Reunião entre os partidos e suas respectivas Fundações, ocorreu nesta manhã (19/04) e avançou no consenso em torno das propostas apresentadas pelo PSOL
Na manhã do dia, 19 de abril, em reunião na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, o PT acolheu as propostas do PSOL ao programa de governo de Lula, com pequenos ajustes. Assim, a candidatura do Partido dos Trabalhadores ganha importante viés à esquerda, se comprometendo a empreender esforços para reverter políticas neoliberais, acentuadas desde o golpe de 2016.
Os dois partidos estiveram representados por Claudio Puty e Natália Szermeta, do PSOL, e por Aloizio Mercadante, Tereza Campello, Guilherme Mello, Pedro Rossi e William Nozaki, do PT. Essa foi a terceira reunião entre as duas legendas para discutir o assunto.
“A reunião aponta para uma importante unidade em torno da derrota de Bolsonaro e do bolsonarismo dentro dos marcos programáticos que apresentamos para Lula e o PT. Agora caberá a Conferência Eleitoral do PSOL definir os rumos que o partido deve tomar diante da conjuntura que vivemos” afirma Natalia Szermeta, presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco. “Hoje passamos mais detalhadamente pelos 12 pontos programáticos apresentados pelo PSOL. Houve acordo em praticamente todos, com alguns ajustes na redação”, completou Claudio Puty, coordenador do debate de programa eleitoral do partido.
“As propostas do PSOL são muito relevantes porque tratam do maior desafio que temos pela frente, que é combater a desigualdade e reconstruir esse Brasil. Essa aliança no campo da esquerda será fundamental para derrotar o bolsonarismo. Saímos daqui com a disposição de criar uma mesa de diálogo permanente, aprofundar essas diretrizes e, ao mesmo tempo, aguardar a convenção eleitoral do PSOL para que, a partir daí, ele se integre plenamente ao conselho político da campanha do Lula e à coordenação do programa de governo”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo.
Entre as principais propostas programáticas do PSOL que foram acolhidas estão a revogação da reforma trabalhista e da reforma da previdência. “Consideramos fundamental o compromisso assumido hoje de revogaço das reformas anti-povo, implementadas desde o golpe. Além disso, importante destacar também a convergência em torno de propostas de combate a crise climática, incluindo o tema da transição energética e um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia, bem como a concordância de enfrentarmos as desigualdades e esse modelo tributário nefasto e injusto”. explica Szermeta.
No segundo ponto, os partidos identificaram a necessidade de reconstruir a seguridade e a previdência social para ampla inclusão dos trabalhadores. “Concordamos, ainda, sobre a revogação do teto de gastos e a necessidade de criar um novo marco fiscal”, disse Puty.
Os eixos programáticos definidos pelo PSOL para fundamentar as negociações foram lançados em fevereiro e estão reunidos na plataforma “Direito ao futuro: diálogos do PSOL para reconstruir o Brasil” (programa.psol50.org.br).
A conferência eleitoral do PSOL – para aprovar o caderno programático do partido, que ainda está em debate com a militância, e o apoio a Lula, retirando a possibilidade de candidatura própria – ocorrerá na manhã do dia 30 de abril, em São Paulo, com assessoria de imprensa do PSOL Nacional.