ao padrão comercial colonial do século XIX. Em que termos a China troca seus produtos com o Sul Global? É uma política win-win (ganha-ganha)? Conduz à convergência e equalização das economias nacionais no mundo? Todos estão ganhando?
Difícil desacoplamento radical
O capitalismo é um sistema mundial, por definição. A desglobalização econômica ampla não é possível. Pode ser dissolvida a integração profunda entre os EUA e a China, é claro. O offshoring dos capitais perdeu fôlego, é verdade. Mas não é viável o total desacoplamento, economicamente, entre os dois países, embora politicamente a ordem internacional esteja sendo impulsionada para uma nova bipolaridade entre Washinton e Pequim.
A forte queda do comércio mundial, depois de 2008, é apontada como evidência da desglobalização. Richard Baldwin chama a atenção de que essa queda, entre 2008 e 2020, foi mais concentrada em minerais e combustíveis, por conta da queda dos seus preços. (Baldwin, 2022)
O mercado mundial tende à interdependência, hierarquia e desenvolvimento desigual. Ao capital, chinês ou americano, interessa a mundialização da economia, com enfraquecimento tanto da resistência dos Estado periféricos quanto dos trabalhadores.
A China controla a maior parte das cadeias de produção. Isso ficou demonstrado pela dependência da produção chinesa de bens, em geral, e de equipamentos médicos, em particular, durante a pandemia da Covid. Em 1995, os países centrais produziam 70% dos insumos industriais e em 2018 a China já produzia mais desses bens intermediários do que a soma de todos aqueles países. (Baldwin; Freeman; Theodorakopoulos, 2023)
A China detém a maior rede de parcerias comerciais do mundo. Sua produção manufatureira exibe vantagens competitivas imbatíveis. Em 2024 o superávit comercial chinês alcançou o recorde de um trilhão de dólares. Nesse ano, os EUA registraram o déficit de 295 bilhões de dólares com a China, apesar das tarifas já vigentes. Antes do choque tarifário de Trump, os capitais chineses, com plantas no México, Vietnã, Indonésia etc., vinham contornando as tarifas americanas.
A Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative, BRI) é um plano Marshall centuplicado, implantando infraestruturas, comunicações e empresas. Pelos dados atualizados de fevereiro de 2025, o BRI conta com 149 países (Figura 1). Panamá e Itália saíram do BRI, o primeiro por pressão direta do governo Trump.

Quem está vencendo a guerra tecnológica
Em outubro do ano passado, antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a Bloomberg publicou o artigo intitulado Os esforços dos EUA para conter a pressão de Xi pela supremacia tecnológica estão vacilando. A matéria alertava de que “O mundo fora dos EUA está cada vez mais dirigindo veículos elétricos chineses, navegando na internet em smartphones chineses e abastecendo suas casas com painéis solares chineses.”
No balanço dos resultados do “Made in China 2025”, plano lançado pelo governo da China em 2015 na corrida tecnológica, a Bloomberg reconheceu as vitórias chinesas. Assim, o gigante asiático já era dominante em 2024, à escala mundial, nos seguintes setores-chave: veículos aéreos não tripulados, painéis solares, grafeno, ferrovia de alta velocidade, veículos elétricos e baterias de lítio.
A ofensiva tecnológica chinesa é constituída pela interação entre diversas dimensões: plano “Made in China 2025”, com fundos de financiamentos abundantes; liderança em número de publicações científicas, patentes e contingente de cientistas e engenheiros; empresas na vanguarda dos mercados como DeepSeek, Huwaei, BYD, CATL; e mercados abundantes para processos de learning by doing e custos imprensados por economias de escala e uso civil e militar.
A equipe da DeepSeek e os seus professores universitários só estudaram dentro da própria China. (Allen, 2025) Isso diz muito sobre o posicionamento autônomo das universidades chinesas na fronteira tecnológica, inclusive na articulação com o mercado.
As tarifas de Trump, como se vê, pouco podem fazer de substancial para conter a escalada competitiva chinesa.
REFERÊNCIAS:
ALLEN, Ryan M. Where did DeepSeek team go to university? Not in the US. Feb 03, 2025.
https://collegetowns.substack.com?utm_source=navbar&utm_medium=web
BALDWIN, Richard. The peak globalisation myth: Part 3 – How global supply chains are unwinding. Voxeu, Cepr. 2 Sep, 2022. https://cepr.org/voxeu/columns/peak-globalisation-myth-part-3-how-global-supply-chains-are-unwinding
BALDWIN, Richard; FREEMAN, Rebecca; Theodorakopoulos, Angelos. Hidden Exposure: Measuring U.S. Supply Chain Reliance. Brookings Papers of Economic Activity. BPEA Conference, Sep. 28-29, 2023.
BERMÚDEZ, Ángel. Como Brasil foi chave para América Latina bater recorde de exportação para China em 2023. BBC News Mundo, 28 abr. 2024. https://www.bbc.com/portuguese/articles/c72pdx8yrrpo
TRUMP deu declarações falsas e distorcidas durante o discurso presidencial mais longo da história do Congresso; entenda. 05 mar. 2025. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/03/05/trump-deu-declaracoes-falsas-e-distorcidas-durante-o-discurso-presidencial-mais-longo-da-historia-do-congresso-entenda.ghtml
McKIBBIN, Warwick J.; NOLAND, Marcus. US tariffs on Canada and Mexico would hurt all three economies; retaliation would worsen the damage. Peterson Institute for International Economics. https://www.piie.com/blogs/realtime-economics/2025/us-tariffs-canada-and-mexico-would-hurt-all-three-economies
PAÍSES da Iniciativa Cinturão e Rota (ICR). Centro de desenvolvimento e finanças verdes. Universidade de Fudan. Fevereiro, 2025. https://greenfdc.org/countries-of-the-belt-and-road-initiative-bri/?cookie-state-change=1740253390754
ROBERTS, Michael. The US presidential election. Part one: the economy. Nov. 02, 2024. https://thenextrecession.wordpress.com/2024/11/02/the-us-presidential-election-part-one-the-economy/
U.S. international trade in goods and services, December 2024. U.S. Census Bureau. U.S. Department of Commerce. Feb. 5, 2025. https://www.census.gov/foreign-trade/Press-Release/current_press_release/ft900.pdf