Cultura

Cultura

Há uma frase famosa na qual Octavia Butler confidencia: “eu comecei a escrever sobre poder porque era algo que eu tinha muito pouco”. Assim como a escritora, muitas mulheres fizeram da arte um campo de disputa narrativa e construção de novas sociedades possíveis. Foi compreendendo que doenças se proliferam mesmo quando há guerra, que crianças nascem em períodos de ditadura e que o machismo segue presente entre aqueles que estão conosco na luta anticapitalista que essas artistas se descolaram do dito universal. O equilíbrio entre sensibilidade e força é o que aproxima o espectador, independente de seu gênero, dessas narrativas que eu indico hoje como amostra do que podem as mulheres na arte.

Literatura

 

As alegrias da maternidade
     Buchi Emecheta

As alegrias da maternidade é uma obra da nigeriana Buchi Emecheta. Da vivência familiar coletiva na África ao abandono dentro do próprio lar ao se mudar para a capital, Lagos, acompanhamos a história de Nu Ego, seu marido e os filhos que sobreviveram e não sobreviveram.

 

 

 

Kramp
     Maria José Ferrada

“Kramp” é o livro de estreia da chilena Maria José Ferrada no terreno da ficção. Pelos olhos de M. acompanhamos a depressão de sua mãe que se arrasta desde a perda de um grande amor durante os anos da ditadura do Chile e o esforço do pai em encontros clandestinos na busca por esse homem.

 


Vídeo

 

O Perdão
     Maryam Moqadam

Dirigido e protagonizado por Maryam Moqadam, O perdão é um longa franco-iraniano que conta a história de Mina, uma mulher que nunca aceitou a sentença que levou seu marido à execução. Ela é informada de que o verdadeiro criminoso foi encontrado e luta contra o machismo e a burocracia estatal pelo reconhecimento público do Estado pelo erro cometido.

 

Gracie e Frankie
     Série de TV

Em um jantar de casais, os maridos de Gracie e Frankie revelam ser homossexuais e terem mantido uma relação extraconjugal por 20 anos. Mesmo se odiando, elas acabam morando juntas. Temas como o cotidiano de mulheres mais velhas, as dificuldades de locomoção e a manutenção de uma vida sexual são apresentados aos jovens espectadores com humor e respeito.

 


Bárbara Krauss

É jornalista formada pela UMESP e aprofunda o debate político em obras culturais desde 2017 nas plataformas do Youtube e Instagram no B de Barbárie

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