A conquista da participação e do protagonismo das mulheres na política é fruto de uma luta histórica. Não é simples superar uma estrutura patriarcal, machista e misógina que busca determinar um lugar subalterno para as mulheres e produz profundas desigualdades econômicas, sociais, culturais que se veem refletidas na representação parlamentar.
Analisando o resultado das eleições, observamos que entre 2018 e 2022 houve um salto de 77 para 91 mulheres eleitas deputadas federais, o que representa apenas 17,7 % do total de 513 parlamentares da Câmara. Vale ressaltar que as mulheres são a maioria da população brasileira, em torno de 52%, portanto, há uma sub-representação.
Diante de uma sociedade diversa e bastante polarizada também vale destacar que nem todas as mulheres na política representam os anseios das lutas feministas pela emancipação das mulheres, com o avanço de pautas históricas como paridade de salários, combate à violência, direito de decidir sobre o próprio corpo, dentre outras. Nesse sentido, é fundamental que a luta por representatividade esteja atrelada a um programa, a uma relação com os movimentos sociais e com as lutas populares.
Nessa perspectiva, o PSOL tem se destacado, apresentando resultados quantitativos e qualitativos interessantes. Já em 2018 quando o partido deu um salto em sua bancada elegendo 10 parlamentares para Câmara Federal, 50% foram mulheres, sendo elas: Áurea Carolina (MG), Talíria Petrone (RJ), Fernanda Melchionna (RS), Luiza Erundina e Sâmia Bonfim (SP).
Já em 2022, a bancada federal subiu para 12 deputadas(os) sendo a maioria mulheres, 7 no total, incluindo 2 indígenas, formando a Bancada do Cocar, Célia Xakriabá (MG) e Sônia Guajajara (SP). Como Sônia foi nomeada ministra do Povos Indígenas, sua vaga foi assumida pela professora Luciene Cavalcante (SP). A bancada também foi formada por mulheres negras como Taliria Petrone (RJ) e a mulher negra trans Erika Hilton (SP). Fechando essa potente bancada temos Fernanda Melchionna (RS), Luiza Erundina e Sâmia Bonfim (SP). Também vale destacar Marina Silva, que assumiu o ministério do Meio Ambiente, e que foi eleita pela Rede, partido que conforma uma federação com o PSOL.
Como já ressaltamos não se trata apenas de mera representação quantitativa, essas mulheres representam um mosaico de lutas extremamente relevantes não só para o feminismo, mas para o conjunto da classe trabalhadora. Por meio delas se expressam as lutas indígenas, das negras e negros, da população LGBTQIAPN+, dos e das jovens, periféricos/as, trabalhadores/as formais e informais, ambientalistas e tantas outras.
A seguir fizemos um quadro com o breve perfil da bancada feminista do PSOL no Congresso Nacional.
Da Redação