Boletim Mais Lutas Agrárias #32 – 10 de janeiro de 2025
Na trigésima-segunda edição do Boletim Mais Lutas Agrárias, denunciamos, em especial, uma série de violações cometidas contra os povos indígenas no Paraná: indígenas Avá-Guarani foram assassinados e violentados e foram proibidos na justiça de ocupar e promover atividades no Parque Nacional do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Para além disso, repercutimos a Ação Direta de Inconsitucionalidade movida pelo PSOL, Rede, PCdoB e PV que foi acatada pelo STF contra uma lei do Mato Grosso que tentava inviabilizar os acordos conhecidos como “Moratória da Soja”, que incentivam empresas a não adquirirem soja proveniente de áreas desmatadas. Estas e outras notícias você pode ver no Boletim da semana!
O Boletim Mais Lutas Agrárias é uma parceria da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco com o PSOL Maranhão, presidido pelo companheiro Reynaldo Costa, militante do MST. Acesse a íntegra do boletim em nosso site!
Confira abaixo o boletim na íntegra:
Meio ambiente
STF suspende Lei de MT que ataca a ‘Moratória da Soja’
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida por PSOL, Rede, PCdoB e PV e suspendeu uma lei do estado de Mato Grosso (MT). A legislação estadual tentava inviabilizar os acordos conhecidos como “Moratória da Soja”, que incentivam empresas a não adquirirem soja proveniente de áreas desmatadas, especialmente na Amazônia.
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Questão agrária e direitos humanos
Campanha contra a Violência no Campo avalia cenário, estratégias e fortalecimento da incidência nos territórios
“A campanha tem cumprido seu papel de denunciar os conflitos agrários e a violência, mas é preciso, além das notícias, que infelizmente acabam sendo naturalizadas na sociedade, tocar o dedo na ferida, dar nome aos promotores da violência no mercado de terras contemporâneo, com a cumplicidade dos governos, o que fortalece um movimento de anti-reforma agrária, de intrusão e expulsão dos povos e comunidades, legítimos possuidores desta terra”. Prof. Guilherme Santiago (ABRA)
- A perspectiva é de mais violência no campo em 2025. Quanto mais o agronegócio avança, mais a violência deve se intensificar!
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Ícone da resistência camponesa, Elizabeth Teixeira será homenageada pela sua chegada aos 100 anos de vida
Celebrar o centenário de Elizabeth Teixeira é mais do que uma homenagem; é um compromisso coletivo com a memória e a história das lutas camponesas no Brasil. Este evento é uma oportunidade de reafirmar os valores da resistência e da dignidade da classe trabalhadora do campo.
- Uma das principais lideranças camponesas da história do Brasil. Vale muito conhecer sua história e a história das Ligas Camponesas e seu empenho pela Reforma Agrária.
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Líder de aldeia cobra governo após ataque a tiros ferir quatro indígenas no PR: ‘Foram avisados de que corríamos risco’
A demora na demarcação tem como impacto o ódio e o preconceito da sociedade contra os indígenas. O cenário vem trazendo quadros graves de depressão e uma epidemia de suicídio, que ocorre por falta de esperança em uma melhora — diz Okaju.
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“O branco matou a mamãe”: ataques a indígenas Avá-Guarani vitimizam até crianças no PR
Uma indígena Avá-Guarani carrega nos braços uma criança de 7 anos, com as pernas ensanguentadas, enquanto busca socorro. Ela a entrega a um homem, enquanto outro amarra uma camisa na perna esquerda do menino para conter o sangramento. O garoto foi um dos quatro baleados em mais um ataque à aldeia Yvy Okaju – antiga Y’Hovy – em 3 de janeiro, na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, em Guaíra (PR). Não é um cenário inédito.
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Cinco indígenas são baleados em conflito por terras no Paraná
Este é o quarto ataque sofrido pela comunidade nos últimos sete dias, intensificando o clima de tensão na região. Segundo relatos de lideranças indígenas, eles foram cercados por pistoleiros, resultando em ferimentos graves, como uma criança atingida na perna, um jovem baleado nas costas e outro com ferimento no maxilar causado por munição de grosso calibre.
- Não falta capacidade operacional, nem leis do estado para resolver estes problemas. Acontece que estamos diante de um Estado que pratica genocídio contra indígenas de norte a sul do país.
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Indígenas são proibidos por Justiça de ocupar Parque Nacional do Iguaçu e denunciam criminalização antecipada
Liminar acatou ação do ICMBio que, sem consultar indígenas, diz haver ‘risco iminente’ de ‘invasão do parque’.
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Reforma agrária, Política de Cuidados e combate à violência policial: movimentos apontam lutas prioritárias para 2025
Combate à extrema direita e ao conservadorismo é urgente para o avanço das pautas este ano, avaliam movimentos populares.
- É preciso unificar todas as lutas. Unificar a luta pela terra, com as lutas por condições melhores de vida nas cidades, melhores salários, melhores condições de trabalho. É preciso endurecer contra o retrocesso que persiste e contra as dificuldades do Governo Federal em praticar justiça social.